E3 2014: Por que não teremos personagens femininas jogáveis em Assassin’s Creed Unity?

12 de junho de 2014

E3 2014: Por que não teremos personagens femininas jogáveis em Assassin's Creed Unity?

Não é de hoje que os fãs de Assassin’s Creed sonham em controlar uma assassina mulher (não, a gente não esqueceu da Aveline). Infelizmente, ainda não será desta vez: segundo a Ubisoft, daria muito trabalho produzir uma assassina mulher para o promissor modo cooperativo de Assassin’s Creed Unity.

Em entrevista ao site Polygon, o diretor criativo do game, Alex Amancio, afirmou que uma assassina foi considerada para o modo cooperativo do novo game, mas acabou descartada por conta do prazo apertado de produção.

“Isso duplica as animações, duplica as vozes, é o dobro de tudo, sem contar toda a parte visual, especialmente poque temos assassinos customizáveis. Seria realmente um monte de trabalho extra de produção”.

Amancio completa: “Como não podemos cortar nosso protagonista [que é homem], a única opção lógica, a única opção que tínhamos, era cortar a personagem feminina”.

E3 2014: Por que não teremos personagens femininas jogáveis em Assassin's Creed Unity?

4 assassinos, nenhuma mulher.

O level designer do game, Bruno St. Andre, afirmou recentemente que, para a criação de uma personagem feminina, seria necessário criar mais de 8 mil animações (entre golpes, gestos, corridas, saltos e tudo mais) em um novo esqueleto, usando uma atriz bem atlética para fazer a captura de movimento. O problema é que não há tempo para tudo isso.

Embora tenham fundamento, as afirmações dos desenvolvedores acabam indo de encontro à uma das principais críticas que a série vem sofrendo nos últimos anos: a repetitividade, a falta de inovação (em termos de gameplay, não de história). A necessidade de lançar um jogo por ano acaba minando o trabalho de produção, que precisa ser otimizado (leia-se resumido) para que a equipe cumpra o prazo estabelecido.

Quem acompanha a série desde o início sabe que a reciclagem de animações, movimentos e trejeitos de personagens e NPCs é algo corriqueiro na série. Vez ou outra pinta alguma novidade, mas “o grosso” das mecânicas de jogo continua o mesmo há um bom tempo.

E3 2014: Por que não teremos personagens femininas jogáveis em Assassin's Creed Unity?

Irmandade ou Clube do Bolinha?

[UPDATE] Criticada por essa suposta “falta de tempo em inovar” sua maior franquia, a Ubisoft enviou um comunicado sobre a polêmica falta de uma personagem feminina em Unity: Assassin’s Creed Unity é focado na história do protagonista, Arno. Seja jogando sozinho ou no cooperativo, você sempre estará  no controle de Arno, acompanhando sua história e evoluindo suas armas e habilidades. Isso fará você se sentir único.

No que diz respeito aos Assassinos jogáveis, já tivemos Aveline, Connor, Adewale e Altair, personagens extremamente distintos etnicamente, e vamos continuar nos esforçando para entregar grandes personagens. Estamos ansiosos para que você conheça as fortes presenças femininas que ajudarão Arno em Assassin’s Creed Unity“.

Analisando por uma perspectiva otimista, pelo menos a Ubisoft está prezando pela qualidade narrativa da série. Afinal, “pegar um atalho” e simplesmente fazer uma skin feminina para o personagem masculino seria fácil, mas poderia acabar deixando tudo bem tosco e superficial.

Bom, mas o fato é que Assassin’s Creed Unity já tem até data de lançamento marcada: 28 de outubro, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. Com um modo cooperativo promissor, mas sem mulheres assassinas…. quem sabe no ano que vem?

E você, gostaria de poder controlar uma personagem feminina em Assassin’s Creed? O que achou da postura da Ubisoft em relação ao caso?

(Via: Polygon)

11 Respostas para “E3 2014: Por que não teremos personagens femininas jogáveis em Assassin’s Creed Unity?”

  • 12 de junho de 2014 às 14:19 -

    lipe_defreitas

  • Achei isso uma desculpa cretina. E mais: só vou ver homem defendendo a posição da Ubisoft, e daqueles caras bem sem noção ou com a menor empatia com a palavra “representatividade”, isso só mostra o quanto grandes empresas são elitistas quando não misóginas. Basta ver a E3 desse ano, rolou bem mais cabeças e sangue rolando do que apresentadoras femininas. É só procurar textos na internet, tem aos montes falando sobre isso. Não olha quem não quer ou não se importa. Aliás, há criticas desse tipo com Watch_Dogs que é um jogo fucking overrated. Foda ver a Ubisoft errando a mão assim. O que isso tem a ver com você, caro jogador? bem, muita coisa. Diz muito sobre o mundo/sociedade em que vivemos e adoraria ter um lugar pra viver que seja definitivamente inclusivo e não  tão problemático e mercenário.

  • 12 de junho de 2014 às 16:08 -

    Kubrick Stare Nun

  • Eh ubi… num contexto como a revolução francesa não tinha desculpa nenhuma pra não colocar uma assassina jogavel no meio da história. Pisaram na bola agora.

    • 14 de junho de 2014 às 02:21 -

      Luan Barbosa

    • É capaz de fazerem um jogo no período da Guerra dos Cem Anos e ter um protagonista homem, ao invés de Joana d’Arc.

  • 12 de junho de 2014 às 17:37 -

    Diana Cabral

  • É, apesar de gostar imensamente da série, da história e de boa parte dos personagens, falar que iria “dobrar tudo” é uma desculpa esfarrapada. Um jogo que preza pelos acontecimentos históricos e que tem uma construção tão rica não deveria pecar nesse quesito. 

    Todos fazem parte da história, protagonistas ou não, mas economizar em primeiro lugar e priorizar o jogo “enxuto” em detrimento do que poderia fazê-lo mais atrativo em diversos aspectos, é apenas seguir prazos e abrir mão da espontaneidade da arte.

    Eu entendo que empresas visam ao sucesso e ao lucro e todo seu planejamento é em torno disso, mas nós como jogadores queremos qualidade acima de tudo. Eu realmente não tinha prestado atenção nisso, mas sempre sinto falta de uma protagonista feminina. Ser sempre o player 2 já deu no saco. Mesmo que eu não tenha. (u.ú*)

    • 13 de junho de 2014 às 02:26 -

      Kubrick Stare Nun

    • “Todos fazem parte da história, protagonistas ou não, mas economizar em primeiro lugar e priorizar o jogo “enxuto” em detrimento do que poderia fazê-lo mais atrativo em diversos aspectos, é apenas seguir prazos e abrir mão da espontaneidade da arte.”E algo interessante pra notar sobre esse ponto é que no primeiro Assassin’s Creed a equipe de animação ficou um ano inteiro trabalhando só por conta de fazer as animações dos cavalos do jogo. Assassins Creed já teve um pequeno elemento de “arte pela arte”, mas parece que com essa onda de virar franquia anual a essência que fazia do jogo belo foi perdida.Acho que temos aqui mais um caso da “síndrome CoD” em ação.

      • 13 de junho de 2014 às 19:45 -

        Diana Cabral

      • Eu realmente não me importaria com o fato de ficar esperando dois, três anos, ou mais por um jogo feito com mais, digamos, requinte. Fiquei muito animada com esse novo AC, muito mesmo, porém, como você bem apontou, já houve mais profundidade na elaboração dele.

        Sem menosprezar as outras n características do jogo, com toda a qualidade técnica e narrativa, claro, mas poxa, um ano fazendo a animação dos cavalos e não querem mais um ano, talvez, pra fazer uma assassin? A infelicidade de uma grande ideia que vira uma lucrativa franquia.

  • 12 de junho de 2014 às 18:15 -

    leandro leon belmont alves

  • aposto que essa desculpa que deram foram para dizer: o jogo da Aveline não vendeu o esperado (também pro PSVita…tem agora na steam, mas…) e pode ser do fato do protagonista ser mulher e negra ainda por cima…melhore não enfatizar mais.mas acredito que foi mais dele ser lançado para o Vita (que está pior que o WiiU nas vendas) do que a cor da pele da Aveline

  • 12 de junho de 2014 às 20:56 -

    Arthur.E

  • O que gostei nessa matéria é o fato de ser a primeira de muitas matérias sobre esse fato que chega a ser imparcial, todas as outras que li são baixando o verbo na Ubisoft. A Ubisoft fez mal sim, e muito mal, pois alem de não terem posto pelo menos uma assassina em um grupo de quatro eles também deram uma desculpa muito mas muito ruim e que acabou ficando pior do que se eles não tivessem dito nada.  Mas acho que as pessoas tão pegando um pouco pesado demais com ela, como se fosse uma oportunidade gratuita de falar mal deles sem ter que argumenta depois o porque disso. 

  • 12 de junho de 2014 às 22:21 -

    fernando_corra

  • Sintoma mais que comum nessas últimas gerações. Não dá pra fazer games cada vez mais cheios de detalhes e ao mesmo tempo sanar a gana de jogar dos, cada vez mais, impacientes jogadores modernos, e ainda por cima cobrar preços justos para ambos os lados.Sinceramente, o fato de o personagem ser mulher ou homem pouco fez diferença pra mim ao longo de todos os games que eu joguei na vida.

  • 13 de junho de 2014 às 13:35 -

    reginaldo_dasilva

  • Essa síndrome de CoD só está acabando com nossos games prediletos. Nunca pensei que a Ubi acabasse dando uma desculpa dessas D: 

  • 13 de junho de 2014 às 20:03 -

    kau_kenway

  • Mesmo amando Assassin’s Creed, é por essas e outras desculpas que eu preferia que o jogo não fosse anual… Daria tempo de bolar uma ótima história com ótimos personagens e nos satisfazer cada vez mais. Eu não esperava que a Ubisoft fosse dar uma desculpa dessas…

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