Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX

22 de junho de 2021
Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX

Atenção todos os nascidos da década de 80 e 90! Alex Kidd está de volta! O mascote original da Sega antes do surgimento do Sonic não dava as caras com um game novo há literalmente mais de trinta anos! E agora em 2021 recebeu um remake completo de seu primeiro game!

Nós já jogamos o game e vamos contar tudo o que achamos desse game forjado em pura nostalgia! Então prepare-se para enfrentar monstros na base do soco e decidir batalhas na base do Jo-ken-po em Alex Kidd in Miracle World DX!

De volta aos tempos do Master System

Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX

Alex Kidd in Miracle World DX é um remake completo do original de 1986. Porém, é um remake 100% fiel, até nos mínimos detalhes. Isso significa que praticamente não houve nenhuma mudança, com exceção somente do novo visual, trilha sonora recriada e alguns pequenos detalhes.

Todas as fases estão aqui, todos os itens, inimigos e armadilhas, nos exatos locais onde deveriam estar. A única real diferença para o original é a adição de novos itens que ficam escondidos nos cenários, principalmente dentro dos onipresentes blocos destruíveis!

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Esses itens fazem referência à própria série Alex Kidd, como por exemplo encontrar um dado, em referência a The Lost Stars, uma shuriken, em referência a Shinobi World, a própria caixinha original do game e etc. Aqueles que são fãs de carteirinha reconhecerão tudo isso facilmente.

E quando digo que o game é 100% fiel ao original, eu ainda tenho provas para confirmar isso, pois com apenas o toque de um botão, é possível mudar o visual do game para o original do Master System! Nesse modo o visual trilha sonora e efeitos de som são exatamente os do original! Nesse sentido o que temos aqui é praticamente dois games em um.

Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX
Essa screenshot vem diretamente do remake!

Já em termos de gameplay, nada mudou: Correr, pular e bater. Apenas isso. Há um melhor gerenciamento do uso de itens, no entanto. Não é mais preciso pausar para usar um item que você tenha guardado, basta circular no menu no canto superior direito, achar o item que quer e apertar um botão para usá-lo na mesma hora.

Algumas pequenas novidades

Entre as novidades temos os itens que fazem referência a série, servindo mais como colecionáveis que aumentam ainda mais o fator nostalgia. Outras novidades são a adição de um modo Boss Rush, que é desbloqueado após terminar o game.

E há ainda o modo clássico desbloqueável, que é o game original emulado! Alex Kidd in Miracle World DX não possui continues ou Game Over. Se você perder uma vida, recomeça na mesma sala em que estava. E se perder todas as vidas, volta para o início da fase. Diferente do original em que se você perdesse todas as vidas era Game Over mesmo, voltando pra tela inicial.

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Outra novidade é a possibilidade de jogar com vidas infinitas. Alex Kidd é um game bem difícil, principalmente por conta de seu estilo de gameplay, que demanda pulos e ataques precisos, possuindo muitas armadilhas bem complicadas. Ou seja, o padrão de dificuldade dos anos 80-90. Assim, se você estiver tendo muita dificuldade, pode habilitar esse modo a qualquer momento. Porém, se ativá-lo, não poderá voltar atrás e você não ganhará alguns troféus/conquistas. Mas como platinar um game não é algo que todos apreciam, então essa regra não é tão negativa.

E no assunto da dificuldade do game, as duas últimas mudanças estão diretamente relacionadas a isso. Algumas armadilhas foram alteradas nesse remake, ficando mais fáceis em alguns lugares e bem mais difíceis em outros.

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Essa armadilha me consumiu muitas, muitas vidas.

As que ficaram mais fáceis já eram fáceis originalmente, então no fim elas só ficaram “menos chatas”. Já as que ficaram mais difíceis realmente ficaram bem tensas, exigindo quase que timing perfeito do jogador. Inclusive, uma armadilha em particular, lá pro final do game, ao ser comparado com o game original, dá bem menos tempo para o jogador tentar escapar. Essa parte certamente frustrará muito (pois eu me frustrei bastante), até que o jogador pegue o timing para enfim passar por ela com relativa facilidade.

Por fim, há uma mudança um tanto peculiar, que eu chamarei de “efeito Crash”. Lembra quando Crash Bandicoot N. Sane Trilogy foi lançado e estava incrivelmente mais difícil que os originais por causa da imprecisão dos pulos? Aqui acontece algo parecido.

Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX
A moto de Alex Kidd também está aqui!

Pular está mais escorregadio, sendo difícil de controlar. Não impossível, mas exige certa prática do jogador. O Alex Kidd original também tinha um pulo “escorregadio”, mas algo curioso é que aqui, ao jogar com o visual original, é mais fácil de pular do que com o visual novo. Ou pelo menos eu tive essa impressão.

Em alguns trechos específicos, apenas como teste, comparei como era a jogabilidade nos dois visuais e constatei que realmente, jogando com o visual original é levemente mais fácil. Aliás, preciso deixar algo bem claro: Ao jogar no estilo original, não estamos jogando o mesmo game de 1986. Tudo ali é idêntico, mas levemente adaptado. Ainda assim, não é um filtro audiovisual que é ligado ou desligado, pois como já dito, há algumas mínimas mas perceptíveis diferenças de gameplay.

Audiovisual

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Acho que nem há mais o que falar sobre esse quesito não é? Alex Kidd in Miracle World DX é simplesmente belíssimo! O visual novo é todo feito em pixel art, com animações cheias de detalhes e muita fluidez de movimentos. Além disso os cenários são todos únicos e belíssimos!

Ainda mais comparando com o visual original, que possui pouquíssimos detalhes. É muito legal ver, por exemplo, a fase da cidade, que no original é bem limpa, mas no novo game está no meio de uma forte chuva. Dá só uma olhada abaixo na comparação:

Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX
A fase da cidade, no visual original…
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…e o exato mesmo local no visual novo!

Esses novos detalhes não adicionam somente beleza, mas contribuem para contar a história do game de forma mais visual. São detalhes que nem todo mundo percebe, mas que fazem muita diferença pois mostram o cuidado com o qual o game foi feito.

E é claro, temos a maravilhosa trilha sonora! Temos novas versões de todas as músicas originais, deixando o chiptune pra trás e adicionando instrumentos reais! A trilha sonora do game é 100% nostálgica e nova, uma viagem no tempo presa ao presente.

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Ah, e o game possui localização completa em português brasileiro! O trabalho de localização é realmente perfeito! É muito legal ver um game que marcou a vida de muitas crianças há três décadas estar localizado em nosso idioma. E eu fui uma dessas crianças! Então ver esse game em português abriu um largo sorriso em meu rosto!

Conclusão

Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX
Esse mapa faz parte da história de muita gente!

Alex Kidd in Miracle World DX é uma verdadeira viagem no tempo. Um remake que se mantém completamente fiel a seu original. Ao mesmo tempo que isso o torna uma obra “pura”, ao mesmo tempo mostra como algumas coisas no game acabaram ficando datadas, como o sistema de pulo “escorregadio” que por algum motivo era o padrão do passado.

Ainda assim, esse é um game feito especialmente para quem jogou o original nos anos 90, aquelas crianças que hoje são adultos já na casa dos 30 anos e que querem reviver toda a nostalgia da época. Mas também é um game para a galera mais jovem, que talvez nunca tenha ouvido falar de Alex Kidd, podendo conhecer um clássico, com leves adaptações para os padrões de hoje em dia.

Alex Kidd in Miracle World DX, distribuído pela Merge Games e produzido pela Jankenteam, está chegando hoje, dia 22 de junho, com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series X e Nintendo Switch.

7 Respostas para “Análise Arkade: De volta aos anos 90 em Alex Kidd in Miracle World DX”

  • 22 de junho de 2021 às 11:34 -

    Luís F.

  • Não consigo acreditar que mantiveram o pulo e aterrissagem escorregadios, era o maior defeito do original, não vejo lógica na armadilha nostálgica que é manter isto..

    • 22 de junho de 2021 às 20:53 -

      Renan do Prado

    • Concordo com você. Nesse caso decidiram fazer um remake bem puro, mudando muito pouca coisa, mas coisas como o próprio pulo escorregadio bem que poderia ter tido uma melhoria.

  • 22 de junho de 2021 às 23:05 -

    Helinux

  • O jogo tá BONITO!!!! Sinceramente eu ainda prefiro o antigão, tenho boas lembranças e gostava muito de jogar no master system 2 da época!!!! O importante é sempre lembrar dos clássicos que foram e ainda é a base dos jogos atuais em termos de tudo!!!! valeu!!!!

    • 23 de junho de 2021 às 00:48 -

      Renan do Prado

    • Eu tinha o Master System III com o Sonic na Memória, joguei muito Alex Kidd na infância, mas o Miracle World joguei pouco. Mas o The Lost Stars joguei muito!

      • 23 de junho de 2021 às 15:20 -

        Helinux

      • fase boa era essa!!!! bons tempos mesmo!!!! valeu

  • 24 de junho de 2021 às 12:35 -

    Gladson

  • 1) É claro que o jogo tem continues (infinitos, vale dizer). Para ficar com vidas infinitas precisa ativar isso nas opções, mas por padrão vem desativado.

    2) Localização perfeita e sem qualquer erro? Então pause o jogo e me explique o que é a opção “Currículo do jogo” que aparece. Eu te digo, é a forma que traduziram “Resume game”, que deveria ser continuar jogo, fechar a tela de pausa.

    • 24 de junho de 2021 às 17:48 -

      Renan do Prado

    • Dei uma nova checada nisso que você mencionou e o menu de pausa tá falando “Retornar ao jogo”, então realmente não encontrei nenhum erro de tradução aqui.
      E quanto aos Game Overs, no original os continues eram apenas se você usasse um código. Se você perdesse todas as vidas, voltava pro menu inicial. É assim no Master System e no modo Clássico do Remake.

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