Polêmica: Capcom planeja adotar novo formato de produção e distribuição de games no futuro

19 de abril de 2013

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Capcom está formulando uma estratégia meio polêmica para a produção e distribuição de seus games para seu próximo ano fiscal. Saiba agora o que poderemos esperar pela frente e já vá preparando seu bolso!

Resident Evil 6 foi lançado e alcançou a marca de 5 milhões de cópias vendidas por todo o mundo. Por incrível que pareça, o game foi considerado um fracasso comercial (!?), o que levou a Capcom a bolar uma nova estratégia para distribuir seus futuros games… e faturar mais, claro.

A empresa percebeu com os resultados de vendas de Resident Evil 6 que seu formato atual de produção de games não tem gerado o lucro estimado.

Por exemplo, no caso dos games que a Capcom transferiu suas produções para estúdios ocidentais (como o reboot de Devil May Cry), a empresa concluiu que essas transferências de produções para estúdios além-mar resultaram em queda de qualidade de seus games.

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Dante se sentiu ofendido com as ofensas ao reboot de Devil May Cry.

O que não é lá um argumento muito válido, afinal número de vendas e qualidade de produção são coisas completamente diferentes e, penteados à parte, o reboot de Devil May Cry é um jogo bom, e produzido com muito capricho.

Dessa forma, uma das novas medidas da Capcom será trazer as produções novamente para dentro de seus estúdios, ao invés de terceirizá-los para outras empresas.

Para virar a mesa, o plano atual da Capcom está centrado em (prepare seu coração): expandir sua produção de distribuição de DLCs! Exatamente caro leitor, por mais controversa que seja esta decisão, a Capcom planeja expandir este “polêmico” formato de conteúdo extra em seus games.

Antes de entrarmos em detalhes, vamos fazer uma breve recapitulação sobre como funciona o mercado de DLCs: atualmente, é comum que os games possuam conteúdos adicionais vendidos separadamente. Esses conteúdos podem ser vendidos de várias formas diferentes, e serem das mais variadas naturezas.

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Dragonborn: um exemplo de um pacote de expansão “responsa”.

Entre os formatos mais comuns, temos as expansões, que requerem que o jogador tenha o game original para adicionar uma sub-campanha (ou até uma nova campanha completa). Geralmente, este tipo de conteúdo acrescenta boas horas de gameplay, aumentando consideravelmente a vida útil do game.

Temos ainda as expansões standalone, que são expansões que não requerem o game original e normalmente são games completos construídos em cima do game original, alterando suas características para criar um novo game totalmente diferente.

Basicamente, as expansões standalone são jogos novos feitos dentro de outros jogos, como é o caso de Undead Nightmare, do clássico Red Dead Redemtion, e do recém anunciado Far Cry 3: Blood Dragon.

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Far Cry 3 Blood Dragon: um exemplo de DLC standalone com muito potencial

Por fim, temos os DLCs menores, que são conteúdos extras que normalmente não afetam diretamente nossa experiência in game, como roupas extras, itens especiais, etc. Uma variação deste conteúdo adiciona pequenas missões extras, novos lutadores para um game de luta, modos de jogo extras, mapas para multiplayer, entre outras coisas.

No meio de tanta variedade, a relação da Capcom com os DLCs sempre oscilou entre o amor e o ódio. Obviamente, a Capcom entra com o amor ao formato, pois os planos da empresa para seu próximo ano fiscal se baseiam em três pontos:

  • Promover a estratégia digital (DLC).
  • Objetivar o crescimento superando o mercado, reforçando os negócios de conteúdos online e móveis.
  • Fortalecer a base de rendimentos através da expansão da linha de título nos negócios de produtos e serviços.

Baseado nesses três pontos, sites de todo o mundo já estão especulando que todos os futuros games da Capcom possuirão “um batalhão” de DLCs. Resta saber em qual “classe” estes DLCs se encaixarão, visto que a Capcom é famosa por capitalizar personagens, roupas e acessórios como ninguém.

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Jill Valentine e Shuma Gorath: personagens inclusos no disco de Marvel Vs. Capcom 3, porém desbloqueados somente mediante pagamento.

Por conta disso, os jogadores em geral entram com o “ódio” desta relação. A forma como a Capcom maneja suas políticas de DLCs causou imensa revolta por parte dos jogadores em diversos momentos.

Os famigerados DLCs inclusos no disco são o maior alvo da revolta. A Capcom  já se defendeu, alegando que desta forma o jogador não precisa perder tempo baixando grandes arquivos: o conteúdo já está lá, o que o jogador compra é “a chave” para liberá-lo. A resposta não colou, e a revolta do público fez a produtora repensar este formato, não utilizando mais este tipo de DLC.

Com essa nova política (que, fique claro, ainda não foi implementada, e por enquanto é apenas um plano da empresa), a Capcom espera aumentar suas arrecadações – que andam abaixo das expectativas – com DLCs, arrecadando mais uma graninha com conteúdo extra para seus próximos lançamentos.

A ideia ainda nem saiu do papel, mas já está gerando polêmica. E para você, vale o esforço de uma empresa em buscar novas formas de gerar lucro com conteúdos extras, ou expandir a utilização de DLCs é uma decisão errada? Deixe sua opinião nos comentários!

(Via: Destructoid, Siliconera)

Renan do Prado

Amante de Metal Gear, platinador de Soulsborne e exímio jogador online (quando o lag não atrapalha).

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