Análise Arkade: Street Fighter V é pancadaria de primeira qualidade

15 de fevereiro de 2016

Análise Arkade: Street Fighter V é pancadaria de primeira qualidade

Está chegando a hora, caro leitor! Amanhã a Capcom lança Street Fighter V em todo o mundo, e a Arkade passou a última semana internada no game para te contar tudo o que você precisa saber sobre ele agora mesmo!

Antes de mais nada: dê uma olhada no nosso preview

Quem acompanha a Arkade sabe que a gente andou postando tudo o que saiu de novidade sobre Street Fighter V. Há algumas semanas, a gente até publicou um preview completíssimo do game, baseado na experiência que tivemos com a fase beta.

Análise Arkade: Street Fighter V é pancadaria de primeira qualidade

A brasileira Laura preparando seu especial.

Como a última fase de beta testes rolou há pouquíssimo tempo, muito do que dissemos na época continua valendo para a versão final do game, então, não deixe de dar um lida em nosso preview para ficar por dentro de tudo, ok?

Os lutadores de rua

O elenco de Street Fighter V traz 16 personagens: 8 deles são “das antigas” e todo gamer que se preza os conhece. São eles: Ryu, Ken, Chun Li, Vega, M. Bison, Zangief, Cammy e Dhalsim.

Temos ainda 4 personagens que apareceram na série Alpha e estão voltando à ativa no novo game. Eles são: Karin, R. Mika, Charlie e Birdie.

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Por fim, temos 4 personagens inéditos que nunca apareceram em nenhum jogo anterior: a brasileira Laura, o grandalhão Necalli, o modernoso Rashid e o esquisitão F.A.N.G., que mal chegou mas já é um membro importante da Shadaloo.

Ainda que este elenco esteja longe de agradar a todos — “tá, e cadê o Sagat?”, “e o Blanka, meu favorito?” e “sério que não trouxeram o El Fuerte de volta?” foram algumas dos comentários que já ouvi –, é fato que temos aqui um time de lutadores bem variado, que provavelmente conseguirá agradar (a maioria) dos fãs “das antigas” e se esforça para trazer novos lutadores interessantes para enriquecer a mitologia da série.

O gameplay

Acho que em se tratando de um game tão conhecido como Street Fighter, falar da jogabilidade em si é chover no molhado: todo gamer que se preza já jogou algum Street Fighter, e certamente está familiarizado com mecânicas que foram praticamente inventadas pela série, como meia luas + socos, ziguezagues + chutes e loucas rotações em 360º do direcional para desencadear magias e golpes especiais.

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Dá-lhe pilão!

Apesar disso, não custa dar uma passada no básico: todo personagem tem duas barras de especial: a maior delas é a EX, dividida em 3 quadrantes que, quando cheios, permitem que o personagem use seu ataque mais poderoso — a chamada Critical Art. Você também pode “queimar” quadrantes separados para aplicar versões mais fortes de seus golpes especiais comuns — chamados EX Moves –, como Hadoukens de fogo ou eletrificados.

A segunda barra é a V-Trigger, que você aciona pressionando chute forte e soco forte ao mesmo tempo. Seu efeito varia conforme o personagem: alguns ganham um boost de poder temporário (Ken, por exemplo, ganha labaredas em todos os seus golpes), enquanto outros (como Vega e Rashid) soltam um golpe especial único que é exclusivo desta barra.

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Temos ainda as nuances e técnicas que ajudam a separar um jogador causal de um pro-player: ao pressionar soco médio e chute médio juntos, o jogador aplica um V-Skill, e cada lutador têm um movimento específico. No caso do Ryu, por exemplo, o V-Skill feito no timing certo absorve uma magia do inimigo sem causar dano. E tem ainda o V-Reversal, que é um contra-ataque poderoso (que consome uma parte da sua V-Trigger) se acionado no momento certo.

Como eu já disse no preview, não sou um especialista em jogos de luta — daqueles que estuda frame-a-frame cada animação, sabe qual o hitbox de cada golpe, e coisas do tipo — mas já joguei Street Fighter o suficiente para me sentir confortável com os controles deste novo jogo e identificar eventuais mudanças.

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Shoryuken!

Temos novidades? Claro que sim — as mecânicas de jogo do Vega, por exemplo, mudaram bastante — mas no geral o gameplay é acessível e familiar para quem já tem as mãos calejadas de jogos anteriores e fighting games em geral, mas oferece profundidade o bastante para os pro-players criarem combos insanos.

Modos de jogo single player

Por mais que seu lançamentos oficial seja amanhã, Street Fighter V está chegando um pouco “incompleto”, pelo menos para quem busca conteúdo single player. A gente já sabe que seu modo história cinematográfico só será lançado em junho, mas fora isso, faltam outros modos de jogo para um jogador.

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Chun Li usa roupa de policial (e Vega luta sem máscara) no modo História.

Ok, um jogo de luta sempre fica mais legal com mais jogadores, mas senti falta de coisas bem básicas de Street Fighter. Por exemplo, sabe aquele tipo de jogo Arcade tradicional onde você enfrenta 8 ou 10 inimigos e no final enfrenta o Bison (ou seja lá qual for o chefão da vez)? Pois é, esse modo de jogo simplesmente não existe em Street Fighter V.

Por enquanto, temos um modo História que é único para cada personagem. Eu achei que este modo estava no lugar do Arcade tradicional, mas ele é bem diferente. Super curtinho e fácil, ele traz uma historinha bem básica para cada personagem, que é contada através de artes estáticas com diálogos falados.

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R. Mika é aprendiz de Zangief e idolatra o Red Cyclone.

Porém, jogar mesmo a gente joga bem pouco: o modo História de quase todos os personagens sequer dura 10 minutos, e não envolve mais do que 3 ou 4 lutas (de apenas 1 round!) contra alguns personagens que tenham a ver com a historinha que está sendo contada. Algumas histórias — como a de Nash, F.A.N.G. e Bison — claramente serão melhor exploradas no modo história que chega em junho, mas outras são bem aleatórias e até um pouco bobinhas.

Capturamos o modo História inteiro do Ryu só pra ver você como ele é curto, confere aí:

Só isso? Pois é: 3 lutas fáceis, algumas conversinhas e só. E a História dos outros personagens segue a mesma linha, de modo que, em menos de 2 horas de jogo, eu já tinha zerado este modo de jogo com todos os 16 personagens.

Um detalhe interessante é a participação especial de outros personagens nas cutscenes, especialmente da galera de Street Fighter III e da série Alpha. Ibuki, Sakura, Oro, Gouken e Sean são alguns dos personagens que dão as caras nas histórias de alguns lutadores.

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Bom, mas fora essas mini-Histórias individuais de cada personagem, temos basicamente um modo Sobrevivência (lute até onde aguentar, podendo gastar pontos para repor sua energia ou comprar perks), e um modo Treinamento, além de um modo Desafio que ainda não estava disponível durante nossos testes.

Sei que ninguém compra um jogo de luta para ficar jogando sozinho, mas senti falta de mais opções de jogo single player. Não duvido que a Capcom inclua mais conteúdo após o lançamento, mas com base no que temos neste momento, fica a sensação de que ficou faltando alguma(s) coisa(s).

Pancadaria multiplayer

O ideal em um jogo de luta é partir para a pancadaria multiplayer, certo? Seja para humilhar (ou ser humilhado) pelos amigos em um multiplayer de sofá ou para espancar (ou ser espancado) por ilustres desconhecidos em partidas online, é no multiplayer que a comunidade ganha força e as reais habilidades de cada jogador são colocadas à prova.

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Neste ponto, Street Fighter V não decepciona: ele oferece um modo Versus offline bem tradicional, e há possibilidade de buscar partidas rankeadas (Ranked Matches) ou casuais (Casual Matches) através de menus específicos. temos ainda um Lobby onde você pode criar ou entrar em salas de combate com regras específicas (ou não).

Se você não quer ficar procurando partidas, pode simplesmente deixar seu jogo “aberto” para outros jogadores te desafiarem para uma luta (Casual ou Ranked, você pode escolher se deixa só um tipo ou ambas habilitados), e esse desafio pode rolar até mesmo enquanto você está navegando pelo menu principal.

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Pensando na praticidade, o jogo permite que você crie um “perfil” de lutador já com seu lutador favorito escolhido, bem como cenário, traje e tudo mais, de modo que quando a mensagem Another Fight is Coming Your Way surgir na tela, você nem precisa passar pela seleção de personagens.

Para manter a comunidade ativa, temos ainda a CFNCapcom Fighters Network — que é uma central que mantém um mapa atualizado em tempo real com as regiões mais quentes (onde lutas estão rolando) e permite que você encontre informações detalhadas sobre seus “Rivais“, tais como ficha de personagem, replays, índice de vitórias, e muito mais.

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As regiões vermelhas destacam onde a pancadaria está comendo solta em tempo real.

Como de praxe em se tratando de jogatina online, o lag acaba se tornando um problema. Os servidores do jogo foram resetados algumas vezes durante nossos testes, mas estiveram estáveis na maior parte do tempo. O que pegou mesmo foi a qualidade de conexão de outros jogadores, que deixa a luta “pulando” e acaba com o timing do command input, tornando certas partidas “injogáveis”.

Audiovisual

Acho que não há muito para dizer aqui que já não tenha sido dito: Street Fighter V está simplesmente lindo, com personagens bem modelados (ainda que continuem mãozudos e pezudos), cenários que parecem pinturas, animações caprichadas e efeitos de iluminação, magias e golpes especiais incríveis. o destaque vai para ativação da V-Trigger, que enche a tela de efeitos “molhados” enquanto “rouba” a cor do cenário por uma fração de segundo.

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Em ambas as plataformas, o jogo roda em 1080p a 60fps, o que representa o ápice da série em termos de resolução e resposta aos comandos, bem como torna as partidas mais fluidas e as animações e efeitos mais suaves. Você pode escolher entre áudio em japonês ou inglês (separadamente para cada personagem), mas pode contar com legendas e menus em português brasileiro.

Não temos um cenário para cada lutador, mas as arenas que temos são todas belíssimas, e muitas delas possuem mais de um nível ou algum tipo de elemento interativo que rende boas surpresas ao final dos rounds.

Repare no brilho na roupa do F.A.N.G. que incrível:

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As músicas são novas em sua maioria, mas ao jogar o modo Sobrevivência, você vai poder curtir os temas clássicos de vários personagens em versões mais modernas e com novos arranjos, o que é bem legal!

Fight Money e Zenny

Conforme a gente já te contou, a Capcom não planeja lançar várias versões de Street Fighter V. Todo o conteúdo posterior poderá ser adquirido diretamente pelo jogo base, e será possível comprar tudo sem ter que gastar dinheiro de verdade, usando apenas o Fight Money que são acumulados conforme você joga. Também será possível comprar Zennys com dinheiro real, e usar essa moeda virtual para desbloquear novos conteúdos instantaneamente.

Já sabemos a “cotação” destas duas moedas virtuais. Se liga:

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Trocando em miúdos: um novo personagem poderá ser comprado por 100.000 Fight Money ou por 600 Zenny. 100 Zenny custarão 1 dólar, ou seja, cada personagem novo custará 6 dólares (ainda não sabemos qual será o preço estabelecido para o Zenny em reais). Aparentemente, certos tipos de conteúdo (os trajes premium) só poderão ser adquiridos com Zenny, mas isso é só maquiagem, nada que altere drasticamente sua experiência de jogo.

A diferença parece grande, mas ganhar Fight Points não é assim tão difícil quanto parece: você ganha 10.000 Fight Money ao terminar pela primeira vez o modo História de qualquer personagem. Como temos 16 lutadores, é possível acumular 160.000 Fight Points em menos de 2 horas de jogo.

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A famosa Surra de Bunda.

Fora isso, também será possível adquirir quantidades variadas de Fight Points cumprindo Desafios, jogando o modo Sobrevivência, subindo de nível com qualquer personagem e, claro, ganhando partidas online. Ou seja, basta jogar mais e mais para ir “enchendo o bolso” de Fight Money e poder adquirir as DLCs do jogo sem ter que gastar dinheiro de verdade!

Conclusão

Street Fighter V chega parecendo um pouco incompleto, mas certamente tem tudo para agradar os fãs de uma boa pancadaria, seja ela contra os amigos em casa, ou em acirradas partidas online. O conteúdo single player — e as curtíssimas  Histórias individuais de cada personagem — são meio decepcionantes, mas esperamos que a história cinematográfica que chega em junho — e será uma expansão gratuita — compense isso.

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Vega usa um traje diferenciado em sua História.

No mais, Street Fighter V tem tudo aquilo que se espera de um jogo que carrega um nome tão forte: bons personagens, jogabilidade afiada e responsiva, robusto modo online e audiovisual de primeira. Se você cresceu acompanhando a evolução da série, e é fã de uma boa pancadaria, não tem porque não jogar.

Mais do que apenas “o novo capítulo” de uma grande franquia, Street Fighter V simboliza uma quebra de paradigmas na forma como uma grande empresa trata seu público e distribui seu conteúdo. Agora se me dão licença, eu vou jogar mais um pouquinho e acumular mais Fight Money, pois já em março Alex (de Street Fighter III) chega via DLC.

Street Fighter V será lançado amanhã, dia 16/02, com versões para PC e Playstation 4.

6 Respostas para “Análise Arkade: Street Fighter V é pancadaria de primeira qualidade”

  • 16 de fevereiro de 2016 às 10:11 -

    João Oliveira

  • Cara quando eu vi que não tem o Sagat desisti até de jogar… 

  • 16 de fevereiro de 2016 às 22:19 -

    João Oliveira

  • JOGUEI pronto…. E minha opinião muda muito, o que a CAPCOM fez foi lançar um BETA de um jogo que está muito promissor pra encher o consumidor de DLC´s acho que esse jogo só vai parar de “ser lançado” em 2017, porque com certeza vai passar o ano todo lançando um personagem novo por mês, uma cutscene ou coisas do tipo, a meu ver é quase como baixar um MMO de porrada que vai ter atualização pro resto da vida.

    • 17 de fevereiro de 2016 às 09:11 -

      leandro leon belmont alves

    • pior que o seu pensamento pode estar correto. e enquanto não chegar Urien, Alex e outros personagem do SF3, posso dispensar esse SF V por enquanto

  • 17 de fevereiro de 2016 às 09:20 -

    leandro leon belmont alves

  • com um modo história de 3 lutas….claro, seria pedir demais para a Capcom um enredo como MK9, MK10 ou o Injustice. onde qualquer fã “psico” da franquia, criaria um enredo onde ligasse TODOS os personagem numa trama. e não seria dificil de fazê-la.  criatividade e procurar os fãs para tal tarefa para que?

    • 17 de fevereiro de 2016 às 11:40 -

      Rodrigo Pscheidt

    • A promessa é que essa história com uma pegada parecida com a de MK e Injustice chegará em junho, e deve mostrar bastante do “renascimento” do Nash, sua treta com o Bison, e tal, e deve envolver boa parte do elenco.

      Vamos torcer para que esse conteúdo (que será um update gratuito) realmente cumpra o que promete. Street Fighter merece (e precisa) de uma história mais interessante. :)

  • 9 de março de 2016 às 09:35 -

    Alan Lee

  • Um equívoco na parte dos personagens: o Birdie não é original do Alpha, ele é até mais antigo que a maior parte dos clássicos citados, pois ele é do Street Fighter original.E sei lá, os personagens do Alpha hoje são tão clássicos quanto os do SF2 xD Fora isso, eu quero muito jogar o jogo mas a Capcom tomou umas decisões bem erradas…Podem falar o que for de Killer Instinct mas ao menos ele foi muito mais barato e ainda sim existe a versão free.

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