Ferrari ’79 de Gilles Villeneuve e Lotus ’72 de Emerson Fittipaldi: A história dos clássicos do F1 2018

13 de julho de 2018

 

Seguindo a tradição dos games Fórmula 1, os clássicos certamente estarão em F1 2018. Após uma edição que contou com carros históricos, como a McLaren MP4/6 1991 de Ayrton Senna, ou o “carro da NASA” Williams FW14 de Nigel Mansell, desta vez, além dos já confirmados Brawn BGP-001Williams FW25, também teremos acesso a mais história da F1, com os carros dos anos 70 e 80.

Assim como no ano passado, correr com os carros clássicos será uma forma de reviver bons momentos da história da categoria, assim como também será a oportunidade de ouvir roncos de motores diferentes, de uma época bem especial, em que lendas vivas corriam em carros e circuitos bem diferentes dos quais estamos acostumados hoje.

Rush: no Limite da Emoção entre os carros clássicos

Primeiramente, a lista divulgada pela Codemasters começa com dois carros que brilharam nas pistas e no cinema: a McLaren M23D, que foi pilotada pelo campeão de F1 de 1976 James Hunt, e a Ferrari 312 T2, de Niki Lauda, o concorrente direto pelo título. Hunt venceu o que foi o campeonato mais dramático de todos os tempos. Lauda dominava a tabela, até que sofreu gravíssimo acidente em Nurburgring, na Alemanha, com queimaduras em primeiro grau, a ponto de receber a extrema unção de um padre, pois todos pensaram que ele morreria ali.

O piloto austríaco não apenas sobreviveu, como voltou para competir apenas duas corridas depois, com bandagens no rosto, devido a várias cirurgias feitas para tentar recuperar o dano causado pelo fogo no acidente. Hunt, conhecido por ser o “último romântico” da F1, encostou no placar até a última corrida, no Japão. Por causa da chuva forte, Lauda desistiu, mas Hunt fez uma corrida inesquecível e, correndo contra si mesmo, consegue um terceiro lugar que lhe garantiu o título da temporada. Esta história está no filme Rush: no Limite da Emoção.

O primeiro brasileiro campeão mundial da Fórmula 1

Um carro que fez campeão brasileiro estará no game: trata-se da Lotus 72D que levou Emerson Fittipaldi a ser o nosso primeiro campeão mundial. Foi neste ano que o Brasil começou, pra valer, sua história vitoriosa na categoria, pois, além do título, foi a estreia de Interlagos, mas, na ocasião, em uma corrida que não contou pontos. Fittipaldi foi o campeão mais jovem da F1, com 25 anos, até Alonso vencer em 2005, com 24 anos. O recorde de piloto campeão mais jovem atualmente é de Sebastian Vettel, campeão em 2010 com 23 anos e quatro meses.

O carro-asa negro e dourado de 1978

Em seguida, outro carro preto e dourado campeão também estará disponível: a Lotus 79 que deu o título de 1978 para Mario Andretti. O “carro-asa” ficou famoso por contar com asas invertidas de avião nas laterais, que faziam com que a Lotus ficasse “presa” no chão, melhorando sua estabilidade nas curvas. Esta novidade deu para a equipe oito vitórias (todas de Andretti) de dezesseis corridas, o que garantiu o domínio da equipe inglesa na temporada.

O carro que correu com três pneus

Já este carro presente no game fez sucesso, mas por uma razão diferente. A Ferrari 312 T4 foi um dos poucos momentos em que o piloto foi mais conhecido do que o carro. Apesar de Jody Scheckter ter sido o campeão na temporada de 1979, foi Gilles Villeneuve quem cravou seu nome na história. Foi com este carro que o piloto canadense cravou 11 segundos na frente de todos na qualificação em chuva do GP dos EUA, ganhando a prova praticamente sumindo na pista, em uma atuação que só veríamos anos mais tarde com Ayrton Senna.

Esta temporada também viu Villeneuve guiando de lado em Monaco. Em uma pista que ainda havia calçadas e bueiros expostos. Isso sem falar do espetáculo definitivo da Fórmula 1. No GP da França, em Dijon, o piloto canadense e o francês René Arnoux protagonizaram voltas inesquecíveis. Disputando o segundo lugar, os pilotos trocavam de posição a todo momento. Freavam no limite, batiam pneus um no outro e saiam da pista. Afinal, viviam uma mistura de diversão com vontade de vencer. O show foi tão inesquecível que Jean-Pierre Jaboullie ganhou a prova, mas ninguém lembra disso.

E, por fim, outro momento inesquecível de Villeneuve. No GP da Holanda, em Zandvoort, o piloto viu o pneu de sua Ferrari estourar na volta 51. Entretanto, com os parafusos soltos, a sua marca registrada, ao invés de desistir, o mundo viu o canadense engatar a ré. Aí, foi colocar o carro na pista e guiá-lo para os boxes, para tentar se recuperar na corrida. Mas, ao invés de voltar pelos cantos devagar, o acelerador cantou. E o carro vermelho andou com apenas três rodas, quando o eixo traseiro foi embora. O público aplaudia não acreditando no que via. E Villeneuve, chegando aos boxes, ainda queria voltar para a pista. Mesmo sem nenhuma condição para isso.

A temporada mais insana da história da F1

Por fim, o último carro anunciado também celebra um capítulo interessante da categoria! A McLaren MP4/1B de 1982, não venceu com John Watson, nem com Lauda. Mas venceu quatro corridas em uma das temporadas mais concorridas de todos os tempos. Que contou com 16 provas, 31 pilotos inscritos e 11 pilotos diferentes vencendo corridas por sete equipes. A temporada agitada ainda contou com greve por parte dos pilotos na África do Sul. E viu uma corrida a qual não o campeão não sabia que havia vencido.

Foi em Monaco. Em uma corrida com chuva, e cheia de acidentes, a última volta contou com os três primeiros colocados, Pironi, De Cesaris e Daly abandonando a prova. Os dois primeiros por pane seca, e o terceiro por problemas na transmissão. Foi aí que Riccardo Patrese, chega na reta final, porém nervoso, pois achava que tinha perdido a corrida. Afinal, havia rodado momentos antes. Assim, ele não viu a bandeira quadriculada. E só foi convencido de que foi o campeão quando foi insistentemente avisado de que os outros três pilotos não concluíram a prova.

Apesar dos bons momentos, também foi uma temporada triste, pois foi nela que Gilles Villeneuve perdeu a vida. Aconteceu após um gravíssimo acidente na Bélgica. Riccardo Paletti também faleceu, após outro acidente no Canadá. Didier Pironi, companheiro do canadense na Ferrari, também sofreu outro forte acidente. Mas ele sobreviveu, abandonando a Fórmula 1 em seguida.

F1 2018 terá todos os clássicos do ano passado, mais estes anunciados. O game chega no dia 24 de agosto de 2018 para Playstation 4, Xbox One e PC.

Uma resposta para “Ferrari ’79 de Gilles Villeneuve e Lotus ’72 de Emerson Fittipaldi: A história dos clássicos do F1 2018”

  • 13 de julho de 2018 às 22:19 -

    Ronnie

  • Não gosto de nenhum game de F1 e nem dos pilotos queridinhos do grande público, mas esta matéria ficou muito legal para quem gosta do esporte como um todo, por conta das referências.

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