Análise Arkade: Encarnando o Rei dos Monstros e espalhando a destruição em Godzilla (PS3, PS4)

27 de julho de 2015

Análise Arkade: Encarnando o Rei dos Monstros e espalhando a destruição em Godzilla (PS3, PS4)

O Rei dos Monstros retornou ao cinema em 2014 e nesse ano voltou aos video-games para causar mais destruição! Hora de remexer os escombros e ver como se saiu o novo game do Godzilla!

Apesar de aqui no ocidente o nome Godzilla ser visto poucas vezes, no Japão esse é um nome recorrente, com dezenas de filmes já lançados e mais um previsto para 2016, o Rei dos Monstros nunca saiu de moda. E seguindo o sucesso do filme de 2014, Godzilla ganhou um novo game cheio de destruição, rugidos e uma colossal dose de nostalgia para quem é fã de longa data do personagem.

O RETORNO DO DEUS DA DESTRUIÇÃO

Análise Arkade: Encarnando o Rei dos Monstros e espalhando a destruição em Godzilla (PS3, PS4)

Godzilla trás de volta toda a história do monstro gigante desde o ano 1954 até o ano de 2014, e conta como principal protagonista a versão da série Heisei de 1984. No modo principal do game, o Modo Deus da Destruição, controlamos o Godzilla em seu ressurgimento 60 anos após sua primeira aparição nos cinemas, com direito a um tutorial todo em preto e branco e com filtro envelhecido pra ilustrar esse período. Godzilla ressurgiu sedento por destruição e indo atrás dos imensos geradores de Energia G, a principal fonte de energia do planeta e que foi descoberta graças ao próprio Godzilla.

O game é a nostalgia personificada, pois esse modo principal nada mais é do que uma evolução do antigo game do Godzilla para o saudoso NES. O game progride através de fases, com o jogador tendo que escolher qual caminho quer seguir, sendo que persiste a seguinte regra: O caminho de baixo sempre será mais difícil.

Cada fase possui seus próprios objetivos primários e secundários, apesar de que eles são os mesmos em todas as fases, mas com sutis variações. Basicamente o objetivo principal para terminar uma fase é destruir todos os geradores de Energia G. E os objetivos secundários normalmente são destruir um certo número de veículos humanos.Como destruir carros de policia, tanques de guerra, helicópteros e caças. Não há variedade nesse ponto, os objetivos sempre serão esses.

A coisa muda um pouco quando temos nossa fase invadida por um outro kaiju (que é o nome pelo qual os monstros gigantes são conhecidos). Os kaijus invadem as fases com o objetivo de matar Godzilla, e suas aparições rendem boas brigas, principalmente no começo do game, quando ainda não temos muito poder.

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Porém, simplesmente cumprir os objetivos de cada fase é o que menos importa. O verdadeiro poder está em causar o máximo de destruição possível. As fases possuem medidores de destruição, quanto mais se destrói, mais a porcentagem sobe, e mais forte do Godzilla fica. Cada estrutura destruída: prédios, casas, veículos e inimigos aumenta um contador de combos. Quanto maior o combo, maior o multiplicador, e quanto maiores ambos os fatores, maior e mais forte o Godzilla fica.

Cada coisa destruída libera Energia G que é absorvida por Godzilla e o faz crescer. Quanto mais se destrói, mais rápido ele cresce, e aqui a regra é simples: Quanto maior, mais forte. Dessa forma, começamos o jogo com um Godzilla de 50 metros de altura, tal como era em seus primeiros filmes décadas atrás, e a cada fase devemos buscar crescer mais, sendo possível ultrapassar até os 100 metros de altura e ficar incrivelmente poderoso.

E claro, ainda temos o fator humanidade. Enquanto destruímos tudo, a humanidade tentará parar o avanço de Godzilla. A humanidade encara o Godzilla com os esquadrões da Força G, comandados pela pessoa no cargo de primeiro ministro do Japão. Dependendo das escolhas de fase do jogador, o primeiro ministro pode ser substituído por outra pessoa, que poderá facilitar ou dificultar a vida do monstro gigante com o medidor de desastre. Esse medidor fica na parte de baixo da tela, e se enche conforme o jogador causa destruição por onde passa. Dependendo do primeiro ministro em vigor, esse medidor poderá se encher mais rápido e subir um nível acima, ou encher bem lentamente. Quanto maior o nível de desastre, a humanidade ataca mais forte o Godzilla.

O IMPÉRIO DOS MONSTROS

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Mas não é só o Godzilla que causa destruição. No game temos vários kaijus diferentes que podemos controlar e fazer a festa do fim do mundo! Todos os monstros do game são um mimo para os fãs do Godzilla, pois temos nada menos do que 22 monstros a nossa escolha! Incluindo o Godzilla original de 1954 e até mesmo o Godzilla americano do filme de 2014! Além deles temos figuras icônicas do universo da série, como o King GidorahMothra, Godzilla Espacial e até mesmo as versões robóticas Mechagodzilla 1 2, Type-3 Kiryu e até mesmo a versão ciborgue do King Gidorah.

Todos esses monstros podem ser usados para se jogar o modo Deus da Destruição, variando a forma como jogamos e como destruímos tudo. Cada monstro possui sua própria leva de golpes e ataques especiais, como o raio que Godzilla solta pela boca. Nesse mesmo modo de jogo ainda podemos jogar pelo lado da humanidade, impedindo os kaijus de causar destruição controlando outros kaijus ou robôs gigantes. No modo Defender lutamos contra os kaijus malvados e quanto menos as fases forem destruídas, maior a nossa pontuação.

Além do Godzilla, todos os monstros e robôs podem ficar mais fortes, mas de duas formas diferentes: Alguns monstros seguem pelo mesmo caminho de crescimento, iniciando com 50 metros e altura e crescendo o máximo possível, já outros monstros e principalmente os robôs gigantes não podem crescer, seja por terem já 100 metros de altura ou por serem naturalmente baixos, nesses casos, o que aumenta é o poder deles, fazendo-os ficar mais fortes, apesar de seus tamanhos não se alterarem.

O progresso, seja no modo que for, se dá em passar por diferentes fases em mais de uma jogatina e em enfrentar os monstros. Cada monstro derrotado é liberado para ser jogado. No modo principal com o Godzilla, ainda temos a coleta de dados. Em todas as fases existirão 4 pontos indicados no mini-radar da tela. Ao chegar nesses pontos é possível mudar o foco da câmera para filmagens em solo, de dentro de helicópteros ou outros lugares, e a humanidade grava a ação do Godzilla para pesquisar formas de combatê-lo. Quanto mais dados coletados, novas fases são abertas. E para ver o verdadeiro final do game é preciso pegar 100% desses dados, passando por todas as fases em todos os caminhos.

OUTROS MODOS DE DESTRUIÇÃO

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O game possui ainda outros modos de jogo para se aproveitar com todos os kaijus disponíveis. No modo Rei dos Kaijus, entramos em batalha contra 6 ondas de kaijus diferentes. O objetivo é simples, basta derrotar todos os kaijus no menor tempo possível. O tempo do jogador ao final das 6 ondas lhe dará um número de classificação, que poderá ser comparado com outros jogadores em batalhas e rankings.

Temos também um modo de luta online, com batalhas para 2 jogadores um contra o outro e 3 jogadores cada um por si. Esses modos são totalmente simples, basta lutar e vencer, com uma pequena customização para escolher um apelido para seu monstro em uma lista pré-determinada. Infelizmente minhas partidas sofreram com muito lag. Em batalhas 1 contra 1 as lutas travavam constantemente, mas era possível jogar até que normalmente. Já em batalhas de 3 jogadores o lag era absurdo, tudo ficava incrivelmente lento, não só pra mim, mas para os outros jogadores também. Para se ter uma ideia, o caso era de apertar um botão para soltar um raio com o Godzilla e levar quase 20 segundos pro ataque sair e ainda por cima errar o alvo…

Por fim temos mais dois modos de gerenciamento: O Modo Evolução é usado para melhorar os kaijus do game e deixá-los mais fortes em todos os modos de jogo. A cada batalha usando cada tipo de kaiju, independente do modo de jogo, o jogador acumula pontos de evolução para aquele monstro, e derrotando outros monstros recebemos seus respectivos fatores de evolução. Com esses recursos é possível melhorar cada monstro, destravando novas habilidades, aumentando sua força e destravando suas figuras para o Modo Diorama.

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Modo Diorama é um recurso muito interessante para os fãs do Godzilla. Pois nele é possível criar seus próprios dioramas e utilizar o botão Share do PS4 para fotografá-los. Para usar esse modo, é preciso destravar os seus recursos. Completando os objetivos secundários de cada fase liberamos figuras novas para serem usadas, como tanques de guerra, carro, aviões e etc. E no modo Deus da Destruição, cada cenário em que completamos 100% de destruição é destravado para o diorama. por fim, destravando as figuras de cada kaiju no Modo Evolução, desbloqueando figuras dos monstros em diferentes posições para montarmos nossas próprias cenas.

Finalizando, temos o Guia Kaiju, que trás informações sobre todos os kaijus disponíveis no game, bem como outros que ficaram de fora, contando a origem dos personagens, suas histórias, e trazendo informações sobre seus filmes, confecção dos trajes para os atores entre outras coisas que alegrarão e muito os fãs de filmes de monstros.

JOGABILIDADE E GRÁFICOS

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Eis os pontos mais controversos desse game… Godzilla possui uma jogabilidade bastante… peculiar, principalmente ao se considerar que estamos numa era de enorme evolução nos video-games e principalmente em suas jogabilidades. Acontece que a jogabilidade de Godzilla é única, e diferente de tudo o que se encontra hoje em dia.

Claro que a jogabilidade possui uma explicação apesar de tudo. No game, movemos os monstros pra frente,para atrás e lateralmente com o analógico esquerdo. Com o analógico direito nós viramos a câmera. Então como os monstros viram para o lado? Com os botões L1 R1. Essa é uma forma bem estranha de movimentação, mas ela tem sua base justamente nos filmes do Godzilla.

Tanto o Godzilla como todos os outros personagens do game são seres gigantescos, pesados e lentos. E além disso, foram criados tendo como base seus filmes originais, simulando a movimentação vista nesses filmes, com o atores vestindo os enormes trajes de monstro e se movimento de acordo com a forma que seus trajes permitiam. Sendo assim, as versões antigas do Godzilla se movimentam daquela forma desengonçada característica de seus filmes, o que sinceramente é algo legal, pois afinal, cada personagem é baseado nesses filmes.

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Cada monstro possui um combo de golpes físicos, golpes mais fortes, arrancadas e os especiais. As arrancadas variam de personagem, alguns ao usarem esse tipo de ataque correm e jogam seus pesos para frente para trombar com o que estiver pela frente, enquanto inimigos alados podem usar esse recurso como esquiva, ou para planar no céu, como no caso do King Gidorah. Os golpes especiais são os poderosos raios luminosos que os monstros podem disparar, e que causam uma enorme destruição.

Em síntese, podemos falar que Godzilla é um jogo de luta estilo arena entre monstros, pois sua jogabilidade é construída para isso. Cada mapa do jogo possui uma área delimitada por linhas vermelhas que cercam a área que pode ser destruída. Em geral, as áreas possuem um tamanho relativamente grande, principalmente ao se comparar com o tamanho e velocidade dos monstros. E sendo um jogo com jogabilidade construída para o combate entre as criaturas colossais, a defesa também é importante.

Existem duas formas de defesa: os rugidos, e as defesas emergenciais. Ao apertar os botões L1 R1 ao mesmo tempo, os monstros soltam seus característicos rugidos e tornam-se imunes a ataques por poucos segundos, além de receber dano reduzido nesse período. Os rugidos também podem ser combinados com ataque, por exemplo, ao usar o botão de especial durante um rugido, o raio disparado é ainda mais potente. Já a defesa emergencial é um potente contra-ataque. Tanto os golpes de raio e a defesa emergencial só podem ser usados quando a barrinha de temperatura do monstro estiver cheia. Ela leva poucos segundos para recarregar, então é possível usar elas várias vezes. Essa defesa cria um contra ataque muito forte que cancela os ataques dos inimigos e destrói tudo em seu alcance.

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Os gráficos possuem altos e baixos. Visualmente o game não é feio, porém não se parece com um game de geração nova, sendo mais parecido com algo que poderia ter sido criado na metade da geração passada. O ponto alto dos gráficos são obviamente os monstros, simplesmente idênticos a suas versões de filme, contando com aquelas aparências de trajes de estúdio que dão bastante identidade a seus visuais. Por outro lado, os cenários são muito simples, e uma coleção de repetição de prédios. Os edifícios se repetem várias vezes pelas cidades, o que na verdade nem importa tanto, pois o que interessa é destruir tudo. Mas bem que eles poderiam ter sido mais bonitos. Na verdade, tudo é baseado nesses filmes antigos, então fica até complicado criticar esses visuais.

Eles são bonitos? Para os padrões atuais não, mas pela homenagem aos filmes antigos estão ótimos. Pelo menos temos aqueles nostálgicos efeitos especiais de destruição, com muita fumaça, fogo, e faíscas brilhantes voando para todos os lados enquanto um prédio explode ao ser atingido pelo raio azul do Godzilla.

Felizmente o game conta com legendas em português brasileiro. O game possui áudio em Inglês ou japonês, e o jogador pode escolher qual idioma quer ouvir bem como qual idioma quer para suas legendas. Eu escolhi áudio em japonês e legendas em português pra deixar tudo mais imersivo. Porém a tradução não é muito boa, com alguns erros de tradução bem feios, como o verbo “is” em inglês que nas legendas foi mal traduzido, ficando “é” onde deveria ser “estar”. E um caso estranho, em uma das telas do jogo onde foi misturado português e espanhol no mesmo texto. Apesar disso, as legendas cumprem seu papel.

CONCLUSÃO

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Infelizmente, o game sofre com a repetição, em pouco tempo tudo fica igual a fase anterior, mudando apenas o cenário, a pouca variação de objetivos torna o jogo repetitivo, mas para quem gostar de toda a destruição, ainda divertirá nesse ponto. Porém, Godzilla é um jogo que vai agradar poucos aqui no ocidente. Enquanto no Japão Godzilla é um dos maiores tesouros culturais do país e amado por todos, fora desse país ele não é visto da mesma maneira. Ele ainda é amado por muitos, mas nem todos estariam dispostos a encarar o game.

Em minha sincera opinião, Godzilla é um jogo descente, ele realmente diverte quem é fã de seus personagens e encontra o prazer em derrubar prédios e monstros gigantes na porrada, mas pode se tornar cansativo muito rápido. Definitivamente Godzilla não é um game ruim, mas ele sofre por ser diferente demais do o que os jogadores estão acostumados hoje em dia.

Rei dos Monstros ainda viverá por muitos e muitos anos, afinal, Godzilla é uma criatura que vive na terra a mais tempo que a própria humanidade, e que no mundo real nunca deixará de ser esquecido, com toda certeza em algum momento do futuro um novo game do monstro deverá surgir, e se esse de hoje não conseguiu atrair muitos jogadores, talvez a história possa mudar ainda.

Godzilla foi lançado no ocidente no dia 14 de julho, exclusivamente para o Playstation 3 Playstation 4.

4 Respostas para “Análise Arkade: Encarnando o Rei dos Monstros e espalhando a destruição em Godzilla (PS3, PS4)”

  • 3 de agosto de 2015 às 23:45 -

    Paulo Rogério B. Lopes

  • Curto Godzilla mesmo, comprarei esse

    • 22 de outubro de 2015 às 16:37 -

      Wellington Lopes

    • Se arrependeu? Ou curtiu?

      • 23 de outubro de 2015 às 18:36 -

        Paulo Rogério B. Lopes

      • Não comprei ainda…

  • 5 de dezembro de 2015 às 14:26 -

    renan

  • acabei de comprar chega semana que vem!! tenho 21 anos e godzilla faz parte de minha vida desde criancinha!! ele foi meu heroi e vilao favorito… hoje nao continua diferente!! sou fan e sempre serei.. godzilla the kings of monsters!!! hehehehehehe

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