Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

28 de junho de 2019

Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

O ano era 2015, quando Koji Igarashi, diretor-assistente do lendário Castlevania: Symphony of the Night ressurgiu com uma ideia ousada: Reviver o estilo de ação e plataforma, ou mais precisamente, reviver aquilo que tornou Symphony of the Night o que é hoje. E para tal, ele buscou ajuda dos jogadores no Kickstarter para provar para a indústria que os jogadores queriam muito uma nova aventura nesse estilo.

Estamos agora em 2019. E após muitos adiamentos, a criação de Igarashi enfim foi lançada. Bloodstained: Ritual of the Night enfim chegou com a dura missão de superar as expectativas dos jogadores após anos de espera e uma das mais bem sucedidas campanhas da história do Kickstarter! Então venha com a gente e confira nossa análise completa do game!

Uma nova aventura transpirando nostalgia

Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

Bloodstained: Ritual of the Night conta a história de Miriam, uma Fragmentária. Ela é uma mulher que foi usada como cobaia em experimentos alquímicos, tendo cristais demoníacos imbuídos em seu corpo, para ser usada em terríveis rituais. Porém, algo acontece e ela acaba caindo em sono profundo por 10 longos anos, sem que envelhecesse um dia sequer.

Ao despertar, ela descobre que Gebel, outro fragmentário e velho amigo dela, conjurou um enorme castelo diretamente do inferno, trazendo junto uma enorme legião de demônios. E Miriam é a única capaz de impedir a aniquilação total do mundo, graças aos cristais em seu corpo, que permitem que ela absorva e use poderes demoníacos a seu favor.

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E assim no mais puro estilo Castlevania, a missão de Miriam é ir até o castelo, explorar suas diversas salas e corredores e exterminar os perigos lá dentro, numa aventura do mais puro estilo Metroidvania, que bebe bastante de sua fonte e entrega exatamente aquilo que os jogadores esperavam do game!

Uma carta de amor aos fãs de Symphony of the Night

Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

Dois anos antes da campanha de Bloodstained ir ao ar no Kickstarter, outro projeto foi lançado na plataforma, também se tornando uma das maiores campanhas do site. Tratava-se de Mighty No. 9 de Keiji Inafune, o criador de Mega Man. Esse game sofreu muitos atrasados e quando enfim foi lançado, decepcionou muita gente, pois estava muito aquém das expectativas dos jogadores, tanto por seu visual e gameplay estranhos, como por não ter sido o “sucessor espiritual” de Mega Man que a propaganda vendia.

Graças a isso, olhares desconfiados começaram a se voltar contra Bloodstained, pois o game também estava sofrendo muitos adiamentos (O game era esperado pra lançar em 2017) e não parecia muito bom visualmente. Aliado a isso, a equipe do game começou a comentar que lançaria o game em partes para evitar mais atrasos. Ou seja, o medo de vir mais uma bomba era muito forte.

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Mas felizmente, IGA e sua equipe prestaram bastante atenção no feedback dos jogadores. Tanto que trataram de responder as críticas dos fãs em seu trailer anunciando sua data de lançamento (que você pode conferir no fim do texto), e entregaram exatamente aquilo que os fãs esperavam de um game inspirado em Symphony of the Night: um grandioso Metroidvania cheio de conteúdo, belíssimo visual e muita diversão!

Bloodstained: Ritual of the Night é realmente uma obra prima e não dá pra negar isso. O game entrega uma aventura muito envolvente e divertida, que tem a nostalgia em seu núcleo e a trabalha muito bem a seu favor. Temos aqui tudo o que tornou o gênero Metroidvania tão famoso: Um enorme mapa dividido em diversas salas e áreas diferentes, uma enorme variedade de inimigos, várias habilidades de exploração, gameplay simples e divertido e é claro bastante daquele backtracking que não cansa.

Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

Não há outra forma de se explicar melhor o game: Bloodstained é a verdadeira reincarnação de Symphony of the Night. Tudo o que havia no game original que o fez tão amado está aqui, mas com nova roupagem, novos personagens mas mantendo o mesmo espírito. O game foi legitimamente feio para os fãs do clássico, e é um game incrível para quem já amava o gênero Metroidvania e para quem nunca experimentou o gênero. Aliás, os fãs antigos terão vários motivos a mais para amar o game, pois ele está recheado de Easter Eggs!

Referências, referências everywhere

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Lembra das salas de transição entre áreas em StonC (ou as salas CD)? Elas estão aqui também!

Já mencionamos muito Symphony of the Night nessa análise não é? Pois não é a toa! Além de Bloodstained ser uma verdadeira reincarnação do clássico, ainda possui inúmeras referências e Easter Eggs ao clássico do Playstation 1 Sega Saturn.

Deixando de lado as semelhanças visuais e de gameplay, que serão tratadas individualmente a seguir, o game possui referências em todo lugar, e não só a Symphony of the Night, mas até mesmo a Metal Gear Solid Jojo’s Bizarre Adventure! São tantas referências que se listamos todas essa análise ficará gigantesca, mas vamos falar sobre elas num futuro artigo dedicado. Mas vamos dar alguns exemplos do que o jogador encontrará aqui.

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Há uma área secreta no castelo inteiramente em 8-bits!

O game possui uma quantidade imensa de itens, armas, acessórios e equipamentos para Miriam, muitos deles fazendo referências indiretas e diretas a outras obras. Uma bem legal está na área Ex-Machina Librarium, por si só uma homenagem a Biblioteca de SotC. Nesse lugar os jogadores podem encontrar um personagem bem interessante, um vampiro bibliotecário chamado O.D., acrônimo para para Orloc Dracule, que é basicamente o próprio Alucard!

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Qualquer semelhança é mera coincidência?

Outras referência bem legal está na área Jardim do Silêncio. Nessa área há um jardim aberto com um piano e fadas inimigas voando. Vá derrotando as fadas até conseguir equipar uma delas como familiar. Interaja com o piano e Miriam começará a tocá-lo enquanto a fada canta uma bela canção, fazendo referência a canção Nocture, cantada pela fada de Alucard ao fazê-lo sentar numa cadeira até ele pegar no sono.

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Assim que chegar nessa área, recrie a cena acima!

E ainda há muitas referências diferentes, como nomes de personagens fazendo referência a personagens de Castlevania, inimigos dos mais diversos tipos que fazem alusão aos monstros da série clássica, inclusive com sua própria versão das terríveis Medusa’s Heads! Quando jogar o game, fique bem atento que você encontrará muitos desses Easter Eggs!

Jogabilidade e exploração

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Sim, aquele ali é o Shovel Knight!

Bloodstained: Ritual of the Night tem um gameplay bem simples e fácil de aprender, mas com muitas possibilidades graças a seu enorme arsenal de armas de Fragmentos. O game possui muitas armas diferentes para o jogador usar: são espadas, adagas, montantes, clavas, chicotes, machados, lanças, pistolas e etc, com uma variação enorme de armas dentro dessas categorias.

O game possui um forte elemento de progressão e evolução de personagem, com Miriam subindo de nível e ficando mais forte quanto mais inimigos derrotar, combinado com seus equipamentos, que são compostos de: uma arma, um acessório de cabeça, uma roupa ou armadura corporal, dois acessórios diversos (anéis, colares, tiaras, máscaras) e um cachecol.

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A grande diferença são os Fragmentos. Todos os inimigos do game (com algumas poucas exceções), podem dropar fragmentos de cristal ao morrer, que Miriam automaticamente absorve. Esses cristais dão poderes mágicos para Miriam, com várias utilidades diferentes, dependendo de suas cores. Vermelhos são magias principais, Roxos são magias direcionais (projéteis), Azuis são magias de utilidade (como aumentar velocidade, mover objetos e etc), Amarelos são buffs passivos, Verdes são familiares equipáveis e por fim os brancos são habilidades fixas (pulo duplo, etc).

Quanto mais inimigos o jogador matar, mais e mais fragmentos coletará, tornando Miriam cada vez mais poderosa. Inclusive, fragmentos repetidos aumentam o poder de magias. E o game utiliza muitas dessas magias em exploração, com magias coletadas de inimigos, principalmente chefões, necessárias para atravessar certos pontos do cenário, o que cria o tradicional backtracking presente em qualquer Metroidvania.

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Até a clássica Torre do Relógio está aqui

O game é composto de um enorme mapa para ser explorado pelo jogador, mas com um hub lá no início do mapa onde o jogador encontrará NPCs de suporte e que entregam missões, vendem itens e usam alquimia. O game possui várias missões secundárias que premiam o jogador com vários itens diferentes, consistindo em missões de caça a certos tipos de monstros, missões de criação de comidas e de caça a itens específicos. Há muita coisa a se fazer além de toda a exploração até chegar ao fim do game.

O uso de alquimia no game abre muitas possibilidades. Coletando itens em baús e de inimigos mortos, o jogador pode confeccionar diversos itens e equipamentos novos, além de poder melhorar seus fragmentos, deixando as magias de Miriam muitíssimo mais poderosas. Não negligencie a alquimia, pois graças a ela as suas magias se tornarão realmente devastadoras!

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Por fim, fica aqui um aviso, o game possui múltiplos finais, mas que são construídos para serem feitos sequencialmente. Existem dois “bad endings” que resultam numa tela de game over, e um final verdadeiro que para ser atingido basta que o jogador explore todo o mapa e conversar com os NPCs para descobrir como dar seguimento na história. Se você acabar ficando perdido no game, não se preocupe, volte para o hub e converse com os NPCs para receber dicas, ou fale com O.D., e também explore todo o cenário que você encontrará o caminho.

Audiovisual

Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

Bloodstained: Ritual of the Night é um game belíssimo. O pessoal da ArtPlay, estúdio que criou o game, ouviu as críticas dos fãs e deu uma grande melhorada em seu visual, que é cheio de cor, luzes e partículas luminosas. Com personagens e monstros com visuais muito bons e cheios de detalhes.

O game possui cenários muito bem construídos, variando entre diversas áreas do castelo infernal a grandes jardins noturnos, laboratórios e cavernas profundas. As áreas internas do castelo são especialmente belas, pois as salas possuem profundidade e muitos elementos em segundo plano, como catedrais com vitrais e mosaicos gigantescos, salões decorados em ouro e colunas cheias de detalhes e etc.

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O visual de Miriam pode ainda ser alterado no game. Cada acessório de cabeça e cachecóis que você equipa são visíveis, como chapéus, tiaras, mascaras e etc. Além disso, há um NPC que consegue mudar o visual de Miriam, mudando seu corte e cor de cabelo, cores das roupas e até da pele. Permitindo várias combinações diferentes.

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Se quiser mudar de visual, fale com Todd, o demônio cabeleireiro

O game possui uma belíssima trilha sonora, misturando rock com orquestra, criando músicas incríveis para cada cenário do game, elevando ainda mais seu clima nostálgico. Esse é um game que tem uma trilha sonora realmente memorável, além de um ótimo trabalho com os sons de inimigos, golpes e etc.

O game conta com vozes em japonês e inglês, e menus e legendas em português brasileiro. E em inglês o game conta ainda com a voz de David Hayter, a eterna voz de Solid Snake! Ele dubla o personagem Zangetsu, um samurai de pouca paciência que ajudará (mas também atrapalhará) Miriam na aventura. Todos os personagens possuem ótimas dublagens, e até mesmo O. D. é dublado pelo dublador original de Alucard!

Conclusão

Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night

Bloodstained: Ritual of the Night é simplesmente excelente. Ele é o resultado do desejo de reviver um estilo clássico e de entregar aos fãs aquilo o que se espera, conseguindo superar as expectativas com uma aventura incrível e memorável. Esse é simplesmente um game obrigatório para qualquer fã de Metroidvanias, principalmente para os fãs de Symphony of the Night.

O melhor de tudo é que o game ainda não atingiu o seu fim. Futuramente o game receberá novos modos de jogo, já confirmados uma aventura exclusiva para Zangetsu e um modo New Game+, além de outras 13 DLCs gratuitas que serão lançadas com o tempo. O game base oferece dezenas de hora de jogo, dependendo é claro do quanto o jogador explorar o game e cumprir suas missões paralelas, e promete trazer ainda mais conteúdo no futuro.

Bloodstained: Ritual of the Night foi lançado no dia 18 de junho, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One Nintendo Switch.

Essa análise foi escrita com base na versão PC do game, gentilmente nos cedida pelos nossos parceiros da Nuuvem. O game já está com 20% de desconto no Inverno Gamer da Nuuvem! Se quiser adquirir o game, use ESTE LINK, que assim você também nos ajuda!

Uma resposta para “Análise Arkade: A obra prima chamada Bloodstained: Ritual of the Night”

  • 28 de junho de 2019 às 21:59 -

    Helinux

  • ¨E assim no mais puro estilo Castlevania, a missão de Miriam é ir até o castelo, explorar suas diversas salas e corredores e exterminar os perigos lá dentro, numa aventura do mais puro estilo Metroidvania, que bebe bastante de sua fonte e entrega exatamente aquilo que os jogadores esperavam do game!¨ Bons tempos de Symphony of the Night!!!! Esse estilo de jogo me agrada muito e muito mesmo. Valeu galera gamer!!!!

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