Análise Arkade: escolha seu caminho para sobreviver no planeta vermelho em The Technomancer

9 de julho de 2016

Análise Arkade: escolha seu caminho para sobreviver no planeta vermelho em The Technomancer

The Technomancer é um RPG de ação ambientado em Marte. O game é do estúdio Focus Home Interactive produzido pela desenvolvedora Spiders (os mesmos do amplamente criticado Bound by Flame e do divertido Of Orcs and Men, assim como de outra aventura passada no planeta vermelho chamada Mars: War Logs), que foi lançado no dia 28 de junho de 2016.

A Terra já era. Sejamos francos, esse destino estava traçado a algum tempo.

Pois é, nosso querido planetinha azul já er. O que sobrou da humanidade agora habita Marte, o planeta vermelho, em uma colônia um tanto quanto decadente e de difícil sobrevivência, onde corporações comandam tudo e todos, controlando o bem mais precioso e escasso do planeta: a água.

Quem não tem condições de adquirir o líquido essencial pode tentar a sorte nos desertos, onde a radiação solar pode torná-lo um…bem, você não vai querer ver aquelas criaturas mutantes. Quem sabe um dos membros da resistência não acaba por ajudá-lo?

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No meio desta treta entre humanos e mutantes, entre corporações poderosas e a pobreza dos miseráveis estão os Technomancers, seres com habilidades incríveis e sobrehumanas, que geralmente são controlados pelas grandes corporações como cães de caça. Você assume o papel de Zachariah, um Technomancer que está finalizando seu treinamento, e deve escolher seu destino.

Iniciando

Após uma empolgante introdução ao mundo e à realidade do planeta, chegamos à tela de customização, onde o personagem poderá ser montado. Sendo honesto, não há muitas opções de customização, e o único sexo do personagem é masculino. Numa época onde a igualdade de gêneros é amplamente debatida, o game pode acabar cortando um pouco o público-alvo com essa decisão, pois grandes games do mesmo estilo (Dragon Age, Mass Effect) já trazem opções mais amplas de sexo.

Apesar disso, as opções de aparência são bem legais, e apesar de serem poucas, situam bem o jogador para a realidade do mundo que lhe espera (provavelmente serão escolhidas algumas cicatrizes maneiras ou algum penteado mais cyberpunk).

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Escolhida “a cara” do seu personagem, é chegada a hora de você se preparar para a árdua tarefa de sobreviver no ambiente árido e cheio de intrigas sociais, políticas e culturais que é Marte.

Jogabilidade 3 em 1

Já de cara temos algumas noções básicas (e sem muitos tutoriais, ufa!) sobre movimentação básica e combate. Os comandos são simples e funcionam bem: no PC temos o clássico WASD para movimentação, Shift para correr, cliques de mouse para ataques e ações que poderão ser definidas nas teclas numéricas. Nos consoles, o layout de botões é bem familiar para quem já experimentou The Witcher, Dragon Age ou algum outro RPG do tipo.

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Os combates são empolgantes e divertidos, seu personagem possui 3 “classes” que podem ser alteradas a qualquer momento: o Guardian utiliza marretas, ferramentas e outros itens pesados para bater, mas possui um escudo para defesa. O Warrior utiliza um bastão e foca em esquivas simples e ataques de área para separar grupos de inimigos.

Por fim temos o (meu favorito) Rogue, que utiliza uma lâmina como ataque primário e uma pistola para ataques secundários, tendo um foco em esquivas e ataques mais rápidos, dando mais dano aos inimigos. Em complemento a todas estas classes está o Technomancer, que é o seu “superpoder” principal, aplicável a todas as classes e que lhe permite criar e manusear campos eletromagnéticos, que poderão ser disparados em inimigos ou utilizados nos seus próprios armamentos próprios para aumentar seu poder.

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Cada classe possui sua própria árvore de skills, e poderá ser desenvolvida de forma independente, com habilidades ativas e passivas para destruir seus inimigos. Atributos mais básicos também vão sendo aumentados durante a evolução do personagem (carisma, força, agilidade, etc.).

Existe também uma tentativa de stealth para abordar os inimigos por trás e ganhar uma vantagem nos combates, mas ela não foi muito bem executada (e a vantagem se vai rapidamente, pois o inimigo não morre, apenas toma um pouco mais de dano e chama a atenção do resto), e com o tempo o jogador tende a partir direto para a porrada, dando choques no primeiro que vier e já quebrando tudo pela frente.

Durante as primeiras horas, The Technomancer vai parecer um pouco injusto em sua dificuldade, mas não desanime: conforme você melhora seu personagem e se familiariza com as nuances de gameplay, vai se tornando um guerreiro melhor, e assim a dificuldade inicial logo dá lugar a batalhas desafiadoras e empolgantes.

Neste trailer você pode ver mais do combate e das classes:

A movimentação pelos cenários é bem tranquila: você caminha e percorre níveis diferentes, podendo subir em lugares mais altos, pular muros, uma movimentação bem livre, apesar de ter alguns bugs como o personagem dar uma “travada” quando sobe em um lugar mais alto, demorando alguns segundos para o jogador conseguir controlá-lo novamente.

Já a possibilidade de customização dos equipamentos é bem competente, com grandes possibilidades de combinações  e visuais muito interessantes, algo entre um steampunk e um estilo meio Mad Max.

As armas e armaduras possuem slots, onde você poderá inserir melhorias criadas em bancadas de trabalho espalhadas pelo mapa. A utilização dessas bancadas é um pouco confusa por não haver uma explicação em momento algum (aqui os tutoriais podem fazer falta). Se você nunca jogou um RPG com detalhes deste tipo, não é intuitivo o uso de uma bancada para criação e aprimoramento de itens.

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Suas escolhas realmente importam

Devo dar uma pausa rapidinha entre o gameplay e a parte gráfica para dizer que neste game as escolhas REALMENTE importam. A forma com que você conduz os diálogos funciona muito bem — ainda que sem a profundidade e quantidade de diálogos de games como Mass Effect — mas é realizada de forma interessante e divertida, aumentando o fator replay e gerando diversos caminhos a seguir no game.

Em relação ao destino do personagem, ao matar um inimigo você pode “drenar” a energia vital dele, garantindo mais dinheiro e mais karma para seu char. Depende de você matá-los ou poupá-los (é como se fosse o mesmo esquema das little sisters do Bioshock, mas ao invés de Adam, você ganha dinheiro).

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Ou seja, se você quer ser um arauto das corporações, pode. Se você quer ser um rebelde, pode. Se você só quer cuidar dos seus assuntos e danem-se todos esses conflitos, pode. As escolhas são livres no mundo de Technomancer (ainda que respeitem a própria narrativa do game, claro).

Gráficos e Sons

Os gráficos de Technomancer são bem bonitos. Os efeitos de iluminação e os cenários, assim como as texturas de personagens são bem-feitos e variados. O universo sci fi do game ajuda nesta variedade: temos desde humanos meio ciborgues até criaturas que parecem louva-a-deuses gigantes, monstros que vivem no subterrâneo, mutantes deformados, entre outros. A paleta de cores, por sua vez, não varia tanto, indo de cinzas e azuis para ambientes internos aos alaranjados predominantes em áreas abertas e desertos.

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Em relação ao áudio, as músicas conseguem embalar bastante o gameplay, apesar de não terem tanto destaque no meio da pancadaria. Os outros sons ambientes, efeitos de armas, impactos e magias são satisfatórios, mas não necessariamente surpreendentes.

Os pontos que precisariam de mais atenção são para as animações de npcs (que parecem meio bobos, apenas balançando braços), assim como as animações de diálogos: as dublagens são bem feitas, mas as animações que as acompanham parecem artificiais e com sincronia bem zoada.

Companheiros de viagem

Uma questão interessante no game (mais uma vez, comparando com Mass Effect) são os companions, parceiros de viagem que você encontra durante o game e que irão constituir o seu time e lhe ajudar nas batalhas.

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É importante ter classes variadas para um combate mais equilibrado, e cada companion tem sua importância e sua história, e vai reagir às suas decisões e escolhas. Manter uma boa relação com eles te dá vantagens como quests pessoais e até aprofundamento em relações interpessoais, e tudo isso agrega no crescimento do personagem e do time. É divertido e interessante saber mais sobre os personagens misteriosos que você encontra pelo caminho.

Nesse trailer você pode ver mais sobre essas relações também:

Conclusão

Se você gosta de action rpgs como as séries Dragon Age e Mass Effect, com combates rápidos, dinâmicos, cheios de ação, com muitos personagens, side-quests e diferentes opções de customização, você irá gostar de The Technomancer. Ele não está no mesmo patamar dessas séries, mas o que se propõe a fazer, faz com competência.

O começo do game é lento e até um pouco cansativo, mas se você se deixar levar pela trama, pelos personagens e pelo interessante universo marciano do game, sem dúvida vai se manter entretido por dezenas de horas.

The Technomancer está disponível dede o dia 28 de junho para Steam, PS4 e Xbox One.

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