Análise Arkade: The Dwarves entrega combates épicos em uma jornada sem sal

16 de dezembro de 2016

Análise Arkade: The Dwarves entrega combates épicos em uma jornada sem sal

Seu personagem favorito em Senhor dos Anéis é o Gimli? Sempre sonhou em lutar contra hordas de inimigos com seu machado? Gosta de RPGs de ação, de controlar diversos personagens e de histórias desenvolvidas por meio de escolhas em diálogos? Você irá encontrar tudo isso e mais um pouco em The Dwarves, game  da KingArt Games. Confira agora nossa análise!

Contextualizando

The Dwarves é um game inspirado nas obras do escritor alemão Markus Heitz, grande autor de fantasia e especializado em histórias do povo dos anões, pequenos em estatura e gigantes em bravura. O game é inspirado principalmente na primeira obra do autor (de 2003 e best-seller alemão), cujo nome é o mesmo do game.

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Seguindo os passos da obra inspiradora, a campanha do Kickstarter para desenvolver o game também foi um sucesso, permitindo que o game fosse desenvolvido pela KingArt Games.

O game

Nada melhor que iniciar com a prática, não é mesmo? Em The Dwarves, você inicia no meio de uma batalha: enfrentando hordas de orcs, controlando dois anões com habilidades complementares. Enquanto um tem habilidades de cura e ataques diretos, o outro tem ataques de área e consegue “varrrer” mais facilmente o mapa, abrindo caminho para os outros aliados, os vários NPCs que fazem parte de seu exército.

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E a história?

A história começa de uma forma muito épica, com a proteção de um reino, o sacrifício de reis, magos desaparecidos, portões sendo selados e elfos do mal que só pensam na destruição… elementos presentes em praticamente qualquer história de fantasia, basicamente.

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Com o andamento do game, você se vê no comando de um anão sem muito carisma chamado Tungdil, em uma jornada sem muita explicação, para objetivos sem muito nexo. É difícil ter empatia com os personagens e sua saga épica, mesmo quando o andamento da história é dependente de decisões realizadas em diálogos.

O resultado é uma história um tanto quanto genérica, que começa de um jeito épico mas vai perdendo seu brilho simplesmente pela falta de carisma dos personagens. Não sei como eles são no livro, mas no game eles realmente ficam devendo, o que infelizmente, compromete a qualidade da narrativa como um todo.

Jogabilidade

Durante sua campanha no Kickstarter, o game prometeu combates épicos com ataques em área e múltiplos inimigos para serem destruídos simultaneamente. Ok, isso até existe no game, mas o combate parece um pouco plástico, você não consegue sentir o impacto dos golpes (e nem vê tanta eficácia neles) quando está lutando contra um inimigo apenas. Esse impacto só parece existir nos ataques em área, onde mais de um inimigo é atingido. Para um action RPG, isso acaba engessando e tornando os combates um pouco menos dinâmicos e mais travados.

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Uma questão interessante é a física do game durante as batalhas, que pode mudar completamente o curso do combate: enquanto está lutando em cima de uma ponte/muralha, por exemplo, você pode atacar vários adversários e arremessá-los para longe, o que causa morte instantânea e é uma excelente maneira de se livrar de grupos de inimigos.

Quando andando pelo cenário, os personagens interagem com objetos específicos no ambiente, buscando pistas para resolução de puzzles relacionados à quest em questão a ser resolvida no mapa. As interações em cutscenes são divertidas e quebram um pouco a monotonia dos diálogos escritos.

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Já os comandos executados são todos na base do clique, como nos RTSs conhecidos: é necessário clicar na área para caminhar e clicar em cima de um inimigo para atacar com um golpe comum. Alternando entre os personagens utilizando o Tab e executando skills especiais com os botões Q, W E e R você consegue deixar as batalhas mais dinâmicas e eficientes. Entretanto, ser encurralado e acabar tendo seu esquadrão separado (e tomar muita porrada nesse processo) acaba sendo comum, pois enquanto não estão sendo controlados, os outros anões possuem uma inteligência artificial bem limitada.

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O mapa (e a mistura que não dá certo)

Fora das batalhas, a movimentação do game é realizada dentro de um mapa, como se fosse um jogo de tabuleiro. Você deve andar sempre uma casa para uma das direções disponíveis e escolher as respostas para a interação que irá ocorrer no local. Escolhendo a opção errada, você pode até mesmo morrer, e aí é game over no mapa mesmo.

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Essa mistura inusitada é uma faca de dois gumes: por um lado, ela traz um elemento de RPG muito forte, digno de um board game de fantasia. Por outro, seu ritmo lento acaba tornando o game monótono para quem busca mais ação e mais combates. Os diálogos e sidequests também não são muito interessantes, não motivando o jogador a resolver os problemas alheios.

Audiovisual

The Dwarves possui gráficos interessantes, mas que parecem um pouco datados para um game desenvolvido nos últimos meses. Os efeitos de luz e sombra e a iluminação são bacanas, mas as animações dos inimigos e NPCs que não têm peso na história são estranhas e simples demais. Matar hordas e hordas de orcs não é algo tão divertido e dinâmico como em Diablo 3, por exemplo.

Já a trilha sonora é muito bem-feita, e disso não dá para reclamar, pois ela foi composta em sua grande parte por uma das mais épicas bandas de metal: Blind Guardian. É uma pena que o game como um todo não alcance o mesmo nível de qualidade que a trilha sonora que o embala.

Veja uma das incríveis canções:

Conclusão

The Dwarves é um game de estratégia e RPG de ação que aproveita uma grande franquia alemã para criar uma experiência um tanto abaixo da esperada (e prometida) em sua campanha do Kickstarter, trazendo combates nem tão empolgantes e nem tão épicos, um sistema um tanto desbalanceado e uma história contada de uma forma não muito carismática.

Um polimento um pouco maior poderia aumentar o aproveitamento do game, diminuindo dinâmicas que quebram a imersão e dando mais atenção ao combate em si, tornando-se mais próximo do “simulador de Gimli que ele poderia ter sido.

Análise Arkade: The Dwarves entrega combates épicos em uma jornada sem sal

The Dwarves está disponível para PCs, PS4 e XOne, e contém legendas em português.

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