Análise Arkade: Unravel é uma aventura carismática e cheia de significado

11 de fevereiro de 2016

Análise Arkade: Unravel é uma aventura carismática e cheia de significado

Prepare-se para viver grandes aventuras ao lado de uma fofa criaturinha feita de lã. Unravel é um jogo lindo e cativante que vai te emocionar, confira nossa análise!

Uma pequena grande aventura

Unravel acompanha a jornada de Yarny — uma simpática criaturinha feita de lã vermelha — em busca das memórias felizes de uma família. Ao longo dos 10 capítulos do jogo, ele usa fotografias para “viajar” para lugares por onde a família passou, e em cada fase pode resgatar memórias felizes, que vão compondo um belo e nostálgico álbum.

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Ao final de cada fase, novas fotos são adicionadas ao álbum.

Por ser pequenino, Yarny acaba tendo problemas para fazer coisas que são absolutamente normais para nós — como subir em uma cadeira ou abrir um portão. O jogo brinca muito com essa perspectiva, de modo que algumas das “grandes” aventuras do bonequinho se passam em lugares super comuns, como um quintal, um escritório ou um galpão de ferramentas.

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Claro que ser pequeno tamanho também traz algumas vantagens para o protagonista: ele pode voar pelo cenário preso em uma pipa, usar um simples graveto como jangada ou empilhar maçãs para criar uma plataforma mais alta. Ah, e por ser feito de lã, ele obviamente também pode usar um pouco do seu próprio corpo para se pendurar, fazer rappel ou criar pontes.

Um rastro de lã

Unravel é um jogo de plataforma 2.5D com puzzles e mecânicas relativamente simples, mas ele traz um diferencial bem interessante para incrementar sua jogabilidade tradicional: a lã. Desde o início de cada fase, Yarny vai deixando um rastro de lã do seu próprio corpo pelo cenário, e essa lã obviamente vai acabando, de forma que você precisa utilizar seu “estoque” com sabedoria para não acabar ficando preso.

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Momentos como esse desperdiçam muita lã.

Existem pequenos emaranhados de lã que você pode coletar pelo caminho para ir reabastecendo seu corpo, mas isso não é o bastante caso você seja descuidado: para criar pontes/trampolins, por exemplo, você precisa amarrar um pouco da sua lã em um ponto e depois no outro. Ou seja, aquele pedaço de lã vai ficar preso ali e não poderá ser recuperado, a menos que você desmanche a ponte.

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Isso acrescenta uma dose extra de desafio, pois você precisa explorar o cenário com atenção, mas deve sempre tentar encontrar atalhos que não deixem “pontas soltas”. Claro que, caso fique preso, você pode simplesmente retroceder e ir recolhendo a lã já utilizada para tentar um caminho diferente, mas como nem sempre há um outro caminho a ser seguido, o ideal é que você seja econômico e colete toda a lã que encontrar pelo caminho.

Vale uma menção honrosa para a  forma criativa e orgânica como os puzzles são apresentados: engenhosamente integrados ao cenário, eles conseguem ser simples e elaborados ao mesmo tempo, e em alguns casos vão demandar uma boa dose de raciocínio lógico (e perseverança) para serem superados.

Os perigos do mundo

Ainda que não tenha necessariamente inimigos, Unravel é um jogo que coloca diversos obstáculos em seu caminho, e te obriga a ser criativo para superar as barreiras sem gastar muita lã. Como já dissemos ali em cima, muitos destes obstáculos envolvem coisas simples como abrir portões ou chegar a lugares altos, mas conforme o jogo vai se desenrolando, novos elementos vão surgindo.

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Esconda-se atrás de objetos para não ser visto pelos corvos.

Uma das primeiras fases do game se passa na praia, e lá existem caranguejos que estão loucos para desfiar nosso pequeno Yarny. Felizmente, você pode distraí-los para passar por eles, ou prendê-los em pequenas armadilhas que depois vão acabar servindo como plataformas.

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Yarny também não pode ficar muito tempo debaixo d’água senão ele morre afogado (?!), e logo vão aparecer fios de alta tensão, ferramentas e máquinas assustadoras, pássaros de garras afiadas, baratas e outros perigos que precisarão ser superados “na manha”, pois você nunca pode entrar em combate direto com nada, podendo apenas usar seu cérebro, sua lã e o próprio cenário para escapar.

Um jogo lindo

Unravel é um jogo indiscutivelmente lindo. Seu visual 2.5D é fotorrealista e belo, e cada detalhe — como as pétalas de um girassol ou o brilho cristalino da água que sai de um chafariz — possui uma beleza surreal que transforma cada elemento do cenário em um pedacinho verossímil do mundo real.

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O 2.5D aliás, é um dos mais belos que vimos nos últimos tempos: os cenários possuem um efeito parallax muito interessante, com “camadas” sobrepostas que criam uma sensação de profundidade muito bacana. Sei que este jogo não saiu para o 3DS, mas ele sem dúvida ficaria incrível com os efeitos tridimensionais do portátil.

Independente da plataforma que você escolher, Unravel vai rodar em full HD e suaves 60fps. O jogo traz cores fortes e contrastantes em alguns cenários, mas também sabe criar uma atmosfera mais obscura brincando com tons cinzentos, sombras e luzes indiretas que passam uma sensação de abandono e solidão.

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A trilha sonora acompanha este primor visual e oferece belas canções orquestradas, que ditam o tom da aventura e dos lugares por onde Yarny passa. Por vezes a música é empolgante e aventuresca, noutros momentos assume tons mais lúgubres e melancólicos, fazendo com que o jogador entre no clima e realmente sinta a experiência como um todo.

 Right in the feels

Unravel é um jogo mecanicamente simples, mas que consegue se tornar especial pela sua narrativa, que é capaz de mexer com as emoções do jogador sem forçar a barra. Antes de ser um jogo sobre as aventuras de uma criaturinha de lã, Unravel é uma fábula sobre a vida, e ilustra com muita doçura os momentos felizes (e outros nem tanto) pelos quais todos nós passamos.

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Isso coloca Unravel ao lado de outros jogos que são mais para serem “vividos” do que jogados, como o excelente Journey ou Brothers: A Tale of Two Sons. Nestes 3 casos, temos jogos que são mecanicamente simples, mas que nos contam histórias poderosas, e conseguem realmente tocar o coração de cada um que se deixa levar pela experiência.

Unravel possui bons momentos de plataforma, puzzles muito bem integrados aos cenários e um visual de cair o queixo. Mas provavelmente não é disso que você vai lembrar depois que terminar as cerca de 6 horas da campanha: o que fica ao final é uma sensação gostosa de nostalgia, de plenitude e de satisfação ao percebermos que ainda existem jogos capazes de ir além da pura e simples diversão.

Unravel foi lançado no dia 9 de fevereiro, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One.

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