Análise Arkade: retornando a Destiny para conferir a Ascensão do Ferro

5 de outubro de 2016

Análise Arkade: retornando a Destiny para conferir a Ascensão do Ferro

Entra ano, sai ano, e a Activision continua aumentando o universo de Destiny com expansões. Recentemente chegou a expansão Rise of Iron — ou Ascensão do Ferro aqui no Brasil — e a gente testou o conteúdo para te contar tudo sobre ele!

Contextualizando

Eu vivo uma relação de amor e ódio com Destiny. Por um lado, ele é um dos melhores FPS que eu joguei nos últimos anos, e eu já passei (literalmente) centenas de horas viajando pelo espaço com meu Guardião, combatendo raças alienígenas, cumprindo missões e (claro) buscando armas e partes de armadura melhores.

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O problema é que Destiny nunca teve todo o conteúdo que ele poderia (e merecia) ter, de modo que as campanhas em si duram 4 ou 5 horas, e depois você precisa ficar “grindando” novos equipamentos e upgrades refazendo as mesmas missões de novo e de novo para elevar o nível do seu guerreiro. A distribuição altamente aleatória do loot ao fim de cada missão acabava tornando essa repetição um exercício de paciência e frustração.

Lá em 2014 eu escrevi um review completo de Destiny, onde deixei claro tudo que gostei ou não gostei no game. O texto aborda apenas a versão original do game (antes de todas as expansões), mas muitas das informações continuam valendo, ainda que muitas coisas tenham sido melhoradas de lá para cá. Clique aqui para conferir.

A Ascensão do Ferro

A nova expansão e Destiny nos apresenta à “velha guarda” dos Guardiões, os chamados Senhores do Ferro. Há muitos anos — antes da criação da Torre e da Vanguarda — eram eles quem mantinham as coisas em ordem na galáxia, e eles fizeram um trabalho relativamente bom até que a SIVA, um simbionte tecnológico-alienígena gosmento que é capaz de tomar o controle de outras formas de vida e até mesmo de máquinas, saiu de controle e, o que deveria ser uma ferramenta útil na reconstrução de mundos se tornou uma arma letal.

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Quase todos os Senhores do Ferro pereceram na luta contra a SIVA — sobrou apenas esse aí de cima, o Senhor Saladino (pois é, esse é o nome dele) –, mas eles conseguiram aprisionar a gosma e deixá-la adormecida por muitos anos. Claro que agora ela resolveu despertar — ou melhor, foi “acordada” pela escória da galáxia — e rapidamente se espalhou, transformando nosso bons e velhos Decaídos em versões aprimoradas e mais agressivas. E cabe a você, corajoso Guardião, a missão de deter a propagação da SIVA pelo universo.

Verdade seja dita, ainda que agregue novas áreas, novos personagens e equipamentos, a expansão mantém a essência de Destiny inalterada. Claro que, como já dito, essa “essência” melhorou muito de 2014 para cá, o que sem dúvida torna a experiência muito menos frustrante do que era há 2 anos… mas ainda há muita repetição e muito grinding envolvidos na evolução do seu personagem.

As Novidades da expansão

Com a chegada dos Senhores do Ferro, abre-se uma nova região na Terra — as Terras Pestíferas — bem como um novo hub social — o Templo de Ferro, que fica nos picos gelados de Felwinter. Os saudosistas que estão no game desde o princípio irão curtir uma enorme quest para conseguir a nova versão da Gjallarhorn, lança-foguetes que sempre foi um dos queridinhos da comunidade.

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O Templo do Ferro é o novo hub social do game.

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E esta é a “nova” Gjallarhorn, mais estilosa do que nunca.

Outra novidade interessante é a Forja do Arconte. Ela é uma espécie de arena livre/evento público  — que você precisa encontrar patrulhando as Áreas Pestíferas, não há como chegar direto nela — que você pode encarar com mais 2 amigos, e que geralmente rende loot de ótima qualidade, mas você precisa fazer oferendas de itens bem específicos para summonar os inimigos. No geral, os desafios que rolam ali são parecidos com os que rolam na Prisão dos Anciões e na Corte de Oryx, com o diferencial que tudo rola em uma área pública.

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Os fãs do bom e velho Crisol também poderão se divertir com um novo modo de jogo chamado Supremacia, que funciona de maneira similar aos modos de jogo Kill Confirmed de Call of Duty: é aquele mata-mata em equipe de sempre, mas agora cada Guardião caído derruba um Brasão. Colete Brasões inimigos para vencer/contabilizar kills, e negue a vitória ao time adversário coletando os Brasões de seus companheiros caídos. Nada revolucionário, mas sem dúvida bem divertido.

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As coisas nem tão novas

Para começar, quase tudo que há de “novo” na expansão fica ali na mesma região da Antiga Rússia onde está nosso velho conhecido Cosmódromo, ou seja, os cenários da expansão são um mix de novos lugares com outros já bem manjados, ainda que a ação da SIVA tenha dado uma cara nova para vários locais já conhecidos.

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Até aí tudo bem. Mas, se tem uma coisa que realmente irrita em Destiny é a reciclagem de inimigos, e ela infelizmente continua presente aqui. Estamos enfrentando os mesmos Decaídos de sempre, mas agora eles têm roupinhas novas. É o mesmo inimigo de 2014 com uma skin nova, basicamente. Estamos falando de um jogo espacial, que tem (literalmente) um universo à sua disposição. É realmente tão difícil criar um novo tipo de inimigo que não seja parecido com todos os que a gente já viu?

E essa reciclagem rola não só com os inimigos genéricos, mas também com outros maiores e mais importantes. Aí vai uma batalha contra um novo sub-chefe que não é lá tão “novo” assim:

Além deste, outros chefes também estão de volta, recebendo uma “maquiada” pela SIVA. Lembra do Sepiks Prime, praticamente um dos primeiros chefes do jogo original? Pois é, ele está aqui novamente. Um pouco mais badass, é verdade, mas ainda assim é o mesmo Sepiks Prime.

Fora isso, o grinding continua sendo um mal necessário para quem quer se aventurar pela Raid, pelos Assaltos do Anoitecer, que são as atividades que exigem os níveis mais elevados de luz. A distribuição do loot ao final de cada missão parece um pouco mais justa — e a infusão, recurso que chegou com a expansão O Rei dos Possuídos no ano passado, ajuda muito a upar seu equipamento –, mas você ainda vai ter um bocado de trabalho para chegar aos tão sonhados 385 pontos de luz (que por enquanto é o level máximo, mas deve subir para 400 quando a Bungie liberar a Raid em maior dificuldade).

Porém…

Claro que o ato de jogar Destiny não deve ser encarado de forma tão burocrática. O feeling do jogo ainda é incrível, e o seu gameplay super bem calibrado ainda é uma das melhores experiências em FPS para consoles. Você sem dúvida vai se divertir fazendo as mesmas Patrulhas e Assaltos com seus amigos. A busca pelo loot sempre fica melhor quando feita de galera, batendo papo e dando risada.

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A questão é que, para quem não tem muito tempo (ou muitos amigos para jogar online), o grinding pode acabar se tornando uma atividade solitária e repetitiva. Isso não é um problema de hoje —  e talvez nem seja exatamente um problema, afinal, a proposta de Destiny sempre foi a de ser uma experiência cooperativa — mas acho válido deixar isso claro, até porque atividades como as Raids não possuem matchmakink, e você precisa ter um esquadrão montado (6 jogadores) para acessá-las. Claro que se você não tem amigos para jogar contigo, é fácil encontrar pela internet fóruns e grupos que formam clãs e marcam jogatinas entre “desconhecidos”.

Audiovisual

Se alongar nessa parte é meio que chover no molhado, né? Destiny já era incrível nestes aspectos lá em 2014, e continua incrível em 2016. O visual do game mantém a qualidade já conhecida, e só o que incomoda mesmo é a já mencionada reciclagem de inimigos e cenários, pois o design em si continua sendo de primeira, e não deixa a dever em nada para jogos que estão chegando agora às prateleiras.

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O mesmo vale para a trilha sonora, que se mantém grandiosa e empolgante, misturando com maestria corais e orquestras com batidas eletrônicas e até algumas guitarras distorcidas aqui e ali. A dublagem em português brasileiro também mantém a mesma qualidade dos anos anteriores, tanto para o bem — seu fantasma e a maioria dos NPCs — quanto para o mal — o “narrador” do Crisol continua péssimo.

Conclusão

Ainda que traga novas áreas, novos equipamentos e novas missões, a Ascensão do Ferro não traz muita coisa que seja revolucionária ou genuinamente inovadora. É o Destiny que os fãs já conhecem e amam (ou odeiam), agora com um universo um pouquinho maior para ser explorado.

Se você já está jogando Destiny desde 2014, sem dúvida vai encontrar aqui motivos de sobra para continuar jogando. Se você nunca jogou Destiny na vida, aproveite, pois hoje em dia ele é um jogo muito melhor do que ele era em 2014, e você pode comprar um pacotão com tudo o que já foi lançado até agora, então seu timing de chegada não poderia ser melhor.

Análise Arkade: retornando a Destiny para conferir a Ascensão do Ferro

Com rumores cada vez mais frequentes sobre um Destiny 2, há quem diga que a Ascensão do Ferro é a última grande expansão do game. Se ela não necessariamente encerra com chave de ouro, ela pelo menos mantém as qualidades (e os defeitos) que fizeram de Destiny um fenômeno.

Destiny – Ascenção do Ferro foi lançada em 20 de setembro para PS4 e Xbox One.

Uma resposta para “Análise Arkade: retornando a Destiny para conferir a Ascensão do Ferro”

  • 6 de outubro de 2016 às 23:23 -

    Onigumo

  • De fato destiny precisava de uma garibada boa, acho que o pessoal nao entende oque e um update, uma coisa que poderia ajudar sao ondas de infestaçao e nivel de perigo, tipo: a criaçao de inimigos e cumulativa, e alem disso a cada “meta” novos tipos de oponentes sub-boss e boss iam sendo adicionados, dai as missoes fariam mais sentido e as recompensas seriam mais gloriosas de serem ganhas, eles podiam fazer eventos gigantes tambem, tipo: Ultima investida pela lua! Convoca-se guardioes para lutar na lua ate pegala de volta! Claro que depois de um tempo algum boss ia la e catava a lua de volta sabe? Mas dava pra criar uma mitologia e continuidade no jogo como um todo, mas nao, o bom mesmo e ficar sentado engordando e depois lançar umas skin velha besta e ums mapas michurucas e chamar de expançao e por do preço de um jogo….

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