Análise Arkade: O interessante mas problemático Breach & Clear: Deadline

12 de agosto de 2016

Análise Arkade: O interessante mas problemático Breach & Clear: Deadline

Breach & Clear, uma série que nasceu com uma temática realista de combate estratégico com um estilo que parece uma mistura de X-Com com Diablo decidiu seguir por um caminho completamente diferente de sua origem, deixando o realismo de lado e partindo com tudo para o apocalipse zumbi.

E com isso a sequência Deadline foi lançada, inicialmente nos PCs, mas chegando neste ano para os consoles, trazendo seu combate tático pela sobrevivência em Harbor City, sitiada por um novo tipo de zumbi, diferente do que estamos acostumados. Então é hora de ver como o game acabou se saindo!

O apocalipse de sempre, mas com outro tipo de inimigo

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O apocalipse zumbi é um gênero que já foi explorado milhares de vezes por dezenas de mídias diferentes, desde a TV, cinema, livros, HQs e é claro, nos video-games. Os zumbis também já foram representados de diferentes maneiras, mas normalmente se atendo a dois tipos: seres trazidos de volta à vida por uma maldição, ou uma infecção biológica (normalmente um vírus) que matou os vivos, e os trouxe de volta como zumbis sedentos por sangue.

Em Deadline temos uma nova variação do segundo tipo citado acima. Os zumbis do game, que são chamados assim mais por conveniência do que por realmente serem isso, são na verdade humanos infectados por um misterioso tipo de verme. Esse verme infecta as pessoas entrando em seus corpos pela boca, nariz ou olhos. Dentro do corpo, o verme se aloja no cérebro, onde vai gradativamente tomando seu controle, com os infectados passando por diferentes estágios de contaminação. Primeiramente apresentando sintomas do mal de Alzheimer, até que o verme assume o controle, e o hospedeiro se torna totalmente hostil, atacando todos.

E quanto mais tempo a pessoa estiver com o verme dentro de seu corpo, ela vai “evoluindo”, tornando-se mais rápidos, fortes e maiores. E é nesse universo que controlamos uma equipe de quatro soldados enviados para Harbor City, uma cidade infestada de zumbis e humanos hostis. A missão dessa equipe é investigar a situação da área, ao mesmo tempo em que abre caminho para o porto da cidade, para que os civis presos na cidade possam ser resgatados.

Uma mistura de gêneros

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Breach & Clear: Deadline é uma grande mistura de gêneros que o torna um game bem interessante. Como já citado, ele lembra uma mistura de X-Com com Diablo. O game possui uma perspectiva isométrica, mas com câmera livre, podendo ser girada, aproximada e afastada. No game controlamos uma equipe de quatro soldados, cada um com sua especialidade, mas que vão subindo de nível quanto mais inimigos matam.

Cada soldado possui uma classe, que determina apenas suas habilidades iniciais. Ao subir de nível, os personagens ganham pontos, que são usados para comprar novas Skills, que são tanto passivas quanto ativas. As passivas aumentam seus status, como maior proficiência em certos tipos de arma, mais resistência a ataques, e etc. E as habilidades ativas são aquelas que podem ser usadas dentro do game, desde habilidades de ataque, quanto habilidades que te dão certas vantagens, existindo uma enorme variedade de habilidades que tornam os combates bastante estratégicos, permitindo que o jogador deixe sua criatividade fluir para atacar da forma mais eficaz.

Existem duas formas de se enfrentar as batalhas do game: Em modo tático e em modo de ação. No modo de ação, controlamos os personagens livremente, com o controle em um deles e com os outros sendo controlados pela IA do game. Nesse modo, nós podemos mirar e atirar nos inimigos, mas infelizmente o retículo de mira fica muito próximo do personagem, dessa forma a mira é totalmente ineficaz em inimigos que estejam a mais de 5 metros de distância de você, pois não tem como você mirar neles, precisando atirar e contar com a sorte para sua mira estar direcionada ao zumbi.

No modo tático, a perspectiva da câmera muda para top-down e o tempo congela. Nesse modo damos comandos a cada um dos membros da equipe, ou a cada um deles individualmente. Podendo mandar eles se moverem até tal ponto, atacar determinado inimigo ou usar itens e habilidades. Os personagens podem receber até no máximo três ordens ao mesmo tempo, realizando elas na ordem em que o jogador dá. Para prosseguir com o combate, seguramos um botão no controle para o tempo seguir adiante. Dessa forma temos total controle sobre as batalhas, com o tempo fluindo apenas sobre nosso comando. O jogador pode ainda alternar entre o modo tático e de ação a qualquer momento do game, dentro e fora de batalhas.

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E para seguir adiante no game, realizamos quests e sidequests. Elas normalmente envolvem ir até determinado lugar, matar inimigos ou coletar itens e voltar para outro lugar. Muitas vezes de uma forma estranhamente repetitiva. O game possuía certas “dungeons”, que são lugares com vários andares para serem explorados e limpos. Em um ponto do game, eu entrei em um prédio em que deveria alcançar seu terceiro andar. Chegando lá, recebo a missão de voltar para a Safe House, e lá descobrir que eu deveria de novo voltar para o mesmo prédio, e então ir para seu quinto andar. Foi um vai e vem completamente desnecessário, visto que os personagens se comunicam via rádio, e essa e era uma ocasião onde ele cortaria toda essa peregrinação. Felizmente, o game possui pontos de fast travel espalhados em seus mapas, facilitando a locomoção.

Dificuldades e problemas

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Infelizmente, Breach & Clear: Deadline possui alguns problemas que atrapalham bastante a jogatina. Dentro de combate, os personagens podem tomar cobertura em certas estruturas do cenário para evitar danos de inimigos, principalmente humanos, os mais difíceis de se enfrentar por estarem armados. Infelizmente, se o personagem estiver fora de cobertura, ele será uma esponja de balas para os inimigos. Pois os inimigos sempre acertarão nossos personagens, enquanto nossos personagens possuem miras falhas, e errarão muitos tiros.

Evoluindo os personagens, felizmente isso acaba melhorando um pouco, com os personagens mais resistentes e com melhores miras. Mas infelizmente as vezes a IA dos inimigos é muito cruel, por vezes podemos pegar os inimigos de surpresa, mas muitas vezes eles respondem imediatamente a qualquer movimentação que façamos, deixando os combates muitas vezes bem frustrantes. Principalmente quando alguém da equipe morre. Se houver alguma baixa em seu grupo e você não conseguir ressuscitá-lo a tempo, o personagem só será recuperado quando o jogador entrar em uma Safe House, onde ele pode estocar itens sobrando no inventário e fazer upgrades em suas armas e equipamentos.

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Outro problema sério são bugs que atrapalham muito a jogatina. O game costuma dar pequenas travadas constantemente, principalmente ao abrir portas ou entrar em novas áreas, e infelizmente em uma dessas ocasiões meu game deu crash, excluindo vários saves recentes e me jogando de volta para um save antigo, perdendo quase uma hora de progresso. Os personagens nem sempre respondem aos comandos que os damos, tanto no modo ação quanto no tático, obrigando o jogador a sempre verificar se um personagem está cumprindo ou não uma ordem recebida.

Infelizmente meu game foi comprometido por um bug sério. Em uma das quests do game, eu deveria investigar um tiroteio. Chegando ao local, automaticamente entro em combate, porém não havia nenhum inimigo no cenário, ou melhor, havia apenas um inimigo mostrado em um ponto vermelho do minimapa, mas que estava invisível. O inimigo podia ser morto ao atirar na direção do ponto vermelho, mas a batalha não terminava, e o game ficava eternamente preso a essa batalha. Graças a isso, infelizmente meu progresso em Deadline foi totalmente comprometido, e eu não pude sequer finalizar o game.

Gráficos e sons

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Graficamente, Deadline é bem simples. O game foi criado na engine Unity, a mesma usada para se criar o belíssimo I am Setsunamas sem a beleza do game da Square Enix. O game possui cenários variados, com cidades devastadas, parques, e ambientes fechados. Em áreas abertas o game é claro, permitindo que vejamos nossos arredores com facilidade, mas em locais fechados os cenários são escuros, as vezes escuros até demais, e só são iluminados quando nos aproximamos de novos lugares.

O mapa do game é eficiente em áreas abertas, porém ele deve ser descoberto, permanecendo vazio em áreas não exploradas. Infelizmente o game tem a péssima mania de apagar todo o mapa quando saímos do game ou mudamos de área, tornando tudo novamente vazio. Dentro de dungeons o minimapa é totalmente eficaz, mas o mapa ampliado mais atrapalha do que ajuda, preenchendo apenas os pontos onde os quatro soldados estão fisicamente, e não a área acessada. Sendo assim, abrir o mapa ampliado para orientação mostra o mapa todo vazio, apenas com os rastros por onde os personagens andaram.

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Um ponto negativo é a interface do game, com letras muito pequenas e difíceis de se ler. Certos diálogos entre personagens, quando possuem muitas palavras, ficam muito espremidas em uma pequena caixa de texto, quase sendo impossível ler o que está escrito na tela.

Na parte sonora o game possui altos e baixos. Suas músicas são muito boas, com um clima de mistério que inclusive lembra a excelente série Stranger things da Netflix. Cada área possui uma música diferente, e as músicas dos combates são especialmente boas. Porém, muitas vezes o som misteriosamente some, e não ouvimos nada até que após um bom tempo de puro silêncio as músicas voltam a tocar.

Conclusão

Análise Arkade: O interessante mas problemático Breach & Clear: Deadline

Breach & Clear: Deadline é um game lançado originalmente para os PCs em 2013, e que chegou ao PS4 Xbox One neste mês. O game apresenta ideias muito interessantes, principalmente com suas mecânicas de combate, tanto em tempo real quanto no modo tático, mas infelizmente o game sofre com muitos problemas técnicos que alguns bugs que afetam de forma negativa a experiência, que é boa, mas prejudicada.

Breach & Clear: Deadline foi produzido pela Mighty Rabbit Studios, Inc. E foi lançado para o Playstation 4XBox One no dia 4 de agosto.

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