Entenda: Marco Civil da Internet avança no Congresso Nacional

26 de março de 2014

Entenda: Marco Civil da Internet avança no Congresso Nacional

Projeto de lei que estabelece “direitos e deveres” para o uso da Internet no nosso país finalmente passou pela Câmara dos Deputados e segue para o Senado.

Conhecida como Marco Civil da Internet, a inciativa começou com o PL 2.126/2011, um projeto de lei que apresentava novas regras sobre o uso da Internet no Brasil – algo que importa e muito a todos nós, gamers ou não. Ele foi aprovado na noite desta terça-feira (25), na Câmara dos Deputados em Brasília

Inspirado pelas ideias do professor Ronaldo Lemos, o Marco Civil surgiu em 2009 com a colaboração de centenas de pessoas e entidades, tendo como objetivo garantir direitos e deveres básicos a todos os que façam uso dela, desde governos e empresas até você, o internauta. Para se ter uma ideia, o texto foi considerado a “Constituição da Internet”, uma forma de garantir que o acesso e o uso da rede mundial seja democrático.

Acontece que o projeto estava atolado desde 2011 no lamaçal político da Câmara dos Deputados, onde muitos de nossos (quase nunca) prestativos deputados federais tentaram vetar, podar e/ou distorcer o texto e sua essência, apoiados e até pressionados por lobbystas de grandes empresas da área de telecomunicações (que não achavam a proposta vantajosa para seus negócios). Ao todo, a votação do projeto chegou a ser adiada ou impedida 29 vezes desde que chegou à Câmara.

Enfim aprovado, o Marco Civil da Internet vai para o Senado, onde os parlamentares terão 45 dias para analisar e votar a proposta.

Se passar pelo Senado, ele será enviado à Presidência para ser sancionado por Dilma Rousseff e finalmente passará a valer. O texto foi aprovado na íntegra, sem nenhuma das 12 alterações propostas pelos opositores, através de votação simbólica. O PPS foi o único partido que manteve-se contra a aprovação mesmo após as negociações.

Entenda os pontos principais da nova proposta (você também pode conferir o texto completo do Marco Civil neste link):

Neutralidade

Um dos pontos mais debatidos, a neutralidade é o princípio que diz que todo tipo de informação deve ser tratada de maneira igual e trafegar na mesma velocidade na Internet. Se sancionado, o Marco Civil deve garantir que não haverá discriminação ou preços mais altos de acordo com o perfil de consumo de cada usuário.

Assim, as novas regras também impedem que empresas limitem a velocidade de conexão das pessoas quando elas buscam tipos específicos de conteúdo, como filmes e games.

Privacidade

A nova lei estabelece que os provedores e sites respeitem a intimidade e os dados de seus usuários, que terão direito à indenização no caso de violações.

As empresas serão obrigadas a informar exatamente como estão usando os dados das pessoas, e deletá-los caso os serviços ou contas sejam encerrados. Quanto às informações dos usuários, também não será permitida a venda ou qualquer outro tipo de uso que não faça parte do objetivo inicial do cadastro. É algo que vemos muito em acordos e políticas de privacidade, mas que na prática nem sempre é seguido.

Registros de dados

O texto determina quanto tempo os provedores e sites devem guardar os registros de acessos de cada usuário. Para provedores de internet, o tempo é de um ano. Para sites, seis meses. Esse armazenamento de dados deve ser feito sob sigilo e em locais seguros.

Estas informações de acesso (bem como outros dados pessoais dos usuários) só poderão ser acessadas mediante ordem judicial.

*Este artigo foi publicado antes do horário previsto de forma incompleta –  e devido a um problema técnico na peça que escreve o texto. Peço desculpas, galera. E valeu ao usuário Kubrick Stare Nun pelo toque rápido enquanto o post estava exposto.

(Via: Folha, Gizmodo)

11 Respostas para “Entenda: Marco Civil da Internet avança no Congresso Nacional”

  • 26 de março de 2014 às 16:06 -

    Kubrick Stare Nun

  • Só eu que tô vendo o texto incompleto?

    • 26 de março de 2014 às 17:42 -

      Daniel Zimmermann

    • Só você e uns mil leitores =P Foi mal, ele saiu na hora errada e ficou no ar por alguns minutos enquanto não estava pronto. Agora está tudo certo, valeu pelo aviso!

  • 26 de março de 2014 às 19:27 -

    Letícia

  • Muito bom! Eu estava com várias dúvidas sobre esse marco civil; é muita gente falando sobre isso e cada uma fala uma coisa! Agora as coisas estão mais esclarecidas =D

  • 26 de março de 2014 às 19:29 -

    Renan do Prado

  • Lerei o texto completo mais detalhadamente, mas torço muito pra esse marco ser aprovado de acordo com as vantagens que vi!!!!

  • 26 de março de 2014 às 19:51 -

    Arthur.E

  • Por algum motivo não confio nesse “Marco civil da internet”, já faz uma semana que fiquei pensando sobre ele a proposta toda, e continuo achando que tem alguma coisa por traz disso que vai acabar nós ferrando.

  • 26 de março de 2014 às 21:18 -

    mauricio

  • Puxa!eu confesso que fiquei assustado.O governo só aprova leis para prejudicar o povo.Depois que terminei de ler a matéria fiquei meio o.O…tomara que aprovem.

  • 26 de março de 2014 às 21:54 -

    Jarlison

  • Olha tão só mostrando vantagens depois vão vim com toda censura acho que isso não será nada benéfico ao povo, vai servir de mais e pra tentar manipular como sempre fazem.

  • 26 de março de 2014 às 22:43 -

    Fabio Castro

  • Verônica Vaz Mageste Marques

  • 26 de março de 2014 às 22:15 -

    Rafael

  • Qual é exatamente o problema desse Marco Civil? Fui ler pensando encontrar um monstro legislativo contra o internauta e cadê?

    E a suposta brecha que abre espaço pro governo discriminar tráfego me parece mais exercício de futurologia. O parágrafo e seus incisos trata de normas de agências regulamentadoras, etc.

    Eu to vendo tanta gente revoltada, acho que nem leram, hehehehe…

    Mas, convenhamos, a redação tá ruim ainda e deveria ter emendas.

    Tem muita coisa oriundas de decisões judiciais. Digo, parece que copiaram a jurisprudência, hehehehe.

    Mas ó… O que achei um baita tiro no pé foram os artigos 18 ao 21. Isso que tem aí é um retrocesso horroroso.
    Existem falhas, claro. Mas também não achei esse monstro de 7 cabeças.

  • 27 de março de 2014 às 12:44 -

    Socrates Carlos Paulo

  • a sociedade deveria fazer protesto contra essa aberração,tudo que o governo bota a mão vira lixo ou alguma forma de censura…

  • 27 de março de 2014 às 16:41 -

    Marck

  • Tenho minhas duvidas, tomara que o governo não tenha omitido nada.

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