Análise Arkade: Blasphemous é um excelente e sangrento Metroidvania

26 de setembro de 2019
Análise Arkade: Blasphemous é um excelente e sangrento Metroidvania

A mistura de Metroidvania com Souls-like, que várias e várias vezes se provou um casamento muito bem sucedido, ganhou um novo e muito aguardado título que já mostrava muito potencial. Blasphemous enfim está entre nós!

E é hora de embarcarmos numa jornada de fé, dor, morte e penitência pelo mundo arruinado de Cvstodia, nesse excelente e desafiador novo game. Então é hora de conferir nossa análise completa de Blasphemous!

A jornada em busca do Milagre de Cvstodia

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Blasphemous nos apresenta ao reino de Cvstodia, um reino povoado por pessoas de fervorosa devoção e fé, que se encontra em meio a uma terrível e misteriosa provação.

Um dia, um evento misterioso conhecido como o Milagre aconteceu, causando terríveis danos a todos, espalhando pragas, maldições e transformando as vidas daqueles que oravam em busca de ascensão divina ou punição. Pois essas pessoas tiveram suas orações atendidas, e agora sofrem em extrema agonia pelo poder do Milagre, que transformou muitos em criaturas monstruosas ou os concedeu grandes poderes, em troca de uma existência de dor e sofrimento.

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Neste mundo, o jogador controla o Penitente, uma figura misteriosa cuja penitência é permanecer mudo e andar com um enorme elmo pontiagudo enrolado numa coroa de espinhos. Munido de uma sagrada e ao mesmo tempo herética espada nascida do Milagre, o jogador deve desbravar Cvstodia, numa jornada para salvar sua população dos terrores do próprio Milagre.

Mais Metroidvania, menos Souls-like

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Hoje em dia existem tantos títulos que tentam ser Souls-like que as vezes fica até difícil dizer o que é e o que não é um Souls-like. E certamente Blasphemous permeou nessa dúvida até seu lançamento. Então desde já deixemos isso claro: Blasphemous é um Metroidvania, com alguns elementos de Souls-like.

O game tem uma jogabilidade bem simples e fácil de aprender, com um botão para ataques de espada, um para um ataque de projétil, defesa (que na verdade é um parry, exigindo perícia do jogador), pular, esquivar, usar magias, usar itens de cura, inventário e mapa. Uma coisa interessante do game é que o jogador não precisa de nenhuma outra habilidade para terminar o game, ele já inicia o game com tudo o que precisa para chegar até a área final.

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Isso é porque o sistema de habilidades do game é muito diferente dos Metroidvanias padrão. O jogador pode equipar o Peninente com diferentes tipos de equipamentos: Contas de Rosário, que adicionam buffs ao personagem; Relíquias, que adicionam habilidades extras; Orações, que são as magias do game; e Corações de Mea Culpa, que adicionam buffs em troca de algumas desvantagens.

As relíquias permitem que o jogador utilize habilidades como falar com mortos, ver plataformas invisíveis, acessar áreas inalcançáveis ao ativar raízes que crescem em certos pontos do cenário e etc. Nenhuma dessas localidades acessíveis com essas habilidade são necessárias para o término do game, exceto é claro se o jogador quiser fazer o final real do game, que inclui alguns desafios extras em locais muitas vezes escondidos.

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Alguns inimigos podem ser atordoados e mortos através de violentas e sangrentas execuções

Por conta disso, Blasphemous é um tipo de game cujo backtracking depende somente do jogador. É claro que há trechos que o jogador precisa revisitar cenários já explorados, mas bem menos do que em outros games do gênero. O backtracking está mais ligado a 100% da exploração do game, para procurar todos os itens, cumprir todos os puzzles e conseguir o final real do game.

Já o lado Souls-like do game se apresenta principalmente em seu lore, com descrições de itens que fornecem muitas informações relevantes e interessantes para o mundo do game, além de seus diálogos e até design dos inimigos.

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Cenas como essa são bem comuns no game

Blasphemous possui um lore realmente riquíssimo, contendo vários pedaços de uma história maior espalhados em diálogos, pessoas mortas, itens e muito mais. Esse é um game com um lore muito bem trabalhado, pois não é complicado de juntar as peças e entender tudo o que acontece em Cvstodia desde o surgimento do Milagre.

E é claro, ainda há a parcela de Souls-like no gameplay, com altares que recuperam a vida e os itens de cura gastos do jogador, mas que revivem todos os inimigos mortos (exceto bosses). Ao morrer, o jogador não perde XP (que aqui são as Lágrimas de Redenção, usadas para melhorar o personagem e comprar itens), porém, deixa um “Fragmento de Culpa” no local de sua morte. Esses Fragmentos diminuem a barra de Fervor do Penitente, que serve como barra de MP para utilizar magias.

Exploração e evolução de personagem

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Sendo um Metroidvania, Blasphemous é um game com um grande mapa dividido em diferentes áreas interligadas, contando com vários atalhos, passagens secretas e etc. Porém, como já dito, as habilidades de personagem são úteis para alcançar áreas opcionais e secretas, não sendo realmente necessárias para atingir o final do game.

Isso significa que o game possui uma exploração um tanto lenta, mas digo isso de forma comparativa a outros Metroidvanias, em que quando seu personagem fica bem forte ganha habilidades de literalmente atravessar todo o cenário do game em instantes. Assim, seguindo somente em frente, o game tem uma progressão boa, mas se você ir atrás do 100%, vai precisar caminhar muito.

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Principalmente porque existem apenas 5 pontos de fast travel no game inteiro, assim, certas áreas do game demandam uma boa caminhada, o que para alguns jogadores pode não ser algo muito divertido. Mas ainda assim, como o game possui vários segredos em todos os seus cenários, a exploração acaba compensando.

Já a evolução de personagem é bem diferente. Não há armas ou armaduras melhores, você vai do começo ao fim com o mesmo equipamento, o que muda são os seus acessórios, que concedem buffs ao jogador. Mas há sim uma forma de deixar o Penitente mais forte, através dos Altares de Mea Culpa.

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Existem vários altares espalhados por todo o mapa do game, cada um desbloqueando um nível novo de upgrades. Nesses altares o jogador utiliza as Lágrimas de Redenção para desbloquear upgrades de ataque, como ataque carregado, ataque em projétil e alguns combos e golpes especiais.

Combinando esses upgrades com os vários tipos de contas de rosário que o jogador encontra por todo o game, com os Corações de Mea Culpa, Orações e Relíquias, o jogador pode preparar seu personagem para diferentes tipos de situações, como para enfrentar chefões, sobreviver em áreas venenosas, ganhar mais velocidade em trechos com muitos inimigos e etc.

Audiovisual

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Blasphemous é um game simplesmente belíssimo. O grande diferencial do game na época de seu anúncio era seu visual em pixel art, e o game possui um visual verdadeiramente incrível! Tudo tem uma movimentação muito fluída e extremamente bem feita, desde o gameplay até as escassas porém muito impressionantes cutscenes.

Cada personagem, inimigo e cenário tem um visual com uma imensa riqueza de detalhes, desde cabeços esvoaçantes, rachaduras em suas armaduras e armas, sangue jorrando, corpos explodindo e etc. Levando em conta que o game tem como tema Penitências, Inquisição, sofrimentos, demônios e seres celestiais, há muita inspiração em obras e esculturas eclesiásticas.

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Sejam com pessoas crucificadas em sofrimento atacando o jogador, prisioneiros e escravos que usam seus próprios instrumentos de tortura para atacar, até os incríveis bosses e NPCs especiais com visuais simplesmente de cair o queixo, seja por suas belezas, seja por suas repulsivas imagens grotescas.

A trilha sonora do game é maravilhosa, casando perfeitamente com sua aventura medieval-religiosa-demoníaca, sendo bem semelhante em certas músicas às que ouvimos no primeiro Diablo, como por exemplo o inesquecível tema de Tristram. Com várias músicas usando instrumentos antigos ou mesmo modernos, criando diversas melodias que criam com perfeição uma atmosfera antiquada e medieval.

Análise Arkade: Blasphemous é um excelente e sangrento Metroidvania

O game possui dublagem em inglês, com um ótimo trabalho de atuação. Os sons ambientes, de golpes, gritos desesperadores e grunhidos de inimigos são muito bem feitos, com tudo contribuindo para criar uma atmosfera muito forte, aliada a todo o visual do game.

Ah, e o game ainda possui localização em português brasileiro em seus menus e legendas. Há uma certa confusão em algumas descrições de itens, com inglês e português se misturando, mas de resto a tradução é excelente. Inclusive utilizando de forma perfeita nomenclaturas e palavras relacionadas a igrejas, palavras que não usamos normalmente em nosso dia a dia, mas que reconhecemos com facilidade.

Conclusão

Análise Arkade: Blasphemous é um excelente e sangrento Metroidvania

Blasphemous é um game realmente excelente. Um Metroidvania altamente competente e que incorpora elementos de Souls-like de uma forma bem feita, fugindo da comparação “esse jogo parece Dark Souls“, mas ainda assim fazendo jus aos estilos em que se baseia.

Metroidvanias são games que dificilmente erram a mão. Acontece, mas felizmente não é muito frequente (ou ao menos não muito aparente), e Blasphemous é um game que definitivamente merece a atenção dos amantes do gênero, pois oferece bastante diversão, desafio, combates intensos e uma boa história recheada de lore.

Blasphemous, produzido pelo estúdio indie espanhol The Game Kitches e distribuído pela Team17 foi lançado no dia 10 de setembro, com versões para PC, Playstation 4, Nintendo Switch e Xbox One.

Essa análise foi escrita com base na versão PC do game, gentilmente nos cedida pelos nossos parceiros da Nuuvem. O game está com 15% na loja da Nuuvem e se você adquiri-lo através DESTE LINK, além de comprar um ótimo game, ainda vai estar nos ajudando!

2 Respostas para “Análise Arkade: Blasphemous é um excelente e sangrento Metroidvania”

  • 26 de setembro de 2019 às 22:12 -

    Helinux

  • A estória, os gráficos e o estilo de jogabilidade já torna o game bem atraente em termos de tudo. valeu!!!!

  • 28 de setembro de 2019 às 01:35 -

    Ronnie

  • Estava esperando a resenha de vocês, vlw!

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