A GameBau iniciou suas operações no Brasil e conversou conosco sobre seus projetos

24 de julho de 2015

A GameBau iniciou suas operações no Brasil e conversou conosco sobre seus projetos

Ao invés de ser “mais um” no competitivo e saturado mercado de estúdios de games móveis, a GameBau, que iniciou suas operações no Brasil, almeja mais. Conversamos com Pedro D’Aguiar sobre os planos da companhia.

A GameBau é uma provedora de conteúdo digital como tantas outras que você conhece bem. Com escritórios no Rio de Janeiro, México, China e Alemanha, sua proposta é um tanto diferente das outras. Demonstrando simplicidade e ambição, a startup entende que o gamer aos poucos está fazendo dos dispositivos móveis, como celulares e tablets, uma segunda (ou principal) plataforma, exigindo dos estúdios games que atendam expectativas além das casuais.

Com o lançamento de Rainbow Pop, jogo que apesar de simples e casual, lembra muito o clássico Bubble Bobble, a empresa iniciou suas atividades aqui no Brasil. E para falar sobre as ambições da GameBau, conversamos com Pedro D’Aguiar, diretor de operações da empresa (COO), direto da China. O português compartilhou um pouco sobre a intenção de conquistar de maneira direta o mercado nacional de jogos móveis, além da vontade de trazer para perto o jogador hardcore.

Arkade: Gostaria de começar perguntando o que a GameBau achou do BIG Festival. Sabemos que estiveram lá e por ser um interessante ambiente de criatividade, algumas impressões foram extraídas do evento.

Pedro D’Aguiar: Nós observamos que no geral, o brasileiro tem boas ideias, faz games com gameplay interessante, mas tem problemas ao lidar com o free-to-play. A nossa proposta, discutida no BIG Festival, busca ajudar a melhorar este aspecto em específico nos jogos mais interessantes. Os jogos educativos que estavam lá também chamaram atenção. Mas o que de fato mais chamou atenção foram as boas ideias, tanto nos jogos, como em aplicativos. Vamos sim buscar parcerias e o evento ajudou nisto.

Arkade: E vocês já estão na ativa aqui no Brasil com Rainbow Pop, que embora tenha cara de casual, lembra os difíceis e bons jogos de arcade e da era 32-bit. Teremos jogos móveis da GameBau focados no jogador hardcore?

Pedro: Rainbow Pop é o primeiro jogo que tem a missão de mostrar nossa proposta. Os jogadores hardcore estão no PC e nos consoles, mas aos poucos estão migrando ao móvel. O mercado brasileiro é grande e percebemos esta transição. Nosso jogo inicial é casual para atrair o público, mas oferecemos sim desafios que podem agradar muito os jogadores mais dedicados: temos elementos de RPG no jogo e uma comunidade, aonde os jogadores poderão interagir, se ajudar e aproveitarem mais o título. Com isso podemos migrar o jogador casual para o jogo mais hardcore e lembro também que vamos oferecer prêmios para os melhores jogadores.

Arkade: Um problema encarado nos jogos móveis por aqui é a exigência de conexão em um país com conexão 3G/4G não satisfatória, seja em preços ou em cobertura. Vocês observaram isto?

Pedro: Bom, na China é igual. Conexões boas em cidades grandes e praticamente inexistentes nas cidades menores. Tivemos os mesmos problemas aqui na China e posso dizer que isto nos ajudou a tomar algumas decisões para nossos jogos: além de estarem disponíveis para o máximo de aparelhos possíveis, também só pedirão conexão à Internet quando precisarem de fato, como por exemplo, comprar itens no jogo ou participar da comunidade.

Arkade: Outro fator muito comum — e polêmico — no mercado de jogos móveis são os jogos free-to-play, muitas vezes abusivo e intrometido. Como a GameBau se posiciona em relação a isto?

Pedro: Nossos jogadores poderão curtir todos os jogos de graça, mas não iremos obriga-los a nada. Nossa proposta é a de oferecer alguns elementos em troca de benefícios no jogo, mas apenas com o consentimento do jogador. O nosso projeto, antes de pensar em trabalhar com propagandas dentro do jogo, foca no usuário da América Latina oferecendo uma comunidade com o objetivo de fazer jogador ajudar jogador. Como exemplo posso citar o League of Legends, que antes de capitalizar sobre o jogo, preferiu fortalecer sua comunidade primeiro.

Arkade: E citando League of Legends, que tem como uma de suas fontes de receita os populares torneios, existe algum plano da GameBau de fazer torneios com seus títulos?

Pedro: Sim. Temos a intenção, pois estamos projetando games mais hardcores, pensando na comunidade. Até o fim do ano temos a previsão de lançar mais cinco jogos, mas primeiro queremos fortalecer a comunidade, para dar sentido para as competições.

Arkade: A GameBau inicia suas atividades no país em um momento de crise, com alta do dólar e desconfiança nos investimentos. Vocês acreditam que é esta a hora de “atacar”?

Pedro: Sim, é o momento ideal, pois crise é uma questão de tempo e estamos no momento ideal por não existir concorrência. E quando a crise passar e possíveis concorrentes chegarem, o mercado nacional só terá a ganhar.

Arkade: Sabemos que vocês iniciaram atividades em vários países. E a história dos games cita exemplos não tão positivos neste sentido, como o Zeebo, que embora contava com a presença de empresas de vários países focados no mercado emergente, fracassou. Como vocês encaram isso e como não repetir os mesmos erros?

Pedro: Simples, nós fazemos parcerias com empresas brasileiras já firmadas e consistentes. Nós vamos envolver nossa marca apenas com quem sabe o que está fazendo. Ao invés de se “aventurar” por aqui, nós vamos atuar em conjunto com empresas que já estão instaladas e nos garantem a confiança necessária. Só vence neste tipo de projeto quem conta com parceiros locais, seja no Brasil, seja em outro país.

Arkade: Sabemos que você tem um “lado gamer” bem forte, pois além de ser um jogador de longa data, também trabalhou em várias empresas do ramo. O que isso te ajuda a observar o universo gamer e na GameBau?

Pedro: No caso do Brasil, sou casado com uma brasileira e isso me trouxe forte conexão com o país, podendo entender melhor o perfil do jogador brasileiro. Em meus anos na China, vi também como se joga na Ásia e esta mistura me ajudou a observar dois aspectos interessantes. No ocidente, o que vende são os games de qualidade, com gráficos bem feitos, enquanto na Ásia, é a satisfação em cima do jogo que faz dele um sucesso. Como gamer, quero trazer estes dois elementos aos títulos da GameBau e espero que o brasileiro entenda nossa proposta.

Arkade: Como você enxerga a evolução dos jogos móveis no longo destes 10 anos?

Pedro: Como uma evolução. Já tivemos o Snake em 1997 e hoje temos até títulos AAA nos móveis. Temos jogos com qualidade de console com equipes de até 40 pessoas em um título para celular. Em meio a tudo isto, os jogos móveis também ajudaram no conceito de conectividade com outros jogadores e acredito que esta continuará sendo a evolução pelos próximos anos. Mesmo assim, nós focamos na satisfação para vários usuários, pois nossos jogos são feitos para que o máximo de pessoas possam aproveitá-lo, incluindo jogadores com telas pequenas e que não podem comprar um hardware top de linha.

Arkade: E finalizando, nós falamos de passado e presente. Mas e o futuro dos jogos móveis, como você o enxerga?

Pedro: A evolução será rápida e mais pessoas irão jogar, cada vez mais nos smartphones e tablets. O Smart Box e a Smart TV também terão espaço para os jogos móveis, levando o conteúdo da tela pequena para qualquer uma destas opções que oferecem tela maior. Em um médio prazo, poderemos ver estas novidades virando parte do cotidiano.

Rainbow Pop é o começo

A GameBau iniciou suas operações no Brasil e conversou conosco sobre seus projetos

Já ativos no país, o Rainbow Pop já está disponível gratuitamente para Android e para iOS. Em ambos os sistemas, o jogo lembra muito o clássico Bubble Bobble dos tempos do PSOne, porém traz elementos como um mapinha de evolução e elementos conquistados no jogo ou comprados para incrementar a jogabilidade.

2 Respostas para “A GameBau iniciou suas operações no Brasil e conversou conosco sobre seus projetos”

  • 24 de julho de 2015 às 19:38 -

    Christian William

  • Interessante entrevista

  • 3 de agosto de 2015 às 23:35 -

    Onigumo

  • Não gosto de jogos pra celular, costumam ser razos e a dificuldade baseada mais na paciência que na aplicação de técnica ou raciocínio isso quando não são hiper repetitivos, fora os design SD chibados pra caramba e ultra non sense hipercolored que eles tem ( sim fas de brave frontier essa foi pra vcs….), a sei la não gosto de jogos de celular…..

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