Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

29 de novembro de 2016

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Paisagens incríveis, narrativa emocionante, personagens super carismáticos, uma trilha sonora impecável e muito mais você vai encontrar no novo point-and-click da ultra competente Daedelic Entertainment: Silence. Venha conferir nossa análise deste belíssimo game!

Antes de mais nada

É importante contextualizar: Os games produzidos pela Daedelic são sempre incríveis, e Silence não é diferente. Sendo uma continuação de The Whispered World de 2014 (cuja história possui reviravoltas absurdas e contar qualquer detalhe aqui seria spoiler de ambos jogos), o game traz um mundo fantasioso com uma narrativa belíssima.

Iniciando a aventura

Em Silence, acompanhamos a jornada dos irmãos Noah e Renie que, durante um bombardeio (retratado em uma cena muito poética e forte) na segunda guerra mundial, escapam protegendo-se em um bunker. Ao acordarem e encontrarem a saída pela qual entraram totalmente bloqueada e destruída, começam a investigar o bunker e encontram uma passagem para um outro lugar, uma outra realidade: O fantástico mundo de Silence.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Os horrores da guerra ficam evidentes desde o primeiro momento.

É interessante observar que desde o primeiro momento, temos muitas cenas com sentimentos fortes e realistas. Renie, a irmã mais nova, sente-se apavorada, muito preocupada, sozinha nos horrores da guerra e no ataque sofrido de imediato. Já Noah acaba tomando para si a responsabilidade de cuidar da irmã, sendo um lado mais forte e responsável, racional mesmo, em uma situação assustadora.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Sentimentos fortes.

Atravessando a realidade

Em seguida, Noah e Renie chegam num mundo já conhecido (por meio de histórias contadas), Silence. A relação entre Silence e os irmãos é um spoiler do primeiro game, então para quem não jogou, não entrarei em maiores detalhes. O visual do mundo de Silence é estranho, surpreendente e colorido, possuindo aspectos sinistros que contrastam com uma aparência de cores vivas e detalhes mais bonitos, mas é essencialmente algo meio esquisito.

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Dragão estranho com gente esquisita.

Apresentados aos problemas da nova realidade desde o primeiro instante, logo descobrem que Silence era uma terra muito feliz, até que a ‘Rainha Falsa‘ assumiu o poder, eliminando o Rei e evocando Caçadores, criaturas sinistras que procuram o último fragmento de seu espelho mágico, artefato que irá consolidar seu domínio sobre toda a terra mágica. Claro que nossos heróis juntam-se à resistência e seus carismáticos membros, que têm como objetivo destronar a Rainha Falsa e destruir seu domínio, restaurando a paz e tornando Silence o lugar que sempre fora.

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Os nada fofinhos caçadores.

Entre o sonho e a realidade

Enquanto buscam o fragmento perdido e escapam dos caçadores, Renie e Noah acabam sempre encontrando vestígios da guerra no mundo de Silence. De alguma forma (explicada durante o game), as realidades estão conectadas, e o conflito no mundo ‘real’ impacta também no mundo de Silence. Podemos ver vestígios e símbolos que fazem referência aos combates, bombardeios e mortes que ocorrem durante a guerra por todos os lugares. Silence é um local de muitos mistérios.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Até nas estrelas a guerra está evidente.

E até o final você não tem muita certeza do que é verdade e do que é simbólico no mundo paralelo. Quem existe, quem está vivo, o que cada um representa, todos são mistérios muito complexos que acabam sendo explicados muito no final do game, deixando o jogador com uma pulga atrás da orelha durante muito tempo.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Jogabilidade

Silence possui uma forma agradável e simples de jogar, como a maioria dos point-and-clicks. Entretanto, a complexidade do game é bem menor, pois, por exemplo, você carrega um item ou dois durante os puzzles, não gerando uma confusão muito grande na hora de resolvê-los, tornando muito intuitiva sua resolução.

Complementando o point-and-click, o game define algumas escolhas a serem feitas durante os diálogos ou quick-time events, que geralmente acarretam em morte quando não executados em tempo hábil. As escolhas feitas no game também impactam no relacionamento entre os personagens, assim como no desenvolvimento da história.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Ok, esse não é um bom exemplo, mas é um exemplo divertido.

Já o ponto principal dos puzzles fica na dinâmica desenvolvida com Spot, o mascote do grupo, uma pequena e agradável lagarta que possui diferentes formatos. Pode tanto inflar como um balão quanto esticar-se como uma esteira, encher-se de água, comer lava, entre outros formatos (pobre animal).

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Esse é o simpático Spot.

Audiovisual

O visual do game é impecável. Os gráficos são surpreendentes, com cenários que parecem feitos à mão, personagens expressivos e vivos, com cores muito bonitas e cheios de personalidade. Os ambientes são muito distintos e criativos: Temos desde cavernas com abelhas gigantes que dão eletrochoques, dragões com tentáculos, cidades abandonadas, florestas sombrias com esqueletos de animais gigantes, até mesmo o background do game é incrivelmente belo e repleto de movimentos, fazendo parecer que Silence é um organismo vivo, sendo praticamente um personagem presente a todo instantes em tela.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

O visual parece uma pintura incrível.

Já a trilha sonora possui tanta qualidade ou até mais do que os gráficos. A parte instrumental mostra quão profunda e contemplativa é a jornada de Noah e Renie, com destaque para as cenas de perigo, que só pela música você consegue perceber que irá surgir um quick-time event. A música das cenas mais sentimentais também acaba colaborando para você sentir-se parte da situação, completando a conexão (que já obtive no primeiro instante) com os personagens e seus dramas. A dublagem também é interessante e competente. Um detalhe nos diálogos que eu achei bizarro é como a tradução para o Português acabou ficando um pouco desrespeitosa. Coisas como ‘Damn it’ (Droga, tradução livre) foram traduzidas com palavrões mais pesados, o que torna a experiência de jogo um pouco estranha, pois distoa da personalidade dos personagens.

Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence

Conclusão

Silence é um game lindo e simples, com jogabilidade suave e divertida, sendo uma ótima introdução ao mundo dos point-and-clicks. Com desafios não muito complexos e cuja narrativa foca muito na história e no sentimento de ser um estranho em uma terra desconhecida. Os momentos de decisões interessantes, os personagens carismáticos, o as revelações do final e toda a beleza e particularidade da terra de Silence fazem toda a jornada valer a pena.

Silence está disponível para PC, Mac, XOne e PS4, contando com legendas em português.

Uma resposta para “Análise Arkade: a poderosa, doce e bela jornada de Silence”

  • 29 de abril de 2017 às 01:30 -

    Ian Gilmour Fernandes Bitencourt

  • Infelizmente outro jogo que nao temos na live brasileira. :(

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