Análise Arkade: Double Dragon 4 é briga de rua como nos tempos do NES

8 de fevereiro de 2017

Análise Arkade: Double Dragon 4 é briga de rua como nos tempos do NES

Double Dragon completou 30 anos, e para celebrar, a Arc System Works lançou na semana passada Double Dragon 4, jogo totalmente retrô que coloca os irmãos Billy e Jimmy de volta às ruas para espancar malfeitores!

Um jogo de NES em pleno 2017

Double Dragon é um dos jogos que praticamente inventou o gênero beat ‘em up em 1987. O primeiro jogo foi lançado inicialmente para os arcades, mas ganhou bastante visibilidade em sua versão para NES, ainda que esta versão ela tenha sofrido diversas mudanças em relação ao jogo original de fliperama.

De 1987 para cá, a série ganhou sequências oficiais e dezenas de spin offs e remakes, mas um detalhe curioso se faz notar: nunca houve oficialmente um quarto jogo numerado da franquia. Cronologicamente, temos Double Dragon em 1987, Double Dragon II: The Revenge em 1988 e Double Dragon 3: The Rosetta Stone em 1990.

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Aí tivemos o Super Double Dragon em 1992 (já para o Super Nintendo, claro)e o próximo jogo “pulou” o número 4 e se chamou Double Dragon V: The Shadow Falls. Este aliás, sequer  era um beat ‘em up, mas um jogo de luta 2D inspirado na série animada Double Dragon.

Felizmente, a Arc System Works resolveu corrigir este “erro de cálculo” e lançou recentemente seu Double Dragon 4 para PC e Playstation 4. E, embora 30 anos tenham se passado, o que temos aqui é essencialmente um jogo de NES. O visual, a música e até mesmo a história — Marian, a namorada de Billy, sendo raptada por uma gangue malvada –, tudo remete aos primórdios da série.

Pancadaria old school

Ainda que seu gameplay seja totalmente old school, Double Dragon se aproveita das possibilidades dos controles atuais para tornar as coisas mais dinâmicas. Foi-se o tempo em que um controle tinha apenas dois botões, hoje temos muito mais que isso, e a Arc System Works aproveitou para mapear as porradas de forma mais confortável.

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Para começar, temos o básico: um botão de pulo, um de soco, outro de chute. Fora isso, temos ainda um botão só para cabeçadas (?!), outro para cotoveladas para trás, e ainda um que dá um chute giratório. Ainda que o jogo não conte com combos muito elaborados, é possível fazer umas combinações bacanas ao misturar os diferentes botões.

Os irmãos Lee ainda possuem pelo menos dois golpes especiais — uma espécie de parafuso para cima no estilo Dhalsim e uma joelhada estilo Sagat –, bem como agarrões. Como em todo bom beat ‘em up, também é possível coletar pedras, caixotes, facas, bastões e bombas para atirar nos inimigos.

Confira um pouco de gameplay abaixo:

Tenha em mente que aqui não temos level up, XP, árvore de habilidades nem nada do tipo: você terá que se virar com os mesmos golpes por todo o jogo, então habitue-se da melhor maneira possível aos comandos, pois não vão faltar capangas para você surrar.

A dificuldade

Double Dragon 4 não oferece nenhuma opção de ajuste de dificuldade. Jogando sozinho você tem 5 continues com 3 vidas cada, e se for jogar em coop (apenas local), os 2 players dividem 7 continues. Não existem itens de cura, ou seja a única forma de não morrer é não apanhar. Felizmente, a barra sempre aparece cheia no início de cada uma das 12 fases do game.

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Como você deve ter notado pelo vídeo ali de cima, as fases são bem curtinhas — raramente passam dos 5 minutos. Pois é, o jogo é curtinh0, mas isso não quer dizer que ele seja fácil: inimigos mais fortes vão surgindo conforme você progride, e mesmo que mutas vezes apenas a cor deles mude, eles podem ter novos golpes e batem bem mais forte. O Abobo cinza, por exemplo, é a versão mais poderosa e apelona deste clássico pseudo-boss.

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Se esse Abobo verde parece difícil, espere até encontrar o cinza…

Ainda que a pancadaria em si invariavelmente se torne difícil, no geral ela até que mantém um nível aceitável… o que realmente complica a vida da gente são os trechos de plataforma. Existem 2 ou 3 momentos em que o jogo nos coloca para saltar entre plataformas que rodopiam, esteiras rolantes, pisos que ficam invisíveis… tudo para complicar a vida da gente.

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Considerando que há um padrão e os pulos são sempre meio “duros”, acertar aqui é mais questão de timing do que de habilidade propriamente dita, mas é fato que perder uma vida por uma quedinha à toa é bem mais frustrante do que morrer no calor da batalha.

Confira abaixo meu gameplay de uma das fases que conta com um desses trechos infames:

É um desafio e tanto chegar ao fim do game apenas com os 5 ou 7 créditos iniciais. Felizmente, depois que você termina uma fase, ela se torna automaticamente acessível pelo menu principal. Não sei bem se isso é um cheat, mas basta ir pressionando Start/Options no menu que um contador no canto inferior direito da tela vai listando as fases que você já superou. Assim, caso você morra na fase 10, por exemplo, pode recomeçar direto do 9º estágio, com o número máximo de continues.

Audiovisual e Extras

Bom, aqui nem tem muito o que falar, né? Double Dragon 4 abraça a nostalgia sem medo de ser feliz, e parece literalmente um jogo de NES rodando em um Playstation 4. Os efeitos sonoros são totalmente retrô, e as músicas possuem boas levadas, mas constituem loops que geralmente duram a fase toda, como nos games de antigamente.

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A história do game é toda apresentada na forma de cenas estáticas, que basicamente mostram os irmãos Lee interrogando os inimigos derrotados na esperança de descobrir o paradeiro de Marian. O jogo está todo em inglês, mas basta um conhecimento básico do idioma para poder acompanhar.

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CG? Que nada! Assim eram as cutscenes nos anos 80! :D

Além do modo Story, o game oferece ainda um modo Duel, que é basicamente luta PvP. Conforme avança na campanha, você vai desbloqueando inimigos, que podem ser usados neste modo de jogo. Fecha o pacote o modo Tower, basicamente um “chegue o mais alto que conseguir” enquanto enfrenta ondas e mais ondas de inimigos em cada andar.

Conclusão

A crítica especializada gringa andou dando notas bem baixas para Double Dragon 4 (o IGN gringo foi especialmente reclamão), mas eu sinceramente não entendi qual foi a razão. Dizem que o jogo parece “datado” e “simples”, mas ficou claro para mim que tudo isso foi proposital, justamente para passar o feeling de um legítimo jogo de NES.

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Minha primeiras referências de beat ‘em up estão em outros jogos — Golden Axe, Streets of Rage, ou mesmo o lendário crossover Battletoads & Double Dragon –, títulos obviamente mais avançados pois já saíam para consoles mais potentes. Apesar disso, eu joguei um bocado dos primeiros Double Dragons e acho seguro dizer que o que temos aqui emula com perfeição o feeling dos primórdios da série, com todas as “limitações” que um jogo de 30 anos atrás deve ter.

Se você é fã dos irmãos Billy e Jimmy, sugiro que aproveite o precinho pra lá de camarada do game (pouco mais de 20 reais, tanto na Steam quanto na PSN) e relembre como era divertido descer o braço em membros de gangues. É simples? Sim. É datado? Propositalmente sim. Mas quem foi que disse que isso é algo ruim?

Double Dragon 4 foi lançado em 30 de janeiro. O game está disponível para PC e Playstation 4.

Uma resposta para “Análise Arkade: Double Dragon 4 é briga de rua como nos tempos do NES”

  • 31 de agosto de 2021 às 22:23 -

    Helinux

  • jogando esse clássico!!!! valeu!!!!

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