Mercado de games brasileiro: entenda melhor porque os games são tão caros em nosso país

6 de agosto de 2013

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Não é novidade para ninguém que os jogos em nosso país custam um absurdo. Porém, nos últimos meses, até mesmo a importação se tornou problemática, por conta de algumas “desentendimentos” que deixam clara a falta de conhecimento do nosso governo em relação ao mercado de games. Saiba mais sobre esta história na sequência.

Contextualizando: não é de hoje que as produtoras e principalmente as distribuidoras tentam convencer o governo e a Receita Federal de que os games deveriam ser classificados como softwares.

Porém, para o nosso governo, os games ainda são taxados como brinquedos, ou seja, não podem se enquadrar nos benefícios da Lei da Informática, ou em qualquer outro programa de incentivo fiscal que vise abater alguns impostos.

Se para quem importa jogos a coisa já está feia, o bicho pegou mesmo para os lojistas e distribuidores: a indecisão entre o que é brinquedo e o que é software atrasou (ainda mais) as rotinas alfandegárias do nosso país – especialmente em São Paulo e no Paraná -, o que segurou as entregas de muitas gente e chegou ao ponto de deixar distribuidores sem jogos para vender!

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Do início de março para cá, a Receita Federal anda fazendo um “pente fino” nas encomendas estrangeiras, na esperança de tarifar de maneira justa as encomendas e evitar o chamado “mercado cinza” (no qual distribuidores sonegam impostos trazendo produtos originais estrangeiros de maneiras ilícitas para revenda).

Porém, a tarifação imposta pela Receita é tudo, menos justa: o G1 apurou os tipos de impostos que um jogo de videogame encontra ao chegar ao nosso país. O resultado desta soma assustadora é um aumento de mais de 160% no valor inicial, o que deixa claro que, no final das contas, os impostos saem mais caros que o jogo em si.

Confira a tabela abaixo, retirada diretamente da reportagem do G1:

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Nesta conta, temos um absurdo aumento de 164% no valor original. Se os games fossem classificados como software, como pedem as distribuidoras, teríamos uma redução significativa nesta conta: os mesmos impostos (Pis, Cofins, IPI, imposto de importação e ICMS) continuariam sendo pagos, mas em menor escala: “apenas” 72,17%.

Com o mercado de games brasileiro crescendo a olhos vistos, as importações aumentaram, e o trabalho da Receita também, que redobrou o cuidado com as encomendas para evitar a sonegação: “as empresas [distribuidoras] precisam apresentar documentos, comprovar origem e valor da mercadoria e forma da negociação para que a mercadoria seja liberada se estiver tudo correto”, explica Cláudia Regina Thomáz, inspetora-chefe da inspetoria de Curitiba da Receita Federal.

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Enquanto o governo e as distribuidoras não chegam a um acordo, os atrasos nas encomendas devem continuar acontecendo. E, é claro, nós continuaremos pagando preços abusivos por nossos “brinquedos“.

Acorda, Brasil! O mercado brasileiro de games já está grande, e tem tudo para crescer ainda mais e mover a economia! Só o que estamos pedindo é um mínimo de respeito, bom senso… e preço justo!

E aí, o que você acha de tudo isso? Deixe sua opinião nos comentários!

(Via: G1)

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, trilheiro e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.

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