Análise Arkade: Beat Saber é um show de adrenalina na realidade virtual

6 de setembro de 2019
Análise Arkade: Beat Saber é um show de adrenalina na realidade virtual

Provavelmente todo mundo já viu algum vídeo na internet de alguém jogando um jogo ao mesmo tempo estranho e divertido. Nele, pessoas usam sabres de luz para acertar cubos voadores no ritmo de alguma música. Pois bem, este jogo é nada mais nada menos que Beat Saber. O game é praticamente o “garoto propaganda” dos jogos em realidade virtual e, nessa matéria, você vai entender um pouco mais do porquê disso.

Beat Saber é uma espécie de junção de jogabilidades nunca antes imaginadas em conjunto. Provavelmente você já ouviu falar de ao menos duas dessas franquias: Guitar Hero, Just Dance e Fruit Ninja! Com uma versão bem mais robusta para PCs, a edição de PSVR não deixa muito a desejar com diversão garantida. Então peguem seus sabres de luz e vamos juntos nos ritmos mais animados possíveis.

Análise Arkade: Beat Saber é um show de adrenalina na realidade virtual

A adrenalina de segurar um sabre de luz

Beat Saber funciona como uma espécie de evolução dos jogos rítmicos. Você pode lembrar da sensação gostosa de se jogar alguns deles e entender o que se passa aqui. Seja em Dance Dance Revolution, Rock Band, Guitar Hero ou o mais famoso deles, Just Dance. O jogo de sabres de luz tem na base de sua jogabilidade o uso da coordenação motora para acompanhar o ritmo da música.

O jogador fica no meio de uma plataforma segurando um ou dois sabres de luz. É possível também variar para um bastão de luz na versão de PC. Mas é impossível não lembrar de Star Wars aqui. Inclusive, pelas cores básicas dos sabres serem azul e vermelha. Na sua frente surgirão cubos com cores específicas setas que indicam a direção do corte a ser feito. Tudo na jogabilidade de Beat Saber é bem sugestivo. Seu objetivo? Cortar os cubos na direção certa e com a cor certa de sabres, acompanhando o ritmo contagiante de cada música.

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A sensação de cortar os cubos de forma rítmica é muito boa!

O jogo lembra bastante a aura dos arcades. Isso é: uma jogabilidade simples com um nível de desafio que vai se elevando cada vez mais. Algumas regras são inseridas com o tempo, assim como elementos de obstáculo. Tudo funciona como um desafio a mais para os jogadores, o que é bem legal.

Algumas paredes obrigam o jogador a se mover para os lados ou para baixo. Por sua vez, bombas proíbem que os sabres fiquem em determinadas posições. Ao mesmo tempo os próprios cubos surgem em posições não tão simples assim. Tudo obriga o jogador a se mover cada vez mais e mais rápido, desafiando constante e progressivamente sua coordenação motora.

Os desafios de uma excelente campanha

Mas não é só de um “modo livre” para tocar músicas que Beat Saber se trata. Além de uma jogatina despretensiosa e um modo focado para combates entre amigos, temos também um modo campanha bem criativo. Este modo não apresenta uma sequência específica de músicas de acordo com o seu nível de complexidade. O mais interessante é que a campanha lhe dá missões e desafios a serem cumpridos. Isso otimiza o senso de progressão do jogo e reaproveita diversas músicas.

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Essa campanha funciona como um grande método de aprendizado e treinamento do seu próprio corpo. Afinal, é necessário bastante noção de ritmo, coordenação motora e até preparo físico para se dar bem em Beat Saber. E o modo campanha serve como um grande processo de aprimoramento dessas habilidades.

Para além de simplesmente jogar as músicas em uma determinada sequência, na campanha precisamos cumprir determinados objetivos. Inicialmente essas tarefas podem parecer até óbvias, como “fazer pelo menos 50 mil pontos” em uma determinada música. Entretanto, com o tempo, essas missões vão se complexificando. Temos desde “não errar nenhuma nota“, até a marcação da sua pontuação de acordo com a precisão dos seus cortes.

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Cortando cubos do seu jeito

Toda essa dinâmica de dificuldade progressiva da campanha é agregada ainda mais com os modificadores de partida. Estes são obrigatórios em determinadas fases da campanha, mas podem ser utilizados para gerar mais pontos nas partidas livres. A possibilidade de apagar as setas de cada cubo após eles aparecerem, aumento de velocidade das músicas, uso de apenas um sabre e por aí vai.

Mas não é só para aumentar os desafios que esses modificadores existem. Afinal, um grupo específico desses modificadores deixam o jogo mais fácil. Entretanto, esses modos possuem como “punição” você fazer menos pontos durante as músicas. Exclusivamente no PC, esses modificadores são ainda mais variados, podendo-se até utilizar skins nos sabres.

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Esses modificadores são um detalhe muito positivo de Beat Saber, seja no PC ou no PSVR. Isso porque permite que os jogadores tenham liberdade para jogar da maneira que quiserem. Perfis mais casuais podem jogar apenas para relaxar, enquanto aqueles mais ávidos por desafios não ficarão na mão também.

Realidade virtual muito confortável

Beat Saber é surpreendentemente confortável para um jogo de realidade virtual. Não é novidade que jogos em RV causam náuseas em muitas pessoas. Entretanto, Beat Saber é muito confortável e praticamente não possui gatilhos para cinetose. Mesmo em pessoas que talvez nunca tenham experimentado a realidade virtual antes.

A nitidez de imagem surpreende bastante no jogo, já que não é exatamente comum em jogos com essa tecnologia. Essa nitidez provavelmente foi possível pela simplicidade dos gráficos do game. Felizmente, não existe nenhum prejuízo de frames por conta disso, o que é excelente.

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Além disso, todo o jogo nos deixa sem uma sensação de que estamos nos movendo. Isso porque, na verdade, são somente os cubos que se movem em nossa direção. Junte aqui uma precisão sem igual dos controles de movimento tanto no PC como no PSVR. Como resultado temos uma sensação de ritmo e imersão incrível no jogo.

A baixíssima monotonia ou senso de repetição de Beat Saber é outro fator muito elogiável. Isso porque temos a combinação de cinco níveis de dificuldade diferentes com mais de uma dezena de modificadores. Isso dá a opção do jogador sair constantemente da sua zona de conforto. Porém, essa longevidade de jogatina é muito mais eficaz no PC.

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A superioridade da versão de PC

Como nem tudo é perfeito, podemos citar como um dos únicos problemas de Beat Saber a sua biblioteca de músicas. O jogo base, descartando DLCs e mods de PC, possui poucas músicas. Felizmente, a desenvolvedora do game tenta ao máximo acrescentar novos conteúdos com certa frequência.

Entretanto, são menos de 30 músicas na base, das quais a maior parte são criações próprias. Felizmente os DLCs dão mais personalidade à coletânea, como o excelente pack de músicas de Imagine Dragons. Na lista de extras temos até algumas opções legais. Porém, nada como vemos em Just Dance ou Guitar Hero, por exemplo.

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É aí que a versão de PC de Beat Saber se torna bastante superior. Isso por conta, principalmente do Steam Workshop. A comunidade de modders que a própria Valve permite dentro do Steam. Por lá podemos encontrar inúmeras melhorias ao jogo e músicas famosas adaptadas pelos próprios jogadores.

Um game obrigatório para a RV

Não é exagero colocar Beat Saber no topo das listas de melhores jogos em realidade virtual. O jogo recebeu prêmios e nomiações importantes na indústria, além de prêmios por votos da comunidade também. Seja pela sua inovação, criatividade ou pela excelência com a qual executa sua proposta. Tudo em Beat Saber é de ótima qualidade.

A versão de PSVR do game pode até não ser tão excelente quanto a de PC, por conta de sua limitada quantidade de músicas. Porém, a experiência que o jogo promove supera qualquer coisa. Além disso, a desenvolvedora constantemente acrescenta novas músicas de forma gratuita. O que já é uma segurança muito boa para jogadores de PSVR. No geral, o game é uma experiência obrigatória para jogadores da Realidade Virtual, além de uma opção sensacional de “Party Game”.

Beat Saber foi lançado inicialmente em Maio de 2018 para PC com compatibilidade para HTC Vive, Oculus Rift e Valve Index. A versão de PlayStation VR chegou em Novembro de 2018.

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