Análise Arkade: Oceanhorn é “quase” um Zelda Wind Waker para jogar em outras plataformas

7 de setembro de 2016

Análise Arkade: Oceanhorn é "quase" um Zelda Wind Waker para jogar em outras plataformas

Que tal um jogo que mistura The Legend of Zelda: Wind Waker com trilhas sonoras dignas da série Final Fantasy? Este jogo se chama Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas, e está chegando HOJE ao PS4 e ao Xbox One!

Antes de mais nada…

Acho bom deixar claro que Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas não é necessariamente uma novidade para muita gente. O game foi lançado originalmente em 2013 para dispositivos iOS, e no ano passado chegou ao Steam. O que temos agora é o relançamento do game para consoles, basicamente um port do game que chegou aos PCs em 2015.

Apesar disso, eu não tive oportunidade de jogá-lo antes e fiquei muito feliz quando descobri que ele chegaria aos consoles atuais (até fiz um post sobre isso aqui no Arkade), pois enfim teria uma chance de jogá-lo. Depois de passar os últimos dias (e mais de 15 horas) singrando os mares e visitando ilhas pelos Uncharted Seas, trago-lhes aqui minhas impressões sobre a versão PS4 do game.

Uma pequena grande aventura

Oceanhorn conta a história de um jovem aventureiro que está em busca de seu pai desaparecido. O sumiço de seu pai está diretamente ligado ao Oceanhorn, uma monstruosidade mecânica feita de pura energia maligna que há tempos aterrorizou o mundo.

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Para derrotar o monstro e quem sabe encontrar seu pai, nosso intrépido protagonista precisará reunir 3 emblemas sagrados que estão espalhados pelo mundo. Para encontrá-los, terá que velejar por mares perigosos e visitar dezenas de ilhas, enfrentando monstros, resolvendo puzzles e cumprindo missões das mais variadas.

Oceanhorn bebe muito na fonte de The Legend of Zelda. Muito mesmo. Ele parece um mix da temática naval de Wind Waker com a visão de cima de A Link to the Past. Isso faz com que Oceanhorn não mereça uma nota 10 em originalidade, mas ele  faz o que se propõe a fazer de forma competente, e seu mundinho, por mais que soe familiar (beirando o clichê), é interessante o bastante para manter o jogador interessado.

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Acho que o que temos aqui é mais uma homenagem à série Zelda do que uma cópia descarada. Estamos falando de um jogo originalmente lançado para tablets e smartphones, plataformas que geralmente não são associadas a títulos de aventura e RPG com mais de 10 horas de gameplay. Então, creio que o esforço dos produtores não foi simplesmente em copiar uma fórmula, mas sim de levar o “feeling” da série Zelda (ainda que de forma não-oficial) para outros dispositivos.

Claro que adaptar um jogo de uma plataforma sem botões para um controle atual deixa as coisas meio estranhas: temos os mesmos botões sendo usados pra muita coisa (o círculo, por exemplo, serve para jogar bombas, atirar flechas, pescar e saltar) e outros que ficam sem uso por praticamente todo o jogo (os gatilhos). Isso atrapalha um pouco, ainda que seja possível se habituar com essas limitações.

Velejando pelo mar e desbravando ilhas

Seu pequeno barco a vela será seu maior companheiro em suas aventuras por Oceanhorn. Isto porque o mundo do game é todo constituído por ilhas, bancos de areia e arrecifes, de modo que o único modo de ir de um ponto a outro do mapa é navegando.

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Você não vai realmente pilotar seu barco como em um Assassin’s Creed Black Flag da vida: aqui você institui um destino no mapa e o jogo assume o “piloto automático” para te levar até lá. Porém, enquanto veleja, você deve ficar de olho em minas,caixotes e criaturas marinhas que podem te atacar. Para se defender, você pode atirar sementes com uma espécie de rifle.

Já estando a pé, o game assume um gameplay mais tradicional: você é livre para se movimentar em todas as direções, mas seu personagem é incapaz de pular ou escalar, de modo que a topografia dos cenários delimita bastante suas atividades. Os objetivos principais geralmente são fáceis de encontrar, mas baús e passagens secretas dão bastante trabalho, e em muitos casos você precisa de itens ou habilidades específicas para progredir.

Abaixo, um pouco de gameplay típico de Oceanhorn que mistura navegação, exploração e combate:

Por exemplo: existem paredes, pisos e caixotes que podem ser explodidos… mas para isso você precisa de bombas. Depois que calçar suas botas reais, você até conseguirá saltar curtas distâncias… mas você só vai arrumar as botas depois de umas 7 horas de jogo. Aí bate aquele retrospecto no melhor estilo MetroidVania, e você vai lembrar de todos os lugares pelos quais passou e “quase” alcançou aquele baú.

Empurrando caixotes e estátuas

Oceanhorn possui sua generosa dose de puzzles, e a maioria deles envolve empurrar caixotes e estátuas, pressionar botões ou acionar alavancas. A maioria destes puzzles são até que tranquilos — demandam basicamente atenção e raciocínio lógico — mas existem alguns bem menos óbvios que se tornam especialmente desafiadores.

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Você vai ter que empurrar caixas para abrir caminho, ou conjurar pedregulhos para que eles pressionem botões que abrem portões e passagens. Você também vai precisar criar formas engenhosas de mover estátuas pelo cenário, para que elas estejam alinhadas em ângulos bem específicos, ou posicionadas em pontos bem específicos para que algo aconteça.

Sendo bem honesto, em alguns  casos o jogo simplesmente não te dá informações suficientes, o que torna um pouco frustrante a resolução de certos puzzles. As vezes você até consegue fazer no esquema tentativa e erro — geralmente há um botão que reseta a configuração dos caixotes perto de cada puzzle — mas nem sempre isso é possível.

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Por exemplo: em dado momento, um velhote me pediu um galo dos ventos — aquele catavento em forma de galo que fica no topo de casas antigas para indicar a direção do vento. Até aí tudo bem. O problema é que ele não me deu NENHUMA dica de onde arrumar isso. Eu passei meia hora indo e voltando pela ilha em busca do maldito galo, sem sucesso. Só depois de pesquisar no Google fui descobrir que o tal galo estava em OUTRA ilha, e é um elemento de cenário tão aleatório que pode acabar passando batido por muita gente. Há outros casos de puzzles que acabam ficando confusos pela falta de informação.

Um destes puzzles mais complexos e trabalhosos rola lá na reta final do jogo, quando você precisa descolar um escudo novo. Como eu sou legal, gravei a solução do puzzle para te ajudar:

Nem editei todas as vezes que tentei e falhei para você ver como o negócio é trabalhoso! =P

Caindo na porrada e pescando

Bom, mas entre uma arrastação de caixotes aqui e uma dungeon ali, você também irá sair na porrada com uma grande variedade de inimigos: de ratos e insetos gigantes a orcs malvados e plantas capirotescas, Oceanhorn também possui muitos momentos de ação e pancadaria.

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Sua arma principal é uma espada, que possui combinações básicas e é empunhada junto com um escudo para garantir proteção. Fora isso, conforme evolui no game você também descola um arco-e-flecha e as já mencionadas bombas, que também são muito úteis nos combates. Com o tempo você também vai adquirindo magias — de fogo, gelo, etc. — que são bastante utilizadas em puzzles, mas também podem ajudar nos combates.

Ah, e como todo bom RPG que se preza, temos também batalhas conta chefes gigantes, que seguem aquele esquema “decore o padrão de ataques e encontre uma brecha para contra-atacar”. Confira abaixo minha batalha contra o primeiro boss do jogo, o Corpo Maligno Turmos:

Oceanhorn também traz outro elemento que já vimos em outros RPGs: a pescaria. Há uma espécie de campeonato acontecendo, e depois que você conseguir a sua vara, pode relaxar um pouco pescando em qualquer lugar que seja próximo ao mar. A pescaria em si é naquele padrão “cabo de guerra” para você cansar o peixe e poder tirá-lo da água. Não é nada de mais, mas é um minigame divertidinho, que agrega alguma variedade ao gameplay.

Audiovisual

Mesmo já estando disponível há 3 anos em sua plataforma original, Oceanhorn não faz feio em quesitos técnicos. O game recebeu um belo polimento para seguir aos PCs, e os consoles agora estão recebendo esta versão do jogo, com visual caprichado e colorido, boas animações e pouquíssimas bordas serrilhadas.

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Embora seja difícil achar defeitos em um jogo com visual tão fofinho, é fácil ver que algumas texturas não receberam um polimento muito bom, e também rolam alguns problemas de colisão, com objetos que ficam enroscados uns nos outros de maneiras estranhas. Também há pouca variedade de inimigos — pelo menos isso torna fácil conseguir  troféu de eliminar todos os tipos de inimigos.

No departamento sonoro, tudo vai muito bem, obrigado: há poucas vozes no jogo, mas todas soam apaixonadas e convincentes. Os sons de golpes, explosões e da água do mar também são muito bons. Ah e boa notícia: como você já deve ter reparado pelos vídeos aí em cima, o game está com menus e legendas 100% em português brasileiro!

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A trilha sonora é simplesmente incrível, mas também não é para menos, pois conta com um trio estrelado de compositores: temos Kalle Ylitalo assinando a trilha principal do game, e ele ainda recebeu uma ajudinha de Kenji Ito (compositor das séries Mana e SaGa, Chocobo Racing, Tobal nº 1) e do lendário Nobuo Uematsu, que tem no currículo trilhas de diversos jogos da série Final Fantasy, bem como de Chrono Trigger e Blue Dragon.

É o tipo de trilha sonora que vale a pena ouvir mesmo sem nem jogar, então dê o play nesta playlist e delicie-se com as ótimas canções do game!

Conclusão

Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas é uma homenagem respeitosa e muito bem produzida aos RPGs “de antigamente”, e mesmo buscando referências em clássicos do gênero e apresentando alguns clichês , consegue firmar sua personalidade sem que fique parecendo apenas uma “cópia descarada” de Zelda ou qualquer outro RPG clássico.

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Como eu já disse lá em cima, o que temos aqui é mais uma bela homenagem do que um plágio. E, considerando como estes RPGs de aventura “menores” e mais simples estão perdendo espaço para games mais complexos de mundo aberto, é bom poder relembrar como eles são legais em um console da geração atual.

Seja você fã da série Zelda ou não, Oceanhorn sem dúvida tem adjetivos mais do que suficientes para te cativar. Se, como eu, você deixou o jogo passar nos tablets e nos PCs, agora é a hora perfeita para você experimentá-lo no Playstation 4 ou no Xbox One.

Oceanhorn: Monster of Uncharted Seas está sendo lançado hoje (07/09/2016) para os consoles da geração atual. Você também pode encontrar o game na App Store e no Steam.

4 Respostas para “Análise Arkade: Oceanhorn é “quase” um Zelda Wind Waker para jogar em outras plataformas”

  • 19 de setembro de 2016 às 10:58 -

    Mariana

  • Como que volta numa fase? Peguei uma chave mestra e logo após morri. Reumindo: o baú está aberto, mas a chave não está comigo!
    Estou presa na fase! Na ilha de gilfolk… Aff tava gostando tanto!

  • 9 de fevereiro de 2017 às 22:23 -

    Rafal

  • Em que ilha fica o galo de vento? Pfv.

  • 16 de novembro de 2017 às 13:48 -

    Aguinaldo tonello

  • Bem na Ilha la ( esqueci o nome… E onde pega o pode de fogo na caverna)eu meio q enpurrei umas caixas erradas e não consigo passar…até teria como porém e não sei onde consegue as botas reias…Alguém sabe onde consegue elas?

    • 14 de outubro de 2018 às 22:13 -

      Igor

    • Na ilha girfolk. (Homens peixe).

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