Análise Arkade: Guilty Gear Xrd REV 2 é um update digno para quem curte fighting games 2D

1 de junho de 2017

Análise Arkade: Guilty Gear Xrd REV 2 é um update digno para quem curte fighting games 2D

Quem curte pancadaria 2D de qualidade sem dúvida já conhece de longa data a série Guilty Gear. Recentemente a Arc System Works lançou uma atualização da saga — Guilty Gear Xrd REV 2 — e é claro que a gente foi jogar para te contar se vale a pena ou não!

Antes de mais nada

É bom deixar claro que o que temos aqui não é um jogo 100% novo, mas uma versão atualizada de Guilty Gear Xrd Revelator, lançado originalmente em 2014. Isso quer dizer que o conteúdo base é essencialmente o mesmo, mas com algumas novidades. São elas:

  • Novos Personagens: Answer e Baiken.
  • Novas Histórias de Personagens: O Episodes Mode agora traz histórias para os personagens Jam, Kum, Raven, Dizzy, e para os novatos Answer e Baiken.
  • Novos Cenários: Novas arenas integram os novos capítulos da narrativa e podem ser usados em outros modos de jogo.
  • Novos Golpes: Todos os personagens receberam novos golpes e animações.
  • Rebalanceamento: O movie set de todos os personagens foi reajustado, atualizado e rebalanceado.
  • Online: Melhorias que otimizam a experiência online e estabilizam os servidores.

Confira abaixo um gameplay que gravamos com um embate entre os 2 novos lutadores, Baiken e Answer:

Dito isso, é válido ressaltar que o novo conteúdo pode ser adquirido de duas maneiras: quem já tinha o Revelator original pode comprar uma atualização para transformá-lo em REV 2, ou quem não tinha o primeiro jogo pode comprar a versão REV 2 direto. Em ambos os casos, você terá a versão completa e atualizada do game.

História para assistir

Quem acompanha a série Guilty Gear sabe que há uma narrativa sendo construída e expandida dentro e fora dos games — existem até áudio dramas em CD que aprofundam a narrativa da série. E Guilty Gear Xrd REV 2 dá seguimento a esta história de um jeito… curioso.

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Fazia um tempinho que eu não jogava Guilty Gear, e me espantei ao perceber que, ao começar o modo História, o jogo literalmente sugeriu que eu deixasse o controle de lado. Pois é, indo na contramão de jogos como Injustice 2, a História de Guilty Gear Xrd REV 2 está ali para ser assistida, não jogada.

E olha que tem muita história por aqui. Acompanhar todo o Story Mode é como assistir um enorme anime, mais focado em diálogos e tretas entre o elenco do que em ação e pancadaria. Só a “retrospectiva” da história leva cerca de 30 minutos, ou seja, quando resolver assistir o modo Story, faça isso com tempo (fique tranquilo, é possível salvar entre um capítulo e outro).

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Prepare-se para mais de 2 horas de muita falação no Story Mode.

O mais curioso é que a Arc System Works leva a sua narrativa tão a sério que desativa a função de capturar/transmitir vídeos ou tirar screenshots do PS4 no Story Mode. No geral, quem é fã das antigas vai curtir, mas quem está atrás de pancadaria 2D pura e simples talvez acabe se entediando com este “longa metragem” não-interativo em animação.

Pancadaria de qualidade

Bom, mas como nem só de história se faz um bom jogo de luta, e a pancadaria, como está? Muito boa! Eu sou um grande fã do trabalho da Arc System Works e do estilo de gameplay de seus jogos, e ele continua afiado e responsivo como deve ser.

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Mantendo 4 botões de ataque — punch, kick, slash e heavy slash — e permitindo que o jogador escolha se quer jogar de forma “técnica” (realmente executando cada comando com precisão) ou de forma “estilosa” (combos e golpes especiais saem com mais facilidade). Em ambos os casos, o gameplay é dinâmico e responsivo como deve ser um bom jogo de luta.

Com a chegada dos novos personagens, Guilty Gear Xrd REV 2 chega à respeitável marca de 25 lutadores, um mais estiloso (ou bizarro) do que o outro. Cada personagem possui um estilo característico de gameplay, e dominar as nuances de todo o elenco é algo que demanda alguma dedicação do jogador.

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A tela de seleção de personagens está mais “recheada” do que nunca.

Não temos uma grande variedade de modos de jogo aqui, mas um pacote básico que oferece o que se espera de um jogo de luta: além do já mencionado Story Mode, temos Versus local e online, o modo Episodes (que é meio que um Arcade Mode), outro modo de jogo onde você vai acumulando medalhas e customizando seu personagem, e a sempre bem-vinda área de treinamento.

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Pesque itens e badges no inusitado modo Fishing.

Para quem é realmente fã da série, há o, onde pode-se criar dioramas com personagens, conforme você vai habilitando suas estatuetas. E não podemos deixar de mencionar o pitoresco modo Fishing, onde assumimos o controle de um simpático bonequinho (que parece feito de caixas de papelão) e usamos as moedas acumuladas in-game para desbloquear badges, novas cores de roupas para personagens e muito mais.

Audiovisual

Não sei você, mas eu realmente acho uma pena que tantos jogos de luta 2D tenham se rendido ao 3D. Ok, jogos como Street Fighter V e The King of Fighters XIV são incríveis, mas faz falta aquele bom e velho sprite 2D, que traz consigo um feeling de fliperama.

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Guilty Gear sempre foi uma série puramente 2D, e, embora tenha se rendido à poderosa Unreal Engine 4, o trabalho feito aqui é simplesmente uma das coisas mais incríveis que vi em um fighting game recentemente. O que temos são personagens totalmente modelados em 3D que atuam em um ambiente 2D.

O início das lutas deixa isso bem claro: sempre rola uma brincadeira com a perspectiva para mostrar que os personagens não são “planos” como folhas de papel. Eles possuem profundidade, assim como o cenário. Golpes especias e finalizações também exploram este aspecto 3D do jogo, mas o gameplay em si permanece totalmente fiel ao gênero 2D, e mesmo os modelos tridimensionais dos personagens parecem (e se comportam) como os bons e velhos personagens 2D de outrora.

Confira mais um gameplay abaixo, e bote um reparo especial na intro da luta, que faz essa brincadeira com a perspectiva para mostrar as reais dimensões do cenário e dos personagens:

O resultado é um jogo deslumbrante, que modernizou seu estilo sem perder sua identidade. O character design continua inspiradíssimo, trazendo personagens com trajes, armas e trejeitos estilosos. Um dos novatos, Answer, passa a luta toda “falando ao celular”, algo que, ouso afirmar, nunca havia sido feito em um game do gênero. Isso para não mencionar lutadores clássicos como Venom — que usa um taco e bolas de sinuca como armas — e Bedman, que é literalmente um corpo preso a uma cama maluca e cheia de poderes.

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A trilha sonora mantém o estilo pauleiro que a Arc System Works adora, misturando heavy metal com rock industrial e algumas batidas eletrônicas. O áudio do game está em japonês, e as legendas, infelizmente, só em inglês, então se quiser acompanhar o longo anime do Story Mode, é bom que seu inglês esteja em dia.

Conclusão

Ainda que não seja necessariamente um jogo novo — mas uma atualização de um jogo de 2014 — Guilty Gear Xrd REV 2 é um jogaço, que chega mais completo e balanceado do que nunca. Confesso que não me agrada a forma como seu Story Mode é apresentado — só assistimos, sem jogar nada — mas de resto é o Guilty Gear que a gente já conhece, com audiovisual incrível, gameplay afiado e um ótimo elenco personagens esquisitos e interessantes.

Análise Arkade: Guilty Gear Xrd REV 2 é um update digno para quem curte fighting games 2D

Se você já acompanha a série há anos, Guilty Gear Xrd REV 2 representa o ápice da franquia. Se você não é ligado em toda a confusa cronologia da saga, mas curte um bom fighting game 2D, o game também é uma ótima pedida.

Guilty Gear Xrd REV 2 foi lançado em 26 de maio, com versões para Playstation 4 e Playstation 3.

Uma resposta para “Análise Arkade: Guilty Gear Xrd REV 2 é um update digno para quem curte fighting games 2D”

  • 2 de junho de 2017 às 15:05 -

    José Luis

  • Fico imaginando como seria um Street Fighter Alpha 4 com gráficos semelhantes!

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