Análise Arkade: Battlezone Gold Edition traz o feeling dos arcades para dentro de casa

3 de maio de 2018

Análise Arkade: Battlezone Gold Edition traz o feeling dos arcades para dentro de casa

Battlezone foi um dos primeiros jogos “tridimensionais” do mundo dos games. Quase 30 anos após seu lançamento, este grande jogo de 1990 está de volta, bastante reformulado, mas mantendo a essência que fez dele um clássico!

Contextualizando

O Battlezone original foi lançado pela Atari para arcades em 1990, e colocava o jogador no controle de “tanque” em um cenário vetorial. O game usava de forma inteligente conceitos de proximidade e perspectiva para emular a sensação de um espaço tridimensional.

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O efeito — inovador para a época — se dava pelo fato de o jogador poder girar em 360 graus seu canhão para encontrar e eliminar tanques e outros veículos inimigos. Um radar circular permanecia na parte inferior da tela, informando a localização dos inimigos dentro do “disco” que era o espaço pseudo-3D do game.

Este Battlezone que a Rebellion — produtora da série Sniper Elite — nos traz em 2018 traz basicamente a mesma premissa do game de arcade — com o diferencial que agora realmente estamos em uma ambiente tridimensional, então podemos mover livremente nosso tanque pelo cenário… e agora a guerra é um tanto mais desafiadora, claro.

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Ah, e um adendo: a Rebellion resolveu lançar este game primeiro para dispositivos VR. Porém, não sei se a adesão não foi muito grande, ou se os produtores simplesmente perceberam que o VR não era imprescindível para a experiência, ou algo do  tipo, o fato é que agora eles trazem nesta Battlezone Gold Edition o game em sua versão completa, multiplataforma, e para todo mundo jogar na boa e velha TV, mesmo.

Batalhas explosivas, mas estratégicas

Em Battlezone Gold Edition, podemos encarar um modo campanha sozinhos, ou tentar a sorte online, ao lado de 3 outros jogadores. Há diferentes “tamanhos” de campanha, mas todas se apresentam na forma de um tabuleiro. Estamos do lado A, e devemos chegar ao lado B para destruir a IA que está dentro de um vulcão, comandando as tropas inimigos. Cada quadrante do tabuleiro corresponde a uma missão, que deve ser superada para que possamos prosseguir.

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Há missões com objetivos variados: em alguns casos, devemos proteger uma área do mapa. Em outras, temos que destruir antenas que fornecem campo de força às tropas inimigas, ou tomar o controle de pontos de interesse. A destruição costuma ser o elemento-chave de todas as missões, e podemos equipar nosso tanque com diversos tipos de armas diferentes para explodir coisas com garbo e elegância.

Com os dados (aka XP) acumulados ao completar missões, podemos turbinar os equipamentos de nosso tanque, ou mesmo investir em vidas extras para termos mais chances de sucesso. A dificuldade é crescente e constante, e explorar pontos de vantagem pelo cenário em busca de uma abordagem mais estratégica costuma funcionar bem melhor do que simplesmente sair atirando a esmo.

Confira um pouco de gameplay abaixo:

Não é raro vermos turrets e aeronaves protegendo objetivos, e eles são bem implacáveis. Nestes casos, o melhor é buscar abrigo, carregar o tiro teleguiado, disparar rápido e voltar à cobertura, ou buscar uma forma de flanquear o adversário. A ação tática vista aqui destoa um pouco do estilo “combate explosivo” típico de games de combate veicular, mas consegue ser interessante justamente por ser diferente.

Conforme avançamos pelo tabuleiro, um medidor de perigo vai se enchendo, o que torna os inimigos mais bem equipados e invariavelmente summona um Nemesis, um tanque realmente casca-grossa que irá acompanhar seus movimentos pelo tabuleiro e proteger o vulcão. Vez ou outra também devemos tomar decisões simples, que podem tanto evitar combates quanto nos colocar diante de comboios fortemente armados.

Guerra cooperativa

Um adendo muito bem-vindo desta nova versão do game é a possibilidade de jogatina cooperativa online para até 4 jogadores. Aliás, acho válido ressaltar que, embora o game tenha acabado de ser lançado, mas já está sendo bem fácil entrar em partidas rápidas e encontrar jogadores, de modo que só joga offline quem quiser mesmo se isolar.

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Ainda que encarar os desafios do game em equipe obviamente torne as coisas mais fáceis, Battlezone tem o cuidado de não facilitar DEMAIS as coisas: o volume de inimigos é rearranjado de acordo com o número de jogadores na missão, o que oferece um desafio digno independente do número de players na sessão.

O maior elemento dificultador, porém, é que as vidas são compartilhadas entre toda a equipe. Ou seja, se por um lado ter um esquadrão maior torna o combate um pouco mais fácil, por outro um jogador muito afoito (ou ruim, mesmo) pode acabar torrando todas as vidas do time.

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O lado “bom” é que todos podem comprar vidas usando os dados acumulados… porém, quanto mais vidas são compradas, mais caras elas ficam. Ou seja, o melhor a fazer é tentar arrumar um time bom!

Audiovisual e nostalgia

Battlezone Gold Edition traz uma estética meio retrô-futurista que combina muito bem com a proposta do game, que está o tempo todo querendo emular o feeling do jogo original de arcade. O visual do game é um low poly estiloso e vibrante, e ainda que os cenários em si sejam um tanto genéricos, há mudanças na paleta de cores para não parecer que estamos sempre na mesma arena.

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Os tanques e veículos têm visuais bem “invocados” que permitem ao jogador saber mais ou menos qual é o tipo de veículo que se aproxima simplesmente por sua silhueta. Há 3 modelos de tanques para escolhermos, com algumas poucas opções de customização de cores e do interior do tanque, com destaque para os bonequinhos tipo bobble head que podemos deixar no painel.

Um detalhe muito bacana é que o game traz de brinde um “modo clássico”, que pode ser jogado com controles semelhantes ao original, ou com o gameplay moderno da campanha. Neste modo, revisitamos as telas pretas com as linhas vetoriais de antigamente, e, tal qual o jogo de fliperama, aqui basta um tiro para nosso tanque explodir. É um extra muito bacana, que demonstra a evolução do game ao mesmo tempo que presta merecidas homenagens ao “formato” clássico que deu origem ao jogo.

Confira abaixo um pouco de gameplay do modo clássico:

Battlezone Gold Edition está com menus e legendas em português brasileiro, e seu departamento sonoro chega carregado de nostalgia, com músicas em loop cheias de batidas sintetizadas que parecem saídas diretamente dos anos 80. Efeitos sonoros originais e referências pipocam aqui e ali, para alegria dos saudosistas.

Conclusão

Battlezone Gold Edition é um jogo enxuto que vai direto ao ponto, e não tenta ludibriar o jogador através de pantomimas: se por um lado há pouco conteúdo, por outro o padrão aleatório das missões e a possibilidade de personalizarmos o “tamanho” da campanha fazem com que o game dure (literalmente) tanto quanto você aguentar jogar.

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A jogatina online é um adendo muito bem-vindo, tornando os combates mais dinâmicos e divertidos. Considerando que não há realmente uma narrativa sendo desenvolvida, esse é aquele tipo de jogo ideal para criar uma party e curtir botando o papo em dia com os amigos.

Não se deixe enganar pela simplicidade das mecânicas: o que temos aqui é um game de combate veicular denso e estratégico, fácil de aprender mas difícil de dominar. Um jogo que pode facilmente se tornar viciante, daquele jeito que “só uma partidinha” acaba se estendendo por 3 ou 4 horas e a gente nem repara.

Battlezone Gold Edition foi lançado dia 1º de maio, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One. Posteriormente ele deve chegar também ao Nintendo Switch.

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