A Arkade já assistiu o filme do Lanterna Verde. Confira nossa resenha

18 de agosto de 2011

A Arkade já assistiu o filme do Lanterna Verde. Confira nossa resenha

Lanterna Verde é um daqueles heróis que são apelidados pelos fãs de “super-herói cósmico”, com uma história que se passa no espaço, em viagens entre o nosso planeta e Oa, o mundo dos Lanternas Verdes. Se você gosta de um filme com bons efeitos especiais e um humor mais ou menos, Lanterna Verde é uma boa pedida. Já se você busca um bom filme de super-heróis com uma boa história… com certeza existem melhores opções no mercado.

A trama do filme começa nos confins do espaço, resumindo quem são os Lanternas Verdes e porque eles existem. Aprendemos que a energia que alimenta os Lanternas é o poder da vontade, que sabe-se lá porque é verde. O inimigo, por sua vez, uma entidade maligna chamada Parallax, se vale do poder do medo (que é amarela), um força igualmente poderosa, mas bem mais difícil de controlar. Já de cara vemos o tal Parallax fugindo de sua prisão e indo se vingar de seu captor, o experiente Lanterna Abin Sur.

Mortalmente ferido, Abin Sur vai parar na Terra, e seu anel escolhe Hal Jordan, um piloto de testes de aviões para ser seu novo portador. Jordan é o tipo de cara irresponsável com pinta de cool que a gente já viu em dezenas de histórias. E já na primeira cena em que ele aparece temos que vê-lo de cueca, o que não é necessariamente um bom começo.

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Parafraseando um personagem de outra editora, Jordan terá que aprender na marra que “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”, e será (brevemente) treinado para aceitar seu fardo de Lanterna Verde. Neste meio tempo, o bizarro Parallax consegue um “aliado” na Terra enquanto se fortalece para um ataque ao planeta dos Lanternas. Obviamente, ele vai dar uma passadinha na Terra antes.

O roteiro é extremamente simples e não consegue surpreender em nenhum momento. Temos muitas coisas manjadas, como o cara invejoso que se torna vilão, o amor mal resolvido do passado, o sermão que faz o personagem reavaliar sua situação, a superação pessoal para se tornar o herói que todos esperam que ele seja… os clichês estão por toda parte.

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Isto não pareceria tão problemático se a narrativa fosse dinâmica e bem amarrada, mas ela não é: as cenas que envolvem o “amor mal resolvido do passado” são muito longas, as cenas de ação são muito curtas, e o drama familiar do pseudo-vilão Hector Hammond não acrescenta em nada ao roteiro. Quando a coisa enfim começa a ficar interessante, tudo acontece rápido demais, pois muito tempo de filme já foi perdido nestes dramas secundários nada inspirados.

O elenco também não ajuda muito, e entrega personagens profundos feito uma colher de chá: Ryan Reynolds, o Hal Jordan/Lanterna Verde não consegue carregar o filme por não ser nada carismático. Mesmo nos momentos (que deveriam ser) intensos ou emotivos, Reynolds atua como se estivesse comprando pão na esquina, sem emoção nenhuma. Sua química com a “mocinha” Carol Ferris (interpretada pela bela Blake Lively) também não é lá das melhores e o fato de o grande vilão ser uma entidade – não uma pessoa – o deixa bem distante do público.

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Admito que não conheço muito da mitologia do herói nas histórias em quadrinhos, mas espero que  nas HQs o personagem seja bem mais denso e interessante que o do filme. E mais criativo também: Tomar-Re, um dos Lanternas, diz em certo ponto que o limite das capacidades do anel é a imaginação do usuário. Mesmo assim, nosso Hal Jordan cria apenas coisas simples como espadas e metralhadoras. Na parte onde ele extrapola a criatividade para impedir a queda de um helicóptero, cria algo tão bizarro que o próprio filme tira sarro disso. A “batalha final” também é resolvida de maneira bem sem criatividade.

A mudança de Hal de irresponsável e covarde a herói glorioso também é meio apressada. O cara que havia literalmente “pedido para sair” da Tropa por não se achar digno dela, volta logo depois dando sermão até no conselho dos anciãos, que foram os criadores dos Lanternas!

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Embora eu tenha falado muito mal do filme, é justo dizer que ele consegue divertir: em um estilo que lembra o filme do Quarteto Fantástico, temos muito humor, e algumas cenas (como a do juramento, que homenageia até o He-Man!) conseguem ser engraçadas. Os efeitos especiais também são bacanas, com destaque para o planeta Oa, que  é espetacular, e para o visual dos Lanternas não-humanos (como Kilowog e Tomar-Re, da imagem acima) é muito bom. O 3D é praticamente inexistente, então se for ao cinema, pague mais barato e vá em uma sala 2D, mesmo.

Lanterna Verde não é de todo ruim, mas é fato que podia ser muito melhor.  Com exceção dos efeitos, tudo no filme é básico demais, desde o roteiro até as interpretações. Considerando que a estreia foi adiada em 2 meses no Brasil (nos EUA, o filme estreou em 17 de junho) e os críticos gringos massacraram o filme, já era de se esperar que havia algo errado.

Lanterna Verde estreia nesta sexta, dia 19 de agosto, com cópias em 2D e 3D.

Nota: 4,5

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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