Análise Arkade: encare puzzles, piadas e um Indiana Jones genérico em Adam’s Venture Origins

5 de maio de 2016

Análise Arkade: encare puzzles, piadas e um Indiana Jones genérico em Adam's Venture Origins

Adam’s Venture Origins (um nome que brinca com a palavra inglesa Adventure) trata-se de um remake/remaster da série Adam’s Venture Chronicles, e compila em um jogo só os 3 episódios da saga do jovem explorador que dá nome ao título, lançados originalmente entre 2009 e 2012. Testamos a versão PC do game, e aqui estão nossas impressões!

Uma (nem tão) grande aventura

O game inicia-se com o pai de Adam, o professor Abraham, pedindo ao filho que encontre sua nova assistente, Evelyn, assim como um livro dentro da sua biblioteca. O encontro entre os dois já mostra o tom de humor Zorra Total que o game traz em diversos pontos: Adam encontra a moça em um saguão e pergunta se ela não viu algum nerd velho de óculos e cheirando a mofo.

Análise Arkade: encare puzzles, piadas e um Indiana Jones genérico em Adam's Venture Origins

O encontro deles é o estopim para uma (nem tão) grande aventura que trata de mistérios, conspirações Illuminatis, passagens secretas, momentos bíblicos e perseguições, tudo pontuado com altas doses de humor questionável e puzzles. Muitos puzzles. É tanto puzzle que você acabar nem prestando tanta atenção à história.

Puzzles, puzzles e mais puzzles

Logo após introduzir os personagens principais da narrativa, temos uma mostra do que vai ser boa parte do game: puzzles. Sério, eu nunca vi tanto puzzle em um game de aventura (quase no nível dos adventures originais dos anos 90), e muitos deles são realmente complexos.

Poe exemplo: assim que você encontra a assistente de seu pai, já precisa rearranjar alguns quadros em uma parede para descobrir uma palavra secreta…

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Esta palavra será usada na porta da biblioteca, onde temos um “cadeado” que é uma espécie de criptex — uma combinação de espirais com letras com diferentes configurações — que deve ser organizado para formar a palavra certa e nos conceder acesso ao local…

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Logo depois disso, você deve montar uma escada da forma correta (sério), para poder subir até o topo da estante. Veja bem, foram 3 puzzles (altamente aleatórios) nos primeiros minutos de jogo só para pegar um livro!

No decorrer do game, os puzzles continuam constantes: você vai ter que ligar circuitos, operar válvulas, acionar mecanismos e até fazer operações matemáticas (?!) para prosseguir.

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Neste caso, você precisa fazer um caminho bem específico pelos circuitos para que o resultado final seja 13.

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Aqui o ponteiro precisa parar exatamente na posição 27, e você só tem os botões da parte de baixo para formar o cálculo.

E o jogo geralmente não te dá nenhum tipo de pista do que fazer, simplesmente te larga na situação como quem diz “se vira, filhão”. Em alguns casos isso é legal, mas nem sempre fica clara qual é a “lógica” de um puzzle.

Gameplay

O gameplay é simples e funciona bem: você movimenta-se com o clássico WASD, a barra de espaço serve para pular e a tecla F tem funções diversas, como acionar o grappling hook do personagem, que é muito útil para se balançar sobre abismos e puxar plataformas.

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Algo que pode ser considerado um ponto negativo é que o jogo quase não tem ação “de verdade”: você nunca dá um tiro ou umas porradas em ninguém, e quando há inimigos por perto, deve evitá-los a todo custo em situações que são um arremedo de stealth.

Deste modo, o gameplay resume-se a explorar os cenários e resolver (muitos) puzzles —  pois é, eu não estava preparado para a quantidade deles. Mesmo aventureiro e com pinta de Indiana Jones genérico, Adam Venture vai passar mais tempo girando engrenagens, consertando carros e conectando circuitos do que realmente “se aventurando”. Parece que a rotina de um aventureiro não é tão divertida e glamourosa quanto parecia.

Audiovisual

Os gráficos são bem interessantes — com destaque para os cenários mais fechados, onde os efeitos de luz e reflexão são muito bonitos –, e chamam a atenção do jogador enquanto ele está entre um puzzle e outro (já comentei que são MUITOS puzzles?). Os ambientes naturais também são bonitos, com construções bem elaboradas de cavernas e folhagens bacanas.

Confira abaixo um pouco da beleza do game:

Análise Arkade: encare puzzles, piadas e um Indiana Jones genérico em Adam's Venture Origins

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As animações dos personagens, porém, deixam um pouco a desejar, pois são bem desajeitadas e artificiais. A sincronia labial  também é ruim, e quando segura uma tocha acesa, a sombra de Adam quer é projetada no cenário se mostra extremamente esquisita e bugada.

Os efeitos sonoros são competentes, novamente destacando sons da natureza como água, fogo, vento, e outros. A ausência de música durante grande parte do gameplay foi algo que cansou um pouco e tirou o clima de aventura (e quando havia alguma música era mais para alguns sons estranhos do que música propriamente dita). Curiosamente, quando você pausa  jogo, percebe que a música tema do game é bem legal.

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A localização do game é esforçada, mas tropeça um pouco: as piadas (que são várias) não foram adaptadas, mas “contornadas” com alternativas que até fazem sentido, mas não tem tanta graça quanto as originais (que já não são lá essas coisas), que utilizam ditados e trocadilhos da língua inglesa e só fazem sentido neste idioma. Bom, mas temos legendas e menus em português brasileiro, então tá valendo.

Conclusão

Adam’s Venture Origins é um puzzle game disfarçado como um jogo de exploração e aventura. A história em si acaba ficando em segundo plano dada a quantidade de enigmas e sua dificuldade (admito que literalmente quebrei a cabeça para resolver alguns deles).

Análise Arkade: encare puzzles, piadas e um Indiana Jones genérico em Adam's Venture Origins

Os personagens são simples e têm diálogos um tanto quanto vazios, a aventura nunca realmente deslancha e o ritmo do jogo é pautado pela sua perseverança em resolver um puzzle atrás do outro. O game até diverte, mas encare ciente que não está diante de um pseudo-Uncharted, e que a aventura em si não é tão empolgante.

Adam’s Venture Origins foi ançado no dia 1º de abril, com versões para PC, PS4 e XOne.

2 Respostas para “Análise Arkade: encare puzzles, piadas e um Indiana Jones genérico em Adam’s Venture Origins”

  • 10 de maio de 2016 às 17:28 -

    Glauco Lima

  • O visual do jogo está muito bonito mas vou esperar uma promoção no steam para compra lo kkkkk

  • 13 de novembro de 2016 às 10:28 -

    waltair

  • Será que a versão para Consoles (Xbox One e PS4) também virá com legendas em português?

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