Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

11 de outubro de 2016

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Dragon Quest Builders mistura um dos maiores clássicos dos JRPGs com mecânicas típicas de Minecraft. Será que essa mistura dá certo? Confira nossa análise e descubra!

Contextualizando

Dragon Quest é uma série famosa de JRPG que já existe há 30 anos e, ao lado de Final Fantasy, é uma das séries de maior sucesso no continente asiático.  O game é distribuído pela Square Enix, tendo personagens criados por Akira Toriyama (criador de Dragon Ball, Dr. Slump, entre outros) e Kazuya Niinou (Criador de Etrian Odyssey) como diretor de arte.

A História

Dragon Quest Builders nos apresenta ao vasto mundo de Alefgard — o mesmo do Dragon Quest original –, um belo mundo que foi corrompido pelo mal, que atirou-lhe às trevas ao tirar a capacidade de criação das pessoas.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Não sabemos de onde viemos ou quem somos, acordamos em uma espécie de calabouço e ouvimos a voz de uma divindade nos chamando para salvar Alefgard. Esta divindade misteriosa nos dá a capacidade de reconstruir o reino, tirando desta onda de trevas e escuridão que o assola. Em Dragon Quest Builders você não é necessariamente um herói, mas um construtor, e (re)construir coisas é uma parte importante o seu trabalho.

Jogabilidade

Quem já jogou Minecraft não vai se sentir um peixe fora d’água em Dragon Quest Builders, pois o jogo possui a mesma mecânica do famoso game da Mojang. Felizmente, aqui temos uma movimentação mais suave e menos robótica, o que torna a experiência muito mais prazerosa.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

O crafting é uma parte importante do game.

O que temos aqui é basicamente um RPG de ação com elementos de Minecraft, e a Square tentou misturar o melhor dos dois mundos para criar uma experiência agradável. Como em Minecraft, temos um medidor de saúde e um de fome separados: eles precisam de remédios e comida para serem reabastecidos, itens que não poderão faltar no seu inventário.

Além disso, diferente de outros RPGs aqui você não fica mais forte com base no nível do seu personagem, e sim nos equipamentos que ele utiliza.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Só fique ligado que muitos equipamentos se desgastam com o tempo e se quebram, então é bom sempre ter algum de reserva para substituir.

Combate

O combate no jogo é algo que ocorre normalmente, não há uma quebra de ritmo para entrar em uma arena separada, como ocorre em muitos JRPGs. Os monstros que vemos enquanto exploramos são enfrentados ali mesmo, em tempo real.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Em se tratando de mecânicas de combate, o personagem possui o mesmo ataque sempre, o que muda é que podemos aprender novas habilidades com alguns aldeões — mas é preciso cumprir determinadas missões para que eles lhe ensinem os segredos de suas técnicas.

Uma das habilidades mais úteis que aprendemos já no começo do jogo é o spinning attack (que é igual ao spin attack usado por Link na série The legend of Zelda). Esta habilidade é bastante útil não só nos combates, mas também na hora de coletar recursos, olha só:

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Reconstruindo vilarejos e salvando aldeões

Como o jogo é um RPG então não poderiam faltar missões e sidequests. Nelas aprendemos mais sobre a história do game e conhecemos diversos aldeões, que acabam nos passando novas missões. Geralmente, seus objetivos tendem a ser sobre a construção de algumas salas, ou ir para algum lugar do mapa para recuperar um item ou resgatar uma pessoa.

Confira abaixo o gameplay de uma missão de construção:

Novas construções são bastante importantes no jogo, pois dependendo da construção que fizer, um aldeão irá assumir uma função por ali (cozinha, venda de itens, criação de objetos) e assim criar itens para você. Além disso, cada quarto construído na aldeia acrescenta pontos ao “placar” daquele lugar: quanto maior a pontuação, maior o nível da aldeia, e isso torna os aldeões que vivem ali mais felizes e produtivos.

Bom, falei que também rolam muitas missões de resgate, né? Aproveite e veja a dinâmica de uma destas missões no vídeo abaixo:

Uma vez que um número suficiente de missões forem cumpridas, você terá que defender sua aldeia em uma batalha de cerco, quase como em um tower defense. Cada onda de inimigos é mais intenso à medida que você reconstrói a aldeia. Ao final, obviamente, você encara um chefe. No geral, a variedade de missões do game é realmente boa e ajuda a explorar mais os locais no jogo e te mantém imerso no universo que é apresentado.

O mundo

O mundo de Dragon Quest Builders é bastante vasto e rico: temos continentes que são tomados por florestas exuberantes, outros que são desertos e ainda alguns com neve ou lava. A princípio não temos noção do tamanho do mundo de Alefgard, até acharmos um mapa que mostra melhor sua extensão.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

O jogo é dividido em 4 reinos que fazem parte da história, mas  temos ainda inúmeras ilhas para exploração e extração de recursos. Para ter acesso a essas áreas, utilizamos portais que, podemos acessar conforme progredimos na história.

Gráficos e trilha sonora

Vamos começar pela trilha sonora do jogo. Se você jogou o primeiro Dragon Quest de Nintendinho, tenho uma ótima notícia para você: a trilha sonora que temos aqui é essencialmente a mesma! Claro que ela ganhou uma bela remasterizada, mas é legal vermos que boa parte da antiga trilha sonora foi reaproveitada aqui e continua fantástica, o que só reforça a qualidade das composições.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Outro detalhe interessante é a maneira fluida com que a trilha se modifica: quando você deixa os limites da vila e entra no mundo aberto, a troca de música ocorre de forma super natural. Ah, e é bom ressaltar que esta troca de cenário não tem nenhum loading.

Os gráficos são simples, mas bonitos e bem coloridos, e mantém o estilo característico da série e do traço de Toriyama . A profundidade do campo de visão é bem impressionante, especialmente se considerarmos que não rolam loadings durante o gameplay (só quando usamos os portais ou dormimos para avançar o tempo), e se mantém firme e sem slowdowns, algo que muitos jogos “maiores” não entregam.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

Infelizmente para muita gente, existe a barreira idiomática: o jogo está 100% em inglês, e como você estará o tempo todo conversando com aldeões para pegar missões, é fundamental que você tenha um bom entendimento da língua para não ficar perdido.

Conclusão

Dragon Quest Builders é uma abordagem nova para uma série clássica, feita na medida para agradar quem acompanha a série há anos, mas com potencial para angariar novos fãs da “geração Minecraft, que são fissurados pelas infinitas possibilidades de criação e construção do game indie.

Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão

A Square conseguiu não só fazer uma mistura que mescla os dois gêneros com maestria, mas de quebra cria um novo gênero em cima das mecânicas de crafting que estão em alta no momento. Se você curte o estilo — e especialmente se você é fã de Dragon Quest — certamente vai encontrar muitas horas de diversão em Alefgard.

Dragon Quest Builders está sendo lançado hoje, dia 11 de outubro, com versões para Playstation 4 e PS Vita.

* Quem assina esta análise é o convidado Stéphano Luiz.

6 Respostas para “Análise Arkade: Dragon Quest Builders, o Minecraft do Japão”

  • 11 de outubro de 2016 às 12:00 -

    Glauco Lima

  • Curti a analise, mas nunca joguei dragon quest mas amo minecraft será que vou me dar bem nesse game????

    • 11 de outubro de 2016 às 12:25 -

      Stéphano

    • Vai sim, o jogo é bem intuitivo e de fácil aprendizado… Já testei vários jogos de crafting e esse é um dos que mais me agradou.

  • 11 de outubro de 2016 às 17:52 -

    Juray

  • Gostei DEMAIS dessa análise. A explicação e bem simples e mega fluida. As referências e comparaçoes ficaram muito bem colocadss! Fiquei com vontade de experimentar esse jogo, e olha que nem sou fã de Minecraft. Parabéns!

    • 13 de outubro de 2016 às 07:28 -

      Stéphano

    • Valeu Juray, se você tiver um vita poderá baixar a demo para testar ele.

  • 15 de outubro de 2016 às 14:18 -

    Escobar

  • Realmente,
    Eu nunca fui fã de Minercraft (na verdade nem sabia jogar), mas sempre fui fã de Dragon Quest e só pelo fato deste game ter missões, não pensei 2x e peguei o game completo para
    o VITA.
    Pensei que iria me arrepender por ser “parecido” com Minercraft, mas calei minha boca, estou adorando o game e depois deste, começarei a ver o game da Mojang com outros olhos!
    Valeu Square Enix por esse game TOP!

    • 18 de outubro de 2016 às 20:05 -

      Stéphano

    • Escobar, o jogo é muito bom. Estou no segundo capítulo agora e estou gostando mais ainda. No vita ele deve ficar lindão, pena que não tenho um, ia fazer questão de pegar para ele também.

Deixar um comentário (ver regras)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *