RetroArkade: Enfrentando espiões nos prédios de Elevator Action
Na era de ouro da criatividade dos games, a Taito nos apresentou um jogo simples, porém viciante e bastante desafiador. Hoje vamos descer novamente os 30 andares de Elevator Action.
Para um jogo ser considerado inovador, não precisa de muita coisa. É necessário “apenas” um algo a mais, que faça o título ser popular por muitos anos e em alguns casos, jogado por mais de 30 anos. Foi assim com Pac-Man, o mesmo acontece com os jogos do Mario e também com o tema da nossa RetroArkade de hoje, o divertido Elevator Action.
O game da Taito chegou em 1983, numa época aonde a jogatina hardocre tinha nome e endereço: as brilhantes e barulhentas casas de arcade, com inúmeros fliperamas nos convidando para sugar todo nosso dinheiro em fichas nos mais variados jogos. Quem dominava qualquer um dos games disponíveis ali, era o “santo” do local, ganhando respeito e admiração.
Descendo…
E em meio a tanta concorrência, nada melhor do que trazer uma proposta diferente, não é mesmo? Pois foi esta a proposta da Taito: o tema espião, popular devido a James Bond mas que perdia atenção para os “chuta a porta e atira” da época, foi o ambiente. O Agente 17 tinha a missão de adentrar um prédio repleto de gangsters do “mal” pelo alto, ir buscando pastas em portas específicas e ir descendo até o térreo, aonde um carro o aguarda para sair dali e cumprir a missão.
Algo muito simples, mas que chamava muito a atenção, devido ao seu desafio e estratégia. Era muito comum a jogos da época o simples e puro reflexo, desviando de tiros inimigos e de maneira quase frenética, adentrar as fases dos games da década. Elevator Action também exigia este reflexo, já que os bandidos viviam atirando, porém adicionou alguns elementos interessantes para trazer o “algo a mais” que a indústria pedia tanto.
Atira na lâmpada logo!
Elevator Action trazia na medida do possível o que deveria ser feito em um game de espião: cautela e ações precisas, fórmulas estas melhores exploradas anos mais tarde na série Metal Gear e nos jogos Splinter Cell. Embora o foco era chegar ao térreo atirando nos bandidos que aparecem no caminho, você também podia usar o cenário ao seu favor, se escondendo nas portas vermelhas (aonde existem os documentos necessários para roubar e completar a fase) e evitando o tiro fatal, já que aqui é tomou tiro, morreu.
Era possível também acertar a lâmpada e deixar o andar escuro, lhe dando uma certa vantagem, e até acertando a lâmpada na cabeça do inimigo ganhando assim, valiosos pontos extras (lembre-se que os recordistas eram deuses do olimpo nas casas de arcade). Também era possível controlar o elevador enquanto desce os andares ou usar as escadas, disponíveis em alguns andares.
Tudo isso adicionou muita estratégia ao título, fazendo com que o jogador pensasse mais do que apenas sair atirando por aí, dando sentido para o ambiente espião do game. E a mecânica inovadora não deixou ninguém reclamando de seu visual simples (até para a época), muito menos da música comum, composta por Yoshio Imamura e que obviamente nunca estará em um top 10 trilhas sonoras.
Do arcade para os videogames
E assim como no cinema, aonde um título saía das telonas e chegava meses depois na locadora, nos arcades era algo semelhante. Se um título fez sucesso nos fliperamas, a tendência era a que ele recebesse versões para console, e até pela sua simplicidade visual, Elevator Action apareceu em diversos sistemas.
ZX Spectrum, Amstrad CPC, MSX, Commodore 64, NES, Game Boy e o Sega SG-1000 (o “pai” do Master System) foram os sistemas que receberam uma conversão do jogo, e seguiu os mesmos moldes: visual simples, jogabilidade estratégica e desafio crescente.
O Atari 2600 iria receber uma versão mas acabou que ela nunca chegou. Mesmo assim, de acordo com a proporção da base instalada de cada console, o game conseguiu resultados satisfatórios, sendo considerado por muitos um clássico. Tanto é que o game é um dos disponíveis para o Wii Virtual Console, dando as caras por lá em 2007.
Tem espaço para Elevator Action hoje?
Uma sequência que ninguém lembra existe. Elevator Action II (ou Returns) apareceu em 1994 e chegou ao Saturn. E várias compilações e coletâneas inseriram o game em outros sistemas, tornando-o mais conhecido.
Hoje, o título só tem um local para ser bem explorado: o mundo indie. Os desenvolvedores independentes, que curtem prestar tributo a esta era dos games, provavelmente pela criatividade desta geração, poderiam evoluir de maneira interessante este título e disponibilizar nos Steams da vida o game. Eu jogaria, e você?
Leandro alves
esse Elevator Action Returns é foda mesmo! o ruim dele é que só de dá três continue apenas.
acho que uma copilação desse game na Steam, venderia
Fagner
Só de ter lido Elevator Action no título da matéria, a musiquinha ficou impregnada na minha cabeça… D:
Renan do Prado
Nossa, eu adoro demais esse jogo!!! Eu tinha ele pra Gameboy Collor, naquelas fitas de 90 jogos (que milagrosamente salvava todos os jogos que tinham função de save e realmente tinha 90 EXCELENTES jogo), e Elevator Action era um dos meus preferidos!!!!
Marcelo Tavares
Mini Arcades Elevator Action e muito mais…
http://www.playpixel.com.br
Jeronimo Pantas
Lembro que jogava este jogo de arcade ,muito bom ,vou jogar no emulador agora!!!