Análise Arkade: prove sua inocência no estiloso Danganronpa V3: Killing Harmony

26 de setembro de 2017

Análise Arkade: prove sua inocência no estiloso Danganronpa V3: Killing Harmony

Hora de provar sua inocência em mais um Big Brother maluco comandado por ursos assassinos! Danganronpa V3: Killing Harmony está sendo lançado HOJE, e nossa resenha já está no ar!

Antes de mais nada…

Danganronpa é uma série tipicamente japonesa, de modo que muita gente “ocidental” pode não estar familiarizado com a loucura assassina da franquia, que nasceu no PS Vita. Eu mesmo não sabia nada sobre a série, mas pude me atualizar ao longo deste ano, pois em março a NIS America trouxe os 2 primeiros jogos remasterizados ao Playstation 4, e meses depois remasterizou também o spin off Ultra Despair Girls.

Temos reviews de todos eles aqui no site, e recomendo que você dê uma olhada neste material (clica aqui e aqui para conferir) antes de embarcar no trem do hype de Killing Harmony. Danganronpa é uma série excelente, mas de um jeito totalmente oriental: o gameplay em si é quase o de uma visual novel, e há muita ênfase na exploração e na construção de relações entre os personagens. Ou seja, não é um jogo para todos.

Agora sim, vamos ao review!

Danganronpa V3: Killing Harmony segue a mesma receita dos dois games anteriores da franquia: um grupo de 16 alunos — que são os melhores naquilo que fazem — são trancados em uma escola/prisão comandada por Monokubs, um grupo de sádicos ursos-robôs que querem mais é ver o circo pegar fogo — e isso significa, literalmente, ver todos os alunos que ali estão se matando.

Análise Arkade: prove sua inocência no estiloso Danganronpa V3: Killing Harmony

Ainda que inicialmente a proposta pareça absurda, não demora para os assassinatos realmente começarem a acontecer, e cabe a você — na pele da jovem Kaede Akamatsu, que é a “Ultimate Pianist” do grupo — a missão de investigar cada crime… mas não porque você é metido à detetive, mas porque você precisa juntar fatos e provas que comprovem que você não é o assassino!

Rotina

Estabelecido este panorama básico — que se mantém praticamente o mesmo dos jogos anteriores –, entra em cena a rotina estabelecida pelo jogo. Danganronpa divide-se em 3 momentos: há a tranquilidade do School Time, a tensão da Investigação e a imprevisibilidade dos temidos Class Trials.

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O primeiro é basicamente o seu tempo livre, no qual você pode explorar os ambientes e interagir com os demais personagens, conhecendo-os melhor e fortalecendo suas relações com eles. Um mix de visual novel com point and click com muitas conversas, algumas decisões para tomar e pontos de interesse para verificar.

Depois que algum assassinato ocorre, é chegada a hora da investigação: você deve visitar a cena do crime (e seus arredores) para tentar entender o que houve ali e buscar provas que tirem o seu da reta. Por fim temos os Class Trials, calorosos debates onde os alunos trocam acusações e xingamentos, e você precisa ter argumentos sólidos (obtidos durante a investigação) para rechaçar as acusações e provar sua inocência.

Análise Arkade: prove sua inocência no estiloso Danganronpa V3: Killing Harmony

É a mesma fórmula dos dois primeiros jogos, mas ela se mantém interessante graças à personalidade dos novos estudantes e da bizarrice nipônica inerente ao jogo. Esse carisma é difícil de explicar, mas é o coração da franquia e é o que mantém ela interessante: Danganronpa é como uma boa série de TV, que você não consegue parar de assistir/jogar pois sempre quer saber o que vai rolar “no próximo capítulo”.

As novidades

Embora mantenha boa parte da receita inalterada, a NIS America trouxe algumas novidades para o gameplay, quase todas elas orbitando as Class Trials. O problema é que nem todas essas novidades são realmente interessantes, e parecem meio sem propósito dentro da proposta do game.

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Uma destas novidades é o Psyche Taxy, um mini-game de corrida (?!) onde vamos coletando sílabas e letras pela estrada para formar frases e completar raciocínios. Você pode “perder o foco” se for muito barbeiro, e isso atrapalha toda sua argumentação no Class Trial em si.

Confira um pouco desta novidade abaixo:

Outro mini-game que foi implementado nos Class Trials é o Mind Mine, uma espécie de Campo Minado onde você deve ir “limpando” quadrantes da tela para revelar uma imagem que contém uma pista do assassinato em questão. Ainda tem mais um dos mini-games, mas estes são os mais pentelhos.

Acredito que estas novidades foram implementadas para agregar um pouco mais de variedade ao gameplay, mas não acho que esta foi lá uma decisão muito acertada. Estes mini-games rapidamente tornam-se chatos, e prolongam ainda mais os Class Trials (que já são enormes). Espero que eles tornem-se opcionais no futuro, pois quebram o clima tenso dos debates.

Análise Arkade: prove sua inocência no estiloso Danganronpa V3: Killing Harmony

para não dizer que só há novidades “ruins”, devemos salientar aqui uma boa: agora é possível MENTIR durante a Class Trial, e isso deixa as discussões ainda mais emocionantes. Você pode, por exemplo, dizer que viu alguém agindo de forma suspeita (sem ter visto nada) só para ver como o personagem acusado reage sob pressão. Este é o tipo de acréscimo que realmente agrega valor ao jogo!

Audiovisual

Aqui temos o famoso “em time que está ganhando não se mexe”. Danganronpa sempre foi uma série estilosa e colorida, com visual no melhor estilo mangá, e tudo isso retorna com tudo neste V3. O character design é inspiradíssimo, e entrega personagens super distintos, carismáticos e até um pouco bizarros.

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As excelentes dublagens complementam o design de cada personagem, entregando performances memoráveis, que realmente combinam com os personagens e lhes concede ainda mais personalidade. E o melhor é que as vozes estão boas tanto no original em japonês quanto na dublagem em inglês!

Infelizmente, vale ressaltar aqui que a NIS America ainda não se importa o suficiente com o mercado latino-americano para (no mínimo) legendar seus jogos em nosso idioma. Tal qual os remasters lançados recentemente, Danganronpa V3: Killing Harmony está 100% em inglês, e é fundamental que você tenha um ótimo conhecimento do idioma para se virar, afinal, este é um jogo pautado por diálogos.

Conclusão

Considerando que o lançamento original do segundo game foi em 2013, os fãs já estavam há mais de 4 anos aguardando ansiosamente por um novo capítulo da saga. Felizmente, a espera foi mais do que recompensada, pois Danganronpa V3: Killing Harmony traz a narrativa rica e intrincada característica da série, personagens carismáticos e assassinatos pra lá de misteriosos!

Análise Arkade: prove sua inocência no estiloso Danganronpa V3: Killing Harmony

Sendo honesto, algumas novidades parecem um tanto deslocadas e sem propósito para o andamento da campanha em si, mas se você relevar os mini-games chatinhos, vai curtir um jogo incrível, imersivocheio de reviravoltas insanas… com aquela generosa pitada de bizarrice que só um legítimo game japonês possui.

Danganronpa V3: Killing Harmony está sendo lançado hoje, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. O game está 100% em inglês. Esta análise foi feita com base na versão PS4 do game, em uma cópia antecipada que recebemos da assessoria da NIS America.

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