Rock in Rio: The Who traz uma aula de Rock e Guns N’ Roses fazem show energizante

24 de setembro de 2017

Rock in Rio: The Who traz uma aula de Rock e Guns N' Roses fazem show energizante

Em mais uma noite de Rock in Rio, era dia de conferir duas lendas do rock que, apesar da idade, seguem arrebatando público e oferecendo seus hits, suficientes para trazer alegria aonde quer que toquem. Junto a Titãs e Incubus, a noite de ontem com The Who e Guns N’ Roses foi bem interessante de se conferir.

Os Titãs seguiram a cartilha das bandas brasileiras que, sensibilizadas com os nossos inúmeros problemas, sejam eles políticos, sociais, em relação a violência ou ao desmatamento, deixaram seu recado: “Que essa música seja uma oração pela paz”, comentou Sérgio Britto, antes de Epitáfio. Diversão, Sonífera Ilha, Cabeça Dinossauro e A a u u foram alguns dos sucessos da banda que agradaram a todos os presentes.

Os @titasoficial foram a primeira grande atração do #PalcoMundo no @rockinrio 📸 Mauricio Pingo – Estácio

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Já o Incubus, surpreedeu ao oferecer um show muito competente e caprichado. Seguindo a linha de bandas “que a maioria não pagou pra ver”, e que precisam se desdobrar para chamar atenção do público, a banda do vocalista Brandon Boyd fez uma apresentação bastante honesta, fazendo hora um rock mais pesado, e outra hora, algo mais alternativo. Anna Molly, Wish you Were Here e Love Hurts foram algumas das músicas interpretadas.

The Who e a sua aula de Rock’n Roll

Continuando as apresentações de sua primeira apresentação no Brasil, o The Who trouxe muita energia para a Cidade do Rock. Já que a visita da banda era aguardada por mais de cinco décadas, os fãs nem se importaram com as questões de idade da banda e do fato de a banda contar com apenas dois de seus músicos originais. O foco era celebrar uma lenda viva do Rock e o próprio Rock em si, e isso foi feito com maestria.

Em uma hora e quarenta minutos de show, a banda mandou seus clássicos de sua trilogia definitiva, Tommy (1969), Who’s Next (1971) e Quadrophenia (1973), o que significa que o público dançou Substitute, Who’s Are You, The Kids Are Alright e mais. Um Rock honesto, sem frescura, focado mais na diversão do que em que qualquer outro fator garantiram uma noite positiva da banda na Cidade do Rock e uma digna celebração do Rock’n Roll.

Despojado e sem muitas preocupações quanto a voz e música, a banda mostrou que o Rock in Rio precisava deles e eles precisavam do Rock in Rio. Com o passar dos anos, o evento foi perdendo, naturalmente, sua aura mitológica, mas isso não é algo necessariamente ruim. Significa que o festival vai mudando seu planejamento, e mais shows podem ser acompanhados neste formato, mas é claro que vez ou outra, assim como foi com Bruce Springsteen em 2013, ou com o Iron Maiden em 2001, é muito bom contar, vez ou outra, com uma apresentação deste calibre, o que mostra que o evento segue interessado em manter sua aura de grande festival que é.

Guns N’ Roses e sua surra de sucessos!

As apresentações do Guns N’ Roses, desde sempre, foram bastante tensas. Antigamente, devido ao comportamento explosivo de Axl Rose e, mais recentemente, devido ao “relaxo” do vocalista, que deixou a sua eternizada voz se perder e oferece bons atrasos em seus shows, de maneira constante. Porém, desta vez, sem maiores polêmicas, o show começou na hora (Ok, foram 20 minutos de atraso, mas vamos fazer de conta que está tudo ok). Axl Rose e o Guns N’ Roses tinham contas a acertar com o Rock in Rio e o fizeram muito bem.

Assim como todos os outros vocalistas mencionados durante as coberturas do evento, vale mencionar: esqueça a voz de Axl. O show do Guns aconteceu para um público que ainda adora gritar Sweet Child O’ Mine e que, finalmente, conseguiu ver uma banda mais próxima da qual era nos seus tempos áureos, ao invés do “cover com Axl” que seguia tocando anteriormente, com a presença de Slash e Duff.

Paradise City, Patiente, November Rain… com os integrantes originais. Era isso o que o público queria e era isso o que o Rock in Rio merecia, após investir anteriormente no Guns mesmo em sua era mais “obscura”. A base de fãs da banda é impressionante e, tal qual outros shows do Rock in Rio, não estavam nem aí para a voz de seu vocalista, nem em outros problemas que poderiam acontecer. Eles queriam era curtir seus ídolos e isso eles fizeram muito bem.

Precisamos entender que, infelizmente, nossas bandas preferidas estão envelhecendo e nunca mais nossos queridos vocalistas poderão cantar como cantavam em 1991. Por isso, o simples fato de continuarem na ativa e oferecerem shows de alta qualidade, já é fato suficiente para que ainda tenha sentido pagar ingressos para assistí-los, além de um alerta para as novas bandas, que não conseguem, por uma infinidade de fatores, alcançar os mesmos patamares de seus antecessores. Mas, mesmo assim, o Guns mostrou que ainda tem muita lenha para queimar e agitar os fãs, com direito a um “descanso” especial ouvindo algumas músicas de Chinese Democracy.

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