RetroArkade – O Yu Yu Hakusho que a Tectoy traduziu para o Mega Drive

14 de maio de 2017

RetroArkade - O Yu Yu Hakusho que a Tectoy traduziu para o Mega Drive

Yu Yu Hakusho está entre os animes preferidos do público brasileiro. Exibido na extinta TV Manchete de 1997 até o fim da emissora, e passando por Cartoon Network, Canal 21 e Bandeirantes (sempre com muitos cortes, devido a violência do anime), a história de Yusuke Urameshi e seus amigos chamou muita atenção por contar com uma animação bem feita, história organizada por eventos variados e combates de muito bom gosto.

Mas hoje não iremos apenas relembrar do anime, que sim, deixou saudades. Vamos curtir juntos também o game da Treasure, que foi lançado em 1994, mas que acabou, graças as boas iniciativas da Tec Toy (aqui no RetroArkade, o nome deles é escrito em separado, mesmo =D) na época, ganhando uma versão traduzida para o português, lançada em 1999, durante a época em que o anime fazia sucesso por aqui.

O maior Detetive Sobrenatural que você respeita

Para falar do jogo, precisamos antes lembrar de Yusuke Urameshi, um jovem estudante, que adorava arrumar brigas pela rua, e era um aluno de notas nulas e totalmente problemático, com problemas em casa e tudo o mais. Este estudante, que acabou dando a sua vida para salvar um garotinho em um acidente de trânsito, confundiu até o mundo sobrenatural, que não sabia se ele devia ir para o céu ou para o inferno. A decisão, então, foi de trazê-lo de volta à vida, mas como Detetive Sobrenatural, que acabou por envolver seu ex-adversário Kuwabara, seu amor escondido Keiko, e mais, para a frente, Hiei, Kurama, além da Mestra Genkai, em suas missões pelo novo mundo que acabaram conhecendo.

Os 112 episódios são bem organizados, e mostram a mudança de vida de Yusuke e seus amigos, passando pelo Torneio das Trevas, parte preferida da maioria dos fãs da série, um encontro com seu antecessor no cargo de Detetive Sobrenatural, além de um desfecho para todos os personagens. As sagas ficaram conhecidas como: Saga do Detetive Espiritual, Saga do Torneio das Trevas, Saga do Capítulo Negro, Saga dos Três Reis.

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A inesquecível luta de Yusuke com Toguro foi lembrada em nosso Top 10 – Melhores lutas dos animes. Confira a lista aqui.

O anime estreou no Brasil em 1997, pegando carona no sucesso de Cavaleiros do Zodíaco, que já estava sendo exibido à exaustão na emissora, que até tentou substituí-lo com Shurato e Samurai Warriors, mas que encontrou em Yusuke a pessoa perfeita para herdar o lugar dos Defensores de Atena. Yusuke era um bad boy, por isso, durão, que acaba virando um herói e contava com um carisma incrível, e o mesmo podia se dizer de seus companheiros. O desenrolar dos fatos no anime eram bem mais brutais e violentos do que vistos em outros animes na época, fazendo com que muitas crianças vissem os episódios escondidos das mães, para evitar broncas por ver “essas coisas do demônio”.

Prova do sucesso do anime no Brasil foi justamente a emissora que o exibiu. Passando por sérios problemas financeiros, a Manchete já não contava com a força que um dia teve, e assim, também não tinha caixa suficiente para investir em programação, vendo Dragon Ball e Fly no SBT, Dragon Ball Z indo para a Bandeirantes, e Pokémon fazendo sucesso na Record. Mesmo assim, Yu Yu Hakusho trouxe bons índices de audiência para a emissora, sendo interrompido apenas quando as atividades no canal carioca terminaram de vez, em 10 de maio de 1999. E, vendo todo esse potencial, a Tectoy foi atrás do game para o Mega Drive, lançado no Japão durante a exibição do anime por lá, em 1994, e trouxe para o Brasil a sua edição, legendada em português e item raro entre colecionadores.

Vamos para o Torneio das Trevas

O jogo em si, é bem simples, mas ao mesmo tempo, bastante divertido. Não temos um modo história, nem os eventos do anime sendo reproduzidos no gameplay. São apenas os personagens, onze no total, que disputam um modo do estilo Street Fighter, em que você luta contra todos. Os personagens estão todos lá, mas não espere um final como no game da Capcom, com uma razão para os combates. Toguro, em sua versão com 100% de força, seria o natural “chefe final”, mas aqui não passa de um personagem “comum”. O que aliás, traz a simplicidade do game. Sentimos falta, por exemplo, de alguns elementos que apesar de perfumarias, dariam mais profundidade ao game, como roupas diferentes para os personagens, baseados nas várias fases do anime, ou mesmo a presença das locutoras do Torneio das Trevas, Koto e July.

O gameplay, como dito, é bem simples. Baseado em uma mistura entre os games Dragon Ball e Street Fighter, temos combates mano a mano, ou em duplas, que também funciona com um modo de torneio que o jogo disponibiliza. Em ambos os combates, temos uma barra de vida, e abaixo, uma de energia, que pode ser recarregada e serve para os golpes especiais. Fora isso, temos planos de ação, semelhantes a Fatal Fury, mas sem a mesma utilidade do jogo da SNK. O que conta no fim, é a diversão, pois o gameplay é bastante rápido e fácil de se pegar o jeito, ao contrário de outros jogos de luta, tão técnicos e complexos. A ação acelerada, o combate rápido e os golpes fáceis de se executar até amenizam a pouca preocupação em se preparar os personagens, já que eles, apesar de contar com a personalidade forte contruída no anime, são, no fim, “todos muito iguais”. Todos são muito parecidos, com formas de jogar semelhantes e apenas poucas exceções, como o Kurama, exigem de você um pouco mais de atenção no combate.

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Outra atração bacana no jogo é a dublagem, que conta com vozes digitalizadas aqui e ali e são bem competentes, além dos cenários, que estes sim, com animações bem feitas e efeitos caprichados, ajudam na imersão que o jogo não faz muita questão de oferecer. Lutar nas florestas clássicas do anime ou na arena do Torneio das Trevas é bem interessante e, somado aos bons desenhos dos personagens, embora eles sejam pequenos, deixa tudo mais divertido, ainda mais se o dono do Mega Drive tivesse um multitap, aquele acessório que deixa com que até quatro pessoas joguem ao mesmo tempo.

Versão brasileira, Tec Toy

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Com o potencial do anime, era natural que jogos aparecessem. A Tec Toy que, em 1994, ouvindo uma pesquisa decidiu correr atrás da Universal e garantiu direitos para fazer um jogo do Pica Pau, também observava o sucesso de Yu Yu Hakusho na TV, mas, pelo fato do jogo já ter sido lançado antes, pois o anime havia sido exibido cinco anos antes no Japão, nem precisou desenvolver nada, pegando apenas o jogo original e mantendo o compromisso de sua época em oferecer boas iniciativas para o gamer brasileiro: a empresa traduziu menus, telas e tudo o mais, com exceção da tela de créditos, o que não é necessário, para sermos sinceros.

Temos aqui, duas linhas de trabalho quanto a tradução. No caso dos nomes dos peronagens, pelas limitações que o Mega oferecia na época, os nomes sofreram algumas diferenças, mas tudo para não atrapalhar o texto original. Assim, Yusuke virou Urai, Kuwabara virou Kuwaha e Jin é chamado no jogo Jyu. Alguns outros, como o Kurama e o Hiei, mantém seus nomes originais. Porém, os diálogos após as lutas, chamam bastante atenção, pois não foram traduzidos, e sim, adaptados. Yu Yu Hakusho tem um trabalho de dublagem impecável, com adaptações importantes para a nossa cultura, com frases que eram faladas pela molecada na época e que dava um ar de proximidade bem interessante, já que estamos falando de uma série ambientada no Japão, país de cultura tão diferente da nossa.

A localização não interfere diretamente no jogo, mas ajudou e muito o entendimento de uma geração que já havia se acostumado com “entender” menus em japonês em alguns games, mas que não acharia ruim de ver os menus em nosso idioma, além de garantir acesso a um game tão bacana, que apenas com esta adaptação da Tec Toy pode chegar ao Brasil, já que o game ficou apenas pelos lados do Japão em seu lançamento.

Que tal uma fita nova, Tectoy?

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Sim, sabemos que tal pedido é muito difícil, nem pela fabricação do cartucho em si, mas devido a questões com direitos autorais e muitas outras coisas. Mas, depois do anúncio do cartucho da Turma da Mônica, não custa sonhar, não é mesmo? As fitas originais, lançadas em 1999, são “facilmente” encontradas no Mercado Livre, custando seus 500 reais.

Cartuchos do game em sua versão japonesa já são encontrados por preços mais camaradas, mas independente da versão que estiver jogando, a certeza é que estará jogando um game bastante divertido, que, ao mesmo tempo que não tem muito compromisso com a mitologia da série que o inspira, fornece um gameplay rápido, fácil de assimilar e que garantirá boas horas de diversão, ainda mais se estiver com quatro controles, o acessório correspondente e mais três amigos.

2 Respostas para “RetroArkade – O Yu Yu Hakusho que a Tectoy traduziu para o Mega Drive”

  • 14 de maio de 2017 às 15:57 -

    C

  • Ah! Eu sou Toguro!

  • 15 de maio de 2017 às 11:05 -

    mikemwxs

  • Conheço o jogo de fama mas ainda não parei para jogar… Vou experimentar com os amigos!

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