Análise Arkade: Aventure-se no sertão virtual de Cangaço

1 de agosto de 2014

Análise Arkade: Aventure-se no sertão virtual de Cangaço

Quem foi que disse que a história brasileira não tem assunto para jogos? Pois o pessoal da Sertão Games buscou em nossas páginas nacionais inspiração para apresentar Cangaço, jogo que você confere agora em nossa análise.

Sediado em Teresina, no Piauí, o estúdio Sertão Games foi fundado em 2011 com o intuito de levar mais da cultura brasileira para a produção de jogos. E foi com inspiração na história da região nordeste do Brasil, que, em abril deste ano, o estúdio disponibilizou o seu mais recente jogo, chamado Cangaço.

Cangaço é um jogo de estratégia em tempo real baseado, como o próprio nome já deixa claro, nas lutas revolucionárias da época do cangaço, que aconteceram em meados do século XIX e início do século XX no sertão do nordeste.

E é na temática abordada que o jogo chama a atenção. Desde o primeiro momento, Cangaço faz de tudo para te colocar no clima da época. A trilha sonora, composta sob medida para o jogo, tem uma parte muito importante nesta ambientação, que, de uma maneira geral, é muito bem feita. Outro ponto que chama a atenção é a modelação dos personagens e cenários, que foram todas desenhadas e pintadas à mão, utilizando lápis de cor. E isto cria uma personalidade única à arte do jogo.

Análise Arkade: Aventure-se no sertão virtual de Cangaço

Na sua campanha principal, Cangaço permite ao jogador viver os dois lados da moeda. Você pode escolher refazer os passos de Lampião e ser um cangaceiro, como também pode encarnar os antagônicos do movimento e fazer parte das volantes, as forças de policiais e mercenários que caçavam impiedosamente os cangaceiros.

Ao escolher sua “classe”, o jogador é levado para a tela de seleção de atributos do personagens que são divididos entre Força, Destreza e Fé. Por mais que seja clara a funcionalidade dos atributos Força e Destreza, em nenhum momento o jogo explicou a utilidade da Fé na jogabilidade.

Análise Arkade: Aventure-se no sertão virtual de Cangaço

Bem simples e diretas, as missões do jogo são apresentadas através de pequenos versos rimados, como uma literatura de cordel. Todavia, esta simplicidade pode fazer com o que o cumprimento destas se torne rapidamente repetitivo. O sistema de batalha permite pouca variação estratégica, fazendo com que a mesma abordagem do jogador seja utilizada em todos os desafios do jogo.

E falando em jogabilidade, é aí que residem os principais problemas do jogo. Apesar de simples, ela peca em alguns aspectos. O jogo permite o controle de até quatro personagens ao mesmo tempo durante as batalhas, contudo, a movimentação em grupo é problemática. Ao movimentar mais de uma unidade para um determinado ponto, caso haja algum obstáculo próximo, elas tomam um posicionamento aleatório próximo a este ponto, e não ficam no lugar exato onde o jogador clicou, o que, além de incômodo, pode acarretar em perda de tropas.

Cangaço traz algo diferente e é muito feliz em abordar a cultura do nosso país, que ainda é tão pouco explorada na indústria de jogos. Mesmo com os seus problemas, ainda é um jogo que merece ser conhecido e que traz esperança de que uma cultura tão rica como a nossa possa ser cada vez mais abordada nesta mídia que tanto amamos.

Uma resposta para “Análise Arkade: Aventure-se no sertão virtual de Cangaço”

  • 2 de agosto de 2014 às 03:46 -

    Caco

  •  Fé deve influenciar na sorte (crit ou evade). Apoio a iniciativa, mas um bom jogo de estratégia deve vir sempre acompanhado de uma boa regra, regra essa que deve ser planejada muito bem no papel antes. Jogos como XCOM, FTL ou Starcraft 2 são exemplos de jogos com regras bem elaboradas. Quanto ao tema, acho q abordar o cangaço pode ser uma coisa muito legal, mas ainda temos que descobrir um jeito de abordar isso de uma forma que mesmo quem não eh da cultura goste. Como os Samurais ou Faroeste, que não são da nossa cultura, mas entendemos e gostamos dos jogos e filmes desse tema. 

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