Veja como suas escolhas afetarão o lúgubre mundo de Gods Will Be Watching

8 de julho de 2014

Veja como suas escolhas afetarão o lúgubre mundo de Gods Will Be Watching

O minimalista e inquietante Gods Will Be Watching finalmente recebeu uma data oficial de lançamento: 24 de Julho. Confira o mais recente trailer do game mostrando o poder que as decisões terão na vida de todos – e como você se sentirá desolado por ter que faze-las.

Já falamos aqui na Arkade sobre Gods Will Be Watching, desenvolvido pela Deconstructeam para PC e distribuído pela Devolver Digital – publisher exclusiva de jogos indies responsável por dar um savepoint para jogos como Hotline Miami, Serious Sam e Luftrausers.

Desta vez, o pessoal da Deconstructeam decidiu divulgar um pouco mais sobre os diferentes cenários com os quais teremos que lidar em Gods Will Be Watching, incluindo situações de resgate de reféns, busca por curas para doenças terríveis, sobrevivência em diferentes condições, e em um dos momentos mais tensos deste trailer, sobre como lidar com a tortura melhor forma possível.

O fator mais interessante de Gods Will Be Watching é a sua forma de disponibilizar diferentes escolhas em cada cenário, não existindo uma resposta em tons de branco ou preto, mas sim aproximando para um tom cinza, onde não sabemos se realmente aquilo que fizemos foi a coisa certa.

Ultimamente não vemos tantos jogos que trabalham com esta visão, e até em jogos onde escolhas são o seu maior tema, como The Walking Dead e The Wolf Among Us, ainda acaba sendo fácil de entender o que é certo e o que é errado. E temos que lembrar daqueles jogos que simplesmente não ligam em mascarar esta ideia e força o jogador fazer escolhas que são extremamente boas ou insanamente más, como é visto no sistema de Paragon/Renegade da trilogia de Mass Effect.

A habilidade de poder decidir as ações de seu personagem em um determinado jogo estão sendo cada vez mais populares, no entanto tudo ainda está mal lapidado, faltando foco e uma ampla visão ao criar um sistema de como fazer o jogador decidir o que fazer com o seu personagem.

Veja como suas escolhas afetarão o lúgubre mundo de Gods Will Be Watching

Temos que fugir de ideias básicas como:

Devo salvar todas as pessoas daquele lugar ou simplesmente matá-las porque eu estou afim?

E começar a focar nestas situações:

Um cara me contratou para matar todas estas pessoas em troca de uma grande quantia de dinheiro, e com essa grana eu posso comprar tudo que preciso, incluindo equipamentos que me farão bem mais forte, facilitando minha vida. No entanto, o meu personagem não age desta forma e seria moralmente errado matar pessoas inocentes. O que eu devo fazer?

E este cenário não acaba por aí: as situações podem ser mais cheias de probabilidades e diferentes motivos que movem o personagem. Assim podem ser criadas diversas escolhas em que o jogador realmente precise pensar se suas ações irão ajudar ou piorar o mundo em sua volta.

Voltando ao exemplo acima: Quem sabe este mesmo protagonista tem uma filha doente e o dinheiro que ele conseguirá matando as pessoas fará com que ele compre o antídoto, mas ao mesmo tempo um médico está entre as pessoas que ele pensa em matar e este mesmo médico irá ajuda-lo a encontrar uma cura, o único problema é que demorará mais tempo e ainda terá um custo alto financeiramente pela pesquisa para procurar a cura.

Veja como suas escolhas afetarão o lúgubre mundo de Gods Will Be Watching

O que você faria nesta situação? Seguiria o caminho mais fácil e sanguinolento para salvar a sua filha , ou salvaria todos para que a sua consciência fique limpa? Enquanto a consequência da segunda escolha será um trabalho mais árduo e difícil de completar, tanto para você financeiramente, quanto para a saúde de sua filha.

A beleza de poder decidir está bem aí, é fazer com que a escolha feita siga até o resto da sua vida, dando consequências não só na jogabilidade mas também na trama que será pavimentada entre você, o jogador, e o personagem durante esta experiência no jogo.

Por isso os momentos mais memoráveis na maioria dos jogos são quando desenvolvedores dão mais possibilidades para que o jogador possa fazer o que quiser. Assim visto em Wolfeinsten: The New Order, que te joga a decisão de salvar um dos dois personagens cruciais para a história e continua trabalhando com está decisão até os últimos momentos do jogo; Fallout 3 e sua primeira escolha entre salvar Megaton ou simplesmente explodi-la a mando de uma misteriosa pessoa com muito dinheiro; E especialmente Dishonored, que te dá a opção de zerar o jogo sem precisar matar uma pessoa sequer (incluindo os chefes), criando um novo patamar na dificuldade geral e fazendo o jogador pensar duas vezes antes de agir despreocupadamente.

Veja como suas escolhas afetarão o lúgubre mundo de Gods Will Be Watching

Mas qual é a sua opinião nesta discussão toda? Você gosta de jogos que focam nesta capacidade de você criar suas decisões ou prefere experimentar jogos mais contidos com uma história pré-definida? Responda nos comentários!

(Via: Destructoid, IGN, Devolver Digital)

2 Respostas para “Veja como suas escolhas afetarão o lúgubre mundo de Gods Will Be Watching”

  • 8 de julho de 2014 às 15:30 -

    Fernando

  • Talvez os modelos de progressão narrativa em jogos poderiam se voltar um pouco para o mundo real, onde as escolhas que fazemos não apenas se baseiam em uma relação de sim ou não, se faço isso acontece aquilo, mas em um modelo  que considere um maior subjetivismo de escolhas e consequências. Penso que o grande desafio não é a implementação disso em termos computacionais, mas fazer o encadeamento das múltiplas variáveis que definem como interagimos e como nos comunicamos

    • 8 de julho de 2014 às 17:10 -

      Henrique Gonçalves

    • Acho que este é um problema grande em nossa indústria, os desenvolvedores falam como as escolhas do jogo irão variar o final e como tudo está conectado e etc, mas as escolhas continuam binárias e consequentemente simples demais.

      O que eu acho que eles poderiam fazer é focar em um impacto maior nessas escolhas enquanto não conseguem trazer aquela diversidade e ramificações que tanto prometem em suas entrevistas e trailers.

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