RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

23 de novembro de 2014

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!Um dos melhores jogos de todos os tempos ofereceu ao mundo um dos melhores animes já feitos. Hora de treinar o seu Hadouken e rodar o mundo ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

Não sei se com você era assim, mas comigo era: as 10 horas de sábado em 1996 eram sagradas. Tudo por causa dum tal de Hadouken e dois amigos que rodaram o mundo para encontro-lo. É que nessa época o SBT transmitiu no seu Sábado Animado o excelente anime Street Fighter 2 Victory.

Era um anime como tantos outros que viriam após ele e estreou na mesma época que Dragon Ball no Brasil. E também veio no embalo do sucesso que a Manchete já desfrutava com as animações orientais com os Cavaleiros do Zodíaco e Shurato. Mas diferente de tudo o que passavam na época, Street Fighter 2 V tinha suas particularidades que faziam valer a pena assistí-lo, inclusive sendo reprisado com o mesmo sucesso no Cartoon Network pelos idos de 2005.

Primeiro de tudo, os personagens. Eles eram de fato semelhante aos jogos dos quais foram inspirados. E em uma das coisas mais raras a se acontecer, os episódios chegaram apenas um ano após a exibição no Japão. Para efeito de comparação, Dragon Ball chegou dez anos depois de sua estreia e Cavaleiros do Zodíaco demorou cinco anos para chegar aqui. E como o seriado pegou embalo no Super Street Fighter 2, que tinham os novos personagens T. Hawk, Cammy, Fei Long e Dee Jay, e com o jogo sendo febre por aqui também, o sucesso foi garantido.

Continuando com os personagens, eles eram mais humanos que o comum para este tipo de animação. Embora exista algo de sobrenatural no enredo e personagens que dominam técnicas especiais, eles não exageravam nos golpes nem ressuscitavam quinhentas vezes nem vestiam armaduras especial: eram pessoas comuns, com estilos de vida variados (Ryu um “ermitão do oriente, Ken um playboy…) mas acessíveis e passíveis de dor, alegrias e até da morte. E aqui, morte definitiva igual “a nossa”.

Em busca do segredo do Hadouken

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

O enredo é baseado nos jogos de luta de Street Fighter, mas tem várias liberdades em relação a história original mas em nenhum momento viaja nas ideias, sendo bem pé no chão. A história começa com o convite de Ken para rever seu amigo de infância Ryu e reviver os bons tempos, com lutas incluídas. Ao chegar aos Estados Unidos os dois amigos saem pela noite procurando confusão e encontram é uma verdadeira surra do grandalhão Guile, sargento (se levarmos em consideração que os eventos ocorrem antes de SF II, onde ele é coronel) da Força Aérea.

Vendo que precisam melhorar muito suas técnicas eles decidem rodar o mundo “ao encontro do mais forte”. Quando descobrem um tal de Haduko (que foi traduzido errado mesmo nos primeiros episódios, depois que foi corrigido para Hadouken) e a trama vai se desenrolando de maneira interessante e consegue prender o espectador.

São apenas 29 episódios mas são ideais. História com começo meio e fim e um fim bem legal aliás. Sem contar que temos aqui um projeto que envolve muito sentimento, mostrando valores como a verdadeira amizade, a vontade de fazer a diferença com seu povo e o amor de pai com filha.

Melhores momentos (SPOILER A VISTA!)

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

E outro fator que fez deste anime um dos melhores já feitos na minha opinião foram os vários momentos épicos que o seriado apresentou. Para evitar estragar a vida de quem ainda não viu esta pérola mas se interessou, a partir daqui o texto será escrito na cor do fundo, então basta selecionar com seu mouse as próximas linhas, combinado?

Surra de Guile em Ryu e Ken: Os dois personagens mais populares da série ainda eram adolescentes irresponsáveis aqui e aprenderam uma boa lição após uma surra épica de Guile logo no primeiro episódio. Foi demais e você pode rever aqui.

Sagat vs. Ryu: Quando Ryu vai preso injustamente na Tailândia, ele conhece Sagat. Mas diferente do jogo, o clima entre os lutadores não tão animal, rolando até momentos de apoio mútuo. Mas nem isso impediu um bom combate.

Ken vs. Vega: Na Espanha Ken encara Vega em uma das lutas mais impressionantes de todas. Muito sangue (detalhe: o desenho passava ás 10 da manhã de sábado, lembra?) e muita pancadaria de alto nível. É tão bem trabalhada que não concorre apenas como a melhor luta do anime (pois ganha da luta final com certeza), concorre é como a melhor luta de todos os animes juntos.

Ryu vs. Ken na Caverna do Demônio: O combate entre os dois amigos é interessante pois mostra dois amigos que quase se matam sem perceber mas depois se dão conta de que são apenas feras querendo sangue e não lutadores honrados. Um momento muito importante no desenvolvimento dos dois personagens.

Chun Li vs Bison: A chinesa que aqui é apresentada como uma adolescente de 15 anos mostrou muita coragem ao lutar contra Bison e seu Psycho Power. Chun Li quase morre ao ser estrangulada pelo chefe da Shadaloo mas os planos do vilão eram outros.

Temos um Hadouken: E quando Ryu e Ken desenvolvem o Hadouken pela primeira vez? Um golpe tão “comum” de se ver nos jogos trouxe muita identidade aos combatentes ao mostrar os dois lutadores conhecendo e desenvolvendo aos poucos tamanha energia. Ryu solta seu primeiro Hadouken aqui.

A morte de Nash (Charlie): Todo mundo sabe que Charlie morreu ao tentar impedir os planos de Bison. Mas no seriado a sua morte é tratada com uma dose gigante de emoção ao mostrar um Guile impotente que não pode fazer nada se não assistir a morte de seu melhor amigo.

A luta final: Outra luta épica é a que ocorre no final do seriado com Ryu e Bison. Ken também participa mas quem desenvolve o golpe na sua excelência e coloca um ponto final nos planos de Bison é o japonês. Relembre aqui.

Trilha Sonora impecável

Uma benção que Street Fighter 2 V nos deixou foi sua parte sonora. As músicas eram demais e emocionantes. Desde as músicas de ação que eram muito bem feitas até as ótimas faixas cantadas. Como não se emocionar com Forever Friends ou com as músicas de abertura e encerramento? Lembrando também de uma trilha sonora a parte, que é a música tema de Ruy e Ken enquanto eles desenvolvem o Hadouken. É realmente um projeto feito com muito cuidado e encanta em todos os detalhes. Então tome para ouvir toda a trilha sonora do seriado mais as duas aberturas em japonês:

Curiosidades

Algumas curiosidades do seriado encontradas no site SFRPG para você conferir:

  • O dublador do narrador e de Dubal (pai da Chun Li) é Nelson Machado, o Kiko do Chaves.
  • Ken veste Armani e Chun Li usa Chanel em vários episódios. Os modelos que eles vestem existem de verdade.
  • E enquanto as marcas de grife seguem seus nomes reais, a caminhonete que passa em um episódio é da marca TOTOTA.
  • O Ken do anime é ruivo e não loiro. Ele obviamente é muito rico e tem um American Express SEM LIMITE (seus gastos durante os episódios mostram isso).
  • Chun Li não é agente especial ainda, ela trabalha como guia turística e conhece Ryu e Ken com a função de apresentar Hong Kong para os dois.
  • O quadro que Ryu recebe do mestre Yo da Casa de Chá é de Bodhidharma, o famoso teórico do Chi e criador do Kung Fu
  • Sagat não tem cicatriz nem tapa-olho.
  • Balrog no anime não é boxeador e não entra em nenhuma luta. Ele é um agente infiltrado na Interpol para atrapalhar as investigações da polícia.
  • Talvez por em 1995 não existir mais União Soviética, Zangief deixou o orgulho soviético de lado e foi apoiar Bison na Shadaloo.
  • Na luta de Bison contra Chun Li, ele se aproveita dela com teor sexual (leve, claro) e ninguém da patrulha da censura viu isso. Imagina se fosse hoje…
  • Cammy só usa maiô quando está na piscina. Sua roupa de “combate” é um colant bem decotado de espiã.
  • O Charlie (Nash) do anime é totalmente diferente do Charlie do videogame. Como em 1995 Charlie ainda não tinha sido apresentado ao mundo, os desenvolvedores do anime criaram um personagem com suas próprias ideias: moreno, barbudo e de óculos. O Charlie dos videogames apareceu logo depois em Street Fighter Zero, loiro e sem barba.
  • A Shadaloo do desenho não é um “império” global: ela está se fortalecendo no sul da Ásia e na Espanha. Mas com um final que sugere que Bison não está morto e com muita coisa como conhecemos nos videogames ainda não ocorreu, podemos entender que os criadores não deixaram a organização tão poderosa de propósito.
  • O Hadouken do seriado é o Denjin Hadouken e foi introduzido em Street Fighter 3.
  • O SBT tinha comprado da Columbia um seriado feito nos EUA sobre Street Fighter (sim, aquela porcaria com Guile de mocinho que passava logo após o anime). Como a animação estava demorando para chegar ao Brasil, o anime foi oferecido como pedido de desculpas ao Sílvio Santos que aceitou e passou no horário que todos conhecemos sem nenhum corte ou censura.

Akuma, é você?

Em 1995 o grande segredo de Super Street Fighter 2 era Akuma. O misterioso lutador apareceu primeiro neste jogo como um personagem secreto que derrotava Bison com um golpe apenas e desafiava apenas os melhores jogadores. Em uma época com pouca Internet e muita especulação, Akuma fez algumas aparições no seriado mas como um legítimo easter egg. O que ele faz nos locais ou o que ele planeja ao “seguir” os dois amigos é algo que nunca vamos saber.

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

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RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!

Ih, ó o cara aí!

Sim, eu sei que existe animes lendários e eternos como Dragon Ball Z e Cavaleiros do Zodíaco. Mas pelo menos na minha opinião, Street Fighter 2 V marcou pra valer nossa geração por ter uma história mais pé no chão, enrolar menos (ignore aqui os Hadoukens do Ryu) e ser bem fiel com a obra que serviu de inspiração. É sim uma grande obra de animação japonesa por vários fatores, mas o principal é o fato de que são gente como a gente podendo aprender mais do que ser “apenas forte”: elas podem aprender a ser pessoas melhores.

12 Respostas para “RetroArkade: Ao encontro do mais forte em Street Fighter 2V!”

  • 23 de novembro de 2014 às 12:48 -

    Giovani

  • Eu também tinha como regra assistir em 1996 as 10 da manhã de todo sábado Street Fighter!Eu adoro este anime!É um dos melhores de todos os tempos na minha opinião.O traço a movimentação dos personagens as músicas…enfim,tudo ali foi bem feito e equilibrado.Pode até parecer meio gay,mas quando eu vi a imagem do post com o Ryu preparando o Hadouken,man… eu fiquei arrepiado,a música tema do momento veio na hora na minha cabeça.Ah! e os momentos épicos que vc destacou foram os mesmos pra mim também.Junior,parabéns pelo texto cara!

  • 23 de novembro de 2014 às 13:50 -

    Nerd SSJ∞

  • Não imaginava que o anime tinha tantos cameos do Akuma.

  • 23 de novembro de 2014 às 14:59 -

    Ramiro

  • Eu adorava esse desenho quando criança, mas revendo hoje em dia, ele nao é nada fiel a história do Street Fighter dos videogames,  que é super rica, além dos personagens serem totalmente sem noção. Sagat é presidiário, Balrog não luta boxe, Ken e Ryu (sem a faixa característica na cabeça) não aprenderem as tecnicas como hadouken e shoryuken com o mestre japonês, e sim com DHalsim, o Akuma é um mero figurante, e essa história deles ficarem viajando com a Chun-li não tem lógica nenhuma. Talvez se o anime tivesse qualquer outro nome que não fosse “Street Fighter” seria bem melhor.

  • 23 de novembro de 2014 às 20:10 -

    André Wagner Souza

  • Boa resenha, mas precisava ser tão exacerbado? Deu para perceber o seu apego sentimental, mas  ficou uma exaltação um tanto forçada. Até mais..

    • 24 de novembro de 2014 às 04:50 -

      leandro leon belmont alves

    • simples, porque esse é o melhor anime baseado num jogo. e com um enredo bem mais crível do que a do jogo, onde Ryu é um mendigo que bate nos outros sem razão aparente e Sagat quer vingança simplesmente por birra…e muitas coisas que vi no Victory prefiro mais acreditar no que a versão do game.

      • 26 de novembro de 2014 às 09:35 -

        Joao

      • Com todo o respeito, mas achei desnecessario o seu comentario, Andre. A arkade é uma revista feita por quem ama e para quem ama videogames, animes, mangas e “nerdices” em geral. Qualquer um no lugar do Junior (inclusive eu) escreveria de maneira nostalgica e “exaltada” ao lembrar de um desenho animado que realmente marcou nossa geracao (eu mesmo tinha 10 anos à epoca e assisti demais). Entao.. Acho que em vez de desmerecer, agradeca por nós termos um site brasileiro de altíssima qualidade voltado para o público geek com otimas materias como esta. Abracos

    • 14 de dezembro de 2014 às 22:37 -

      Kleber

    • Por acaso este site é daqueles que tem que ser imparciais e bla bla bla?  Por acaso são jornalistas com larga experiência e que recebem altos salários e bla bla bla?Veio ao lugar errado!

  • 23 de novembro de 2014 às 20:26 -

    Antonio

  •  Cara! Muito bom esse desenho… Me sinto parte da historia… Os “caras” são bons!!! Ainda vou lutar que nem eles… Parabéns pela pagina parceiro!

  • 24 de novembro de 2014 às 00:14 -

    Lucas Mendes

  • Eu era uma criança de 10 anos na época, sabia que desenho era fantasia e brincava fantasiando, mas esse desenho ai me fazia acreditar de verdade que era possível soltar hadouken. acho que, somando as tentativas, gastei bem uma meia hora da minha infância girando os braços concentrando a energia do hadou uhauauhauahuahauha.Valeu ai pela postagem fera, achei muito bacana só discordo da fidelidade ao video game. pq o anime teve muuuita liberdade em relação à historia original. 

  • 7 de janeiro de 2015 às 10:24 -

    Chinalia

  • Esse anime realmente foi the best, eu assisti uma duas ou tres vezes na epoca e adorava, foi a melhor adaptação na minha opinião tb Junior C. vale o trabalha pra lembrar desse anime q foi bem bacana. 

  • 18 de março de 2017 às 01:02 -

    Guilherme

  • Belo post brother. Esse anime é meu desenho favorito até hoje. Só uma coisa que faltou ai, ele reprisou no SBT ou no Cartoon Network (não me lembro em qual, talvez tenha sido nos dois) depois de 1996, acho que em 2001 ou até antes. Foi lá que assisti, entre os 6 e 8 anos de idade, graças ao anime aos 8 eu entrei no Karate hahhaha. Depois disso só fui conseguir assistir novamente em 2005 (como vc falou no post) no Cartoon, já com 11 anos hehe. Muito foda! Quem quiser rever as melhores lutas, estou postando elas ainda no meu canal, com edições pra ficarem completas em único vídeo, e etc, só procurar no youtube “guilhermekfwst”

    Valeu!

  • 25 de março de 2017 às 01:07 -

    joao silva

  • O melhor do desenho pra mim, é que tinha sangue nas lutas. Isso faz toda a diferença. Assim como em cavaleiros do zodiaco. Se assistir qualquer desenho de luta ou até filmes de luta que não tem sangue, não tem a mesma graça. E a música de suspense do Bison, que maravilha. Belo texto e que bom saber que tem mais gente que nem eu que se lembre com emoção as cenas deste desenho. Nós vamos ao encontro do mais forte!

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