Análise Arkade: Comande gerações de heróis para salvar o mundo de Massive Chalice

11 de junho de 2015

Análise Arkade: Comande gerações de heróis para salvar o mundo de Massive Chalice

Financiado pelo Kickstarter, Massive Chalice é o mais novo game da Double Fine, responsável por lançamentos como Psychonauts, Brutal Legends e Broken Age.

Projetado por Brian Muir, responsável por Iron Brigade e designer em Brutal Legends, Massive Chalice, se não venera o Heavy Metal, carrega o senso de humor característico dos jogos da desenvolvedora.

No mundo do game, a Cadence, uma neblina maléfica que faz monstros surgir, está ameaçando toda a vida. E você, o jogador, é convocado por um cálice gigante, (!) que fala (!) e ainda possui dupla personalidade (!!!), para comandar as tropas de defesa da região.

Só neste último parágrafo já dá para perceber um pouco da loucura na história do game. Contudo, o tal “Cálice Massivo” que dá nome ao jogo é um personagem sui generis. Com uma voz feminina e outra masculina, o trabalho dos dubladores “dá vida” ao cálice (por mais estranho que isso possa parecer), que é o único personagem que possui voz em todo o game.

Salvando o mundo em turnos

Análise Arkade: Comande gerações de heróis para salvar o mundo de Massive Chalice

O combate de Massive Chalice é no modelo tradicional de jogos em estratégia em turnos, como a série XCOM faz muito bem. Durante as batalhas temos o controle de uma equipe de cinco personagens, que possuem um alcance de movimentação e de revelação do mapa de acordo com os atributos das suas classes.

No game da Double Fine, temos apenas três classes disponíveis no início da jornada. O Caberjack, que é focado em combate corpo-a-corpo, possuindo mais força e HP. O Hunter, que tem mais destreza  e utiliza arcos para ataques à distância. E o Alchemist, que possui poderosos ataques de área, porém é mais fraco fisicamente. Qualquer semelhança com as classes Warrior, Rogue e Mage, de jogos medievais é mera coincidência (ou não).

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Conforme o game avança, novas classes são liberadas. Mas aqui pinta um ponto negativo do jogo. Visualmente, as classes novas tem pouquíssimas diferenças e também inovam pouco nas mecânicas, praticamente só adicionando habilidades que misturam as classes padrões. O que pode, para alguns, fazer com que o jogo se torne repetitivo mais rápido.

No final de cada batalha, os heróis sobreviventes recebem experiência, que somada se converte em níveis que desbloqueiam novas habilidades. A experiência de cada missão é dividida igualmente entre os personagens, porém, ainda existe um adicional e individual para cada inimigo que os guerreiros derrotarem (para quem deu o famoso last hit).

A guerra é longa e a vida é curta

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Logo no início de Massive Chalice, o cálice, que é seu guia durante a jornada, lhe explica que a guerra contra a Cadence é longa. Muito mais longa que a vida dos seus heróis. Por isso, é necessário pensar no que fazer quando estes heróis morrerem. Seja no campo de batalha, ou no seus leitos quando estivem com uma idade mais avançada.

Aqui temos um tipo de modo de gerenciamento, onde podemos literalmente casar os heróis no intuito de gerar descendentes com a “linhagem heroica”. Porém, esse gerenciamento é complexo. Cada herói tem personalidades e traços que passam adiante para seus filhos. E eles podem ser bons ou ruins. Além disso, é através dos filhos gerados entre personagens de classes diferentes que é possível a criação de classes novas.

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Neste meio tempo ainda é necessário realizar pesquisas no intuito de melhorar seu equipamentos, armas e até construir castelos onde podemos indicar regentes e seus respectivos cônjuges, na esperança de geraram mais heróis. Também é possível indicar heróis para serem uma espécie de “sábio”, ajudando na sua pesquisa porém deixando-o inelegível para batalha e o proibindo de casar e ter filhos. Duras decisões terão que ser tomadas e como o próprio cálice diz: “eu não queria estar na sua pele”.

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Cabe ressaltar que Massive Chalice ainda possui permadeath, ou seja, se um herói tombar no campo de batalha pode dar adeus para sempre. E a perda é grande, já que além do personagem, sua linhagem também é perdida. Contudo, se este herói tiver lutado bravamente durante anos, a arma que ele empunhou durante as batalhas pode ser transformada em relíquia. Inspirando as gerações com seus feitos.

Heróis que se tornam regentes e casam não vão mais para o campo de batalha. Tornando uma tática interessante colocar os mais jovens para batalhar e ganhar experiência até atingirem uma boa idade para casar e passar sua experiência para seus descendestes. Ou se tornarem “sábios”, caso não possam ter filhos (sim, você ainda precisa prestar atenção na fertilidade dos seus heróis! Eu avisei que era complexo!).

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Neste ponto ainda cabe uma observação bacana. Massive Chalice deixa o jogador completamente livre para escolher seus regentes. Se você quiser, pode criar todo um reinado somente com mulheres no poder, ou pode fazer casamentos entre heróis do mesmo sexo. Para a impossibilidade de ter filhos naturalmente neste caso, o game te dá a liberdade de adotar bebês. Um detalhe simples, porém muito legal por parte da Double Fine ao pensar na diversidade.

Com todos esses fatores, a estratégia de Massive Chalice á para ser pensada a longo prazo. Afinal, a guerra contra a Cadence vai durar 300 anos. Todavia, apesar de um conceito interessante, aqui entra outro problema que pode incomodar.

Uma das coisas que faz o permadeath ser atrativo nos jogos é o fato de contribuir para você se apegar aos seus personagens. Aqueles que você treinou arduamente durante tanto tempo se tornam importantes. E você não quer perdê-los. Mas em Massive Chalice, se eles não morrerem no campo de batalha, morrerão por conta da idade, inevitavelmente. O que faz com que, no final das contas, suas existências não tenham tanto impacto na nossa vida de “soberano imortal” no game.

Considerações finais

Massive Chalice parece um simples jogo de estratégia no primeiro contato, mas se mostra complexo e desafiador após algum tempo de jogo. Para os fãs de XCOM e jogos do gênero, o game da Double Fine é uma boa alternativa. Contudo, para os jogadores casuais ou os que estão entrando no gênero agora, talvez ele não seja a porta de entrada mais indicada.

Massive Chalice está disponível para PC e também no Xbox One. Inclusive, está saindo de graça para aqueles que são assinantes do Xbox Live Gold.

2 Respostas para “Análise Arkade: Comande gerações de heróis para salvar o mundo de Massive Chalice”

  • 11 de junho de 2015 às 20:43 -

    Onigumo

  • hmmm, parece ser um bom passatempo mas so isso mesmo, sei la nao empougou nao…..

  • 12 de junho de 2015 às 21:58 -

    Cleber Ferr

  • To gostando bastante do game ,só parei de jogar pq peguei o witcher3.

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