Análise Arkade: The Mummy Demastered é um MetroidVania “de raiz” com elementos modernos

1 de novembro de 2017

Análise Arkade: The Mummy Demastered é um MetroidVania "de raiz" com elementos modernos

Se você está com saudade de um MetroidVania “de raiz”, aqui vai um título em que você deve ficar de olho: The Mummy Demastered. Confira nossa análise e saiba mais sobre este pequeno grande game!

Não, não tem o Tom Cruise

Ainda que seja uma adaptação baseada no mais recente filme da Múmia — que chegou aos cinemas em Junho deste ano –, The Mummy Demastered empresta apenas o conceito básico do filme: a Princesa Ahmanet foi despertada de sua tumba e está a fim de tocar o horror no mundo.

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No papel de um agente (sem rosto e altamente descartável) da Prodigium, seu trabalho é impedir que isso aconteça. E para isso você terá que mergulhar por tumbas e esgotos, enfrentando gafanhotos, aranhas, caveiras, morcegos, cachorros, cérebros saltitantes e tudo mais o que a Princesa colocar em seu caminho, incluindo aí uma grande variedade de chefes, quase todos gigantes e apelões.

Sendo bem honesto, os inimigos “comuns” não parecem ter muito contexto na temática egípcia da coisa, mas, convenhamos, isso não importa muito. O “Demastered” do título significa que o jogo foi feito para parecer um jogo das antigas, e esse tipo de ameaça genérica era bem comum — mesmo em Castlevania –, então, tudo isso é facilmente ignorado enquanto abrimos caminho pelos mapas labirínticos e repletos de inimigos do game.

Exploração e sobrevivência

The Mummy Demastered leva o termo “MetroidVania” a um novo patamar: seu clima é bastante semelhante ao da série Castlevania,mas o fato de trabalharmos basicamente com armas de fogo/projéteis aproxima seu gameplay da boa e velha série Metroid.

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O enorme mapa do jogo é dividido em áreas distintas — tumba, metrô, laboratório –, que são interligadas através de túneis, poços e escotilhas. Como em um bom MetroidVania, existem lugares que você só pode alcançar depois de conseguir um equipamento ou habilidade específica, podendo ser tanto um pulo mais alto ou um explosivo mais potente, capaz de explodir uma barreira.

E o mapa é bem grande, hein? Dá só uma olhada em como ele fica se for 100% explorado:

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Para ver como The Mummy Demastered é em ação, confira 15 minutos de gameplay abaixo, com direito a uma boss battle contra uma aranha gigante no final:

O mapa vasto pode ser desencorajador em uma primeira olhada, mas é extremamente recomendável que você explore cada cantinho dele: muitos “becos sem saída” guardam kits médicos que aumentam a sua energia, arsenais com novas armas + munição, relíquias ou estátuas que lhe concedem novas habilidades. E você vai querer ter tudo isso, pois o desafio aqui vai ficando cada vez mais cabeludo!

MetroidVania com gostinho de Dark Souls (e ZombiU)

É, eu sei que comparar jogos com Dark Souls se tornou um clichê irritante do jornalismo gamer, mas nesse caso não dá para evitar. Além se ser bem difícil, o game agrega alguns recursos que os jogos do tipo “Souls-like” adoram, ainda que, para mim, uma comparação com ZombiU seja mais correta.

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O que rola é o seguinte: quando você morre, seu soldado é contaminado pela energia maligna de Ahmanet e se torna um morto-vivo… com todos os equipamentos, armas e upgrades que você carregava quando morreu. Ou seja, você vai renascer como um novo agente “pelado” (leia-se sem equipamentos) no último save point pelo qual passou, e terá que enfrentar seu antigo soldado se quiser reaver seu arsenal.

ZombiU já fazia isso — seu antigo personagem tornava-se um zumbi, e você tinha que matá-lo para recuperar sua mochila — mas aqui há o agravante do ex-soldado manter seus upgrades de vida e poder usar suas antigas armas contra você, que volta apenas com a barra de vida default e a metralhadorinha mais mequetrefe.

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Isso se torna especialmente desafiador caso você morra várias telas depois do save point, pois você terá que passar por tudo de novo, enfrentando todos os inimigos de volta, até chegar ao seu antigo personagem.

E se isso não é “Souls-like” o bastante para você, vale ressaltar que o jogo trabalha apenas com saves manuais — em terminais de computador que funcionam como bonfires –, e mesmo que você elimine todos os inimigos de uma tela, eles estarão todos de pé, caso você tenha que passar por ali novamente (o que acontece muito, afinal, isso é um MetroidVania).

Audiovisual

The Mummy Demastered é um jogo muito bonito. A WayForward (produtora da série Shantae) domina a arte do pixel 2D como poucas, e esse know how dela é muito bem utilizado aqui. O visual do jogo foge da pegada mais artística de jogos como Rayman e Ori and the Blind Forest, e aposta no visual totalmente old school dos sprites 2D, que estão belíssimos.

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Olha esse cenário! <3

Os ótimos efeitos de luz tornam o visual do jogo ainda mais incrível e, se por um lado o visual dos inimigos genéricos é… bem, genérico, por outro temos chefes gigantes muito impressionantes e com design realmente inspirado.

O departamento sonoro segue a mesma linha retrô do visual, nos brindando com melodias grudentas que rolam em loop e grudam na cabeça. Algumas faixas tem uma vibe meio Mega Man, e a sintetização no estilo chiptune 16-bit faz com que a trilha pareça saída diretamente de um cartucho de Super Nintendo.

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Sons de tiros e explosões também remetem aos shooters dos anos 90, e mostram que houve um cuidado ímpar na produção de algo realmente “Demastered”. The Mummy Demastered é um jogo que saiu semana passada, mas se orgulha em parecer um jogo lançado há 20 anos.

Conclusão

The Mummy Demastered é um dos melhores MetroidVanias que joguei nos últimos tempos. Sua vibe retrô é extremamente bem construída, e tecnicamente o jogo oferece uma experiência impecável, que mistura elementos de ontem e hoje para criar algo único, que consegue soar novo e extremamente familiar ao mesmo tempo.

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Também é um jogo com uma dificuldade relativamente alta e um bom nível de desafio. O flerte dele com o “Souls-like” pode causar alguma frustração, mas foi bem empregado no game, combina com sua temática e realmente faz o jogador valorizar cada pontinho de sua barra de saúde.

Este é um jogo que foge da maldição dos “jogos ruins baseados em filmes”, e merece um lugar na “prateleira” de qualquer um que cresceu jogando Metroid e Castlevania, ou simplesmente curte o sub-gênero que nasceu da mistura de elementos destas duas grandes franquias.

The Mummy Demastered foi lançado em 24 de outubro, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. O game possui menus e legendas em português brasileiro.

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