Especial Arkade: Gameband, o smartwatch que trará jogos do Atari para o pulso

16 de março de 2017

Especial Arkade: Gameband, o smartwatch que trará jogos do Atari para o pulso

O mercado dos smartwatches ainda não é unanimidade, mas tem dado importantes passos para se estabelecer e convencer o usuário de que é importante ter um relógio em seu pulso que envie notificações, o ajude na caminhada diária e em seus afazeres no trabalho. Para os games, este universo é ainda menor, pois, embora existam algumas iniciativas, o que vemos de fato é que desenvolvedores em geral ainda não conseguiram explorar os dispositivos para oferecer experiências interessantes, na medida do possível, em nossos pulsos.

E é no meio deste cenário que aparece o Gameband. O smartwatch gamer, que oferecerá games de Atari e uma adaptação de Terraria, contará com uma espécie de “iTunes para games” e trará muita potência em suas configurações, quer, além de seu sucesso, liderar uma nova fase para estes dispositivos, e quem sabe, convencer de vez, pelo menos os jogadores, de que é legal jogar no pulso também?

Em meio a tantos desafios, e com a concorrência já estabelecida de marcas tradicionais no segmento de tecnologia, a equipe do Gameband nos cedeu algumas informações em relação ao aparelho e conversou conosco, para que você possa conferir o que há de mais interessante no projeto.

Mas afinal… o que é o Gameband?

Especial Arkade: Gameband, o smartwatch que trará jogos do Atari para o pulso

O Gameband é um smartwatch que está sendo desenvolvido pela FMTwo Games e assim como os demais aparelhos deste tipo, roda Android (no caso, o 6.0.1), conta com aplicativos e faz conexão com seu smartphone para receber notificações de chamada, mensagens, e coisas deste tipo. Mas o foco da empresa, neste caso, são dois: a construção de um dispositivo potente, com especificações muito maiores do que seus concorrentes, e a atenção para o gaming, com jogos pré-instalados, aplicativos de suporte e espaços para que mais jogos sejam lançados no futuro.

Ele terá uma Snapdragon 2100, USB 3.0 classe C e até um slot para MicroSD de até 128GB, justamente para convencer seu usuário de que ele “não é só um relógio”, e que terá muito a ser explorado mesmo depois do lançamento. O Gameband também busca seguir a linha do “menos é mais”, removendo alguns elementos que julgam desnecessários para seu público em potencial para investir em mais espaço de armazenamento e desempenho.

Veja as suas especificações:

Especial Arkade: Gameband, o smartwatch que trará jogos do Atari para o pulso

A ideia com o MicroSD é, também, fazer com que o smartwatch seja um HD externo de pulso, já que você terá no dispositivo fotos, músicas e até documentos fiquem acessíveis de maneira rápida e direta, sem carregar (e perder) pendrives ou HDs externos.

E, por fim, a iniciativa de fazer do dispositivo algo atraente para os gamers. Duas edições serão lançadas, com games diferentes: uma da Atari, com games adaptados para o pulso, e outra, com Terraria, também adaptado. A ideia é oferecer ao longo do tempo diversos mini-games que possam ser jogados no pulso, e organizados no Pixelfurnance, o mencionado “iTunes de Games”

O iTunes de Games

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Além do smartwatch, o Gameband também terá um meio de organizar os jogos no computador, com o PixelFurnance. A ideia é simples, porém prática: via USB, você conecta o smartwatch no computador e o aplicativo logo se abre, com todo o conteúdo disponível no aparelho pronto para ser visualizado, ou mesmo jogado.

Com isso, o Gameband, de acordo com sua equipe, se expande um pouco mais e deixa de ser apenas um smartwatch, levando para a tela grande o seu conteúdo, e permitindo que seus jogos rodem em praticamente qualquer outro computador, seja ele seu ou de um amigo (ou do trabalho, com o devido cuidado, pelo amor de Deus…).

Ainda é cedo para dar um veredito final para o PixelFurnance, mas a iniciativa se apresenta bem interessante, já que será possível de maneira prática e direta carregar seus conteúdos para qualquer lugar. Mais do que a possibilidade de se jogar em vários outros dispositivos, a ideia de levar no pulso seus documentos, ainda com um armazenamento em nuvem, se mostra bastante útil, mas claro, tudo isso baseado em projeções, teremos que aguardar na prática para ver o funcionamento de tudo isso para saber se de fato serão relevantes mesmo todas estas ideias.

Conversando com a equipe

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Tivemos a oportunidade de conversar com o time responsável pelo Gameband. Aproveitamos para tirar algumas dúvidas referentes ao dispositivo, como as ideias por trás do aparelho, e também sobre o fator preço, já que o dispositivo conta com preços bem competitivos, ainda mais se levarmos em conta os altos valores dos smartwatches vendidos no Brasil, com preços em média de R$2 mil.

Arkade: O desenvolvimento de games para os smartwatches existe, mas em volume muito baixo por causa do foco dos desenvolvedores em aplicativos de saúde, ou para escritório. Vocês acreditam que o Gameband poderá encabeçar uma nova era no segmento, encorajando mais desenvolvedores a criar jogos para estes dispositivos?

Gameband: Com certeza acreditamos nisto! Nós desenvolvemos o Gameband e seu software especificamente para ser mais fácil para os desenvolvedores trazer conteúdo para o dispositivo, e já estamos empolgados com os games já anunciados, para o Atari e o Terraria. Mas terá MUITOS outros mini-games chegando no futuro.

Arkade: Os smartwatches disponíveis hoje não contam com altas especificações em seu hardware para rodar aplicativos. As configurações do Gameband contam com números superiores a todos os outros modelos, e isso significa que este é o futuro destes dispositivos?

Gameband: O céu é o limite! O fator de gaming do Gameband é bem divertido, e também temos que lembrar que este é um dispositivo que as pessoas irão usar por todo o dia em suas vidas. Por isso, as especificações foram tratadas desde o início para sermos líderes no mercado de smartwatches.

Arkade: O Gameband também se apresenta como um projeto com boas ideias. O Pixelfurnance é um deles, e falando nele, o que podemos esperar do chamado “iTunes para games”? Vocês tem mais ideias para o “gaming side” do Gameband?

Gameband: Nós queremos facilitar a vida das pessoas para jogar os games em qualquer lugar. As soluções em nuvem são interessantes, mas a facilidade de plugar e jogar diretamente da solução MicroSD da Gameband a partir do Pixelfurnace faz a jogatina ficar mais simples e fácil, em qualquer lugar. E além disso, você também pode colocar fotos, músicas e arquivos no MicroSD e a partir daí, o Gameband pode ser muito mais do que “apenas” um dispositivo para jogos.

Arkade: Será possível contarmos com mais jogos, de outras plataformas, adaptados para o Gameband?

Gameband: Nós estamos trabalhando com muitas grandes companhias de games e a nossa expectativa é de trazer diferentes tipos de conteúdo para o Gameband em um futuro próximo.

Arkade: O preço é algo muito importante para um produto. No nosso câmbio, o Gameband custa aproximadamente R$600, excluindo taxas e custos de envio. Mas os smartwatches por aqui custam em média R$2.500, O que vocês pensam sobre a questão do preço, especialmente em países como os da América do Sul?

Gameband: Nós entendemos esta questão, e tentamos fazer o Gameband excelente em sua funcionalidade (como o processador, display e conectividade), descartando outras funções como o GPS e o HRM. Isto nos ajuda a manter um preço competitivo e entregar uma performance muito boa.

Arkade: O que vocês enxergam como oportunidades não exploradas no mercado de smartwatches e que projetos como o Gameband podem trazer como algo novo entre as marcas tradicionais, que já contam com seus aparelhos à venda?

Gameband: Nós acreditamos que as grandes marcas não pensam realmente em como entregar o melhor smartwatch possível. Eles estão tentando extender outras linhas de produto, como os telefones. Nós não carregamos este fardo, nossa única missão é fazer o melhor smartwatch do planeta. Nós acreditamos que este foco nos permitirá avançar e nos tornarmos um líder neste mercado.

Modelos disponíveis

Especial Arkade: Gameband, o smartwatch que trará jogos do Atari para o pulso

Na mídia, em geral, quando foi anunciado o Gameband, saiu mais sobre o fato de que teremos o modelo feito em parceria com a Atari, e com jogos da mesma no aparelho. Mas são quatro modelos diferentes, em estética e conteúdo.

Primeiro, vem o Gameband tradicional, preto, com 15 minigames e 5 Watchfaces. Depois, vem os dois modelos temáticos, o da Atari e do Terraria, cada um personalizado a seu modo, no design e nos Watchfaces, com outros 5 específicos para cada um, além dos minigames. E, por fim, o Droid Edition, que traz o Gorilla Glass, todos os Watchfaces, e pulseira de couro.

Eles são, basicamente, o mesmo modelo, mas contam com diferenças estéticas e o apoio do Gorilla Glass em alguns deles. Todos contam com a mesma configuração de hardware e terão funcionalidades idênticas. Mas, esta variedade abre portas para que mais interessados possam lançar smartwatches personalizados, com elementos estéticos e games adaptados.

Uma nova era para os games?

Quando falamos de smartwatch e games, obviamente não estamos esperando uma experiência gigante como acontece com consoles ou PCs robustos. Mas veja os smartphones, ou, mais recentemente, as inciativas em Realidade Virtual: embora exista grandes projetos, foram as pequenas ideias, mas bem aplicadas, que fizeram com que o consumidor enxergasse estes aparelhos como plataformas de games.

O mesmo pode acontecer com os smartwatches após o Gameband. A ideia de estrear o produto com os simples, porém eternos games da Atari já serve para mostrar o potencial do projeto, e quem sabe, abrir as portas para que mais desenvolvedores se sintam encorajados a pensar mais no gameplay no pulso e, com isso, convencer o jogador que é possível jogar games interessantes mesmo de pé no metrô, sem a necessidade de tirar o smartphone do bolso.

Talvez, se esta revolução acontecer de fato, ela não será barulhenta, com propaganda e espaços na mídia falando sobre eles, mas com certeza, será cada vez mais comum ver pessoas jogando games de várias espécies no próprio pulso. Se esta revolução vai acontecer ou não, teremos que aguardar pra ver, mas com certeza, vemos que pelo menos a estratégia apresentada pelo Gameband segue um caminho bem interessante.

O Gameband segue em campanha no Kickstarter até o dia 17 de março. Sua meta de US$75 mil já foi superada há tempos, passando dos US$300 mil. O aparelho custará em seu lançamento, previsto para setembro deste ano, US$199, com seu preço atual na campanha a US$179, independente dos modelos disponíveis. Há um outro modelo, mais completo, com Gorilla Glass e outras cortesias por US$219.

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