Análise Arkade: FIFA 17, um jogo muito bonito e com história pra contar

17 de outubro de 2016

Análise Arkade: FIFA 17, um jogo muito bonito e com história pra contar

Chegou o último trimestre do ano, e com ele, os queridos games de futebol, que irão garantir por mais um ano, a alegria dos fãs do esporte bretão. E, para manter a tradição iniciada lá no já distante ano de 1994, a EA Sports coloca seu clássico bordão em mais um FIFA, que continua sua missão de ser o simulador definitivo de futebol.

Em sua eterna rivalidade com o PES da Konami, os jogos FIFA foram, com o passar dos anos, adquirindo contornos mais realistas, e apostando em questões mais sérias em seu gameplay para garantir uma base fiel de fãs, que apreciam de fato o futebol e curtem a sensação de se construir uma jogada tanto quanto sair fazendo gols por aí.

Não existe melhor ou pior nesta rivalidade. O que temos são duas propostas de futebol virtual que atraem públicos específicos e garantem diversão para ambas as escolhas. Quem ganha com isso, obviamente, é o jogador, pois esta concorrência exige que ambas as produtoras corram atrás de oferecer novidades e melhorias aos seus exigentes consumidores.

A beleza e a voz “de sempre”

Análise Arkade: FIFA 17, um jogo muito bonito e com história pra contar

Com a Frostbite fazendo o papel de levar a qualidade visual para os jogos FIFA, notamos sim uma melhoria neste quesito, se comparar com o game do ano passado, porém nada que seja surpreendente. Temos uma evolução e nada mais. A iluminação é melhor, as cutscenes do The Journey (falaremos dele mais para a frente) e os detalhes de sempre (tecido, gramado, patrocinadores e torcida) estão cumprindo bem o seu papel de imersão. Mesmo o Playstation 3 e o Xbox 360 oferecem bons visuais, nas suas limitações.

Nas questões sonoras, temos Tiago Leifert e Caio Ribeiro novamente oferecendo as suas vozes ao jogo. A escolha desta dupla sempre foi alvo de polêmica, uma vez que o atual apresentador do The Voice Brasil não é bem um narrador, por isso seu trabalho fica mais focado no que era feito em seus tempos de Globo Esporte: passando os eventos do jogo com suas piadas e gracinhas, com o apoio de Caio.

Sinceramente, analisando de forma fria, o trabalho é bem feito, com várias frases específicas ajudando na imersão, mas entendo que esta questão é algo muito pessoal. Porém não dá para julgar o trabalho apenas se você não gostou da dupla, até porque, se não curtir, é possível desligar a narração e curtir apenas o clima do estádio, que conta com bons sons e uma torcida mais ativa e viva.

Jogabilidade que quase que exige um curso

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Na sua busca pela simulação perfeita, a EA Sports conseguiu deixar seu jogo mais completo, porém sem deixar de lado aquele jogador que quer apenas colocar o disco no console e jogar partidas rápidas. Para os novatos, os comandos como o passe ou o chute estão lá como em todo jogo de futebol, porém são estimulados a se aprofundarem mais no game, com os treinos nas telas de loading e alguns botões que aparecem na tela durante o jogo, no jogador que está sendo controlado.

Tudo bem, isso já acontece em outros jogos da série, porém desta vez, a complexidade não vai assustar tanto os novatos. Isso porque o jogo se tornou mais acessível, oferecendo uma curva de aprendizado maior e uma dificuldade justa, independente do seu nível. Isso significa que o novato não vai desanimar por levar uma surra de um Stoke City da vida, mas também que os jogadores mais avançados terão um parque de diversões futebolístico para aprimorarem as suas habilidades.

A física está ok, os comandos estão no lugar e pelo menos neste ano, as derrotas acontecem por falta de competência, não por culpa do controle. Mesmo assim, prepare-se para alguns dos clássicos bugs. Ah, e vamos reaprender a bater pênaltis no esquisito modo de cobranças de penais que o jogo oferece. A questão de escolher direção e força, na tentativa de oferecer mais realismo, acaba é sendo bem frustrante, pelo menos em um primeiro momento, obrigando os novatos a se readaptarem com toda a questão de controle para as cobranças, mas pelo menos defender ficou mais fácil.

Nem só de futebol um jogo de futebol vive

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Nos dias de hoje, um jogo de futebol ser apenas sobre futebol é “muito pouco”. Mesmo ciente que a grande maioria dos jogadores compram o jogo apenas para jogar com amigos, sem nenhum compromisso com os outros modos de jogo, o que inclui até os campeonatos padrão que o acompanham, a EA Sports oferece um cardápio variado novamente.

Temos novamente o modo Carreira, que já se consolidou como um dos modos mais queridos entre os jogadores de futebol. A diferença aqui, é que neste ano, os objetivos estão mais apropriados de acordo com o clube o qual o jogo se desenrola. Clubes formadores focarão na base, enquando clubes grandes estarão de olho nas grandes estrelas. A reputação do “manager” fica a cargo dos objetivos alcançados no modo. Como tudo em FIFA, este modo também está mais completo.

O Ultimate Team Mode está presente com a FUT Champions, torneio semanal que garante acesso a outro torneios aos finais de semana com recompensas aos jogadores. E além de poder construir um time, agora também é possível encarar desafios para o gerenciamento, como montar times com jogadores de nacionalidades específicas e características pré-definidas. Ou seja, adeptos deste modo terão ainda mais motivos para continuarem suas jornadas. E por falar em jornada…

E que a jornada comece!

Sim, o FIFA já tem o modo Be a Pro, no qual você constrói o seu jogador e caminha junto com ele em campo focado em cumprir um bom papel em campo e ir despertando o interesse de clubes maiores. O The Journey pega esta fórmula, coloca no liquidificador com mais algumas ideias, coloca no forno por alguns minutos e serve depois.

Podemos analisar o The Journey em vários “pedaços”, já que o modo é uma seleção de elementos de alguns jogos que encaixados geram o produto final. Como um “Be a Pro”, a vida de Alex Hunter é semelhante ao já conhecido modo, com resultado simulado enquanto está fora de campo e objetivos do treinador para o seu tempo em campo, que irão determinar a evolução do personagem. Uma vez em campo, é possível jogar apenas com ele, ou com toda a equipe. Mas a atualização do jogador é limitada, com seus pontos melhorando automaticamente os atributos de Hunter, com a possibilidade de escolher habilidades especiais que irão ajudá-lo em campo.

Entre cada jogo, temos treinos que ajudarão Alex a melhorar suas habilidades, podendo participar de cruzamentos, cortes, passes e mais. No fim, é quase que um tutorial para quem quer jogar FIFA em sua plenitude, funcionando bem até para a adaptação do game em si, com elementos de treinamento emprestados do modo Carreira. Só que em The Journey, não basta encarar o treino de maneira “fria”, pois um mau desempenho pode te colocar pra aquecer banco, mesmo que arrebente em uma partida.

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Mas, como o modo é sobre a história de um jogador em específico, a vida de Alex Hunter é apresentada ao jogador como um personagem de um game com história, com cutscenes mostrando as várias situações encaradas por Hunter, seja com família, amigos, ou dirigentes. Claro que não estamos falando de um RPG e nem de uma história mirabolante, mas a evolução de Alex, enquanto vai construindo seu nome no futebol, é sim uma evolução muito interessante de vários modos os quais ele se inspirou, oferecendo harmonia entre todos os elementos, com direito até a acompanhamento das redes sociais do garoto, que terá que lidar com o carinho ou a fúria da torcida, de acordo com o seu desempenho em campo.

The Journey tem parceria com a Premier League, o que deixa o modo mais cinematográfico, com os clubes da liga inglesa fazendo parte da vida de Hunter. Claro que é o primeiro ano e muita coisa precisa ser avaliada, porém vemos aqui a vontade da EA Sports em oferecer modos criativos e variados, além de tentar sair do conforto dos modos clássicos e melhorias gráficas, que ocorrem todo ano.

Uma humilde e competente evolução

FIFA 17 chega para evoluir sua própria franquia. Em primeiro lugar, sua estrutura foi atualizada e as melhorias são visíveis, embora discretas, já que não fez parte da proposta deste ano uma “revolução”. Mesmo o inédito The Journey bebe das fontes dos modos já conhecidos da série, mas consegue ser original e competente.
Temos aqui um bom simulador de futebol. Um game que neste ano, consegue agradar os novatos, mas sem deixar a peteca cair para os veteranos sedentos por jogos e mais jogos a disputar. Os modos agradam e todos eles contam com boas ideias nas suas evoluções. Se FIFA 17 queria evoluir a franquia, pode ter certeza que conseguiu.

FIFA 17 está disponível para Playstation 4, Xbox One, Playstation 3, Xbox 360 e PC.

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