Análise Arkade – Assassin’s Creed Origins e sua enorme aventura pelo Egito Antigo

3 de novembro de 2017

Análise Arkade - Assassin's Creed Origins e sua enorme aventura pelo Egito Antigo

Quando a Ubisoft anunciou que Assassin’s Creed faria uma pausa, não recebendo nenhum lançamento em 2016, todos que gostamos da série nos perguntamos o que isso significaria. Se a franquia precisava mesmo deste tempo para repensar seus aspectos, se jogos lançados todo ano tiravam muito da essência do game devido a sua agenda “apertada”, e, se este hiato faria com que tivéssemos um game mais caprichado. A resposta que tivemos, com a ida para o Egito Antigo, foi a mais positiva possível.

Ambicioso, recheado de atividades e visualmente impecável, Origins nos leva ao início da saga dos assassinos, mas também nos leva para o início da própria franquia. Tudo bem, sei que não estamos na era das cruzadas e nem temos castelos medievais, mas o que quero dizer é que assim como o primeiro game, lançado há dez anos, nos atraiu pela sua grandiosidade e riqueza de elementos, tanto no gameplay quanto no visual, Origins causa o mesmo impacto, com as óbvias evoluções tecnológicas que vivemos nesta década.

Assassin’s Creed pensando fora da caixinha

Análise Arkade - Assassin's Creed Origins e sua enorme aventura pelo Egito Antigo

A primeira coisa que percebemos ao jogar Origins, é o fato de que a Ubisoft desta vez olhou com muito carinho para a indústria, observou elementos que funcionam em outros jogos e adicionou em sua aventura. Veja bem, diferente da cópia pela cópia, estamos falando de uma prática comum entre os grandes jogos: eles acabam recebendo boas influências aqui e ali, e se bem aplicadas somam, aproveitando os elementos e até melhorando-os. Assassin’s Creed ajudou muito a indústria com o seu mundo aberto, missões interessantes e várias coisas a se fazer, de Damasco a Londres, e agora é a vez dos outros games “retribuirem”.

Nomes como Zelda: Breath of the Wild, Horizon Zero Dawn e The Witcher 3 são lembrados a todo momento enquanto exploramos o Egito, em um gameplay de mundo aberto gigantesco. O mundo do game não é apenas um amontoado de pirâmides e gente com roupas características, e sim um país virtual com sua riqueza de fauna e flora, incluindo flamingos, hipopótamos e hienas, cenários de deserto e de praia, a grandeza de Alexandria e a simplicidade de Siuá, uma Mênfis afligida por forças ocultas e muitos outros lugares que, ao ir conhecendo, vão impressionando pela variedade e riqueza de detalhes.

Análise Arkade - Assassin's Creed Origins e sua enorme aventura pelo Egito Antigo

O game também pega emprestado elementos de jogos da própria Ubisoft, como a águia, que serve aqui como um “drone” bem aplicado em Wildlands, além de seu novo conceito de mundo aberto já usado em outros jogos da empresa, gameplay ágil, conforme já conferimos em Watch Dogs 2, e os combates, que se inspiram muito em For Honor, e deixa de ser apenas um esmagar de botões, para se transformar em verdadeiros duelos, especialmente com inimigos que contam com níveis equivalentes ou maiores do que o seu.

Origins definitivamente tirou a Ubisoft de dentro de sua bolha, e significou, de fato, uma evolução gigantesca no conceito da “treta eterna” entre Assassinos e Templários, mesmo que no Egito Antigo eles nem soubessem que isso existia. Ainda temos os elementos básicos do game: a lista de pessoas a serem assassinadas, um assassino que escala prédios e inimigos que estão geralmente, do “lado da lei”, porém tudo isso vem acompanhada de um enredo muito mais elaborado, várias atividades e dentro de um gameplay que consegue prender você e não soltar mais!

Muita coisa para se fazer, o tempo todo!

Análise Arkade - Assassin's Creed Origins e sua enorme aventura pelo Egito Antigo

Você chega ao Egito, olha para os lados e aí descobre que além do país ser enorme, há muita coisa para se fazer! Quando você abre o mapa, já nota a imensidão de tudo, que assusta ao mesmo tempo que convida para a ação. E quando você vai observando as opções do menu, vai vendo que o game, só ali, já é grande. É possível escolher entre uma imensidão de armas e escudos para Bayek, que podem ser evoluídas em ferreiros e ganhar maiores capacidades de dano e defesa; também é possível caçar para construir evoluções para a sua bolsa de itens, aumentar a sua vida e poder de dano com sua lâmina. Você também pode organizar suas missões em uma lista, com o nível recomendado para encará-la e conhecer pouco a pouco sobre os seus alvos, que compõem a Ordem dos Anciãos, algo que resultaria na Abstergo que existe nos dias atuais.

Aí você fecha o menu e vai para o Egito propriamente dito, e vê a imensidão de coisas a se fazer. O jogo te convida para explorar cada centímetro de seu mapa, e não tem dó em te oferecer uma tonelada de missões, sejam elas principais ou secundárias, para te encher de atividades. É investigar um espaço para descobrir as razões do povo de uma cidade estarem bem doentes, é salvar um grupo de trabalhadores de um túnel que desabou, e também resgatar pessoas presas por bandidos. Quando você “se cansar” de tudo isso, ainda tem templos escondendo pergaminhos, acampamentos de bandidos com itens especiais à sua espera, e as famosas pirâmides com muita coisa a ser procurada por dentro. Isso sem contar as missões diárias, que dão prêmios excelentes, e até o “Instagram” do mapa, já que suas fotos podem ser vistas e curtidas por outros jogadores, que utilizam do modo fotografia para mandarem ver nas imagens.

Pegando as roupas de Bayek de volta – AC Origins

Coloca um casaco, Bayek! Ou vai ficar resfriado! Em uma de nossas aventuras em Assassin's Creed Origins, temos que guiar nosso amigo protagonista para buscar seus trajes e suas armas de volta, que estão guardadas em acampamento inimigo.Curta Arkade

Posted by Arkade on Friday, November 3, 2017

Tudo no jogo dá XP, o que faz com que a exploração fique ainda mais interessante. Andar pelo mapa e encontrar lugares novos dá experiência; realizar as missões, também; encontrar os segredos espalhados por tumbas e pirâmides, idem. Tudo faz com que seu personagem evolua e fique mais forte e interessante, o que faz com que muitas vezes, a história principal fique em segundo plano. É brilhante ver como a Ubisoft conseguiu fazer de seu jogo algo grandioso em mapa e conteúdo, mas simples no contexto de que as pequenas coisas aqui apresentadas também funcionem bem. Bayek é uma espécie de guarda real do Egito, por isso, ele realiza grandes feitos para a coroa, mas também ajuda a população em tarefas cotidianas, e tudo isso se encaixa em um game especialmente grande, feito para tomar muito de seu tempo.

A origem de tudo

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Sejamos sinceros. Muitos de nós ainda estamos muito bravos pela ausência de Desmond Miles na série. Sem ele, a luta dos Assassinos contra a Abstergo perdeu muita força, nos fazendo quase que ignorar todos estes conceitos. Origins até tenta nos colocar de volta aos eixos com uma nova usuária do Animus, porém mesmo ainda não conseguindo grandes resultados, nos agrada, e muito, ao nos contar o começo de tudo, pelo menos na questão dos primeiros eventos que definiram o que era um Assassino e o que era um Templário, como conferimos em 2007 no primeiro Assassin’s Creed.

Ao decidir voltar no tempo, ao invés de se aproximar mais como a Ubisoft vinha fazendo, as oportunidades de história se ampliam muito, pois temos aqui um personagem que tem valores de assassino, porém nem faz ideia do que isso seja, o mesmo valendo para a Ordem dos Anciões, o que nos faz querer jogar para saber as razões que iniciaram o conflito milenar. O enredo também capricha ao nos mostrar estes grandes eventos em missões simples, no qual mostra a influência de alguns dos alvos no dia a dia das pessoas, em cidades que estão bem tristes, devido a alguma assolação influenciada por um vilão.

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A mistura de realidade com fantasia aqui está na medida ideal, uma vez que os grandes eventos são apresentados pouco a pouco, enquanto Bayek segue realizando pequenas tarefas e explorações Egito afora, sabiamente nos prendendo dentro do jogo, sem pressa nenhuma de entregar tudo, para terminarmos o jogo e, depois, sair explorando o que falta. O secundário e o principal se tornam um só, deixando o jogo bem sem graça se apenas “zerado” em sua história, sem nenhuma caça a crocodilos, ou sem nenhuma aventura tumba adentro.

E tudo isso com um protagonista carismático. Bayek tem suas motivações próprias, carrega em si uma sede de vingança, mas é nobre o suficiente para ouvir os problemas das pessoas e buscar ajudá-las, como manda a sua função. Junto a ele, também foi introduzida Aya, seu par romântico que brilha sozinha e faz dos momentos em que eles estão juntos algo bem interessante e divertido de assistir: ver ela xingando ele após perder uma corrida de cavalos é impagável, assim como a maneira com a qual eles se relacionam, que envolve amor, mas sem nenhuma frescura. Bayek inspira personalidade e faz com que, finalmente, tenhamos um assassino nos moldes de Ezio ou Altair.

Mais RPG e menos jogo de ação

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Porém, o que chamou mais a atenção neste novo Assassin’s Creed, é que o game agora, está mais perto de um RPG, do que um jogo de ação. Os vilarejos e cidades contam como os locais os quais exploramos em jogos de RPG, com lojas, vendedores e moradores prontos para interagir com você. Tudo o que você faz no game é recompensado com experiência e as famosas “side-quests”, comuns em jogos do gênero, são brilhantes por aqui também.

Tudo envolve números. Ao acertar um inimigo, o jogo denuncia o “x” de dano sofrido, e inimigos de nível maior sofrem menos dano, até mesmo em uma tentativa de assassinato com a lâmina. A estratégia de combate e de evolução, através de pontos que são adquiridos de acordo com a sua progressão, também fazem com que o jogador passe um bom tempo nos menus, pensando na melhor forma de montar seu personagem. Equilíbrio ou foco em um valor específico? Você quem escolhe.

Assassin’s Creed Origins mostrou para a Ubisoft como que. ás vezes, uma pausa faz bem. O jogo, que ganhava versões ano após ano, estava cansando por sempre oferecer um mais do mesmo, mudando apenas o ambiente. Desta vez, temos os mesmos elementos que o caracterizam como um Assassin’s Creed legítimo, mas com ideias muito bem aplicadas que ampliam todas as possibilidades e que nos entregam um jogo bonito, cativante e com uma narrativa excelente. É recomendado para todos aqueles que gostam de exploração e de jogos grandiosos, mesmo para quem nunca foi muito fã dos jogos da franquia.

Assassin’s Creed Origins está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC. E se você é PC gamer, pode adquirir o game com os nossos parceiros da Nuuvem com um desconto especial, basta clicar aí embaixo:

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