Melhores do Ano Arkade 2020: Marvel’s Spider-Man: Miles Morales

Em 2020, um novo herói surgiu em Manhattan: enquanto Peter Parker foi tirar umas merecidas férias na Europa, Miles Morales assumiu o manto do Homem-Aranha e protagonizou um dos melhores jogos do ano! Com vocês, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales!

Esta escolha é um tanto quanto previsível: sou fã do Homem-Aranha desde sempre, e embora conheça pouco do Miles Morales, a forma como a Insomniac introduziu o personagem já no primeiro game desta sua reimaginação do universo do Aranha muito me agradou.

A trama do game é relativamente simples: Peter Parker sai da cidade por umas semanas, e cabe ao “novato” Miles manter as coisas em ordem por ali. Quem curtiu o jogo original — e o “treinamento” do Miles Morales que foi brevemente mostrado no fim das DLCs — certamente já imaginava que ele ganharia os holofotes em uma próxima aventura, e é lindo como a Insomniac realmente crio um jogo novo para ele, não relegando o personagem a uma skin, ou algo do tipo.

O “novo” Aranha ainda está aprendendo, e isso fica evidente em suas animações, muito mais desajeitadas e menos graciosas, enquanto ele se balança pela cidade. O mapa ainda é o mesmo, mas há novos perigos à espreita, como o grupo cyber terrorista Underground, que é comandado pela misteriosa Tinkerer, o vilão Prowler, um Rhino mais esquentadinho do que nunca, entre outros.

Para lidar com estas novas ameaças, Miles Morales conta com uma gama de novos poderes muito úteis. Ele produz uma espécie de bioeletricidade apelidada de “Venom“, que é capaz de atordoar inimigos, e também pode ficar invisível por alguns segundos, o que facilita os momentos stealth. Ele também conta com seus próprios gadgets, podendo criar um holograma capaz de bater nos inimigos, entre outros.

Mais importante do que tudo isso, é a representatividade do game: temos um jovem preto do Harlem como protagonista, e, embora ele sempre esteja cuidando de Manhattan, é para o seu bairro e as pessoas que ali vivem que o novo Aranha dá mais atenção. O jogo até ostenta um mural “Black Lives Matter“, trazendo para os videogames uma discussão que marcou 2020, com o covarde assassinato de George Floyd por um policial branco dando notoriedade a tantos outros casos de racismo pelo mundo.

Spider-Man: Miles Morales tem toda uma atmosfera própria, diferenciada: o clima é natalino, a trilha sonora é mais puxada para o hip hop, e há todo um núcleo de minorias em papeis de destaque. E o jogo não faz isso para ser lacrador, mas para introduzir Miles Morales como um personagem denso, interessante, não só uma outra versão do Peter Parker — e faz isso muito bem. O jogo trata ambos os heróis com o carinho e respeito que lhes é devido, e os fãs vão pirar caçando easter eggs e referências.

Uma das frases da campanha de divulgação de Spider-Man: Miles Morales é “Be Yourself“, e isso o jogo faz muito bem: é um jogaço sendo ele mesmo, com uma identidade muito própria, que não sem simplesmente usa o ótimo primeiro game de muleta.

Leia aqui minha análise completa, e tenha a certeza de que quem é fã do Amigão da Vizinhança está mais do que bem servido no mundo dos games. Obrigado, Insomniac. <3