Análise Arkade: a grandiosidade do RPG portátil Bravely Default (3DS)

8 de março de 2014

Análise Arkade: a grandiosidade do RPG portátil Bravely Default (3DS)

Se você estava com saudade de um legítimo JRPG, Bravely Default é um jogo que merece sua atenção! Confira na sequência nossa análise completa do game!

Bravely Default é um JRPG da Square-Enix lançado originalmente no Japão em 2012 para 3DS com a proposta de ser a continuação de Final Fantasy: 4 Heroes of Light. Porém, essa ideia foi descartada e foi dado ao jogo um novo nome.

Ele recebeu uma expansão em 2013 chamada For the Sequel, que continha algumas melhorias em relação ao jogo original. E é essa versão que finalmente foi localizada para o ocidente e lançada sob o título de Bravely Default no mês passado.

Logo no início do jogo somos apresentados aos 4 heróis da trama: Agnès Oblige, a guardiã de um dos cristais que rege o mundo; Ringabel, um sujeito misterioso e desmemoriado, Edea Lee, uma soldado de Eternia, e Tiz, um jovem que vê sua cidade natal ser engolida por uma grande cratera.

Análise Arkade: a grandiosidade do RPG portátil Bravely Default (3DS)

Diretamente ou não, estes quatro personagens possuem alguma ligação com os cristais mágicos que regem o mundo, mas foram dominados por uma força maligna e estão fora de controle. Logo, sua missão é recuperar estes cristais, para que a paz seja restabelecida ao fantástico mundo de Luxendarc, que serve de palco para os acontecimentos do game.

Ao contrário de muitos RPGs por turnos que vimos na geração passada – que tentaram fazer grandes mudanças no estilo – Bravely Default consegue manter a jogabilidade clássica inalterada, mas arranja espaço para inserir pequenas novidades para facilitar e incentivar o jogador.

Análise Arkade: a grandiosidade do RPG portátil Bravely Default (3DS)

É possível, por exemplo, alterar a velocidade do combate, repetir o último movimento usado para facilitar na hora de subir de level, entre outros detalhes. São coisas pequenas, mas que facilitam bastante a vida dos menos familiarizados com o gênero que, de outra forma, poderiam acabar se afastando do excesso de menus, estratégias e comandos de um legítimo combate por turnos.

Apesar disso, é fato que tudo o que você está acostumado a ver em um JRPG está presente aqui: encontros aleatórios, hit points, dungeons e um sistema bem tradicional de level up dos personagens. De Final Fantasy, o game herdou alguns itens, como os tradicionais Phoenix Dawns. Porém, as novidades são bacanas o suficiente para trazer um respiro de criatividade aos pilares tradicionais do gênero.

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Por exemplo: outra novidade interessante acrescentada às batalhas é o sistema de Braves e Defaults: no Brave, você pode adiantar até 3 turnos seus, mas depois terá de ficar 3 turnos sem realizar nenhuma ação, ou seja, é um recurso que deve ser utilizado de maneira bem calculada para não comprometer toda sua estratégia de combate em uma batalha mais longa.

Já o modo Default permite que você fique um turno em stand by, na defensiva, “salvando” o tempo daquele turno para ser usado futuramente, podendo acumular até 3 Defaults. Novamente, é um recurso que abre muitas possibilidades estratégicas, e pode se tornar um grande aliado em mãos habilidosas.

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O jogo usa um sistema de Jobs semelhante ao de Final Fantasy V; porém aqui ele é mais maleável: cada personagem pode assumir 2 classes, sendo que a primeira classe é a que define os status do personagem e qual arma ele usará melhor.

Os Jobs são adquiridos em um estilo que lembra Mega Man: ao derrotar um boss, você ganha o Job daquele inimigo e pode então utilizá-lo nos seus personagens. Há uma boa variedade de Jobs disponível para você experimentar e deixar seu grupo o mais homogêneo possível. De classes tradicionais como Black Mage, Ranger e Summoner até outras mais extravagantes como Pirate, Performer e Ninja, sobram opções para você testar.

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Outra novidade de Bravely Default é a reconstrução de Norende (a cidade natal de Tiz); que consiste em uma espécie de mini-game social onde você deve ir reerguendo a cidade, mais ou menos como a reconstrução da Vila Monterigionni, em Assassin’s Creed II. O legal é que, usando o StreetPass do 3DS, você pode recrutar seus amigos como operários e trabalhadores para restaurar a cidade. Conforme Norende cresce, você ganha itens especiais e descontos nas lojas locais.

Na parte gráfica, Bravely Default é um deleite. O jogo tem um visual lindo, bem detalhado e um estilo de arte com cara de pintura, que consegue ficar ainda mais bonito ao utilizar o efeito 3D do portátil. Porém, como no seu pseudo-antecessor, Final Fantasy: 4 Heroes of Light, o game possui aquele visual SD “fofinho”, com personagens de cabeça grande e corpos pequenos.

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Isso pode fazer os mais conservadores torcerem o nariz para o game, mas não se deixe enganar: por trás deste visual bonitinho, Bravely Default é um RPG de raiz, com batalhas estratégicas e empolgantes e inimigos que, apesar de muitas vezes parecerem fofinhos, são extremamente poderosos e desafiadores.

Esse capricho visual é acompanhado de uma incrível trilha sonora, que consegue sempre se encaixar muito bem com as situações apresentadas, potencializando emoções e momentos épicos. O jogo também possui uma excelente dublagem, tanto em inglês quanto em japonês, que pode ser trocado nos menus do jogo.

Abaixo, um exemplo da inspirada trilha sonora do game:

Nos menus você ainda pode configurar diversos aspectos que podem facilitar a vida dos menos familiarizados com o gênero, tais como dificuldade, quantidade de inimigos que irá encontrar nas batalhas aleatórias, legendas (infelizmente nada de legenda em português) e mais.

A campanha de Bravely Default oferece mais de 50 horas de jogatina, o que é o suficiente, se considerarmos que este é um RPG portátil. Apesar de contar com alguns capítulos finais um tanto cansativos, a campanha como um todo é satisfatória, e a história possui uma dinâmica bacana e instigante.

Análise Arkade: a grandiosidade do RPG portátil Bravely Default (3DS)

Em se tratando de sidequests o game oferece basicamente chefes opcionais, com Jobs extras que podem ser aprendidos pelo seu grupo. O fator replay fica por conta dos dois finais possíveis, e pela inclusão de um modo New Game +, onde você pode revisitar a campanha com todos os seus Jobs, itens, habilidades e experiência previamente adquiridos.

Com uma história cativante, ótimos personagens, um sistema de jogo fluido e um primoroso departamento técnico, Bravely Default é um JRPG respeitável, que consegue ser tradicional mas inovador, e merece ser experimentado por qualquer um que tenha um mínimo interesse pelo gênero.

Bravely Default foi lançado no dia 7 de fevereiro, exclusivamente para o Nintendo 3DS.

* Quem assina esta análise é o parceiro Tsutomu Matsumoto, sujeito fissurado por portáteis que merece ser seguido na Alvanista!

13 Respostas para “Análise Arkade: a grandiosidade do RPG portátil Bravely Default (3DS)”

  • 8 de março de 2014 às 10:43 -

    Everton Oschelski Gama

  • véio… na boa, esse é o tipo de RPG q mais curto msm, e só de ver esses graficos da uma vontade de jogar Koudelka do PS1!

  • 8 de março de 2014 às 10:43 -

    Fernando Marinheiro

  • Nicholas Balan, da uma olhada nessa matéria…

  • 8 de março de 2014 às 12:43 -

    Mael Gomes

  • Aí Eberson Farias :D

  • 8 de março de 2014 às 12:34 -

    Marck Òó

  • Sinto falta de games assim, bate uma nostalgia quando vemos games com essa formula antiga, isso faz lembra que jogos nem sempre são feitos apenas de gráficos bonitos, mas sim de um bom enredo e game play.

  • 8 de março de 2014 às 13:43 -

    Thiago Brígido de Oliveira

  • Mateus de Paula

  • 8 de março de 2014 às 13:43 -

    Mateus de Paula

  • É doido pacarai sapoha. Tenho jogado a versão demo dele. Tava afim de comprar mas nao estou tendo tempo de jogar. Nem Pokemon Y eu zerei ainda

  • 8 de março de 2014 às 17:39 -

    leandro leon belmont alves

  • Brave Default traz aquela sensação de jogar os FF antigos, tempos mais simples. um dos muitos RPgs que me da vontade de ter um 3DS.

  • 8 de março de 2014 às 18:13 -

    Renan do Prado

  • Bela review Tsutomu!!!!!
    Não tenho 3DS, mas ouço tanto sobre esse game que dá bastante vontade de jogar

  • 8 de março de 2014 às 19:48 -

    Lica

  • Adorei o review. Já está na lista de aquisições.

  • 9 de março de 2014 às 08:43 -

    Igor Martins

  • se for em português eu jogo

    • 10 de março de 2014 às 09:14 -

      Tsutomu

    • Seria ótimo mesmo, infelizmente não tem D:
      quem sabe no Bravely Second

  • 9 de março de 2014 às 12:42 -

    Cabramacho

  • Tomara que chegue no PS3

  • 11 de março de 2014 às 12:15 -

    Paulo Ramos

  • Logo logo compro o meu, mas por enquanto jogo o demo.

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