Assassin’s Creed Revelations (PC, PS3, X360) review: o fim de uma era
Quando o sucesso de uma franquia sobe à cabeça de uma produtora, o resultado pode ser desastroso. Só pensando nos lucros, uma produtora pode encher o mercado com games medianos de uma mesma série, saturando os jogadores com jogos repetitivos e afundando o nome de um ótimo game. Mas fique calmo, a Ubisoft – ainda – não chegou neste ponto, pois entrega com Assassin’s Creed: Revelations um game quase nada inovador, mas que encerra de maneira satisfatória a história de Ezio e Altaïr, preparando terreno para uma inexorável mudança de rumos.
A trama do novo game começa imediatamente após o desfecho de Brotherhood, então se você ainda não jogou os títulos anteriores, cuidado com os spoilers: Desmond, o assassino do presente está em coma induzido dentro da Animus. A longa exposição ao programa o deixou em uma situação perigosa, visto que ali as memórias de seus antepassados e sua própria identidade podem se fundir e entrar em colapso, fazendo com que ele nunca mais consiga sair do ambiente virtual.
A única maneira de resgatarmos a lucidez de Desmond é entrando mais uma vez em seu passado para ajudar Ezio – agora um coroa grisalho e desiludido – a encontrar as chaves que levam para a biblioteca secreta de Altaïr, que está selada em algum lugar de Masyaf, a primeira fortaleza do clã asassino, atualmente tomada pelos Templários. Para piorar, Ezio agora tem alucinações, todas relacionadas ao seu famoso antepassado, Altaïr. Há pistas que parecem estar escondidas nestas visões, e Ezio deverá literalmente seguir os passos de Altaïr se quiser desvendá-las.
É assim, mesclando de maneira bem amarrada a história de três personagens já bem conhecidos dos fãs, que a narrativa do game segue, oferecendo uma experiência que agrega bem poucas novidades em termos de gameplay, mas consegue se manter interessante por seu roteiro, que de fato entrega as revelações do título, mas ainda consegue deixar o jogador com a pulga atrás da orelha em certos pontos.
Verdade seja dita, pouca coisa mudou de Brotherhood para cá. Embora tenhamos uma nova cidade – a bela Constantinopla – , a parte técnica (gráficos e som) mantém a qualidade da série e mantém também seus defeitos (como os vários NPCs gêmeos transitando pelas ruas, por exemplo). A Ubisoft também não ousou nos comandos, mantendo o grosso da jogabilidade intacto, com uma novidade aqui e outra ali, que dão apenas um suspiro de inovação ao game.
Ezio possui basicamente o mesmo arsenal do último game, mas sua visita ao oriente lhe rendeu alguns novos brinquedinhos: o primeiro deles é a hookblade, uma lâmina escondida com uma ponta de gancho, útil não apenas nos combates, mas também na mobilidade, pois com ela Ezio pode deslizar por cabos e se locomover de maneira muito mais rápida.
Além disso, ele agora também conta com bombas, que se dividem em três grupos: bombas de ataque para matar os inimigos, bombas de distração que lhe permitem causar um alvoroço para passar despercebido, e bombas táticas, que devem ser usadas na hora em que a coisa aperta, para facilitar uma fuga ou despistar um grupo de soldados. As especiarias e tesouros colecionáveis deram lugar aos ingredientes de bombas, que possuem centenas de variações. Nem a hookblade nem as bombas são grandes novidades, mas acrescentam um pouco mais de profundidade ao gameplay já manjado da franquia.
Fora isso, a mecânica de jogo continua basicamente a mesma: explore a cidade saltitanto por telhados, cumpra missões principais e paralelas, elimine seus alvos, limpe áreas da influência do inimigo, resolva puzzles onde o principal desafio é o cenário, escale, pule, se pendure: tudo aqui soa bastante familiar. Para encontrar as chaves da tal biblioteca, Ezio deve superar alguns desafios, que por sinal estão ainda mais interessantes e criativos que a busca pelos templos de Rômulo de Brotherhood, em sequências de ação e escalada que poderiam facilmente fazer parte de um game da série Uncharted.
Como você bem sabe, desta não vez não controlamos apenas Ezio, mas também Altaïr. Ainda que não alterem drasticamente o andamento do jogo, os trechos em que controlamos Altaïr – em diferentes momentos de sua vida – são fundamentais para a história, pois nos dão pistas sobre como proceder com Ezio, ao mesmo tempo em que se aprofundam um pouco mais nos conflitos do árabe, que passou por maus bocados dentro de seu próprio clã graças às relíquias que Ezio procurara tão obstinadamente no game anterior.
Novidade mesmo você vai encontrar jogando com Desmond. Novidades, no mínimo, estranhas: preso em seu estado comatoso, Desmond sequer pode sair da Animus, então o que você controla é uma espécie de projeção mental dele – em primeira pessoa! – que vaga por um mundo virtual etéreo, conversando consigo mesmo e ocasionalmente encontrando personificações das memórias do famoso “Subject 16”, sujeito que infelizmente teve sua importância drasticamente reduzida na trama.
Com uma mecânica que se assemelha um pouco à de Minecraft, nestes trechos – que são totalmente opcionais, pois você deve pausar o game para encontrar a opção “retorne para a Ilha de Animus” onde antes havia o comando “sair da Animus” – Desmond se move livremente por um mundo tridimensional feito de blocos, plataformas e rampas, podendo inclusive mover e criar blocos para formar um caminho. Uma boa maneira de sabermos mais sobre Desmond, mas é bem estranha a forma como a Ubisoft incorporou isto ao game. Sem sair da Animus, você também quase não verá Shaun, Lucy, Rebecca e os outros personagens do mundo real.
Outra novidade pouco convencional é o minigame Den Defense, um misto de tower defense com estratégia em tempo real que não possui muita utilidade. Depois de limpar uma zona da cidade da influência dos Templários, eles podem reivindicar aquela área de volta, cabendo a você espalhar assassinos de diferentes classes pelo caminho, a fim de conter a retaliação adversária.
Considerando que este nunca foi o foco da série – e existem dezenas de bons jogos de estratégia e tower defense no mercado – este minigame (que também é opcional) é uma adição curiosa e talvez um pouco desnecessária. Com certeza seria muito mais prático (e coerente com o game) vencer os inimigos na boa e velha pancadaria acrobática típica de Assassin’s Creed. Aliás, caso você perca uma batalha dessas, pode simplesmente ir atrás do comandante adversário e assassiná-lo da maneira tradicional, recuperando o controle da região e fazendo deste minigame algo ainda mais sem propósito.
O multiplayer – que foi uma agradável surpresa em Brotherhood – volta ainda mais robusto, com novos modos e um sistema de jogo muito mais balanceado. Além dos já conhecidos modos Wanted e Deathmatch, agora temos mais variedade, como o viciante Artifact Assault (uma variação do conhecido Capture the Flag) e o frenético VIP (semelhante ao modo Guardian, de Gears of War), ambos muito bem adaptados ao estilo de jogo de Assassin’s Creed.
Ao invés de premiar os level ups com novas habilidades, agora o game concede ao jogador experiência e Abstergo Points, permitindo que o jogador gaste-os da maneira que preferir. Acréscimos como o Honorable Death – que concede menos pontos ao adversário caso você o nocauteie no exato momento em que ele te mata – tornam o multiplayer mais estratégico, e há até um modo Story online, onde você pode aprender mais sobre os Templários contemporâneos enquanto treina na Abstergo.
Mesmo com poucas novidades – algumas delas bem estranhas – a campanha de Assassin’s Creed: Revelations é muito boa e mostra que a Ubisoft não perdeu as rédeas da série. As dezenas de horas de jogo entregam aos fãs uma história forte e aprofundada dos carismáticos assassinos. É fato que a fórmula da Ubisoft já está dando sinais de cansaço, mas o bom andamento da narrativa ainda é o suficiente para manter os jogadores interessados. Só não sabemos até quando.
Este review foi originalmente publicado na Revista Arkade – edição número 30.
Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
Contato: rodrigo@arkade.com.br
Bruno
Esse foi o único AC que não me deu vontade de botar 100%, eu zerei e deixei de lado. Mas acho que foi culpa do Skyrim xd
leandro(leon belmont) alves
Skyrim deixa essa sensação mesmo Bruno. já deixei de jogar SMT: Devil Summoner Soul Hackers e RE5 por causa dele.
Bruno
Eu deixei de joga Halo Anniversary, Saints Row The Third, Driver San Fransisco. Sem contar na minha vida social que ta indo pro saco :)
Renan
Tava na dúvida entre o Revelations e o Skyrim pro Natal, acho que o Ezio vai ter que esperar um pouco kkkkkkkkk
xDevilx
vida social pra que?
se tem Skyrim :D
Renan
O problema pra mim é, estou com Metal Gear Solid HD Collection, vou comprar o Skyrim mas ele vai ter que ficar em 2º plano pra minha série preferida hehehe. Ah, eu consigo conciliar com minha vida social, eu sem minha vida social morro kkkkkkkkkkkkkkk
Lucas Marçal
Esta notícia não estava na revista Arkade ?
Rodrigo Pscheidt
Estava sim, por isso deixamos a mensagem “este review foi originalmente publicado na Revista Arkade – edição número 30” no final do texto.
Publicamos nossos reviews aqui também porque, caso algum leitor não acompanhe a revista, ele não fica por fora das nossas resenhas de lançamentos. =)
KING OF KINGS
é normal fazerem isso
leandro(leon belmont) alves
esse novo Assassins Creed promete ser bom, mas tenho medo. e se o próximo game da série não for tão bom?(bate na madeira) vejam só RE e SH por exemplo, já fizeram tantos jogos que começam a perder a graça de joga-los. graças ao capitalismo que em busca de uma grana fácil, fazem essas continuações nas coxas. Call of Juarez, Harry Potter..(esse nunca prestou mesmo, só nos livros)
até God of War está rolando boatos de um quarto game…e se esse nova saga do Kratos eles errarem a mão?
e acho que já vi essa matéria numa das revistas Arkade…
Rodrigo Pscheidt
Sim, você viu, na última edição.
Por isso a mensagem “este review foi originalmente publicado na Revista Arkade – edição número 30” no final do texto. =D
Gabriel
Tá na cara que quem escreveu isso não conhece a história do jogo. Não sabe nem que ***************** (spoiler removido)!
Bruno
Talvez por que eles não queiram apresentar nem um spoiler? Mas adianta o que, se depois chega um babaca e fala isso…
Renan
Ainda bem que eu joguei o Brotherhood, mas quem não jogou te agradece Gabriel…
leandro(leon belmont)alves
e tenho ele aqui instalado no PC e ia joga-lo…. -__-
Raphael Fernandes
putz…. e tá na cara que vc eh muito burro ¬¬ . Além de desrespeitar o pessoal da arkade vc ainda solta um spoiler desse . Pensa antes de falar bobagem.
Rodrigo Pscheidt
A gente faz o possível para revelar O MÍNIMO de spoilers nas resenhas, amigo. E, todo mundo sabe que o fato de um personagem morrer não significa nada no mundo dos games, pois existem flashbacks e diversos outros recursos narrativos que podem mostrá-lo novamente.
Os próprios protagonistas, Ezio e Altaïr também já estão mortos há séculos, sabia? E, mesmo assim, você os controla o jogo inteiro! Que coisa, não?
Enfim, tentamos NÃO ENTREGAR detalhes cruciais da trama nas resenhas. Pena que aí vem gente tipo você e entrega tudo de bandeja nos comentários…
Gabriel
Vai me desculpar mas tem que ser muito imbecil pra ler um review de uma sequencia e não querer ver spoilers.Eu esperei anos pra jogar o primeiro AC e não lia nenhuma noticia do 1 ou 2 até conseguir jogar no pc,mesma coisa com o brotherhood.
Rodrigo essa sua desculpinha ai foi ridícula. Tava bem claro que você quis dizer que ele não iria ver os outros por que não sairá da Animus.Ninguem tá vendo fantasmas no jogo, são memorias genéticas. Melhor assumir o erro do que provar que realmente não conhece a historia do jogo.
Gabriel
Alias, o que o Ezio vê não é fantasma do Altair, mas ***************** (spoiler removido). Desmond não está em coma pq ***************** (spoiler removido). O pessoal ficou puto pq ***************** (spoiler removido), mas deve ser pq eles não queriam dar spoiler, né amigão?
leandro(leon belmont) alves
rapaz, cuidado com o comment. o cara é uns dos que fazem a revista e esse site. se o Rodrigo falar algo é melhor deixar quieto.
Renan
Tentou defender o ponto entregando mais spoilers? Deixa eu te perguntar uma coisa, se vc quisesse muito assistir Star Wars episódio 6 na época que saiu no cinema, e de repente te vc um trailer PÚBLICO que mostra toda a cena final do Darth Vader matando o imperador e depois morrendo, vc gostaria de ver isso? Cara, aprende uma coisa, se nem os trailers dos jogos fazem revelações importantes do enredo (como por exemplo contar o FINAL DA BAGAÇA), pq vc acha que um review deve fazer isso? Vc estraga a surpresa pra quem ainda não jogou e acha ruim que reclamem? Aí é foda!!!!!
Rodrigo Pscheidt
Olha, Gabriel, não tenho tempo para estas discussões, ok?
Quando jogo um game e faço uma resenha, penso em milhares de pessoas que NÃO QUEREM saber detalhes da história, mas QUEREM saber se o jogo é bom o bastante para que eles invistam seu dinheiro.
Nossa análise NUNCA é focada apenas na história (muito menos nos spoilers), mas na jogabilidade, na diversão, nos gráficos, e em todos os outros fatores que compõe um game, seja ele bom ou ruim.
Seus spoilers foram removidos e este assunto está encerrado. Por favor, não repita este tipo de atitude, ok? Existem muitos leitores que ainda não jogaram toda a série, e eles não precisam saber de spoilers nem por mim, nem por você, nem pela Arkade.
Avenged
Po Renan, ainda não terminei de assistir os Star Wars… Valeu pelo spoiler…
wagner vanin
Gostei desse BaTman Medieval,um verdadeiro Batman do passado kkkkkkkk
KING OF KINGS
pode cre faz sentido
KING OF KINGS
to doido pra jogar esse jogo
Piece of Eden
Gabriel é templario
brenno fouvea
EU tenho esse jogo é muito bom e cheio de melhoria missoes e vc pode ta mata carregar o corpo e ta na agua
KING OF KINGS
fodastico
Vitor Hugo
quando começei a ler pensei sera que a mesma coisa que aconteçeu com guitar hero aconteçeu com assassin’s creed mais graças a deus nao,eu tava em duvida entre comprar esse ou skyrim mas escolhi skyrim
Vitor Hugo
mas pelo visto esse jogo e foda
KING OF KINGS
muito bom ja joguei cara joguem mesmo quem nunca jogou a serie
matheus4840
atualiza
Ezio.Auditore
Pessoal, eu já joguei o Assassin’s Creed 1 e zerei, achei muito bom de primeiro o melhor jogo que já joguei, por que eu ainda não sabia da existencia do Assassin’s Creed II, assim que comprei o segundo jogo da série eu tinha certeza que nunca tinha joado um jogo como esse, ainda mais qnad zerei o Brotherhood meu proximo vai ser este, o Revelations, eu joguei os três primeiros e digo. São os melhores jogos que eu ja joguei na minha vida e olha q eu ja joguei muitos, se vcs estão pensando em comprar algum da jogo da série Assassin’s Creed, comece do 1 mesmo q ele n seja tão surpreenden quanto os outros recomendo jogar o 1 dps o 2 depois o brotherhood dps o revelations e qnd lançar, o 3 joguem o três, vcs não vão se decepcionar com este jogo, Assassin’s Creed a melhor série q ja joguei na minha vida.
Vitor Ferreira
QUERO JOGAR