Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

4 de fevereiro de 2015

Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

Original ou uma pseudo-sequência de Dead Island? Nesta análise vamos expor o que há de interessante e também os clichês de Dying Light, o novo jogo da Techland.

Lançado no dia 27 de janeiro, Dying Light começou a ser desenvolvido em 2012 como uma sequência direta de Dead Island. Contudo a equipe de produção do jogo decidiu mudar o projeto, separou-se da Deep Silver, publicadora do primeiro jogo da série lançado em 2011, e anunciou que transformaria o material em algo novo.

Mas o que temos de novo?

Uma coisa que precisa ser dita desde já, é que Dying Light bebe bastante na fonte de Dead Island. Mas, isto não é necessariamente ruim. O novo jogo da Techland mantém o que tinha de interessante no seu sucessor e ainda traz algumas novidades.

Dentre estas, destaca-se a liberdade de movimentação. Em Dying Light você é Kyle Crane, que cai de paraquedas (literalmente) na cidade de Harran, que está em quarentena graças à uma epidemia que causou um apocalipse zumbi.

Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

Com liberdade para ir para onde quiser num mundo aberto, a movimentação do personagem é um convite para isso. Crane utiliza as técnicas do parkour para subir em qualquer superfície. E esta movimentação, que parece uma mistura de Far Cry com Mirror’s Edge, consegue ser mais fluída e prazerosa do que qualquer outro jogo jamais conseguiu apresentar. Tudo feito sobre a supervisão de David Belle, um dos pioneiros do parkour e hoje coreógrafo em Hollywood.

Essa movimentação ainda recebe o divertido sistema de batalha de Dead Island, focado em combate melee. Contudo, na maior parte do tempo o jogador vai querer evitar este combate. Com armas limitadas e facilmente quebráveis, Dying Light exige uma certa estratégia antes de se envolver em lutas. Chamar a atenção nem sempre vale a pena. Principalmente à noite.

Boa noite. Boa sorte

Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

Com um ciclo dinâmico de noite e dia, Dying Light mostra outra faceta interessante. Durante o dia, você é o caçador. Os zumbis são um tanto letárgicos à luz do dia e é fácil evitá-los durante o cumprimento das missões e busca de suprimentos. Somente alguns tipos especiais de zumbis são capazes de trazer algum problema.

Já quando caiu a noite, os papeis se invertem. Além da escuridão, que por si só já é um dificultador, pois só é possível afastar os desmortos em curtas distâncias com uma lanterna, e eles ficam bem mais agressivos. Nesta hora, todas as técnicas de stealth se fazem necessárias e o os elementos de parkour irão testar sua perícia nos controles.

Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

Os tipos especiais de zumbis ganham maior probabilidade de aparecer durante a noite, que reserva um tipo mais que especial: chamado de  “volatile“, este tipo de zumbi é letal e será o seu maior terror. Ele é veloz, pode escalar qualquer superfície e não vai desistir até te alcançar. O encontro com um (ou alguns) deste durante a noite é sempre uma tensão muito bem aproveitada na aventura principal.

Para valorizar o fator stealth dos períodos noturnos, você pode visualizar o campo de visão desses “zumbis voláteis”, representados por cones de luz no seu mapa (como na série Metal Gear Solid). O ideal é manter-se longe deles a todo custo, pois se um te vê, todos nas proximidades ficam ensandecidos, e eles são perseguidores implacáveis.

Para valorizar os mais corajosos, sair a noite rende o dobro de XP, mas também oferece muito mais risco. Dormir nas safe houses acelera a passagem do tempo, então geralmente fica a seu critério sair ou não no meio da noite, ainda que tenhamos várias missões que são obrigatoriamente noturnas.

Vá do ponto A ao ponto B. Volte ao ponto A. Repita

As missões principais de Dying Light caem em um problema comum em jogos de munto aberto, aquele padrão “garoto de recados”, onde você deve ir do ponto A ao ponto B (enfrentando alguns inimigos no caminho), para então fazer/pegar algo no ponto B e levar de volta ao ponto A. Por mais que a liberdade na movimentação e as mecânicas fluídas  permitam realizar esse procedimento com abordagens diferentes, após algumas horas, o jogo pode ficar cansativo. E para piorar, a história não ajuda.

A história principal do jogo – que por sinal é totalmente localizado em português – é bem clichê. Na verdade nada que existe em Dying Light é inovador ou diferente de qualquer outra obra que envolva zumbis. Os personagens são descartáveis. Logo no início são apresentados os “mocinhos” e os “bandidos”, e estes não têm qualquer desenvolvimento mais profundo. Definitivamente, não vai ser descobrir como Crane resolve seus problemas em Harran que vai te motivar a jogar até o final.

Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

No multiplayer, o jogo da Techland mantém seu padrão de altos e baixos e tem seus prós e contras. O modo cooperativo permite que até quatro jogadores realizem missões dentro de Harran. Contudo, ele não tem qualquer relação com a história principal e não explica como aqueles jogadores se encontraram e porque eles estão cumprindo essas tarefas, o que acaba quebrando a imersão.

No entanto, no modo Be The Zombie, Dying Light mostra uma faceta bem divertida. Neste modo, um jogador assume o papel do Night Hunter, um zumbi muito poderoso, e invade a aventura de outros jogadores para caçá-los.

Entre altos e baixos

Análise Arkade: salte entre os altos e baixos de Dying Light

Dying Light possui uma dualidade em si. Ele tenta se afastar de Dead Island, mas ainda traz muito do seu antecessor. Mecanicamente, é um jogo bastante interessante. A Techland ainda é muito boa em criar diversão na matança de zumbis. Porém, se você não gostou do primeiro jogo do gênero da desenvolvedora, dificilmente o pouco que há de novo em Dying Light vai te fazer mudar de ideia.

Este lançamento não traz nada de inovador ou imperdível, e acaba caindo nos clichês de jogos do gênero. No entanto, se você ainda não está saturado de jogos de zumbi e de parkour (elemento que parece ter virado uma obrigação em qualquer First-Person Shooter moderno), e procura um jogo divertido sem fazer questão de uma história profunda, Dying Light é uma ótima pedida.

Dying Light está disponível para PC, PS4 e Xbox One.

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