Além do Sonic, a Williams também já teve a presença do Pica-Pau em seu carro

4 de abril de 2023

A Williams é bem conhecida por ter estampado o Sonic em seu carro na temporada de 1993. E a história fica mais interessante quando a McLaren, equipe de Senna naquela época, recusou o patrocínio da SEGA, e evitou que a dupla Sonic e Senna fizessem história na Fórmula 1. Embora a história acabou entregando Donnington Park e isso aqui:

Mas não foi apenas o Sonic que marcou presença em um carro da equipe de Grove. Em 1998, a equipe recebeu outro visitante ilustre: o Pica-Pau. Que, obviamente, acabou parando no bico do FW20. O ano de 1998 começou um pouco diferente para a equipe inglesa, mesmo tendo faturado mais um mundial de pilotos e construtores, algo que era comum naqueles dias para o time.

Entretanto, ninguém em Grove imaginaria que o título de Jacques Villeneuve seria a última vez, até hoje, em que um piloto correndo numa Williams faturaria o campeonato mundial de Fórmula 1. Mesmo campeã, o ano de 1998 mostrou que a equipe viveria dias difíceis, pois perderia seu projetista, Adrian Newey, para a McLaren. E, para piorar, foi ele quem acertou o carro da rival inglesa para fazer Mika Hakkinen ser campeão naquela temporada.

Como as coisas ruins podem ficar piores, naquele ano também se encerrava a vitoriosa parceria com a Renault, que rendeu títulos para Mansell, Prost, Hill e Villeneuve. Além de ter sido o motivo que fez Senna ir para a equipe, em 1994. A equipe não estava mais presente como desenvolvedora própria, mas deixou motores para serem reaproveitados, com o nome de Mecachrome. O que deixava a equipe mais para trás no grid.

E, para estampar sua “nova fase”, os carros ainda mudaram de cor. A Williams era conhecida por ser azul, correndo assim desde 1985. Foi assim durante o patrocínio da Canon e continuou quando a Rothmans era a principal patrocinadora do grupo. Mas em 1998, outro cigarro do grupo patrocinador, a Winfield, que apareceu como marca principal. Isso fez com que os carros ficassem, por dois anos, vermelhos.

O carro vermelho acabou combinando com o topete do Pica-Pau, que se tornaria mais um patrocinador da equipe, ficando no bico do carro. Naquela época, a Universal estava para lançar os novos desenhos animados do personagem, enquanto o personagem já era o mascote do estúdio e presença em parques e outros eventos. Por isso, ao patrocinar o time de Fórmula 1, a companhia preferiu dividir espaço com seu personagem preferido, ficando com a logo apenas de um lado.

É comum encontrar por aí que o patrocínio veio por causa do jogo com o personagem feito pela Konami, mas a informação não é correta. Pois Woody Woodpecker Racing, um “Mario Kart” com o personagem feito pela Konami, foi lançado em 2000, quando a Williams já tinha outros patrocinadores, e havia retornado ao azul, graças à BMW e Compaq.

O que motivou o patrocínio foi o fato de que o personagem sempre foi muito popular nos EUA e poderia ser explorado em ações de marketing. Além disso, o patrocínio seria uma das várias formas de divulgar os novos desenhos animados, que chegariam em 1999. Mas o personagem não deu muita sorte para a Williams não, pois em 1998, a dupla Jacques Villeneuve e Heinz-Harald Frentzen fizeram juntos apenas 38 pontos e terminaram em terceiro entre os construtores.

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Em 1999, ano em que estreou os novos desenhos do Pica-Pau, uma nova dupla assumiu os volantes da Williams: Ralf Schumacher vinha da Jordan, enquanto o italiano Alessandro Zanardi retornava à F1 após uma bem sucedida carreira na CART (que aqui no Brasil se chamava Fórmula Mundial graças ao SBT). Mas o desempenho foi ainda pior: 35 pontos, quinto lugar entre construtores e apenas dois pódios por parte de Schumacher: um terceiro na Austrália e outro em Silverstone.

Em 2000, tudo mudou. A Williams iniciava uma parceria com a BMW para tentar voltar aos dias de glória, e o Pica-Pau iniciaria um legado na Honda, se tornando o mascote da equipe no Mundial de Motovelocidade (a atual MotoGP). Mantendo um legado de uso do personagem como mascote e sinal de “ir pra cima”, como o personagem faz, que, curiosamente, não se iniciou na Fórmula 1 e sim na Segunda Guerra Mundial, quando o personagem já dava “boa sorte” em aviões dos pilotos dos EUA no conflito.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui!

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