Análise Arkade: 10 anos depois, Burnout Paradise ainda é um jogaço

15 de março de 2018

Análise Arkade: 10 anos depois, Burnout Paradise ainda é um jogaço

10 anos já se passaram desde que a Criterion Games e a Electronic Arts lançaram Burnout Paradise. Amanhã, o game chega remasterizado ao Playstation 4 e ao Xbox One. Já jogamos esta nova versão do game, e curtimos muito!

Relembrar é viver

Burnout é de longe meu jogo de corrida preferido. Eu não sou um grande fã de simulação realista, prefiro jogos onde posso simplesmente pisar fundo no acelerador… e usar o freio, quando necessário. Se esse jogo ainda tiver rampas, acidentes cinematográficos e trilha sonora legal, melhor ainda!

Quando conheci Burnout, minha cabeça explodiu. O game meio que entregava tudo o que eu gostava, mas não se limita a ser “apenas” um jogo de corrida. Chegar em primeiro lugar geralmente é uma boa ideia, mas ele não foca só nisso. Há perseguições, e provas sem trajeto onde seu único objetivo é destruir o máximo de oponentes que conseguir. Tinha ainda os caóticos crash events, e belos troféus temáticos para os “takedowns” estilosos que conseguíssemos fazer.

Análise Arkade: 10 anos depois, Burnout Paradise ainda é um jogaço

A destruição agora é em 4K!

Burnout Paradise foi o último capítulo oficial desta saudosa série (sim, vamos ignorar o Burnout Crash). Ele marcou uma grande revolução na franquia ao abraçar o estilo open world, mas conseguiu se reinventar sem prejudicar o caos de velocidade e destruição que se tornaram marcas registradas de Burnout… E ele ainda começava ao som de um dos maiores clássicos do Guns ‘n Roses.

Bem-vindo à Paradise City

Burnout sempre foi sobre velocidade e direção agressiva, mas em Paradise ele também é sobre liberdade. Nos outros jogos da série, não havia mundo aberto, simplesmente escolhíamos “fases” pelo menu. Aqui você é livre para ir aonde quiser, quando quiser.

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Mesmo sem Photo Mode, o jogo rende bons cliques!

A enorme Paradise City é um verdadeiro playground, cheio de possibilidades para serem exploradas. Não se limite às ruas, derrube cercas para descobrir atalhos e voe alto em rampas insanas, corte caminho por trilhos e túneis e descubra como destruir as dezenas de outdoors temáticos espalhados pela cidade.

Burnout Paradise é expansivo e não-linear. Há literalmente um evento em cada esquina, entre corridas normais, desafios acrobáticos, perseguições e os meus favoritos, os eventos tipo Road Rage, onde nosso objetivo é destruirmos um número x de carros inimigos.

Aliás, confira um pedacinho de um Road Rage meu:

No meio de todo esse caos, somos livres para acelerar pela cidade, e se quiser, você ainda pode convidar seus amigos para uns rolês online.

Pisando fundo o tempo todo

Conforme os eventos são completados, aumentamos o nível de nossa carteira de motorista, o que nos dá acesso a máquinas ainda mais potentes, com as quais podemos “tocar o horror” pela cidade do jeito mais rápido, inconsequente e estiloso possível. E de vez em quando carros mais invocados aparecem pelas ruas, e se dermos um jeito de tirá-los da pista, eles vão para o ferro-velho — que, em Burnout, é a nossa garagem!

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Burnout Paradise não diminui o ritmo nunca: você conserta seu carro e recarrega seu nitro durante as corridas, sem parar de acelerar. Para começar cada evento, devemos “queimar pneu” em algum semáforo, como se estivéssemos literalmente chamando os outros pilotos para o racha.

Burnout não tem carros licenciados, nem tunagem, nem troca de marcha ou acessórios de marcas famosas. Ele não tem nem velocímetro (?!), mas nada disso é importante aqui: quando a adrenalina sobe, só o que importa é sermos “velozes e furiosos”, e esse é um feeling que o jogo transmite como poucos.

Um pacote completo

Burnout Paradise é, por si só, um jogo gigante. Como já dito, há eventos em cada esquina, centenas de atalhos, dezenas de outdoors… nunca falta o que fazer na cidade. Mas este remaster não se limitou ao “básico”: ele traz todo o conteúdo lançado via DLC, o que aumenta ainda mais o escopo do game.

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Vejamos: além de um bom punhado de novos veículos — totalizando 150, entre carros, motos, veículos policiais e até carros inspirados em veículos clássicos do cinema –, como este cover do DeLorean, da série De Volta para o Futuro:

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Ou esta belezinha que imita o visual do Ecto-1, o carro dos Caça-Fantasmas:

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Lembrando que também temos motos, que contam com corridas e desafios específicos para elas:

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Temos ainda a Big Surf Island, uma área litorânea anexa à Paradise City que reforça o aspecto playground do jogo ao máximo, com percursos focados em manobras e acrobacias. E o mais legal é que você você acessar a Big Surf Island simplesmente cruzando uma ponte, sem ter que sair do jogo “normal”, nem nada do tipo.

Apesar de ser uma área bem menor, a Big Surf Island possui seus próprios desafios, atalhos e outdoors. E rampas, claro, e algumas delas vão te jogar BEM alto!

Análise Arkade: 10 anos depois, Burnout Paradise ainda é um jogaço

Considerando a qualidade do jogo como um todo, ter um pacote completo de tudo o que já foi lançado para ele é um baita negócio, e talvez seja o primeiro contato de muita gente com alguns dos DLCs que prolongaram a vida útil do game original na época de seu lançamento.

Audiovisual

Mesmo sendo um jogo com 10 anos de idade, Burnout Paradise está incrível visualmente, graças ao trato que os responsáveis pelo remaster deram no game: agora ele está rodando liso a 60 frames por segundo, e na plataforma em que testamos (Xbox One X), alcança a resolução 4K numa boa. É injusto compará-lo com um jogo recente tipo Project CARS 2, por exemplo, mas, dada sua idade, o jogo ainda segura a onda muito bem.

Burnout Paradise nunca foi feio, mas seu remaster ganha pontos com um anti-aliasing caprichado, texturas em resolução muito mais alta e bons efeitos de sombra, partículas e faíscas. De fato, esta remasterização não é apenas um port da versão PC do jogo, e traz melhorias exclusivas que vão além mesmo do desempenho do game nos PCs, como confirma esta matéria do Eurogamer/Digital Foundry.

Análise Arkade: 10 anos depois, Burnout Paradise ainda é um jogaço

A trilha sonora retorna mais eclética do que nunca: de Guns ‘n Roses e Faith No More até Mozart e Tchaikovsky, passando por algumas faixas de outros jogos da série, o que temos aqui é um combo rock-eletrônico-erudito tão absurdo que dá gosto até ouvir a playlist do Spotify.

Sobrepondo-se à trilha sonora, temos o ronco invocado dos motores, pneus cantando, batidas cinematográficas e metal raspando e se retorcendo. Seja pelas músicas ou pelo som da destruição, esse é aquele tipo de jogo para ouvir com o som no talo!

Conclusão

Burnout Paradise já era um jogaço em 2008, e continua sendo um jogaço agora. Este remaster foi produzido com muito carinho e cuidado, e todo o conteúdo extra que está “embutido” aqui faz deste (re)lançamento a versão definitiva de um clássico que envelheceu muito bem.

Análise Arkade: 10 anos depois, Burnout Paradise ainda é um jogaço

É difícil ser imparcial com jogos que a gente curte, mas realmente não tenho do que reclamar aqui. Quer dizer, uma localização em português seria muito bem-vinda, e eu gostaria muito de ter um Photo Mode disponível, mas isso são detalhes que não desmerecem a qualidade do produto que está sendo entregue.

Eu joguei Burnout Paradise até “furar o disco” na geração passada simplesmente porque me divertia demais com ele. Nos últimos dias, eu também me diverti demais jogando o remamster, pois o jogo continua visceral e alucinante 10 anos depois.

Retornar à Paradise City é um prazer que os fãs da série não podem deixar de experimentar.

Burnout Paradise Remastered será lançado amanhã (16/03), com versões para Playstation 4 e Xbox One. Este review foi feito com base na versão Xbox One X do game, com base em uma cópia que recebemos antecipadamente dos parceiros da Electronic Arts.

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