Análise Arkade: A melhor ambientação da franquia e gameplay problemático em Alien: Isolation

20 de outubro de 2014

Análise Arkade: A melhor ambientação da franquia e gameplay problemático em Alien: Isolation
Para os fãs de Alien, grande ambientação e a melhor reprodução de Amanda Ripley nos videogames. Para os gamers, um bom jogo, mas que peca em detalhes capitais que atrapalham na experiência tensa que o game oferece! Com vocês, nossa análise de Alien: Isolation, confira!

A série Alien sempre esteve presente nos videogames, desde os tempos do Master System. Sempre com resultados medianos, mas com os fãs da série consumindo e curtindo a experiência de lutar/ser Aliens nos jogos da franquia. A nova geração e os computadores (além do Playstation 3 mais o Xbox 360) recebeu mais um jogo da série através da The Creative Assembly e da SEGA, que buscou (e conseguiu) trazer a ambientação sombria e tensa dos filmes para a experiência do videogame, que tem sua história situada 15 anos após os eventos do primeiro filme.

E já vou afirmando: todo fã da franquia deve jogar Alien: Isolation. A pouca luz, o clima de tensão que vive no ar além da fragilidade da protagonista muito bem explorada aqui, que se preocupa mais em fugir e passar escondida pelos cenários trazem uma experiência visual e de ambiente incríveis, não dando brechas para reclamações. Os jogos Alien sempre foram focados em tiroteios e explosões de alienígenas e o simples fato de Isolation se aproximar mais das raízes cinematográficas de terror já coloca água na boca e vontade de jogar.

Análise Arkade: A melhor ambientação da franquia e gameplay problemático em Alien: Isolation

O som também ajuda a manter o clima tenso: a ausência de músicas durante a exploração faz bem o papel de “o que será que vai acontecer?” e as músicas quando aparecem ajudam a aumentar a adrenalina e o senso de urgência do momento: ou resolver logo o problema ou se mandar o mais depressa do lugar. A dublagem desapontou, sendo bem fraca e as vozes também ficam muito baixas ás vezes. Outro ponto que pode ser melhorado são as legendas, muito pequenas.

Mas aonde Alien: Isolation tropeça é justamente no que poderia fazer dele um dos melhores jogos deste ano: os controles. Sim, um jogo em primeira pessoa ajuda a ampliar o clima tenso e de medo, mas quando controlamos uma personagem que não é lá um soldado de CoD ou Battlefield e que praticamente não dá nenhum tiro durante a aventura, esperava melhores recursos para o stealth.

Ripley tem apenas uma opção (e mal feita) de inclinar a cabeça para espiar os inimigos. Não existe uma opção de se esconder e espiar o ambiente nem algo que facilite um ataque surpresa, ou seja: você vai morrer muito por simplesmente não conseguir se esconder e isso é um erro gravíssimo para um jogo que tem como proposta justamente passar desapercebido pelos cenários. Quem sabe, um jogo com visão em terceira pessoa com influências de Metal Gear Solid e Splinter Cell somados com elementos de ação dos FPSs famosos não ajudariam mais na jogabilidade.

Análise Arkade: A melhor ambientação da franquia e gameplay problemático em Alien: Isolation

Outro problema da jogabilidade é o fato de sobrar ao jogador apenas a opção de se esconder em mesas ou armários, o que cansa após ter que fazer isso pela trigésima vez. Salvar no jogo não é uma tarefa automática, você precisa ir até o telefone de emergência e efetuar ali o save, de maneira muito semelhante ao clássico Parasite Eve (e Resident Evil também); e isso é ruim, pois embora existam muitos telefones espalhados pelas salas, por outro lado você tem que sofrer o calvário de ter que jogar de novo quinze minutos de jogo para só depois chegar ao ponto onde morreu para… morrer de novo e jogar de novo os quinze minutos.

Um ponto positivo no jogo é que ele não te mostra quase nada sobre seus objetivos. Em momentos de jogos que alimentam a nossa preguiça, não ter uma “seta” te guiando ao próximo destino nem um “tutorial-faça-isso-e-aquilo-para-reativar-esse-gerador”, a ideia de “o objetivo está aí, agora se vira pra resolvê-lo” se mostra de certa forma desconfortável, mas ao mesmo tempo poderíamos sim ter mais jogos assim que não ia ter problema nenhum. As cores verde e vermelho das luzes ajudam na exploração, enquanto um objeto que pode ser coletado ou explorado fica laranja quando você se aproxima dele.

Legal também é como Isolation te ensina a lidar com os temidos Aliens antes mesmo deles aparecerem na história. Como estamos em uma estação abandonada, humanos também estão por lá e a hostilidade impera no ar. Como o homem chega a extremos quando o assunto é sobrevivência, chegar perto de um deles é tiro na certa. Mas como um ser humano é muito mais fácil de lidar do que um Alien, logo é interessante “treinar” a furtividade (falha) do jogo nas pessoas que querem te fazer mal ali.

Análise Arkade: A melhor ambientação da franquia e gameplay problemático em Alien: Isolation

Os itens são poucos também e devem ser usados com sabedoria. Com poucas armas a disposição, a solução é ficar escondido mesmo e tentar causar o maior dano em sequência possível para sobreviver e conforme itens são coletados, medicamentos podem ser construídos, mas também devem ser usados com a mesma precaução. Um tutorial ajudaria aqui, mas ao jogar logo se pega o jeito de criá-los. O sensor de Aliens também se mostra útil demais e será a sua “principal arma” no jogo.

A proposta de “muito medo, pouca arma” de Alien: Isolation acabou se tornando uma faca de dois gumes: de um lado, temos um jogo de visual e clima impressionantes que farão a alegria dos fãs da franquia e/ou jogos de tensão/survival/terror. Por outro, os problemas com controles e na mecânica do jogo podem fazer com que até os fãs desistam de jogar o título até o fim (ou jogá-lo com má vontade). No geral o jogo agrada , porém aquela sensação de que poderia ter sido melhor é visível a todo instante. Resta torcer para que a SEGA ouça as reclamações e possa apresentar melhorias em um provável próximo título, pois Alien merece!

Alien: Isolation foi desenvolvido pela The Creative Assembly e lançado pela SEGA no dia 7 de outubro. Conta com áudio e legendas em português e está disponível para Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360, Xbox One e PC.

7 Respostas para “Análise Arkade: A melhor ambientação da franquia e gameplay problemático em Alien: Isolation”

  • 20 de outubro de 2014 às 17:42 -

    Rodrigo S.T

  • Boa analise ! descordo sobre os saves distantes a jogabilidade falha e a ausência de uma “seta”.Gostei muito da ideia dos saves distantes e “manuais” e do fato de não existir aquela sala segura onde nada de ruim acontecia, como era no resident evil. Isso não é defeito,tem um porque,o jogo é de terror e morrer e ter que voltar lá no ultimo save aumenta muito a tensão.A jogabilidade stealth é simples não seja visto e vc tá escondido tem os lugares mais seguros mas nenhum é totalmente seguro,além de que uma jogabilidade stealth de um splinter cell da vida não funcionaria com um primeira pessoa.Sobre a seta de objetivos, depois que vc tiver o detector de movimentos,pode ver um traço nele que indica com precisão (nível “da a volta nessa cadeira”) onde está o seu objetivo.puta jogo, frustrante, mas um puta jogo kkkkkk

    • 21 de outubro de 2014 às 18:39 -

      Lucasarcc

    • Pois é… Acho curioso que em muitas análises o pessoal tem colocado q os saves manuais e distantes são um dos pontos ruins. Na minha opinião, esse é fator q mais me ajudou na imersão da tensão q a franquia Alien tem q passar. Tanto é q, sempre q salvo o jogo, instantaneamente já sinto uma sensação de tranquilidade e q posso arriscar uma exploração mais rápida pq se morrer, o save ta logo ali. E sim, é bem frustrante morrer e ter q refazer os 15min de novo, mas até o momento, não me lembro de ter repetido mais q 3x uma parte então é só aceitar q é um processo natural do game. A verdade é que o jogo não é fácil. Se jogar pensando como se fosse algo semelhante à Dark Souls, a gente aceita mais fácil. E… quanto as fomas de se esconder, já usei muitos cantos, balcões e qualquer outra coisa com pouca iluminação. Acabo até relutando em usar os armários pq eles parecem fazer muito barulho pra entrar ou sair. Ao meu ver, o maior problema do jogo é o fato dos inimigos do jogo parecerem ter um problema pessoal com a Ripley. Principalmente o Alien. Foram diversas vezes em que eu encontrava uma galera conversando alto e tals, daí ficava esperando o Alien descer pra tacar o terror mas…. nada. Só se eu saísse q ele aparecia. Fora o fato da estação espacial ser GIGANTE e, ainda assim, ele ficar sempre nos rondando. De qualquer forma, como um grande fã dos filmes (principalmente o 1º), fico com vontade de agradecer cada integrante da The Creative Assembly pq eles fizeram um trabalho fenomenal com relação as referências aos filmes. Tem praticamente de tudo que a gente sempre quis ver em um jogo da franquia =D. Pra quem é fã, é um jogo mais q obrigatório.

  • 20 de outubro de 2014 às 20:12 -

    lucas

  • Gostei muito  do jogo,  e achei  bons os controles  exatamente  pelo fato  de nao seguirem o padrao, e se nao reparou  da pra  se esconder do Alien sem  depender  de armários  ou mesas

  • 22 de outubro de 2014 às 22:33 -

    watt

  • Caramba! A análise não foi muito boa, mas a galera tá falando “mó” bem do game. Gosto muitíssimo de jogos de stealth em primeira pessoa – como Dishonored; então, vocês me recomendam esse jogo? Os pontos positivosa superam mesmo os negativos?

    • 23 de outubro de 2014 às 21:17 -

      Rodrigo S.T

    • Não existe game perfeito,mas alien é sem duvida Excelente ! 

  • 22 de janeiro de 2015 às 11:10 -

    Daniel Dickel

  • Foi fã de Alien a muitos anos, e este é na minha opinião a melhor representação em jogos que já foi feito em todos os tempos, discordo de alguns aspectos que a analise faz sobre pontos ruins como por exemplo se esconder e tal, se pararmos para pensar um pouquinho, que criatura (que não seja cega) no universo não encontraria alguém escondido embaixo de uma mesa? (levando em consideração é claro a altura da mesa, que no jogo não parece ser menores que as que estamos acostumados a ver), outra questão em relação aos save points, achei perfeito n ser automático, aliás tem momentos que salva automaticamente sim e nesses momentos é que não curti, apesar de ter que refazer o caminho algumas vezes, mas ai está a graça da coisa, vc vê um save e corre lá pra se salvar, dá até um certo alívio ao salvar mesmo sem deixar o panico de ser surpreendido até mesmo nessa hora de salvação, outra coisa que li em outras analises foi o fato do game demorar em torno de 15 horas, alguns reclamarão que deveria demorar menos, discordo novamente, aprendi jogando RPGs como Final Fantasy que passar de 40, 50 ou 60 horas de jogo não diminuem em nada a experiencia de jogo, muito pelo contrário (quanto mais joga mais experiencia (XP) se ganha hehehe), talvez eu pertença a velha geração de gamers que curte o jogo pela imersão, diversão e raciocínio que ele exija do jogador, (tenho nojo e pavor dos jogos com setas indicando ou que mastiguem tudo pra facilitar), minha primeira decepção foi ver o Matrix do PS2 com aquelas setas escandalosas e ofensivas esfregando na cara do jogador; por fim, comecei o Alien na dificuldade mais alta, detonei ele, e vou começar novamente no no Nightmare (atualização lançada depois que já tinha iniciado o game), em suma tive grandes sustos e pavor, e muita saudade dos filmes Alien. 

  • 24 de julho de 2017 às 19:54 -

    Vinícius

  • O jogo é bom. Mais chato fica fugindo o tempo todo do Alien e o final de menos de 1 minuto não vale a campanha , não vale a pena compra isso . Muito revoltado com o final , tão curto pra tanto tempo fugindo do Alien .

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