Melhores do Ano Arkade 2022 – God of War Ragnarok

1 de janeiro de 2023

Mais de quatro anos se passaram entre o reboot de God of War e sua apoteótica conclusão. E a espera valeu a pena: God of War Ragnarok encerra com chave de ouro a gloriosa passagem de Kratos pela mitologia nórdica, e é, sem dúvida, um dos melhores jogos de 2022!

Esperar não foi fácil. Afinal, o final do God of War de 2018, com Thor chegando à cabana de Kratos e Atreus para tirar satisfação pela morte de seus filhos, prenunciava um novo capítulo intenso. E ele foi. Intenso, apocalíptico, grandioso… talvez até um pouco abrupto em sua conclusão, mas tudo bem.

Mecanicamente, God of War Ragnarok recicla muito do que já havia funcionado no reboot. Claro que, com novos inimigos, chegam novas habilidades — e uma nova arma. E, podermos controlar Atreus traz um frescor muito bem-vindo ao jogo, em termos de gameplay. Os dilemas do filho de Kratos têm muito mais importância nesta sequência.

E é nisso que esta “nova fase” de God of War brilha: este novo Kratos é um personagem muito mais denso, profundo e interessante. Sua relação conturbada com Atreus, sua luta para se desvencilhar de seu passado raivoso, são elementos muito poderosos, ao passo que, o jovem Loki trava sua própria jornada, lutando para entender quem ele é e qual seu papel no mundo.

E, ainda que o combate seja uma delícia, God of War Ragnarok, assim como o reboot de 2018, nos ganha pela história. Pelos personagens e pelas ótimas interações entre eles. A Sony Santa Monica conseguiu fazer de uma cabeça decepada um dos coadjuvantes mais interessantes do mundo dos videogames. Mimir, você é o cara!

Jogar God of War Ragnarok é passear por uma mitologia rica e interessantíssima. É conhecer releituras incríveis de personagens clássicos, como Thor e Odin. É se deslumbrar com cenários incríveis, em um jogo tecnicamente impecável e artisticamente incrível.

God of War Ragnarok, infelizmente, é parte de um nicho que parece estar em extinção. Estou falando de Triple As single player cinematográficos de alto orçamento. Jogos produzidos por algumas das pessoas mais talentosas da indústria — incluindo não só programadores, mas artistas, dubladores, compositores, roteiristas.

Para quem, como eu, não se empolga tanto com jogos multiplayer competitivos, e aprecia videogames pelo seu potencial narrativo, God of War Ragnarok é o “crème de la crème” dos videogames. Uma obra-prima que, pode até não ser perfeita, mas chega perto. É grandioso, épico e emocionante de um jeito que só os videogames conseguem ser.

Leia aqui nossa análise de God of War Ragnarok.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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