RetroArkade: Nem só de Game Boy viveram os portáteis.

O Game Boy reinou soberano, mais não foi o único console portátil. Hoje vamos conhecer e relembrar de seus concorrentes, que de alguma forma contribuíram para a jogatina móvel.

Embora o Game Boy tenha sido sinônimo de videogame portátil por muitos anos, tivemos sim várias opções — até melhores tecnicamente — do que o portátil da Nintendo. A RetroArkade de hoje é dedicada a relembrar estes portáteis que sugavam nossas pilhas e era nossa salvação na fila do dentista em uma época sem smartphone.

Por isso fica o nosso convite para vir conosco e relembrar algumas alternativas ao portátil da Nintendo. Alguns mais populares e outros nem tanto, o fato é que quem viveu os anos 90, com um portátil, um cartucho e pilhas, podia se divertir bastante.

Game Gear – Sega

O maior concorrente do Game Boy foi o portátil da Sega. Em plena guerra com a Nintendo, o Game Gear chegou com tudo o que o concorrente não tinha: tela com luz interna, gráficos coloridos, jogos mais bonitos e acessórios como um sintonizador de TV. Mais potente até que o Master System, o sistema ainda possuía um acessório para rodar os jogos do 8-bit da empresa nele.

Porém o alto consumo, que com seis pilhas mantinham o aparelho ligado por poucas horas, aliado a poucos jogos e a popularidade já instalada do rival, que havia sido lançado anos antes, fizeram do Game Gear o “SBT dos portáteis”, ou seja, tendo sua base firme e forte, mas não atingindo nunca a liderança.

Jogos Importantes: Sonic Chaos, Mega Man, Sonic Drift, Ayrton Senna’s Super Monaco GP II.

Lynx – Atari

Lançado em 1989, o Atari Lynx é o primeiro portátil colorido. Desenvolvido pelo pessoal da Epyx, os mesmos por trás de California Games, as dificuldades financeiras do estúdio levaram o projeto até a Atari, que lançou o sistema com a promessa de ser o mais potente do mercado, pois apesar de também ser 8-bit como seus concorrentes, tinha um processador de vídeo de 16-bit, o que na teoria garantia jogos mais bonitos.

Mas na prática, os poucos jogos (menos até que o Game Gear), seu alto consumo de bateria e até seu alto preço (foi lançado por US$150, valor alto para a época), o ostracismo foi o seu destino.

Jogos Importantes: California Games, Lemmings, Pit Fighter.

Cougar Boy – Cougar

Lançado em 1993 e atendendo também pelo nome de Mega Duck, foi vendido em países como a França, Holanda e aqui no Brasil. Com design de console e cartuchos semelhantes ao Game Boy e com jogos simples, deu lazer a algumas poucas pessoas, mas apesar de desconhecido, pode valer um bom dinheiro entre colecionadores.

Jogos Importantes: Street Rider, Snake’s Roy, Bomb Disposer.

Game.com – Tiger Electronics

A Tiger Electronics era especialista em adaptações para os famosos minigames, aqui lançados pela Tec Toy, de jogos como Paper Boy, Mortal Kombat ou Street Fighter, mas em 1997, se aventurou no universo dos portáteis ao lançar seu Game.com, sistema com 32-bit, tela preto e branco, utilitários como calculadora e agenda, um Paciência para passar o tempo e até um dispositivo para entrar na Internet.

A empresa inclusive conseguiu lançar versões de jogos populares do momento, mas as conversões não agradaram e o dispositivo nunca vingou. Porém ainda em 1997, é interessante ver um dispositivo que tanto se assemelha aos nossos smartphones, com aplicativos e conexão à Internet.

Jogos Importantes: Mortal Kombat Trilogy, Resident Evil 2, Duke Nuken 3D

WonderSwan – Bandai

A Bandai também teve sua parte na história ao lançar no Japão o WonderSwan. E pelo menos lá na terra do Sol Nascente, o console incomodou a Nintendo, especialmente a versão colorida, já que a Bandai conseguiu uma parceria com a Square e lançou remakes de Final Fantasy I, II e IV.

Seu design também era interessante, e demonstrou outra tendência muito comum hoje: o console podia ser jogado na vertical e na horizontal, de acordo com a conveniência do título. Não foi um sucesso fenomenal, mas como disse, fez sua lição direitinho.

Jogos Importantes: Final Fantasy IV, Guilty Gear Petit, Front Mission, Seitoushi Seiya: Ougon Densetsuhen Perfect Edition

Neo-Geo Pocket – SNK

Outra empresa que não pode ser condenada por tentar é a SNK. E ela fez sua parte ao lançar o Neo-Geo Pocket, em 1998, e no ano seguinte, a versão colorida. O console era 16-bit, trouxe versões móveis de jogos importantes da empresa e graças a um acordo com a Sega, tinha Sonic em seu repertório, além da possibilidade de conexão com o Dreamcast.

O console foi descontinuado em 2001, pelas mesmas razões que os outros sistemas da franquia: poucos jogos e desinteresse de outros estúdios que não os first-parties para criar games interessantes.

Jogos Importantes: The King of Fighters R-2, SNK vs. Capcom: Match of the Millennium, Sonic The Hedgehog: Pocket Adventure

Bônus: Brick Game 9999 in 1

E para terminar a lista, talvez o “maior concorrente” do Game Boy. Quem nunca passou horas jogando um dos “9999 jogos” do Brick Game (ou Fun Game, ou qualquer coisa do tipo)? O minigame que foi, é e será sucesso nos camelôs e lojas de R$1,99 por toda a eternidade oferecia milhares de jogos “iguais”, com versões de Tetris, Arkanoid e em alguns modelos, até um jogo de corrida, tudo com aqueles quadradinhos formando as imagens necessárias.

E a história continua

Trouxemos alguns modelos, mas a história continuou, com o Game Boy Advanced, o N-Gage e tantos outros, até os tão populares jogos móveis que jogamos hoje. Algum destes consoles marcaram sua infância? O que era jogar estes videogames? Vamos lá galera, esta coluna não termina aqui, ela continua com a sua participação.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui! Você pode me seguir no Twitter, e no Instagram