Análise Arkade: Assassin’s Creed Chronicles: India traz belo visual, bom desafio e muito stealth

21 de janeiro de 2016

Análise Arkade: Assassin's Creed Chronicles: India traz belo visual, bom desafio e muito stealth

Se em 2016 não teremos um legítimo Assassin’s Creed “triple A”, teremos 2 spin offs para compensar, e o primeiro deles já está entre nós: confira na sequência nossa análise completa de Assassin’s Creed Chronicles: India!

Bem-vindo à Índia

Como você deve se lembrar, Assassin’s Creed Chronicles é uma trilogia de jogos 2.5D que visita novas eras e nos apresenta a novos membros da Irmandade — alguns já conhecidos de outras mídias, como os quadrinhos.

O primeiro jogo — Assassins’s Creed Chronicles: China, leia nossa análise aqui — nos levou à China do século XVI e nos apresentou à jovem assassina Shao Jun, discípula de ninguém menos que Ezio Auditore.

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Com o novo jogo lançado este mês, desembarcamos na Índia do século XIX, onde o assassino Arbaaz Mirconhecido dos quadrinhos e que é pai de um personagem importante de Assassin’s Creed Syndicate — deve cumprir aquele mesmo objetivo de sempre: impedir que um artefato místico caia nas mãos dos Templários. Ah, mas dessa vez há ainda uma donzela em perigo: a bela princesa Pyara Kaur.

Stealth aqui é obrigatório

Mudou o continente, o século e o personagem principal, mas em termos de gameplay, este Assassin’s Creed Chronicles: India é muito parecido com seu antecessor. O jogo é dividido em fases relativamente lineares, com cenários 2.5D que geralmente possuem vários níveis de profundidade, alguns objetivos opcionais e itens escondidos aqui e ali… e muitos inimigos patrulhando cada telhado, corredor ou palácio.

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Sem o mundo aberto da série principal, o que sobra é uma experiência muito mais direta ao ponto: vá do ponto A ao ponto B, fazendo o possível para não ser visto pelos guardas. Muito mais do que uma opção, o stealth aqui é praticamente uma obrigação, pois Arbaaz não aguenta mais do que dois ou três tiros dos bem equipados inimigos.

Felizmente, o assassino tem boas ferramentas para passar despercebido: o assobio, a corda com dardo, as bombas de fumaça e os dardos sonoros estão de volta e servem basicamente para distrair ou atordoar guardas. Temos ainda um chakram — disco arremessável tipo aquele da Xena, lembra? — que é muito útil para cortar cordas e criar armadilhas.

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Também existem algumas super habilidades. A boa e velha Visão de Águia está de volta, e há ainda uma espécie de “focus” que permite que você corra de um esconderijo para outro sem ser visto, ou mesmo elimine inimigos com apenas um golpe. Vez ou outra ainda rola um tilt na Animus que permite a Arbaaz camuflar-se temporariamente para não levantar suspeitas. Mas, fora isso, o sucesso depende de você, seus itens e sua perícia em ser um verdadeiro ninja.

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O segredo é evitar o cone de visão dos inimigos.

No decorrer de cada missão, você vai recebendo pontos de acordo com seu perfil de jogo: se passar por uma área sem ser detectado nem matar ninguém, você garante pontos no estilo Sombra, que gera os melhores placares. Caso você mate os inimigos sem ser visto por eles, acumula pontos de Assassino. Já se você ignorar o stealth e partir para a porrada, garante pontos na categoria Briguento, a mais “pobrinha” das três.

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Apesar do foco aqui ser o stealth, você também pode matar os inimigos.

O stealth “puro” não só rende mais pontos, mas é tão valorizado que há um troféu/conquista para quem conseguir zerar o jogo sem matar ninguém! Chega a ser curioso como a série Chronicles enveredou por um caminho totalmente diferente ao da série principal, onde os protagonistas são cada vez mais habilidosos e equipados para enfrentar dúzias de inimigos ao mesmo tempo.

Level design inspirado

Ainda que não ser detectado nem sempre seja uma tarefa fácil, o inspirado level design foi cuidadosamente pensado para valorizar a inventividade (e a paciência) do jogador. Janelas, sacadas, colunas e trincheiras estão sempre estrategicamente posicionadas para uma abordagem legitimamente stealth. Estudar o posicionamento e a movimentação dos guardas e esperar o momento certo para sair de seu esconderijo é essencial. Sejam inimigos, janelas, beirais ou mesmo armadilhas, nada está onde está por acaso.

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O estilo 2.5D permitiu que os produtores ousassem no level design de formas muito criativas, e o que temos aqui está muito além do que vimos no game ambientado na China. O cenário é dividido em “camadas”, e Azbaar passeia entre elas com muita naturalidade, podendo inclusive cortar caminhos e evitar inimigos se prestar bem atenção aos arredores.

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Note que o inimigo está na camada da frente, e Azbaar na outra.

Em alguns dos melhores momentos do game, parece até que estamos jogando uma versão moderna do clássico Prince of Persia — game que, não por acaso, meio que deu origem à saga Assassin’s Creed. Fases ambientadas em templos repletos de armadilhas, abismos, plataformas móveis e momentos de “corrida contra o tempo” trazem uma dose extra de adrenalina, nostalgia e desafio ao game.

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Sim, você pode ser pisoteado por um elefante raivoso.

Audiovisual

Conforme anunciado, a Ubisoft está se esforçando para que cada episódio da série Chronicles tenha uma “cara” específica, que faça alusão ao estilo artístico da região onde se passa o game. Ela fez isso muito bem com o episódio na China, e conseguiu se superar aqui: saem os tons soturnos e o estilo meio “aquarelado” chinês para dar espaço a um jogo de cores quentes e fortes, com mandalas servindo como base para a criação de uma identidade visual incrível.

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Já elogiamos os cenários ali em cima, mas não podemos deixar de reafirmar que, além de muito bem estruturados, eles ainda são bem variados e criativos, passando por cavernas, templos, palácios, vielas de comércio e muito mais. O estilo artístico indiano também se faz presente aqui, e deixa o jogo muito bonito.

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As cutscenes que desenvolvem a trama são praticamente estáticas, mas são tão vibrantes e coloridas que isso acaba nem sendo um problema. Cada imagem é uma pintura digna de virar wallpaper no seu computador.

A trilha sonora é bem sutil, mas também apoia-se em arranjos e instrumentos indianos para manter o clima. Ah, e sempre é bom lembrar que Assassin’s Creed Chronicles: India está 100% legendado em português brasileiro.

Conclusão

Assassin’s Creed Chronicles: India pega tudo o que funcionou no jogo anterior e melhora em praticamente todos os aspectos. Ele é mais ousado, mais criativo e sem dúvida nenhuma ainda mais desafiador que a aventura de Shao Jun na China.

Com visual bacana e level design de primeira e ênfase no gameplay furtivo, o jogo é um prato cheio não só para quem curte Assassin’s Creed, mas também para quem curte um stealth “de raiz” com ótimas pitadas de plataforma no melhor estilo Prince of Persia. Que venha Nikolai Orelov e sua aventura na Rússia para fechar esta trilogia que está ficando cada vez mais legal!

Assassin’s Creed Chronicles: India foi lançado em 12 de janeiro, com versões para PC, PS4 e Xbox One. Futuramente, um pack com três jogos será lançado também para o PS Vita.

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