Testamos o Quantum Fly, o primeiro smartphone deca-core do país

19 de setembro de 2016

Testamos o Quantum Fly, o primeiro smartphone deca-core do país

Um bom smartphone pode ser medido por seu balanceamento. Um sistema que consiga interagir bem com um hardware competente e que oferece soluções criativas para um bom uso é o que fazem a diferença na hora da escolha do consumidor.

Na análise da vez, o ‘convidado’ é o Quantum Fly, aparelho feito no Brasil e que é construído com a ajuda da comunidade, que é bem ativa e participativa. A proposta da Quantum é a de oferecer um smartphone 100% nacional, analisando e inserindo as boas ideias dos usuários e da equipe técnica.

Mas o Quantum Fly é um bom aparelho? E como é jogar nele? Para estas e outras perguntas, fica o convite para conferir a nossa análise, com nossas impressões ao testar o produto. Vale lembrar uma coisa importante quanto ao posicionamento do Fly: ele conta com especificações high-end, mas suas especificações e conjunto geral o encaixam como intermediário. Por isso, vamos analisá-lo na ótica de um intermediário, para sermos justos.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

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DESIGN

Testamos o Quantum Fly, o primeiro smartphone deca-core do país

Ao tirar o aparelho da caixa, que conta com um bom acabamento e coloca itens como fone de ouvido e carregador em um espaço bem inteligente e protegido, há uma agradável surpresa, ao se conferir um aparelho bem elegante e clean. Ao invés de ostentar sua própria marca e encher o aparelho de especificações, o que vemos é um “bloco” limpo e elegante, com a logo e o nome do aparelho quase como um relevo, com bom acabamento e apresentação elegante. Também é digno de nota dizer que o aparelho é leve, apesar de seu tamanho.

Prático e direto, o aparelho segue a tendência atual, contando apenas com a saída para os fones de ouvido, entrada para carregador e a bandeja interna para o cartão SIM e o SD. Também faz parte do corpo do aparelho um leitor de digitais, que fica na parte traseira. O sensor funciona bem e, apesar de ser um desafio para as capinhas, já que o sensor fica bem no meio da parte traseira, está em um local de fácil acesso.

VÍDEO E SOM

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Ver vídeos no Quantum Fly é uma atividade boa, e só isso. Temos aqui uma tela interessante de 5,2 polegadas, que mostra boa definição, executando com competência vídeos em 1080p. Não se trata de uma experiência de top de linha, já que imagens muito claras ficam um pouco esquisitas de se ver, mas nada que atrapalhe a experiência final. O Fly vem com tela IPS, por isso, a experiência não pode ser comparada com aparelhos que contam com telas mais avançadas, como o AMOLED ou a Retina. Não compromete e apesar das limitações, consegue oferecer um excelente entretenimento em vídeo, para Netflix, Youtube e o que mais você consumir neste sentido.

Já o som, só é válido com fones de ouvido. A Quantum vende em seu site o fone bluetooth LIV e na oportunidade de conhecer o headset em seu evento de lançamento, agradou por sua praticidade e leveza, mas o aparelho também apresenta um bom resultado com fones comuns, incluindo o que vem junto, que conta com um acabamento e qualidade raramente vista em aparelhos nesta faixa de preço.

O problema está nos auto-falantes: eles são simples e cumprem apenas o papel de alarmes, alertas e de chamadas em viva-voz, pois contam com vários ruídos ao se ouvir um vídeo, música, ou jogar algum game, o que atrapalha muito a experiência.

CÂMERA

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A Quantum anunciou em sua apresentação que trabalhou duro para apresentar uma boa câmera, incluindo um recurso próprio, que aparece nas opções de resoluções com o nome “Quantum”. Na teoria, temos uma câmera traseira de 16MP que pode chegar a 24MP, e uma câmera frontal de 8MP, que pode chegar a 13MP. Mas na prática temos uma câmera regular, que vai atingir em cheio o público alvo, que quer um bom aparelho e uma câmera decente para tirar fotos corriqueiras. As cores estão bem realistas e ajudam o usuário a ter fotos interessantes.

As fotos cumprem seu papel de não comprometer, mas não temos no Fly uma câmera das mais avançadas. E a resolução especial oferecida pela marca apenas amplia as mesmas imagens, funcionando como o recurso do Photoshop que pega a mesma imagem a a amplia, apenas isso.

No mais, a câmera é boa, garante que o usuário tenha boas imagens em seu aparelho, mas só isso. Não irá comprometer a vida de ninguém, mas não terá resultados surpreendentes. Bom para quem tem um uso corriqueiro sem grandes exigências destas câmeras.

Android 6 e 7

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O Android 6 se faz presente de fábrica, mas a atualização para o 7 está confirmada pela Quantum, em breve. A Quantum até tentou perfumar um pouco o seu Fly, com alguns recursos dentro do aparelho, mas a verdade é que eles nem precisariam se preocupar com isso. A decisão de oferecer o dispositivo com o Android mais puro possível vai na contramão de marcas que insistem em entupir os aparelhos com demos inúteis e aplicativos idem, consumindo espaço desnecessáriamente e oferecendo recursos visuais que só servem para consumir mais bateria e memória.

O Android é um sistema aberto e oferece ao seu usuário as mais variadas formas de personalização possível, por isso não é necessário tais incrementos no aparelho de fábrica, e que só conseguem ser desinstalados via root. Neste ponto a Quantum acertou em cheio, oferecendo um aparelho sem frescuras nem invenções de moda: temos um Android quase puro, com aplicativos padrão e apenas com o Quantum+, a comunidade exclusiva do aparelho, sendo oferecido junto com o aparelho. E como um dos pilares da marca está na conversa com sua comunidade, nada mais justo.

O Android se comportou bem em todo momento e encontramos sim alguns problemas nos testes, ao não conseguir jogar o Asphalt 8, assim como vários relatos de mesma natureza que apareceram em reviews e comentários de usuários, além de problemas nas CG’s de Final Fantasy VII (vídeo a seguir). Porém não há como responsabilizar a Quantum exclusivamente por estes problemas, e com certeza, algum update, seja por iniciativa da marca ou das donas dos aplicativos, resolverá esta questão.

Vale mencionar que os 32GB nativos do aparelho também se fazem muito necessários em época de muita reclamação de “falta de espaço”. O suporte para cartões SD de até 128 com a possibilidade de unir ambas as memórias praticamente resolvem qualquer problema de espaço no aparelho, permitindo até o luxo de andar com filmes, shows e vários games grandes no aparelho de uma só vez.

BATERIA

Seguindo a tendência de todas as marcas, o recurso de economia de bateria se faz presente aqui, além do modo de controle automático de brilho, que funciona bem e ajuda a economizar ainda mais bateria. Podemos afirmar que os 3.000 mAh são satisfatórios no uso corriqueiro do dia a dia, mas são comprometidos nas mãos de usuários mais exigentes, que usam o aparelho por mais tempo em vídeos e jogos.

O Zenfone GO, testado por nós no ano passado, conta com processador da mesma Mediatek, e nele também percebemos um consumo acima da média quando o aparelho era mais exigido. Tudo indica que a “culpa” aqui é do processador, que embora poderoso, gerencia mal o consumo e acaba funcinando como um problema de combustível em um carro, no qual por mais “1.0” que seja, vai bebendo mais gasolina do que deveria.

DESEMPENHO

Testamos o Quantum Fly, o primeiro smartphone deca-core do país

Medimos o desempenho do Quantum Fly no Base X Mark e no Antutu. O primeiro mede as qualidades gráficas do aparelho, enquanto o segundo mede o aparelho como um todo, oferecendo uma pontuação a ser comparada com os demais. O Quantum Fly atingiu estas marcas:

Base X Mark: 11.010 pts. (Xperia M5: 11.000 – LG K10: 6.600 – Samsung Galaxy A7: 10.370)

Antutu: 38.076 pts. (Xperia M5: 30.000 – LG K10: 35.000 – Samsung Galaxy A7: 40.902)

Temos aqui números de arrebentar, pelo preço do apareho, e o deca-core da Mediatek presente no aparelho apareceu muito bem. Os quesitos gráficos também foram levemente superiores ao A7, que também conta com uma GPU Mali.

Mas temos uma questão a citar: o aparelho esquenta muito, mesmo quando não é tão exigido assim. Jogar com o Fly pode significar constantemente lidar com aparelho quente nas mãos, sendo recomendado um uso moderado de games no dispositivo. Outro problema é que, mesmo com estes números elevados na configuração, na hora de jogar contamos com poucas, mas irritantes “travadas”, que mostram uma falta de balanceamento entre o conjunto do aparelho. Não compromete, nem é o maior problema de todos os tempos, porém esteja avisado de que tais problemas também podem acontecer com você.

HORA DE JOGAR!

E, como é tradicional em nossas análises de smartphones, hora de testá-los na melhor maneira: jogando. E desta vez, contamos com uma novidade, já que jogamos ao vivo em nosso canal do Youtube Horizon Chase, para que todos pudessem ver uma experiência em tempo real do game.

Horizon Chase

Jogar Horizon Chase no Fly é uma experiência das mais agradáveis. Uma pena que o Youtube Gaming não deixou que o streaming fosse de 720p, nos restringindo aos 420p, mas que foram sufientes para a tarefa de apresentar o game do jeito que ele é.

O game roda em toda a sua potência visual e é bonito de se ver na tela do Fly. Algumas pequenas travadas aconteceram sim durante os testes (mesmo fora do streaming), mas não acontecem a todo momento e, com isso, não atrapalham o jogo como um todo.

Final Fantasy 7

O RPG clássico da Squaresoft (hoje Square Enix) apresentou alguns problemas, mas nenhum por culpa do Fly. As CGs com cores distorcidas é ponto de recamação recorrente de usuários de vários aparelhos. E alguns problemas quanto aos controles, também são de responsabilidade única e exclusiva dos desenvolvedores do port. Consegui até a “façanha” de atacar meu próprio companheiro, devido a confusão dos controles.

Mas em um contexto geral, o Quantum Fly se comportou bem durante a jogatina, com sua tela grande ajudando a “encontrar” Cloud em cenas nas quais ele fica quase que microscópico (outro problema de responsabilidade da Square Enix). É uma pena que um game tão importante tenha sido portado de maneira tão simplória, mas já que o assunto aqui é para falar do aparelho, podemos dizer que o Fly é sim uma boa opção para se curtir este clássico.

O voo estável e satisfatório da Quantum

Uma coisa bacana que percebemos quando conhecemos a Quantum, é a sua abertura ao ouvir a comunidade. Os problemas e ideias citados nesta análise, nas análises de outros veículos e da comunidade em geral são sempre relevados pelos seus desenvolvedores, que passarão agora os próximos meses trabalhando em uma nova atualização da marca, buscando oferecer algo mais aperfeiçoado para seus clientes, que contam com um grau de fidelidade, raramente vista em um mundo digital.

O Fly não é um aparelho top de linha, mas é sim o voo mais alto da Quantum. As decisões de conferir um bom desempenho, acabamento refinado, embalagem premium e um Android prático e simples mostraram, além de um posicionamento estratégico da marca, a necessidade atual de aparelhos que se preocupam primeiro em ser funcionais e depois em oferecer os recursos adicionais, como câmera ou GPS.

Seus problemas são típicos em aparelhos em sua faixa de preço e em nada atrapalham usuários que querem um aparelho que funcione, que não o deixe sem espaço na hora de uma foto em especial e que sirva como um aparelho de comunicação e entretenimento.

Uma resposta para “Testamos o Quantum Fly, o primeiro smartphone deca-core do país”

  • 11 de dezembro de 2016 às 10:47 -

    Ronilson di Souza

  • Vejo um monte de análises elogiando esse quantum fly, mas nenhuma deixa claro que a câmera (ou pelo menos o software) é péssima e extremamente lenta.
    São pouquíssimos o games que funcionam no aparelho; muitos títulos são incompatíveis, e nem mesmo tem a possibilidade de serem instalados. E os que são instalados nem chegam a abrir, apresentando uma mensagem de erro; a lista é enorme, não consegui rodar nenhum game da Gameloft. NENHUM!
    Se você pretende jogar, não compre o quantum fly.

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