RetroArkade: Você conhece o Pippin, o videogame da Apple dos anos 90?

20 de setembro de 2015

RetroArkade: Você conhece o Pippin, o videogame da Apple dos anos 90?

Recentemente, vimos que a Apple quer fazer de sua Apple TV um sistema de games. Porém a companhia já se arriscou no universo dos games nos anos 90, com o Pippin, que você conhece agora.

Se você observa a Apple hoje, pode não se lembrar do que era a companhia nos anos 90. Antes de revolucionar o mundo com o iPad, iPhone e tantoas outros “i’S”, a companhia do Vale do Silício amargou uma década de ideias boas e ruins, mas com queda de popularidade e Market Share, observando a Microsoft “dominar o mundo” com seu Windows.

Mas nunca podemos negar este espírito audacioso da empresa californiana, pois mesmo em meio a guerra Sega-Nintendo e os aparelhos de 32-bit chegando de vez no mercado, a Apple arriscou lançar seu próprio videogame buscando revolucionar o universo dos games daquela época.

Com as recentes divulgações da Apple em relação a seus novos aparelhos, incluindo a nova Apple TV com suporte a games, mais a revolução na maneira de se jogar em aparelhos móveis com a App Store, é interessante saber como a companhia já arriscou no mundo dos games, mesmo que sem muito sucesso.

Era uma vez a Apple dos anos 90…

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Para começar, Pippin não é bem um videogame, e sim um software. E por incrível que pareça, era um OS de plataforma aberta com o intuito de levar o computador para as casas com um preço de entrada bem camarada. Apesar de ser videogame, o sistema era focado em computadores e assim como aqueles projetos da Dynavision que unia computador com videogame antigamente, o Pippin queria ser o primeiro computador das pessoas, numa época aonde um PC não era lá um item dos mais acessíveis, mesmo se popularizando.

E por ser um sistema aberto, a Bandai, observando o potencial da tecnologia e querendo expandir mais seu universo, que colhia os frutos dos seus produtos baseados em Dragon Ball e Power Rangers, se uniu com a Apple e se tornou a parceria mais importante deste curto período de tempo.

E o Apple Pippin finalmente foi anunciado no final de 1994 com uma unidade de CD de 4X (bastante para a época), memória expansível, 8 e 16 bits de cor, teclado e mouse. Tanto a Bandai quanto a Apple comemoravam a oportunidade de adentrar os lares dos consumidores no próximo ano. “Esta tecnologia tem sido limitada até agora para as pessoas que estão familiarizados com o computador pessoal. Quando você introduz um produto como este, é algo totalmente não intimidador”, disse Satjiv Chahil, da Apple.

E para mostrar que o console era um misto de console poderoso e computador de entrada, o sistema vinha de fábrica com um modem para acessar a Internet. Para se ter uma ideia, o Mega Drive tinha um sistema de Internet dos mais simples, o Dreamcast em 1999 que começou a popularizar o conceiro, e um “modem de fábrica” só veio aparecer com o Xbox original e se popularizou com Playstation 3 e Xbox 360.

A inovação que ninguém viu

O espírito inovador estava em vários locais. O Apple Jack, o controle, era sem fio e o sistema já foi preparado pensando em retrocompatibilidade em uma próxima atualização. Somando a lista de coisas que eram maluquice na época e hoje é algo comum, o Pippin também era de região livre.

Porém, mesmo com todas estas inovações e boas ideias, o Apple Pippin chegou a um mercado que não perdoa um item em específico: o preço. Embora barato, quando estamos falando de computador, o sistema tinha cara de console, e comparando com a concorrência, era bem caro.

No Japão, o Pippin chegou por ¥64.800, e nos Estados Unidos, por US$599, com um modem e quatro jogos. Porém na mesma época, o Playstation chegou custando apenas US$299, oferecendo de cara mais jogos, parcerias com gigantes do setor e um futuro promissor, confirmado anos mais tarde. O preço, com um trauma já vivido pelo 3DO anos antes, voltou a fazer uma nova vítima, pois das 300 mil unidades planejadas, foram vendidas apenas 42 mil.

Mas por quê deu errado?

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A história nos conta que más decisões entre todos os envolvidos e problemas na prática de suas promessas fizeram do Pippin o fracasso que foi. O modem, tratado como item de marketing e altamente aguardado por todos, era um modem de apenas 14,4kbps, considerado lento mesmo para a época. E as televisões da época não eram feitas para exibir conteúdo da grande rede, sendo então uma experiência não muito agradável.

A óbvia decisão em relação ao preço também não deu bons resultados. Na época, o gamer tinha a disposição o Super Nintendo, o Mega Drive, o Sega Saturn, o Playstation, o 3DO (também caro), o Jaguar, os portáteis e em alguns mercados, o NES e o Master System, lembrando também dos jogos de PC para o Windows que já estavam sendo consilidados nesta época.

A Bandai e a Apple também não conseguiram seduzir estúdios para produzir games para o sistema e isso causou o maior problema de qualquer sistema: a falta de jogos. Os poucos jogos disponíveis ou eram de caráter educativo, ou eram jogos genéricos de Dragon Ball (com games da série fazendo sucesso em outros consoles).

Porém, um estúdio desconhecido deu uma chance ao Pippin, uma tal de Bungie Studios, que lançou Marathon para o sistema e logo depois iria lançar um tal de Halo, um jogo que “ninguém conhece”. Mesmo assim, o problema foi que a Apple tinha um console que tinha uma biblioteca fraca, propostas que não tiveram brilho para o consumidor em um mercado altamente disputado e exigente.

Por isso, em 1997, durante a segunda passagem de Steve Jobs pela Apple, e em alguns anos antes da época de anunciar o iPod, o executivo colocou fim a todos os projetos, buscando reestruturar a marca e seus produtos. Se quisesse um Pippin depois disto, só via colecionadores, com consoles custando hoje em sites como o eBay por volta de US$700.

Cadê o próximo “iGame”?

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Já se passaram vinte anos do lançamento do Pippin. Nestes dias, nenhum console vingaria se não tivesse de fábrica os itens que o console da Apple apresentou naquela época. O mundo não entendeu bem a proposta multimídia de um videogame na época, porém hoje é tudo o que um videogame é, pois no mínimo, além dos games, o dono do console o usa para assistir filmes ou ouvir música.

Neste meio tempo, a Apple entrou no mundo dos games com o iOS, oferecendo títulos novos como Infinity Blade, franquias casuais do quilate de Angry Birds, ou remakes de qualidade, como a coleção Final Fantasy. Porém nunca mais ouvimos falar em algo do tipo “videogame da Apple“.

Porém, a Apple TV terá maior ênfase em games desta vez. Mas estamos falando de um produto já lançado, bem aceito pela comunidade e que em versões anteriores, melhoravam o gameplay em games de iPad. Será que este é um embrião de um possível novo console da Apple? Só o futuro poderá nos dizer.

Via (Polygon)

Uma resposta para “RetroArkade: Você conhece o Pippin, o videogame da Apple dos anos 90?”

  • 20 de setembro de 2015 às 11:25 -

    Talbheim Caine

  • o futuro dos consoles é curto, PC está matando os consoles lentamente
    console não consegue acompanhar tecnologicamente os pcs em quesito games
    o ps4 e xboxone são a prova disso, embora ambos tenham sido um sucesso de vendas, é fato que ambos foram lançados com tecnologia ultrapassada e por um preço muito alto pelo que oferecem, levando em consideração que pelo mesmo preço você pode montar um pc bem mais forte e moderno, e com o catalogo de jogos da steam e outras stores crescendo descomunalmente com jogos AAA e indies à preços muito mais atrativos do que nos consoles,
    ficarei feliz se existir um PS5 ou ps6, mas o que tudo indica é que o futuro dos games está na plataforma PC, ela sozinha lucrou mais que o dobro dos consoles juntos, sem duvida as grandes desenvolvedoras de games estão de olho nessa pizza e certamente querem abocanhar uma fatia

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