Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

2 de julho de 2016

Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

Trials é uma série de motocross com ênfase em equilíbrio, precisão e física. Far Cry 3 Blood Dragon foi um shooter retrô maluco cheio de referências aos anos 80. O que acontece quando misturamos dois games tão distintos? Descubra com a nossa análise de Trials of the Blood Dragon!

A 4ª Guerra do Vietnã

Eu gostei MUITO de Far Cry 3 Blood Dragon, justamente por ele ser extremamente zoeiro e cheio de referências à cultura pop dos anos 80 (leia nossa análise completa aqui). E a série Trialstambém adepta da zoeira –sempre desperta um lado super competitivo em mim, pois quero sempre superar meus melhores tempos e conseguir a melhor nota possível em todos os eventos.

Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

O que temos aqui une o melhor desses dois mundos, e ainda arranja espaço para agregar muitas novas mecânicas ao estilo de gameplay da série Trials. Na história, controlamos dois adolescentes — Slayter e Roxxane — que são nada mais nada menos que os filhos de Rex Power Colt (protagonista de Blood Dragon) e assumiram o trabalho do pai que é basicamente manter os Estados Unidos em segurança e eliminar a eterna ameaça dos Vietcongues.

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Os inimigos, porém, estão mais bem equipados do que nunca: eles estão usando o sangue dos Blood Dragons para criar armas biológicas poderosíssimas, e é seu dever impedi-los. Claro que isso é só o começo, pois o roteiro é extremamente nonsense e vai te levar para explodir coisas em Marte e explorar templos lendários em busca do Santo Graal.

Motores, armas e jetpacks

Se você já jogou qualquer jogo da série Trials, sabe como funciona a jogabilidade: dedos leves no acelerador e no freio para sua moto não capotar nas rampas, saltos e obstáculos insanos de cada pista. A essência do gameplay ainda é a mesma, mas agora há espaço para muitas novidades: você vai trocar tiros com inimigos, explorar fases à pé, pilotar jetpacks em Marte e carrinhos de controle remoto através de dutos de ventilação.

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Prepare-se para sofrer nas fases de jetpack.

Salvo nas fases em que seu personagem está a pé, as mecânicas em geral se mantém as mesmas, mas você precisa dominar as novidades rapidamente, pois logo vai estar precisando atirar enquanto pilota a moto, carregar explosivos instáveis usando o jetpack e até mesmo se dependurando com moto e tudo graças a um grappling hook.

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O mais legal é que várias fases misturam estes novos elementos de gameplay para manter a experiência bem variada: você pode começar e moto, depois fica a pé e por fim usa o carrinho de controle remoto para chegar até um lugar que é inacessível para o personagem. Confira abaixo nosso gameplay de uma fase que começa de um jeito e termina de outro:

Rolam ainda fases com uma pegada mais stealth, nas quais você deve se esconder de holofotes e helicópteros inimigos, em uma mecânica que lembra um pouco a série Oddworld. É tanta variedade que rolam até fases onde você “pilota” um carrinho de mina, no melhor estilo Donkey Kong Country!

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Donkey Kong Country feelings. <3

Um jogo feito de referências (e muita dificuldade)

Far Cry 3 Blood Dragon dava um show de referências à cultura pop oitentista, e a história se repete aqui: Trials of the Blood Dragon presta homenagem à diversas obras emblemáticas, desde clássicas até outras mais modernas. Passando por Indiana Jones, Tomb Raider e tokusatsus tipo Power Rangers até coisas bem mais modernas — como Hotline Miami, por exemplo — o jogo é cheio de referências, e uma parte da diversão está justamente em reconhecê-las. Até os nomes dos troféus/conquistas são referências!

Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

Hotline Miami

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Tomb Raider e Indiana Jones são só algumas das obras referenciadas no game.

Tudo isso fica muito bonito no visual retrô-futurista do game, que abusa de neón e scanlines para retratar o “futuro” de 2019. Os cenários são bem variados — passam por Japão, Vietnam e vão até Marte — As cutscenes tem uma cara de desenho animado com bastante personalidade, e as dublagens estão muito boas, exageradas e fanfarronas como um bom filme dos anos 80. Aliás, quem é dos anos 80 realmente vai se deliciar, pois rolam até glitches que emulam os (d)efeitos de uma fita VHS mal gravada!

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Álbum de figurinhas: quem nunca teve um? E completar esse aqui é tão difícil quanto na vida real…

A série Trials nunca foi sinônimo de facilidade e a dificuldade que você vai encontrar aqui é bem alta. Ok, todos estamos acostumados com as fases de moto ou bicicleta, mas quando você precisa carregar uma bomba gigante em Marte usando um jetpack, vai relembrar o que é sentir raiva enquanto joga videogame. A curva de aprendizado destas novas mecânicas não é muito justa, o que torna o jogo meio frustrante em algumas fases.

Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

Momento stealth para se esconder da fúria de um Blood Dragon!

Sendo bem justo não é só questão de “curva de aprendizado”, a verdade é que Trials of the Blood Dragon se aventura por terrenos novos, e isso causa estranheza. O gameplay em si funciona mas tem o seu próprio timing. A primeira vez que você desce da moto e encara uma fase de plataforma a pé, é um pouco estranho.

Conclusão

Trials of the Blood Dragon anda dividindo opiniões por ser uma mistureba maluca: é uma franquia de motocross pegando carona em um FPS para se tornar um jogo 2.5D que mistura velocidade, tiroteio, stealth e plataforma. Entendo quem achou que essa mistura não deu certo, mas meio que entendo essa maluquice, afinal, o próprio Far Cry 3: Blood Dragon começou meio como uma pegadinha de 1º de abril e acabou virando um jogo de verdade. A zoeira está na alma dessa franquia, logo, é de se esperar que não saia nada muito “normal”.

Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

O quartel general dos personagens.

Salvo pela dificuldade exagerada de algumas fases com novas mecânicas (espere para ver as fases com jetpacks), eu me diverti muito com o jogo, e acho que se você curte a série Trials e gostou da pegada retrô-futurista de Rex Power Colt, vai gostar de revisitá-lo, ainda que ele esteja BEM diferente do que vimos antes. E se você acompanhou a cultura pop das últimas décadas, sem dúvida vai se deliciar com as referências.

Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon

Se eu pudesse escolher, gostaria que um novo Blood Dragon fosse um FPS, como o primeiro. Já que não posso, me contento com esta nova chance de revisitar este universo sob nova(s) perspectiva(s). Ah, e não deixe de pegar os 5 segredos para ver o final completo do game acessar as (insanamente difíceis) fases extra!

Trials of the Blood Dragon foi anunciado e lançado durante a E3, no dia 13 de junho. O game tem versões para PC, Playstation 4 e Xbox One, e conta com legendas e menus em português brasileiro.

Uma resposta para “Análise Arkade: a diversão, a dificuldade e as referências de Trials of the Blood Dragon”

  • 4 de julho de 2016 às 08:40 -

    Glauco Lima

  • cara adorei o farcry blood dragon, jogo até hoje no meu ps3. PRECISO jogar isso aih, kkkkkkk

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